O coronel Mauro Cid e outros militares picaretas do entorno de Jair Bolsonaro podem ser expulsos de suas corporações, a mais exposta o Exército. Algo que brasileiros que sabem ler, escrever e raciocinar desde os idos de abril de 1964 não acreditam nem lendo o diário oficial. Até hoje as expulsões só aconteceram com militares suspeitos de comunismo, a doença terminal e contagiosa no meio militar; não obstante as expulsões asseguram pensão vitalícia para a família do expulso, pois a legislação militar equipara a expulsão à morte em vida.
Portanto, é esperar e ver para crer, sempre na expectativa das reviravoltas da justiça, que uma hora sacramenta e adiante escarmenta as decisões do Estado. Pior que seja a punição não será ampla, nem irrestrita – e sempre passível de reversão, pois no Brasil a cada quatro anos o presente engole e expele o passado. Algo haverá de ser feito em nome da imagem dos militares. A dúvida é saber se o espírito de corpo permitirá que os militares cortem sua carne. Porque militares, sempre imperiais, têm-se como donos da nação.
O coronel Mauro Cid pode perder a patente ou pode ser expulso do Exército, assim como alguns gatos pingados que operaram com ele. Mas sempre teremos isentos e limpos os generais do Planalto, incluído o general Eduardo Pazzuelo, que tem as mãos sujas do sangue do covid, além daqueles que alimentaram conspirações. O velho Boris Casoy usava o mantra de “passar o Brasil a limpo”. Nem a Lava Jato conseguiu isso, pois sujou-se com o próprio sabão.
Anaïs Nin (21 de fevereiro de 1903, Neuilly, perto de Paris – 14 de janeiro de 1977, Los Angeles) batizada Angela Anais Juana Antolina Rosa Edelmira Nin y Culmell, autora nascida na França, filha do compositor Joaquin Nin, cubano criado na Espanha e Rosa Culmell y Vigaraud, de origens cubana, francesa e dinamarquesa.
Anaïs Nin tornou-se famosa pela publicação de diários pessoais, que medem um período de quarenta anos, começando quando tinha doze anos. Foi amante de Henry Miller e só permitiu que seus diários fossem publicados após a morte de seu marido Hugh Guiler. Seus romances e narrativas, impregnados de conteúdo erótico foram profundamente influenciados pela obra de James Joyce e a psicanálise. Dentre suas obras destaca-se Delta de Vênus (1977), traduzido para todas as línguas ocidentais, aclamado pela crítica americana e européia.
No filme Henry & June, Anaïs Nin foi interpretada pela atriz portuguesa Maria de Medeiros.
A contratação da Coesa Engenharia, ex-OAS, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está sob suspeita, segundo documentos da Controladoria-Geral da União (CGU).
O contrato celebrado em 2022 pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) se refere à construção de uma ponte entre Porto Xavier (RS) e San Javier, na Argentina. A obra custará cerca de R$ 220 milhões.
As suspeitas recaem sobre o modelo de contratação, feito por dispensa de licitação após duas tentativas frustradas de pregão.
A Coesa chegou a ter decretada a falência pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em junho deste ano, após inconsistências no plano de recuperação judicial. No entanto, em agosto, o ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça, concedeu liminar que suspendeu a decisão.
A CGU aponta que, no contrato entre Coesa e DNIT, “não restou demonstrada nos autos a inviabilidade da repetição do certame nem a potencialidade de eventual prejuízo à Administração se ocorresse nova licitação, portanto, constituindo-se uma situação de fragilidade de que essa foi regularmente processada”.
O órgão acrescenta que o processo pode ser considerado ilegal a partir de orientação do Tribunal de Contas da União.
A CGU também aponta que não foram fornecidas informações suficientes sobre os recursos para execução da obra – que, pelo cronograma estipulado, deve ficar pronta até 2027. Segundo o relatório, a obra pode seguir o roteiro usual de começar e não acabar.
Em fevereiro, já sob Lula, o Ministério dos Transportes anunciou a assinatura da ordem de serviço para a elaboração do projeto e execução da obra durante visita do presidente à Argentina.
A Coesa, antes OAS, foi uma das empreiteiras alvos da Operação Lava Jato e tem uma dívida de cerca de R$ 4,5 bilhões. A construtora chegou a ter 120 mil funcionários e, segundo as investigações, fazia parte do chamado “clube vip” de empreiteiras junto com a Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e UTC.
Bolsonaro protagonizou esquema mequetrefe de apropriação indevida e abuso do poder
A canoa de Jair Bolsonaro virou, e foi ele quem deixou ela virar, conforme atestam os fatos e agora dois de seus comparsas na trajetória de ilicitudes que fatalmente o levarão à prisão. Mauro Cid e Walter Delgatti resolveram dar com a língua nos dentes a fim de atenuar os danos às respectivas peles.
