Mais fechado que baú de solteirona.

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Hospital Bom Retiro

Desenho de Aluisio Lens (requiescat in pace), ex-interno do extinto Naps 

toda família curitibana tem
um louquinho trancado no porão (dalton trevisan)

diazepan insensatez rivotril haldol
neozine esquizofrenia serzone vertigem
aropax neurose melleril noradrenalina stelazine
vigabatrin depressão risperdal demência vozes
fantasmas propanolol medos
prozak alucinações socian cerebrastenia
letargia alienação mental psicopatia anafranil
raciocínio absurdo efexor cefaléia cansaço pavor
zoloft desconfiança ziprexa hostilidade remeron
akineton afeto diminuído depakene
palmelor hiperprexia tegretol
ansitec rigidez muscular daforin
leponex evidência de instabilidade autonômica anatensol
parnate alterações de pensamento dogmatil
stelapar delírios convulsão sonolência orap
discurso indistinto midríase visão borrada
hipotensão tontura carbolitium acatisia
edema periférico boca seca constipação
 
os pacientes alterados devem ser mantidos
fora do alcance das crianças

 (Sim, eu estive lá,  prontuário nº 35264)

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Teatro Margem, 50 anos

1973|2023. Arte de Luiz Rettamozo & Solda

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In vino

No vinho há verdade
No vinho há amor
No vinho há saudade
No vinho há sabor
No vinho não há rancor
No vinho há o odor
Dos teus lábios com frescor
Os anos melhoram com os vinhos
E os beijos com os vinhos de qualquer cor

In vino veritas
In vino est amor
In vino desiderium
Sapor in vino est
In vino non est invidia
In vino odor
Tua labra novitate
Anni amplio cum vinis
Et oscula vinis ex aliquo colore

Paulo Motta – 1960|2023

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Filho-Mãe

Quando mecanismos de pressão invisíveis, criados por mãos humanas, tomam conta da vida das pessoas comuns, obrigando-as a fazer escolhas sob o jugo da tradição. Uma mãe viúva, tentando lidar com as dificuldades de criar seus dois filhos sozinha na sociedade iraniana, recebe um pedido de casamento que dá a ela a oportunidade de melhorar sua vida financeira. O problema é que, para se casar, são impostas condições que podem separar sua família.

Son-Mother|Ano de Lançamento: 2019|Direção: Mahnaz Mohammadi/País de Produção: Irã, República Checa|Idioma: Persa|Duração: 102 min.

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Anotações na margem de livros de arte

“Arte é intriga.” (Millôr Fernandes)

Diante de esculturas de Auguste Rodin:
O Pensador não me leva à introspecção. O que impressiona é a convicção dele: não renova seus pensamentos desde 1880! Já O Beijo arrebata: a impressão é que o mármore ganhou mucosas. E na mão pousada na anca há mais leveza que num gesto humano.

Diante da pintura de Edward Hopper e de Norman Rockwell:
Vistas lado a lado, as cenas e os personagens induzem a um hipotético intercâmbio: os otimistas e eufóricos de um animariam os ambientes do outro? E os melancólicos e isolacionistas daquele, contaminariam os cenários deste?

Diante de Nu Descendo a Escada de Marcel Duchamp:
No cubismo, a fragmentação do ponto de vista é tudo. Como composição, o quadro deleita a percepção. Irresistível é não pensar num tombo.

Diante dos móbiles de Alexander Calder:
Fazer flutuar o mais pesado que o ar envolve as leis da física, ponto. Mas a imaterialização do aço vai além, dois pontos. O que o escultor equacionou foi a brisa, ponto de exclamação.

Diante dos retratos de Amedeo Modigliani:
Demasiado esguias dos ombros para cima, as figuras tendem a confundir os anais da endocrinologia. Nunca as disfunções das glândulas tireóide e hipófise influíram tanto na arte.

Diante dos girassóis de Vincent Van Gogh:
Se a natureza não dá graça a certas flores, o talento compensa. Para quem avalia quadros pelo valor de mercado, pigmentos amarelos podem chegar a 36 milhões de dólares. O que ainda não se viu foi hectares de canola em flor inspirar pintor nenhum. Nem leilão de quadro de natureza morta com soja.

