Num tempo que já faz muito tempo e foi agora: Penso, logo esqueço

Os evangélicos estão evangelizando, os pintores estão pintando, as evidências estão na cara, as florestas estão florescendo, so bêdabos estõa bedenbo, o infinito está acabando, o inferno está infernizando, a perfeição está desesperando, o perigo está perigando, o retorno está voltando, o resultado está resultando, os direitos estão entortando, os inconscientes estão conscientizados, os intérpretes estão interpretando, e tudo o mais vai nesse longo e tortuoso vir-a-ser que nunca é e que deixa um talvez gravado na porta do templo do Tempo, sem se comprometer.

Agora, como já é depois, tanto faz ser amanhã. Ninguém suspeita dos suspeitos, nem atira pra matar. Queremos o bandido Tempo vivo pra ser linchado por toda a Eternidade. Tudo está sendo armazenado em buffer, calma! Assista aos melhores momentos pinçados de 10 mil anos de História.

Veja o quanto estamos desatualizados na maneira como fazemos a História. Poderíamos ter colocado a quadriga na frente dos corcéis, o arado na frente dos bois, o motorista na frente do carro, o piloto na frente do avião, o matador na frente da metralhadora, o lançador na frente do míssil. E tudo seria diferente. A História, como está aí, é apenas um jeito de você poder voltar pra casa à noite e encontrar a casa. Um traçado rígido de meridianos, paralelos, trópicos, longitudes, latitudes.

Não, isso é Geografia. A História se passa mais adiante, em tela panorâmica, com som e efeitos especiais. Nem se aproxime. Área proibida. Só para atores, diretores e todo o staff da produção. Pegue a estrada. Saia da mira. Conserve a direita. Não converse com o motorista. Em caso de parada entre um andar e outro, acione o alarma. E se jogue no poço do elevador. Sorria, você está sendo detectado e deletado.

*Rui Werneck de Capistrano é autor de qualquer coisa

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© André Dahmer

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Flagrantes da vida real

Antes da pandemia, Ranieri Gonzalez, Beto Bruel e Áldice Lopes vendo a banda passar. © Maringas Maciel

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Elas

Melina Mulazani. © José DÁmbrosio Neto

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Eventual é a PQP

O petista Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia, promete investigar “eventuais abusos” nas 25 mortos em operações da PM entre 28 de julho e 5 agosto. “Eventuais” é a PQP! Morticínio nenhum é eventual nessa quantidade. Esse cara merece o mesmo tratamento que por muito menos – 14 mortes pela PM – recebe o bolsonarista Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. Ou vamos passar pano apenas porque um é companheiro e o outro é genocida? Genocida por genocida, o companheiro baiano é eventualmente pior que o bolsonarista paulista pela simples e objetiva evidência da quantidade. Depois da queda de Bolsonaro e a ascensão de Lula o Brasil passou a viver a verdade boa e a mentira ruim, nunca o ruim e o bom pela objetividade daquilo que representam. Aqui a verdade relativa é siamesa da banalidade do mal.

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Parte do eleitorado de Lula jamais contestará suas decisões

Aprovação da ozonioterapia é estelionato eleitoral

A notícia da aprovação da ozonioterapia como tratamento complementar de saúde teve gosto de déjà-vu. Uma volta a 2020, quando Jair Bolsonaro montou um gabinete anticiência paralelo, demonizava as vacinas, e oferecia cloroquina até às emas do Palácio da Alvorada.

Mas, ao contrário do que houve na pandemia, quando a população estava ligada em todas as ações do abestado que comandava o país, a comoção pelo negacionismo de Lula tem sido pífia. Sim, negacionismo. O presidente ignorou a recomendação de entidades médicas, da Anvisa e da ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Os eleitores de Lula poderiam facilmente tratar o assunto como estelionato eleitoral, uma vez que o então candidato teve o “fim do obscurantismo científico” como um dos pilares de sua campanha. O presidente ignora o fato de que a ozonioterapia é um procedimento considerado experimental. Ao que parece, gás no fiofó dos outros é refresco.

Mas Lula tem sorte. Uma parte significativa de seu eleitorado jamais contestará qualquer decisão de painho, por mais absurda que seja. Outra parte abandonou os jornais, os sites, o Twitter e segue exausta pela distopia dos últimos anos e alheia ao que é feito no novo governo. É compreensível, mas não aceitável, deixar de fiscalizar um novo presidente apenas porque ele não é medíocre, incompetente, um terraplanista político, como seu antecessor. Lula tem sorte de a sociedade estar anestesiada, ainda sob efeito da ressaca do golpismo.

Se o pessoal estivesse ligado, teria sido uma gritaria a não nomeação de uma mulher para o STF —o que pode se repetir quando Rosa Weber se aposentar—, a defesa da exploração de petróleo na Foz do Amazonas, a fritura em banho-maria da ministra Marina Silva, os afagos a ditadores de esquerda. Sem falar de todas as declarações equivocadas, desconectadas do espírito do tempo.

Lula tem sorte, mas precisa também de juízo.

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Preta da casa

Billie Holliday. © Reuters

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El coche de ayer

© Iara Teixeira

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Mural da História – 2008


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Elas

Paulette Germaine Riva, Emmanuelle Riva – 1927|2017 –  conhecida como um dos símbolos do amor da Nouvelle Vague.  © Reuters

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Bom dia, do Plural Curitiba

Hoje, quarta, 9 de agosto. Dia Internacional dos Povos Indígenas. E o Censo mostra que aqui no Paraná são mais de 30 mil pessoas.

Tchau, Copel
Dia desses me contaram que a casa onde moraram Bento Munhoz da Rocha Neto e sua esposa, Flora, vai ser demolida. No lugar vão erguer decerto um prédio enorme, o que faz sentido do ponto de vista econômico, mas é uma baita perda para o patrimônio cultural.

Bento vai ser sempre lembrado como um dos grandes homens do Paraná. Como governador, em um só mandato, fez coisas que serão lembradas por muito tempo. Só para ficar em um, que mais importa aqui, criou a Copel. Fez muito mais que isso (estradas asfaltadas, criou o Centro Cívico, fez a expansão do Paraná rumo ao Oeste). Mas se tivesse feito só a Copel, já seria grande.

A demolição da casa é uma perda. A venda da Copel é algo absurdamente mais triste. O estado perde sua maior empresa, abre mão de lucros anuais e de um instrumento de desenvolvimento que ninguém sabe agora na mão de quem ficará. Tudo em nome de uma suposta competitividade (o mesmo argumento de 30 anos atrás, e que não faz o menor sentido para um monopólio).

Em 100 anos, Bento será lembrado. O atual governador provavelmente não será nem mesmo citado nos livros de História (um argumento que para ele talvez nem faça sentido, tendo em vista seu desprezo pelo conhecimento e pelos livros). Assim como, propositadamente, não vai citado neste breve texto.

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On the road

Berlim, junho, 1994.  © Julio Covello

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Goodneighbor_034. © IShotMyself

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