Quando começa assim, o efeito dominó é inevitável. Outras confissões apontando o ex-presidente como mandante dos crimes contra a saúde pública, o Estado de Direito, o sistema eleitoral e a reputações alheias virão.
Os dias de liberdade de Bolsonaro estão contados. A ele resta a esperança de que seja visto como vítima de perseguição e, lá na frente, possa dar a volta por cima. Mira-se no exemplo de Luiz Inácio da Silva sem, no entanto, levar em conta as abissais diferenças entre as figuras e as circunstâncias de um e de outro.
O hoje presidente da República, depois de ter passado 580 dias preso, jamais produziu as provas que o antecessor fabricou contra si. Lula foi acusado de ter sido favorecido por um intrincado e até sofisticado esquema de corrupção envolvendo empresários amigos e políticos aliados. Safou-se em função de procedimentos indevidos, mudanças de regras e de entendimentos na Justiça.
Já Bolsonaro protagonizou projeto mequetrefe de apropriação indevida do poder, cuja execução foi entregue a operadores igualmente chinfrins.
Um presidente que abre as portas do Palácio, do Ministério da Defesa e do próprio partido a um estelionatário pago por uma deputada amalucada, e ainda manda o ajudante de ordens vender presentes de Estado para embolsar um dinheiro, não dá margem a qualquer dúvida razoável sobre sua culpabilidade, fechando o caminho de eventuais brechas legais.
Jair Bolsonaro subestimou a República, fez pouco do Brasil, desdenhou da solidez das instituições, menosprezou instâncias de controle e investigação. Por isso se vê na iminência de pagar pelas pragas que rogou ao país.
O novo livro do Prof. Cláudio Henrique de Castro “Direito para quem precisa” é resultado da coletânea selecionada num universo de mais de duas mil publicações em jornais impressos e digitais, sites, blogs e divulgação em emissoras de rádio. A obra trata do direito do consumidor, do direito do trânsito, das emendas secretas do poder legislativo brasileiro, dos pedágios, das fraudes em créditos consignados, de assuntos simples de como proceder caso seu aparelho celular seja furtado, e tudo mais que se relaciona ao cotidiano das pessoas.
O autor é pós-doutor pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e dentre os mais de vinte livros publicados sustenta a tese de que os juristas devem debater e apontar as injustiças do seu tempo.
Minha cidade é tão longe da fronteira, mas tão longe, que acaba ficando bem perto de outra. Ela não é tão densamente povoada como é muito habitada. São dez mil braços e pernas e outros tantos que insistem em ficar no anonimato. Eles moram em casas e alguns edifícios para onde vão depois do trabalho, das compras ou dos passeios. E saem deles para fazer o roteiro inverso. As ruas, em geral, são mais largas que as ruelas e becos. Exceção seria a avenida principal, mais larga que todas, mas ela não existe. O grande comércio da minha cidade é feito inteiramente de produtos vendidos na Capital a 300 km de distância. Os moradores para lá se deslocam com grande alvoroço a fim de não perder as liquidações. Apenas duas lojas enfeitam minha cidade. A melhor fica de frente para o mar, ao lado do vulcão ativo e tem precipício imenso nos fundos.
A outra foi transformada em museu. A biblioteca pública foi fechada por falta de traças e fungos. Os cupins foram punidos porque comeram a perna de pau do adjunto facultativo da farmácia. A cidade completou 60 anos de existência, sendo que seu filho mais velho ainda vive muito bem aos 85. As notícias chegam de todos os lados para seus habitantes. A última veio do Norte e dava conta de que estávamos sendo invadidos pelo Sul. O lapso foi corrigido a tempo e invadimos a ilha que fica colada na região Oeste. Estava deserta. Os funcionários do governo trabalham todos para o governo. O que toma conta dos arquivos públicos está nesse posto desde que entrou. O que toma conta do funcionário que toma conta dos arquivos públicos está de licença maternidade. Nossa bandeira, nosso orgulho, foi desenhada por um dos mais destacados artistas plásticos. Ela tem círculos concêntricos que simbolizam nossas matas e postes de iluminação pública.
O exército não existe mais. Foi atropelado por uma bicicleta no dia da parada cívica mais importante: Dia da Galinha. Hoje a cidade prepara-se para receber a visita do ilustre senhor governador do Estado. Ele deve chegar a qualquer momento se o vento não vier antes. Hastearam a bandeira no topo da igreja, os sinos dobram no alto do pinheiro e foram distribuídas bandeiras de mão a todos os bois e vacas. Na varanda da cidade, a rede de balanço espera turistas, crianças perdidas e moscas.
*É encarregado do Departamento de RH – Restos Humanos.
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