Bife Sujo

Alberto Melo Viana, o Baiano, Ivo Rodrigues, Gigante e Toninho Stinghen, em algum lugar do passado. Foto de Misquici, enviada por Neri da Rosa.

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Mural da História – 2010

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Itararé

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Anotações gerais, incluindo nunca escrever sobre aquela mulher da escola

Repetir a ressonância e produzir a série com belas modelos gordas, a ‘XL Bündchen’

Me vestir de glúten (trigo) para uma festa de Halloween. Criar um videocast chamado “Discovery Xanal”, com entrevistas sobre expedições na mata vaginal.

Ganhar na Mega-Sena acumulada, dar R$ 5 milhões para o padre Júlio Lancellotti, investir o resto em roteiros que serão aclamadíssimos e provar para todas as jovens recém-chegadas de cursos de cinema em NY (que ganham cargos altos em empresas de streaming) que tudo bem ignorar o plot da página 18, a virada de subplot na página 28 e a semivirada de meio de plot da meia página da página exata do meio do plot. Cada vez que uma semiexecutiva de plot se forma em NY, um artista desfalece de tédio no chão frio de um banheiro.

Nunca mais tentar abrir espacate só para fazer piada para a minha filha.

Repetir a ressonância do quadrado lombar.

Produzir uma série empoderadíssima com belas modelos gordas e influencers body positive chamada XL Bündchen.

Não fingir costume da próxima vez que encontrar o Caetano Veloso –tudo bem pedir uma foto e chorar.

Beijar mesmo que eu esteja com metade de um bauru na boca, porque depois dá muito trabalho explicar que era um bauru e não um ensimesmamento ególatra que me torna incapaz de amar.

Me vestir de lactose (garrafa de leite) para uma festa de Halloween.

Criar um podcast chamado “Se Ela Não Sabe, Quem Sabe?” e entrevistar apenas mulheres com mais de 50 anos.

Nunca mais sair catando brinquedos pelo chão com a perna reta. Lembrar de sempre agachar (com os joelhos virados para a frente) usando as coxas.

Repetir a ressonância pélvica.

Usar “deslizamento metonímico” e “evitamento da pulsão escópica” na minha próxima sessão de análise, para impressionar.

Fazer a análise pra valer em vez de querer impressionar.

Descobrir se anandamida é mesmo um tipo de THC produzido naturalmente pelo ser humano ou se aquele médico estava chapado de um THC produzido naturalmente pela estufa dele.

Não esquecer que o laranja do salmão vendido no Brasil é somente a coloração de um peixe (que não é salmão) que está em sofrimento. Pesquisar onde vende salmão silvestre. Lembrar que o nome correto é salmão selvagem. Me organizar para ir ser selvagem por entre árvores e esquecimentos. Fernando Pessoa. Maria Bethânia. Better, better, Beta, Beta, Bethânia. Please send me a letter. Comprar ingresso para o show do dia 13 de agosto. Rio de Janeiro. Disco “Transa”. Três médicos falaram que eu não tenho TDAH. Tati desencana ainda hoje. Tati deusa agora hiberna. Tati durma agora histérica.

Registrar todas as ideias antes de contá-las. Jamais escrever crônicas com nomes e ideias sem antes registrá-las. Nem se faltar assunto.

Trabalhar menos ganhando mais porque já tenho quase 45 anos e estou exausta e preciso de tempo para ler e estudar. Não aceitar tudo o que me passam de trabalho. Melhor ser feliz do que ser rica. Ainda tenho 44 anos, então tudo bem, daqui a um ano penso nisso.

Rezar toda noite na esperança de que um dia eu consiga me livrar da lista mental de pessoas das quais me vingar que faço todos os dias no banho desde os 11 anos. Como a lista cresce exponencialmente, gasto água demais. E energia. E gás. E a minha pele.

Ter um programa de TV chamado “Quebra de Decoro” só com políticos e políticas e polítix que estão muito irritados e irritadas e irritadix. Não complicar e dizer apenas “toda semana uma pessoa bravíssima envolvida com política” na hora do pitching.

Perceber que se você continuar se irritando com todo mundo que é lerdo ou devagar ou quase parando só vão sobrar amigos ansiosos, irritados e neoliberais e você vai se manter exatamente como é, sem evoluir nada.

Reconsiderar o parágrafo anterior: pensando bem, isso é bom.

Jamais, jamais, jamais, escrever uma crônica sobre aquela mulher da escola.

Comprar o travesseiro de corpo inteiro.

Aceitar que não vai resolver.

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É sempre bom lembrar

Patrícia Poeta Pfingstag (São Jerônimo, 19 de outubro de 1976) é jornalista.

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Flagrantes da vida real

Edição limitada. © Maringas Maciel

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Mural da História

Luiz Antonio Stinghen, Roberto Requião, Alberto Melo Viana e Ali Chain, em algum lugar do passado.  © Julio Covello

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Flagrantes da vida real

Na Itália, como os italianos. © Maringas Maciel

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MON promove encontro para educadores com Leila Pugnaloni

A artista Leila Pugnaloni realiza no Museu Oscar Niemeyer um encontro do MON na Escola – programa voltado para estudantes, professores do ensino público e privado e profissionais de mediação cultural. A atividade acontecerá em 28/6, em duas sessões: 9h30 e 14h. É necessário realizar inscrição prévia.

A artista acompanhará os inscritos numa mediação pela mostra “Tela”, que reúne trabalhos de fases distintas de sua carreira, seguida de uma oficina artística.

O programa MON na Escola é direcionado a professores do ensino público e privado, alunos de licenciatura e outros profissionais da área de mediação cultural. Os encontros são mensais e gratuitos, com emissão de declaração de participação.