Noções aos pares de arte ímpar

Amedeo Modigliani & Giuseppe Arcimboldo tinham pontos temáticos em comum: um preferia composições ambíguas com legumes e hortaliças, o outro era obcecado por arranjos com abóboras de pescoço.

Juan Miró & Jackson Pollock jamais emitiam conceitos sobre estilos alheios. Temiam respingar um no outro.

Andy Warhol & Jean Basquiat compartilharam a glória juntos. Mas o primeiro teve tanta que só sobraram 15 minutos de fama pro segundo.

Rembrandt Harmenszoon van Rijn & Johannes Vermeer pintaram suas obras com certa urgência. Sabiam que    cedo ou tarde a eletricidade viria.

Fernando Botero & Cândido Portinari tinham tudo para fazer uma exposição coletiva. A Fome e a Vontade de Comer.

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Fluindo

© Ricardo Silva

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© Jan Saudek

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Muita briga por nada

Enquanto o PT briga internamente para entrar na chapa de Eduardo Paes no ano que vem – e até já pensa numa solução para a briga -, o prefeito do Rio de Janeiro nem sequer definiu se dará espaço ao partido. Paes prefere que seu candidato a vice seja Pedro Paulo (PSD-RJ).

Paes e Pedro Paulo são aliados de longa data. Estão sempre juntos. Eleito, Eduardo Paes sempre leva o aliado para o governo e o coloca em postos-chave. Só não o faz quando há outras estratégias políticas.

Apesar da tentativa de ajudar o amigo e da sua boa avaliação, Paes não teve sucesso em 2016, depois que as denúncias de agressão de Pedro Paulo contra a ex-mulher se tornaram públicas.

Paes insiste em Pedro Paulo porque avalia deixar a prefeitura em 2026 para disputar o governo do estado. Prefere o conforto de ter um amigo no cargo durante a campanha – e Pedro Paulo poderia ter mais facilidade para disputar a reeleição em 2028.

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Abraão, o Desaparecido

Abraão e Rubem, dois amigos, ambos viúvos e há muito tempo na terceira idade, mantinham o hábito do encontro diário no parque.

As conversas não variavam muito; a política nacional, a situação em Israel, as lembranças da juventude, o clima, o valor das ações na bolsa, os achaques da velhice, as reclamações sobre os valores das aposentadorias, essas coisas.

De repente Abraão não apareceu e mesmo passados vários dias não deu notícias, deixando Rubem muito preocupado.

Os dias foram passando e depois de um mês, lá estava Abraão, sentado no lugar de hábito.

Rubem ficou muito feliz, especialmente porque o amigo estava com bom aspecto, sorridente como sempre, e ele logo perguntou:
– “Onde você andou? Porque desapareceu?”

E Abraão respondeu:
– “Eu estava na cadeia”.

O amigo, espantado, voltou a indagar:
– “Cadeia? Que maluquice é essa? Qual foi o motivo?”

Abraão disse:
– “Você conhece a Vanessa, aquela moça loira e linda que mora no meu prédio e que de vez em quando me convida para tomar chá no apartamento dela?”

Rubem confirmou:
– “Sim, eu lembro dela. E daí?”

E Abraão explicou:
– “Bom, ela foi à Polícia e me denunciou por estupro. E eu, com meus 89 anos de idade, fui todo feliz para a Corte e me declarei culpado. Quando me viu, o desgraçado do Juiz condenou a Vanessa por acusação falsa e me sentenciou a 30 dias por mentir em juízo!”

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Terapia do frizer

Cientistas alemães revivem vermes congelados há 46 mil anos na Sibéria. No Brasil os vermes revivem, ainda que congelados por algum tempo, como os políticos. Nem precisa de cientistas; o calor humano é suficiente. Um pequeno período no frizer e voltam revigorados, limpos, puros.

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Resistência cultural

Filho de José Oiticica Filho, um premiado fotógrafo, Hélio Oiticica [1937|1980] teve contato com as artes ainda na infância. Sua trajetória foi delineada por proposições de vanguarda. Entre suas principais criações estão os parangolés, fruto de sua convivência com moradores do morro carioca da Mangueira, e a instalação “Tropicália”.

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Fraga

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O sujeito chega no bar do japonês e pergunta: —Você tem Caracu?
E o japonês responde: — Karaokê?

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