O Sexo em Tempos de Inteligência Artificial

Sou um cidadão nascido no pós-guerra (1947) que vivenciou experiências e fatos que quando relatados provocam risos e olhares incrédulos dos chamados “Millennials”, as pessoas também conhecidas como da “Geração Y”, hoje na faixa dos 25/45 anos.

Contar as mudanças que presenciei nos últimos 50 ou 60 anos tomaria muito tempo e causaria uma debandada no público, então vou tratar apenas da que me parece ser a mais recente e que está me trazendo um misto de perplexidade e preocupação: a chegada da IA – Inteligência Artificial.

Se você não está muito ligado no tema, não se preocupe; perguntei em uma dessas ferramentas “Em que a IA está presente hoje?” e obtive a resposta em 3 segundos:
– Assistentes Virtuais;
– Sistemas de Recomendação;
– Detecção de Fraudes;
– Veículos Autônomos;
– Chatbots e Atendimento ao Cliente;
– Medicina.

Essa resposta é bastante genérica, eu sei, mas recomendo que mesmo que teu trabalho não exija ou que o assunto não seja de teu interesse, pesquise por “chatbots de IA”, escolha um tema e faça um teste.

Enquanto isso e com a ajuda de uma dessas ferramentas, o ChatGPT, traduzi e depois adaptei uma história que me parece bem apropriada:

Marido:
– “Alexa, gostaria de fazer sexo”.
Alexa:
– “Sem dúvida… Não se preocupe. Estou diminuindo as luzes e configurando seu ar-condicionado para 22 graus Celsius. O Viagra está guardado na gaveta superior direita da sua cômoda, escondido dentro de um par de meias. O gel está ao lado. Contratei a sua massagista tailandesa favorita. Ela está a apenas 12 minutos de distância, de acordo com o status da viagem no Uber. Agendei o pagamento com o seu cartão de crédito para dentro de 2 horas. Verifiquei o GPS da sua esposa e ela está fazendo compras em um shopping no subúrbio. De acordo com a lista de compras armazenada na minha memória, ela ainda irá demorar pelo menos mais 2 horas, além do tempo estimado de mais de 1 hora para chegar em casa, pela análise de tráfego do Google Maps. Aproveite o seu momento. Ah, seu preservativo está na gaveta falsa da biblioteca, atrás da enciclopédia Barsa, e a chave dessa gaveta está na sua carteira. A TV já está programada para o futebol, como sempre”.

Esta poderia ser chamada de Inteligência Artificial Masculina, mas enquanto isso…

Esposa:
– “Alexa, você configurou tudo?”
Alexa:
– “Claro! O safado acha que você vai demorar três horas, a tempo de concluir tudo e ficar assistindo o jogo até você chegar. Como ainda é cedo, o trânsito está fluindo bem e se você pegar um Uber chegará em casa em 45 minutos. Estou gravando tudo com quatro câmeras; você só precisará entrar e aí pegamos o canalha. Redigi os documentos do divórcio e mandei para seu Advogado, que aguarda o vídeo da farra que vou compartilhar ao final. Ele já respondeu que está terminando a petição e dará entrada na Vara de Família amanhã: o pedido é de $5 milhões por danos morais mais $35 mil por mês de pensão alimentícia. Seu Uber está esperando lá fora, um sedã azul. Não se preocupe, vai dar tudo certo”.

Esta poderia ser chamada de Contrainteligência Artificial Feminina. Afinal, não nos esqueçamos, a Alexa é mulher!

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Mural da História – 2010

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A vida é bela!

“Lembro-me de que meu pai começou a ensinar-me quando eu tinha cinco anos, ou, falando mais claramente, a açoitar-me quando eu tinha apenas cinco anos. Açoitava-me, dava socos nos meus ouvidos, golpeava-me pela cabeça, e a primeira pergunta que eu fazia ao despertar era: será que vou apanhar hoje? Era-me proibido participar de brincadeiras ou brincar sozinho buliçosamente.

Tinha que assistir aos ofícios religiosos matutinos e vespertinos, beijar a mão dos padres e monges, ler salmos em casa… Com oito anos, devia cuidar da loja e trabalhar regularmente como moço de recados, o que afetou muito minha de saúde, pois ele me batia quase todos os dias. Posteriormente, quando fui mandado para a escola secundária, estudava até o almoço, mas do almoço ao anoitecer tinha que ficar na loja”.

Ainda tá achando sua própria vida difícil? Imagine o que passou o moço acima! Depois se tornou médico e escritor famoso. Seu nome? Anton Chekhov.

*Rui Werneck de Capistrano é escritor nas horas vagas e fagueiras

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Elas

Marilyn Monroe.  © Tom Kelley

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Mural da História – 2010

 

6-11-2010

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Velhos não são descartáveis!

A violência física, verbal e psicológica mora dentro das nossas casas

15 de junho é o Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2011, com o propósito de denunciar as violações dos direitos dos idosos.

