Tomi Ungerer – 1931|2019

© Tomi Ungerer

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Fraga

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Que país foi este?

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      © Alfred Cheney Johnston

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Elke Sommer. © MondoTopless

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Ilustração para o livro “Levadas Brasileiras”, de Glauco Sölter

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Indefinição em três linhas e dezessete sílabas

Hai-cai, impalpável que é, pode ser esse ou isso:
Pedra fosse, talvez paralelepípedo parado no ar.
Fosse bicho, não iria rugir nem mugir: ciciaria.
Se frutificasse, pêra pendente no pé-de-vento.
Líquido fosse, porcelana morna derramada.
Fosse flor, formaria um ramalhete de galhardetes.
Cor fosse, seria uma mancha perfurada de luz.
Se fosse música, soaria por orquestra de córregos.
Fosse riso, teria tom rosado e meses de idade.
Se somente silêncio, seria susto sem sombras.
Compreende agora o peso do alfabeto ocidental
para o insustentável flutuar do sutil hai-cai?

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Flagrantes da vida real

Curativo. © Maringas Maciel

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leite, leitura,
letras, literatura,
tudo o que passa,
tudo o que dura
tudo o que duramente passa
tudo o que passageiramente dura
tudo, tudo, tudo,
não passa de caricatura
de você, minha amargura
de ver que viver não tem cura

p.leminski

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André Hachette

André Hachette|Jeune fille en buste, voile transparent sur les cheveux, (Sarah Liévine ) autochrome, 1907.

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O fantasma velho

Fantasmas não existem num plano ultraterreno, invulneráveis ao tempo.  A prova disso pôde ser constatada na casa de D. Rigoberta Agra, na av. Floriano Peixoto, perto da catedral. É uma das primeiras mansões “art-nouveau” da cidade, construída na era opulenta do algodão. Ali morreu de uma febre, com três anos, o pequeno Gilbertinho – um golpe que abalou e finalmente dispersou a família. D. Rigoberta foi a primeira a avistá-lo, anos depois, brincando com soldadinhos invisíveis num canto do salão. Correu para abraçá-lo e desmaiou. As aparições se sucederam numa média de duas ou três por ano. A arrumadeira, D. Lígia, o avistou um dia entretido com um livro de Monteiro Lobato. Aprendera a ler sozinho. Viram-no depois de calção, chutando recursivamente uma bola de encontro à parede dos fundos. Nunca conseguiram aproximar-se dele, que desaparecia.

Foram rezados terços e novenas, foi aspergida água benta, mas D. Rigoberta afirmava que o menino era feliz; deixassem-no viver em paz os pedacinhos daquela vida que lhe coube. Gilbertinho continuou crescendo; em breve já era um rapaz, sentado pensativo sobre a balaustrada. Gostava de observar o ir e vir das pessoas rumo à esquina da Maciel Pinheiro, e não perdia o corso durante o carnaval.  Jamais transpunha os limites da mansão, onde parecia residir a fonte oculta de força que o mantinha. D. Rigoberta faleceu, e à saída do féretro Gilberto, nessa época já de bigode, foi visto por trás da janela do segundo andar.

A casa ficou com outro neto, Valfredo, quando este casou com Silvana. Em algumas cartas ele mencionou que Gilberto agora dava preferência aos quartos de hóspedes, eternamente vazios, e opinou que a presença humana o incomodava. Percebeu também que Gilberto trajava roupas de acordo com o figurino do momento, e teorizou (gostava de ler teosofia, ocultismo) que a aparência física de um fantasma é criada por nós mesmos, com farrapos de memória, quando sentimos sua presença – que é necessariamente imaterial e invisível.  “Gilberto está aqui, mas a imagem que percebemos só existe em nós, como as cores do arco-íris”, afirmou ele numa palestra que fez no Encontro Para a Nova Consciência.

Valfredo e Silvana envelheceram. Gilberto também. Nas últimas vezes tinha a barba toda branca e caminhava com dificuldade. De acordo com os registros da família, a última pessoa a avistá-lo foi a filha do casal, Thayssa, que o viu várias vezes cochilando sentado na grama do jadim, entre as flores. O mesmo lugar onde perdura hoje, principalmente ao anoitecer, uma luminosidade sem forma, pairando como um fogo-fátuo ou como o reflexo, numa vidraça distante, de um sol que já se pôs.

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Ohne worte!

Ohne worte! © Der Spiegel

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Para bellum

O Brasil precisa urgente de uma guerra, como a do Paraguai ou como a da Ucrânia. Faz muito tempo da última, mais de século e meio. A campanha da Itália não conta porque não mandamos forças militares, mas soldados rasos sob o comando de oficiais treinados. E todos lutavam para completar o serviço iniciado pelos norte americanos. Uma guerra mata gente e drena recursos. Mas nem uma nem outra coisa são novidades. Vide o covid, a corrupção, as calamidades, a fome. Ou seja, com guerra ou sem guerra, gasta-se dinheiro e mata-se gente à toa.

A guerra tem vantagens, como o treinamento dos militares, que deixariam de ser marreteiros de relógios e falsários de carteiras de vacinação. Claro que só falo dos militares picaretas de Jair Bolsonaro. Mas os militares me ensinaram que quando se fala de um fala-se de todos. Com eles não tem isso de dizer que só um venceu a batalha, sim que foi o batalhão. Portanto, os inocentes pagam pelos pecadores, os bagrinhos do Seiko pelos bacanas do Rolex.

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