Bloody Mary

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Instalação

© Vera Solda

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Caminhante, não há caminho

O Uol traz dessas reportagens sobre saúde, hoje sobre os benefícios da caminhada. Das longas, fique claro, da perspectiva sempre relativa do caminhar muito e do caminhar pouco. O pouco parte dos quatro mil passos; a contagem sobe até os vinte mil passos, a cada medida com os proveitos para os órgãos, coração, pulmões, cérebro, sono, até a higidez mental. Concordo em gênero, número e nos degraus de que desabo nas caminhadas. Quem nasce pobre em Ponta Grossa, sacode antes e depois do parto. Se, adulto, migra para Curitiba, continua a enfrentar lançantes, pirambeiras e equivalentes. Quando ganha uns trocados e decide conhecer o mundo, continua a caminhar, dada a dificuldade no pedir informações, entender roteiros de ônibus, metrôs e conversar com taxistas: resultado, continua a caminhar, a melhor maneira de conhecer o mundo.

Vivo cercado de caminhantes, gente com a carga genética de cruzar o mar Vermelho e aportar em Canaã depois de quarenta dias pelo deserto a pão seco sem fermento, engolido com água de chuva. Já cheguei aos vinte mil passos quando bem menos velho e muito mais afoito. É bom, muito bom, mas ao fim da caminhada acaba o dia, pois corpo deixa de responder, é sentar, abrir a cerveja, ligar a televisão e dormir sentado. Estou conformado com a rotina dos quatro mil passos diários, duas voltas e meia pelo Passeio Público, sob a atmosfera do bosque, a desviar o cocô das garças. Acima de tudo, muito acima de tudo, quatro mil passos diários previnem a demência, o mal que me assusta e que não raro me acomete neste blog. Em tempo, se você não quer se perder contando os passos, tem relógio digital próprio para isso e os telefones digitais vêm com o aplicativo.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Com a tag | Deixar um comentário
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Como seria sua morte na Folha?

Obituários no jornal são campanha para mulheres se manterem vivas

Nesta terça-feira, dia 8, o Brasil perdeu a atriz Aracy Balabanian, rainha do teatro e ícone do humor brasileiro. Dona de papéis inesquecíveis em filmes e novelas.

No entanto, para esta Folha, a vida de Aracy foi marcada por um aborto, por não se casar e por não ter filhos.

Sim, ela não teve maridos nem teve filhos. Quem iria trocar uma carreira maravilhosa e cheia de recompensas pela vida cruel que a maternidade —um trabalho exaustivo e solitário— e o casamento podem proporcionar a uma mulher?

Mas, segundo um dos destaques da cobertura de sua morte no jornal, não adianta abdicarmos da maternidade. Seremos lembradas pelos filhos que não tivemos.

Não é de hoje que grandes mulheres, ao morrer, são citadas por detalhes em vida, muitas vezes com toques de moralismo.

Rita Lee, após sua morte, foi citada por sua relação com “drogas e discos voadores”. Após lerem a nota, inúmeras mulheres desejaram embarcar em um óvni e fugir da Terra.

O mesmo aconteceu com Gloria Maria, lembrada por esconder a idade. Marília Mendonça, em seu obituário, foi “homenageada” pela luta com a balança.

A falta de sensibilidade com morte de mulheres não é exclusividade da Folha. A revista Veja resumiu Elis Regina, em sua capa, à “Tragédia da Cocaína”. Fez o mesmo com Cássia Eller, motivo pelo qual foi processada pela família.

O jornalista Tiago Leifert, em malabarismo intelectual, culpou a torcedora Gabriela Anelli por sua morte na porta do Allianz Parque.

A reação da imprensa com mortes de mulheres nos faz pensar que, se a nossa vida já é difícil, fica pior quando morremos.

Chegamos até a ter um momento existencial, pensando: “Se eu morrer, como serei lembrada pela imprensa?”.

Você fez uma pesquisa que salvou vidas? Não se preocupe. O destaque será: “Macumbeira, ela se casou cinco vezes”.

Ganhou um Oscar e conquistou o EGOT? Vai ganhar o título: “Abortista, tinha péssimo gosto para tatuagens”.

Até pensei no meu: “Mãe de merda, deixou o filho comer purpurina enquanto tomava vinho barato”.

Talvez seja parte de uma campanha para aumentar a expectativa de vida das mulheres. Nunca desejamos tanto nos manter vivas.

Publicado em Flávia Boggio - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Flagrantes da vida real

“Arte é intriga” (Millôr Fernandes).  © Maringas Maciel

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Bom dia, do Plural Curitiba

Hoje, quinta, 10 de agosto. Diz que é o Dia Internacional da Preguiça. Gostamos.

Sem a Copel, Paraná perde até R$ 1 bilhão por ano

Um dia alguém vai entender a lógica de vender uma empresa superavitária que distribui bilhões em lucros e que só vem melhorando de desempenho. Claro, será tarde demais: desde já a Copel não é mais nossa (e para falar a verdade ainda nem sabemos de quem é…). Mas a História está aí para isso.

Teve anos em que a Copel chegou a pagar R$ 1 bilhão só para o governo do estado, seu maior acionista. Ou seja: o governador que assumir daqui a quatro anos vai ter um furo no caixa gigantesco. E os R$ 4,5 bilhões que a privatização rendeu certamente serão torrados pelo atual governo – esse pessoal não é de deixar pedra sobre pedra.

A desculpa esfarrapada exige muita ignorância ou benevolência do ouvinte. Dizem que estão nos livrando desse fardo bilionário porque a Copel não seria mais competitiva. Como um monopólio não compete com nada, o argumento é só uma farsa mesmo. Triste o momento em que esse governo foi eleito.

Leia mais aqui

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Palíndromos do Fraga

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No dos outros é refresco

© Getty Images

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Mural da História – Revista Ideias|205

Revista Ideias|Travessa dos Editores|#205

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A preocupação com o PAC

Principal articulador para a entrada do PP no governo, Arthur Lira (PP-AL) está incomodado com o fato de o lançamento do PAC ocorrer antes da definição do ministério que seu partido irá ocupar no governo e em que configuração.

O presidente da Câmara teme que, ao chegar ao governo, o futuro ministro do PP encontre as prioridades do PAC já fechadas e engessadas. Ele deve cobrar da articulação de Lula que as ações do programa de obras não estejam todas fechadas para este ano.

Um dos objetivos de o PP, ao entrar no governo, é ajudar a legenda na ponta, com ações que impactem diretamente o eleitor, principalmente num ano pré-eleitoral. O PAC é o tipo de programa que afeta diretamente o dia a dia das cidades.

Ao entrar no governo, Lira quer que seu futuro indicado —o deputado André Fufuca (PP-MA)é o mais cotado— possa influenciar as decisões de investimentos de sua pasta.

Lula vai lançar o novo PAC na sexta (11) no Rio de Janeiro, com agenda programada com o prefeito Eduardo Paes (PSD), que concorrerá à reeleição.

O presidente, porém, pretende só retomar a análise de onde vai acomodar os aliados na próxima semana, na volta a Brasília.

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Fraga

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Em Igaci (Alagoas)

© Ricardo Silva

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