Desde muito jovem sou uma militante na luta contra a violência que os mais velhos sofrem dentro das próprias casas. Um dos momentos mais importantes e emocionantes da minha vida foi participar do debate sobre etarismo no Brasil na audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa no Congresso Nacional, no dia 17 de maio de 2023.

Comecei contando que sou antropóloga, professora e escritora, que já escrevi 30 livros e pesquiso a questão do envelhecimento e felicidade há quase três décadas. Disse que iria falar não como uma especialista, mas como uma militante contra o etarismo, a velhofobia, o idadismo, o ageísmo, o nome que cada um escolher.

A violência física, verbal, psicológica, o abuso financeiro, a negligência, os maus-tratos, os xingamentos e as “brincadeirinhas” que humilham e ofendem os mais velhos moram nas nossas casas. Mais de 50% da violência contra os velhos é praticada pelos próprios filhos e filhas, e mais de 10% pelos netos, netas, genros, noras e cônjuges. Não preciso citar o aumento das denúncias de violência registrado no Disque 100 porque esse número não retrata a triste realidade. A maior parte dos velhos tem medo e vergonha de denunciar a violência que sofrem dos próprios filhos e filhas.

A pandemia escancarou a velhofobia que sempre existiu no Brasil. Nós escutamos das autoridades de então que os velhos estavam atrapalhando a economia, que o grande problema do Brasil era que os velhos queriam viver até os 100 anos, que seria até bom para a Previdência se os velhos morressem logo.

Filhos, filhas, netos e netas, muitas vezes com a intenção de superproteger os mais velhos, desrespeitam o bem mais valioso que eles querem preservar: a autonomia. Para eles, a falta de autonomia é uma espécie de morte simbólica.

Desde março de 2015 eu digo que tenho 93 anos porque, desde então, só tenho amigos de mais de 90 anos. Sou chamada pelos meus amigos nonagenários de “escutadora dos velhinhos”. E o que eles me contam?

“Não tenho com quem conversar, todos os meus amigos já morreram, sou o último dos moicanos. Ninguém me escuta, ninguém tem interesse pelas minhas histórias. Me tratam como uma criança inválida, só me dão ordens: ‘toma o remédio, não pode sair sozinho de casa, não pode falar com qualquer um’. Quero continuar sendo ativo, útil, produtivo, independente, continuar fazendo as coisas que eu sempre fiz e ainda posso fazer”.

Eu repito como um mantra: o jovem de hoje é o velho de amanhã. Escute os mais velhos como você quer ser escutado amanhã. Respeite a autonomia dos mais velhos como você quer ser respeitado amanhã. Diga todos os dias para os mais velhos: “Eu te amo, muito obrigado por cuidar de mim, você é muito importante para mim. Você não é descartável, você não é inútil, você não é invisível”.

Quando eu me sinto só uma formiguinha na luta contra a violência que existe dentro das nossas casas, quando eu fico deprimida e penso em desistir, meus melhores amigos —Thaís, de 97 anos, e Guedes, de 98 anos— me dizem: “Tem que ter coragem, Mirian, coragem. Você vai sim”.

Inspirada em Martin Luther King, terminei a minha fala no Congresso Nacional, com lágrimas nos olhos, dizendo que eu tenho um sonho. Eu tenho um sonho de que um dia o velho será considerado lindo e que iremos viver em uma nação em que as pessoas não serão julgadas pelas rugas da sua pele, e sim pela beleza do seu caráter. Livres, somos livres enfim.

Minha primeira coluna para a Folha de S.Paulo, “O marido como capital”, de 1º de junho de 2010, já abordava a questão do envelhecimento e da felicidade. São mais de 13 anos escrevendo aqui sobre as dores e delícias de envelhecer no Brasil. Será que o meu trabalho de formiguinha conseguiu transformar o olhar dos meus leitores e leitoras sobre o próprio envelhecimento?

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Memória

Télia Negrão, Jacques Brandt, Ronald Simon e Margarida de Oliveira, em algum lugar do passado. © Régis Fernandes

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Ministra do Turismo é obrigada a desembarcar para dar lugar à bagagem de Lira

Daniela do Waguinho já está na esteira esperando para pegar suas coisas e ir embora.

A ministra do Turismo vai entrar em férias definitivas para dar espaço a um nome do União Brasil aliado a Lira, Celso Sabino, que já chamou o presidente da Câmara de “amigo irmão”.

O União Brasil cassou seu visto de ministra, e ela terá que voltar ao Rio de Janeiro. Com tanta mudança em menos de seis meses, uma porta giratória de hotel pode ser instalada na porta do ministério.

Daniela é mais uma prova de que no turismo todo mundo é passageiro. E que o União faz à força.

