Atos secretos no Senado

Foto totalmente desacreditada.
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As pessoas parecem que não
vivem mais sem engenhocas.
Talvez por isso usem
tão pouco o seu engenho.
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Maringa’s camisetas

Dose dupla. Fotos de Newton Maciel.
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Ova-se!

Todos os domingos, 22h, 91,3 Mh.
www.radiocaos.com.br
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Minha classe não gosta, logo, é uma bosta!

Em 1982, na Múltipla Propaganda, não existia ainda a chamada dupla de criação. Todo mundo fazia tudo com todos. Uma brincadeira que praticávamos constantemente, era fazer poesia em parceria. Assim: um sentava e datilografafa (sim, ainda não existiam os computadores, crazy people) uma parte, outro vinha e mandava ver. Tenho algumas guardadas. Entre elas, esta, que fiz com Paulo Leminski. Nota-se com clareza quem fez o que.

eu quero
me afogar na salmoura
dormir
na mangedoura
ser um monge
de outrora
o dia inteiro
fazendo hora
cortar
o mal com tesoura
eu quero o mal
mal quero
e tudo me apavora
o povo
o polvo
a pólvora
tudo enfim
que meu cavalo sente
quando me senta
espora

solda/leminski

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Rá!

PhotoBucket.
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Foto de Lina Faria.
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Original Beto Batata

A partir das 17 horas. Rua Professor Brandão, 678. Fone 41 3262 0840. Maxixe Machine, ao vivo e a cores, performance apimentada, na entrada e na saída. The best Maxixe Machine in the world. Imperdível!
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Hoje!

Foto sem crédito.
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Funeral por Carradine en Los Angeles

Más de 400 personas, entre ellas numerosos actores, han rendido homenaje a David Carradine en una ceremonia celebrada en Los Ángeles. Durante el funeral, rodeado de grandes medidas de seguridad para protejer la intimidad de la familia del actor, sonaron los acordes de Midnight Rider de Allman Brothers Band y “Let It Be” de los Beatles. AP.

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Uns que eu tenho

The Complete Bootleg Woodstock. Jurássicos!
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Dibujo

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Trópico, o site de arte e cultura do UOL, me encomendou uma longa reflexão sobre Cadernos de infância, de Norah Lange, que acaba de chegar às livrarias brasileiras, pelo selo da Record. Musa do modernismo argentino, uma das grandes paixões de juventude de Jorge Luis Borges, com estas memórias de sua meninice entre Mendoza e Buenos Aires, a ruiva, de estonteantes olhos azuis, filha de imigrantes noruegueses, nos legou uma obra-prima.

Não há poeta ou ficcionista que, com maior ou menor sucesso, não tenha se dedicado a lembrar sua infância, a maioria sob o condão do enlevo e do encantamento. Poucos, pelo viés da sombra. De Tolstoi a Graciliano Ramos, de Nabokov a Drummond. Quem há de esquecer, por exemplo, esta outra obra-maestra que é Infância (1945), do alagoano também autor de Vidas Secas?

No Brasil, só ele, a meu ver, se aproxima, no gênero, das disturbadoras memórias infantis da escritora argentina. Infantis? Norah Lange não faz por menos com este livro que é uma sonora bofetada nos que pensam a infância baixo as tintas da pieguice e do sentimentalismo.

Não, senhores, a infância pode ser assustadora e turva; e pode que more nela não um, mas cinco mil bichos-papões no sótão, nos cantos, debaixo das camas e das mesas ou nos quintais onde se escondem, prontos ao bote, vultos, lacraias, ameaçadores cacos de vidro.

Cadernos de Infância, da cobiçada “pelirroja” portenha deve ter sido uma influência decisiva para o cineasta Carlos Saura chegar a outra obra-prima, essa cinematográfica, e disponível nas melhores locadoras, que é, sem erro, Cria Cuervos, (1976). Com Geraldine Chaplin em momento supremo. O livro, pasmem!, é de 1937, e esbanja a atemporalidade de que só a grande arte é capaz.

Cinco irmãs, cinco meninas, filhas de um rico empresário nórdico, perplexas, todas, com o que lhes caiu de chofre nas mãos: uma existência, uma vida, um destino. Não é pouca coisa, convenhamos. Da irmã que se compraz em destroçar pequenas feridas até que fiquem em carne viva, à morte do pai a sinalizar, precoce, que viver é absurdamente provisório; e os terrores, as manias angustiadas e angustiantes, hoje chamadas TOC, na malha das quais a protagonista se sente irremediavelmente aprisionada.

Isso aí só para vos dar, a grosso modo, reles panorâmica, gentil leitor, posto que esses “recuerdos” são, do primeiro ao último capítulo, todo em fragmentos, um terreno minado pela raiz. Nascer é ser abandonado neste mundo por Deus, como nos informa outro gênio da desilusão, Yasunari Kawabata. E, pelo visto, para Norah Lange, mais fera que bela, o desamparo humano se dá, cheio de unhas, é justo no começo do começo do mundo.

Wilson Bueno (14/6/2009) O Estado do Paraná.

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Desenho de Cesar Marchesini.
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