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Publicado em amigos do peito
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O terno branco
Era conhecido pelos apelidos, que eram muitos, dependendo de onde estivesse, dos amigos a sua volta, se era madrugada e estava numa boate, se anoitecia e estava num boteco. Só não tinha um apelido para as manhãs, quando passava dormindo, roncando demasiado alto para seu corpo pequeno, produzindo um estardalhaço sonoro que parecia capaz de quebrar vidraças.
Acordava pontualmente às duas da tarde, a boca queimando, os olhos vermelhos, que dizia infestados por espinhos, não tem mesmo um espinho neste olho?, perguntava, abrindo as pálpebras com dois dedos em alicate. Saía da cama gemendo, ia ao banheiro, enfiava a cabeça debaixo da torneira e, num mesmo gesto, esticava a mão para apanhar a garrafa de conhaque que deixava no armário ao lado. Bebia no gargalo e estalava os beiços.
Sempre vestido de preto.
Uma calça e duas camisas pretas e puídas, que fediam a mil noites e muitas mulheres da vida. Só permitia que fossem lavadas às segundas-feiras, quando não acordava às duas horas da tarde e seguia roncando pelo resto do dia. Saía da cama quando já era noite. Pedia um café embora soubesse que ninguém o atenderia e, cruzando o corredor rumo à cozinha, declarava:
– Segunda-feira é mesmo um dia que não presta pra nada!
Tomava café frio, olhava com desinteresse para a televisão, diante da qual a mulher e a filha estavam plantadas como duas samambaias. Ia ao banheiro com algum estrondo, empestando os ares da casa, batia portas, deixava cair os sapatos quando tentava calçá-los, atrapalhava-se com a camisa do pijama, que enroscava nos braços. Depois desta encenação que repetia com uma precisão de relógio, dizia puta que o pariu que ninguém fala comigo nesta casa! e, parado no meio da sala, decretava, com ênfase:
– Segunda-feira é mesmo um dia que não presta pra nada!
E voltava para a cama, onde se punha a fazer cálculos na tentativa de descobrir há quantos anos ninguém o ouvia, há quantos séculos não tinha notícias da filha, que estava lá plantada no sofá, como era mesmo o nome da desinfeliz?, há quanto tempo não conversava com o filho, que cuspia para o lado quando cruzava com ele? E a mulher, quem era ela?
Depois, dormia aos solavancos até mergulhar num sonho onde havia uma mulher que lhe dizia: vem. Ele ia, sentava-se à mesa, contava casos, anedotas, pregava apelidos em quem estivesse por perto e fazia com que todos rissem muito e batessem nas suas costas dizendo que era mesmo um sujeito admirável, uma figura. Acordava na terça-feira, às duas horas da tarde, pontualmente. E recomeçava.
No mais, terminava certas noites emborcado numa calçada, acordava com dois policiais cutucando suas costelas com o coturno. Noutras, abria os olhos numa casa desconhecida, no meio da madrugada, diante de uma cortina de plástico que era um escandaloso campo coberto com flores vermelhas e amarelas. Ou era erguido por dois braços fortes e jogado na rua, onde quebrava um dente contra o meio-fio. Ia até a farmácia, passava mercúrio cromo na boca, nos braços, na testa, pregava alguns esparadrapos pelo corpo e entrava no primeiro boteco. Continue lendo
Publicado em Roberto Gomes
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Apreensão para Bolsonaro
Silvinei foi preso nesta quarta pela Polícia Federal, por ordem do Supremo Tribunal Federal. Há inúmeras provas de que ele comandou uma operação de bloqueios em estradas próximas a cidades do Nordeste para prejudicar o candidato Lula no segundo turno. Os dados mostram que os bloqueios foram feitos em locais onde a votação de Lula ficou acima de 75% dos votos no primeiro turno.
Silvinei contou com a ajuda do então ministro da Justiça, Anderson Torres. Sob as ordens de Torres, assessores do Ministério da Justiça fizeram levantamento das cidades. Silvinei usou os dados para planejar as operações da PRF, que causaram grandes transtornos a eleitores.
Se confrontado, Bolsonaro poderá repetir a postura de dizer que não sabia de nada, que a responsabilidade é dos dois, como faz com frequência. A questão é que a cada dia fica mais claro que seu governo trabalhava contra a democracia – fosse para tentar dificultar que eleitores conseguissem chegar às urnas para votar em Lula, fosse para dar “base jurídica” a um golpe de Estado.
Como chefe daquele governo, Bolsonaro terá de responder por isso. Inelegível, Bolsonaro considera que não será preso – e hoje não há indícios disso. Mas, à medida que a história do seu último ano de governo vai sendo reconstituída, o risco judicial aumenta.
Publicado em O Bastidor
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Adeus
Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário
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Nora Drenalina recomenda
Publicado em Sem categoria
Com a tag antonio thadeu wojciechowski, luiz antônio solda, nora drenalina recomenda, todo dia é dia
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Banco 24 Horas
Publicado em Curtam Cartum
Com a tag Curtam Cartum, rir é o melhor remédio, solda cáustico
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