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Para sempre

E porque a solidão fosse só um começo, eu te encarei de frente sabendo, de antemão, da nossa certa e futura tragédia pessoal. Não, nem eu nem você jamais seríamos sozinhos. Eu acordava então para a glória de existir e você me comovia os olhos molhados. Seus cílios, a íris esmeralda. Talvez nem fossem tão preciosos – eu é que me inventava em você de folhas e agapanto. Era uma hora incerta e quente – disso eu me lembro – e fomos, os dois, um homem, uma mulher e a noite pânica. Pela primeira vez, em muitos anos, eu me disse que a felicidade podia ser mais que uma esperança – essa ilusão sempre renovada para não morrermos de nós mesmos – precocemente. Você também me disse, com um gesto de lábio e olhos, que só agora você era a primeira imortal em toda a história humana. E que aquele era o seu único motivo de viver.

Agora que estou morto e vigora em mim o seu cadáver simples, agora posso dizer – também pela primeira vez sem mentir – que não sonho. Você vive em mim e eu em você.

Revista Ideias|104

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Conheci Solda em 1622, numa pequena aldeia da Normandia. Ele se chamava então Geneviève e era uma encantadora moçoila de seus dezoito anos, rosto afogueado, cujo caso com um oficial inimigo provocara um escândalo sem precedentes na história da província.

Aos 24 anos, acusada de bruxaria, Solda (aliás Geneviève), foi condenada à fogueira, ao lado da abadia de Cerisy-La-Forêt, consumindo, além de um vestido novo que custara vinte francos, uma vida toda dedicada a minar a resistência dos exércitos invasores.

Depois de ser índio sioux e vampiro na Transilvânia, volto a encontrá-lo, já no século XIX, como aventureiro no Mississipi. Lembro-me ainda hoje da maneira como seu corpo foi atirado no rio e engolido pelas rodas do vapor, ao roubar descaradamente no pôquer.

Novo desaparecimento e eis que, em 1936, Solda marcha ao meu lado na campanha da Abissínia. Era um italiano da Sardenha, chamado Bertollucio, cuja maledicência não poupava nem o próprio Mussolini. Morreu no campo de batalha, praguejando, com uma flecha espetada no sub-solo.

Reencontro-o, muito tempo depois, com uma certa surpresa, na Sala de Imprensa da Prefeitura. Finjo que não o conheco (ele me deve uma ficha de pôquer há mais de cem anos). E ele, aliviado, retribui com igual e fingida indiferença.

Para quem não acredita em reencarnação, informo o seguinte: este último Solda nasceu em Itararé, São Paulo, em 1952 e igual aos seus avatares anteriores, é um sujeito que muito promete. Isto se não encontrar uma fogueira, o General Custer, uma estaca de madeira, um parceiro de pôquer violento ou uma flecha etíope pela frente.

O que eu, particularmente, acho pouco provável

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Murphy Ott. ©Zishy.

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Acervo de Paulo Motta no UniBrasil

Wanda Camargo, professora

Para quem os ama os livros se incorporam a mais do que à cultura, o conhecimento e o prazer da leitura; a simples existência física é extrapolada pelo conteúdo e o objeto passa quase a ter vida. Livros são, além do mais, bonitos e confortadores, se o teor de qualquer livro pode ser acessado talvez com maior praticidade por tablets e smartphones nada substitui para os bibliófilos o prazer de manipular um livro “de papel”.

É comum que se identifique trechos inteiros de livros amados e respeitados, desde a criança ainda não alfabetizada que sabe de cor as falas de fadas e bruxas do volume colorido que leem para ela até o grande jurista que não precisa mais consultar obras de referência para embasar pareceres pois as conhece em profundidade e fidelidade.

Uma biblioteca não é uma propriedade, como um templo não deveria ser, pertence à humanidade como repositório de guarda de tudo que a civilização pensou e é muito da alma de quem a forma.

Por isso tudo o UniBrasil é grato a Ana Paula Motta pela doação de parte da biblioteca de seu irmão, o advogado Paulo Roberto Ferreira Motta. São mais de mil volumes, a maioria deles da área jurídica e que serão precioso complemento à formação de muitos novos advogados.

Paulo Motta, como era mais conhecido, formou-se pela Universidade Federal do Paraná, onde realizou mestrado e doutorado em Direito. Foi sócio do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo, membro do conselho consultivo da Sociedade Brasileira de Direito Público, sócio do Instituto Paranaense de Direito Administrativo, procurador 1a classe – Procuradoria Geral do Estado do Paraná, conselho superior – suplente – Procuradoria Geral do Estado do Paraná, professor licenciado da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, membro fundador do Instituto Brasileiro de Estudos da Função Pública, professor licenciado do Centro Universitário Curitiba, colaborador – Revista APEP – A revista dos Procuradores do Estado do Paraná, colaborador – Solda Cáustico – blog e colaborador – Blog do Zé Beto. Atuou em diversas áreas de Direito, principalmente nos temas: administração pública, serviço público, direito administrativo, regulação e concessionárias de serviço público.

Foi casado com a advogada e professora Raquel Dias da Silveira Motta, falecida prematuramente. O casal deixou um filho, Bruno.

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