Neste mês, o projeto une-se com o Permanência na Arte – programa da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba (SME), destinado a professores de arte da rede municipal.

Em cartaz

A exposição “Tela”, em cartaz na Sala 7, reúne 131 obras, com curadoria de Marco Antonio Teobaldo. Uma profusão de cores e pinturas em grande escala divide espaço com delicados desenhos em nanquim, frutos de suas observações cotidianas, além de desenhos realizados in situ, o que personaliza a sala expositiva.

Sobre a artista

Leila Pugnaloni é pintora, escultora e desenhista. Iniciou seus estudos em arte em 1976, com o curso de História da Arte e Desenho no Atelier do Museu Alfredo Andersen, em Curitiba. Na mesma década, estudou na Escola de Música e Belas Artes do Paraná e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage), no Rio de Janeiro. Foi aluna do curso de Gravura em Metal no The Art Students League of New York, em 1982. No ano seguinte, cursou Litografia e Gravura em Metal na Casa da Gravura do Solar do Barão, na Fundação Cultural de Curitiba. Ao longo de sua extensa carreira, a artista realizou mais de 20 exposições individuais e participou de mais de 40 mostras coletivas. Seu trabalho ilustra livros, jornais e revistas.

SOBRE O MON

O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com aproximadamente 14 mil obras de arte, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.

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O pacto de Lula e Macron

©Ricardo Stuckert

Ao convidar Lula para a Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, que começou nesta quinta (22) em Paris, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que um dos objetivos da reunião é alertar a parte desenvolvida do mundo para o erro que é impor o dilema entre preservação ambiental e desenvolvimento social aos países em desenvolvimento. A fala foi vista com otimismo pela diplomacia brasileira, que enxerga de maneira mais otimista a reunião entre o presidente francês e Lula.

Lula foi ao encontro promover uma série de reuniões bilaterais, mas um dos principais objetivos é encontrar Macron, o que está previsto para ocorrer nesta sexta (23).

Lula quer usar a declaração de convite para arrancar um compromisso do colega francês. Ele deve argumentar contra o que considera ser uma tentativa de impor cláusulas draconianas na negociação da Europa com o Mercosul.

Europeus vêm incluindo novas exigências ambientais e estabelecem até sanções contra países sul-americanos em caso de descumprimento das regras impostas pela Europa. Para Lula, quando se trata de um acordo entre parceiros deve haver “confiança mútua”.

A principal resistência para o avanço do acordo de livre comércio é justamente da França, que teme a concorrência do agronegócio brasileiro, mais competitivo. Na conversa, Lula espera destravar as dificuldades e encontrar um termo em que o acordo saia do papel.

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Tertúlias d’antanho

Menino de calças curtas, aquele tempo em que as calças curtas eram uma marca dos meninos de minha geração já costumava bisbilhotar as rodas literárias da cidade. Onde andarão os poetas e, sobretudo as poetisas dessa Curitiba que o vento levou? Tão sucinto, o Tempo, este deus que não dorme! No Centro de Letras do Paraná, todas as quintas-feiras dava-se o formidável espetáculo das tertúlias das cinco da tarde.

Levado pela mão do inesquecível poeta-trovador Vasco Taborda Ribas, assistia, extasiado, às declamações das odes altissonantes em louvor de pinheiros e pinheirais.

Mas as tertúlias não se limitavam aos poetas agregados ao Centro de Letras. Lembro uma convidada freqüente: a poetisa Conchita de Las Flores. Sim, leitor, Conchita de Las Flores. Por certo pseudônimo da espanholona fornida, extraviada cá pela terra das araucárias.

Recordo nítido: no saguão do Centro de Letras, e não no auditório, se dava o espetáculo de dança e versos de Conchita de Las Flores. A performance pedia espaço… De fartos seios e colo debruado de colares de contas, Conchita arrebatava!

Velhotes de todos os naipes, chapéus e bigodes, formavam uma roda, e no centro dela, Conchita recitava Garcia Lorca com voz estridente e acento madrilenho. Aquele, das personagens de Almodóvar…

Curioso era o abrir e fechar-se da roda em torno, pois, num crescendo, a inquietação de Conchita de Las Flores alcançava limites inomináveis, afastando e aproximando a platéia em pé, num círculo de aplausos. Ao centro Conchita incendiava.

A lhe marcar os meneios, o ritmo preciso das castanholas e os versos cadentes de Romance Sonâmbulo: “verde que te quiero verde”…

Já em casa da poetisa Elga Becker, então celebrada autora de um único livro, Caramujos de Vidro, o espetáculo era, digamos, mais recatado. Tertúlias regadas a empadinhas e sublimes limonadas que o paladar do menino não esquecerá jamais. No centro do salão, o piano Essenfelder. À beira dele, com um invariável magricelo a dedilhar Tristesse, de Chopin, parece vejo de novo, lencinho na mão, colo arfante, a anfitriã recitava.

Ao primeiro verso que vigoroso se projetava no salão, o silêncio era um desses silêncios tumulares e onde se ouvia o tilintar das taças de Sèvres nas cristaleiras. Também a voz entre o forte sotaque curitibano e a contribuição de um longínquo alemão trincava os cristais.

E era quase um bordão: “Recitarei, de minha própria lavra, mais uma ode em louvor de nossos augustos pinheiros!” E desatava: “Verde taça em copa flamante/dourada ao poente em chama/luzes assim poema em rama/mal caia o sol no horizonte”.

O menino deslumbrava-se. A noitinha, hoje velha de meio século, chegava, friolenta, curitibana. E o menino pobre, ainda mais fascinado, via acender-se, no salão do Batel, mágicos, os lustres de mil pingentes!

29|06|2008|O Estado do Paraná

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© Jan Saudek

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