Misty Lovelace. © Zishy

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A lira do tardígrafo

Os tardígrados são micro animais que podem sobreviver nas condições mais severas: pressão extrema, temperatura extrema, radiação, desidratação, fome – até mesmo exposição ao vácuo do espaço sideral. As criaturas foram descritas pela primeira vez pelo zoólogo alemão Johann Goeze em 1773.

Tardígrafo, o bicho mais resistente da natureza. Arthur Lira, presidente da câmara dos deputados, pertence à família dos tardígrafos, o mais resistente entre os resistentes, porque alagoano, o povo que hoje resiste mesmo morto ao afundamento do solo de sua capital: Maceió perde ruas, casas e agora perde sepulturas devido a obras públicas no solo; obras superfaturadas, que dúvida. Lira mantém Lula de joelhos, na posição mais obscena e humilhante para um político; e não há maldição de Eduardo Cunha ou sortilégio de Sérgio Moro que o detenha. A última de Lira envolve a ex-mulher, Julyenne, um prenome de larga aceitação na sociedade alagoana.

Lira açula os filhos contra a mãe para tirarem dela o apartamento que, no divórcio, recebeu em usufruto. O usufruto no Brasil é artimanha que pode esconder safadeza: ou é para driblar partilha ou inventário, deixando alguém usando e tendo os frutos sem ter a propriedade. Tem muito nas separações, quando não se pretende deixar o cônjuge separado com patrimônio que pode dilapidar com terceiro, pivô ou vítima na separação. Lira separou-se da mulher e deixou apartamento em usufruto para ela e a propriedade para os filhos. Julyenne mudou-se para o apartamento, viveu lá por algum tempo e foi embora. Diz ela que era perseguida pelo ex-marido; aqui uma presunção que dispensa prova em contrário.

Julyenne descobriu que foi passada para trás, assim igual Lula no trato com Lira: este promete, finge entregar, mas nunca entrega e para entregar exige pagamento em dobro. Foi assim: o apartamento não estava em nome nem dela, nem de Lira, nem dos filhos. Estava em nome de Fernando Collor, que o entregou a Lira sem papel passado para pagar apoio à sua candidatura ao governo de Alagoas: valor R$ 999 mil. Quando descobriu os acordes da lira, Julyenne parou de pagar o condomínio, que penhorou o apartamento e processou os filhos – também enganados pelo pai na partilha, no lance do usufruto. Briga de família, sim, que tem por trás uma de tantas mutretas de Arthur Lira, o tardígrafo que manda no Brasil.

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Flagrantes da vida real

Descansando. © Maringas Maciel

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Quatro hectares de trigo foram queimados. A princípio, trata-se de um incêndio.

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Girl with a straw hat. © Jan Saudek

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Faça propaganda e não reclame

Lurjambre.  © Life

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O Sexo em Tempos de Inteligência Artificial

Sou um cidadão nascido no pós-guerra (1947) que vivenciou experiências e fatos que quando relatados provocam risos e olhares incrédulos dos chamados “Millennials”, as pessoas também conhecidas como da “Geração Y”, hoje na faixa dos 25/45 anos.

Contar as mudanças que presenciei nos últimos 50 ou 60 anos tomaria muito tempo e causaria uma debandada no público, então vou tratar apenas da que me parece ser a mais recente e que está me trazendo um misto de perplexidade e preocupação: a chegada da IA – Inteligência Artificial.

Se você não está muito ligado no tema, não se preocupe; perguntei em uma dessas ferramentas “Em que a IA está presente hoje?” e obtive a resposta em 3 segundos:
– Assistentes Virtuais;
– Sistemas de Recomendação;
– Detecção de Fraudes;
– Veículos Autônomos;
– Chatbots e Atendimento ao Cliente;
– Medicina.

Essa resposta é bastante genérica, eu sei, mas recomendo que mesmo que teu trabalho não exija ou que o assunto não seja de teu interesse, pesquise por “chatbots de IA”, escolha um tema e faça um teste.

Enquanto isso e com a ajuda de uma dessas ferramentas, o ChatGPT, traduzi e depois adaptei uma história que me parece bem apropriada:

Marido:
– “Alexa, gostaria de fazer sexo”.
Alexa:
– “Sem dúvida… Não se preocupe. Estou diminuindo as luzes e configurando seu ar-condicionado para 22 graus Celsius. O Viagra está guardado na gaveta superior direita da sua cômoda, escondido dentro de um par de meias. O gel está ao lado. Contratei a sua massagista tailandesa favorita. Ela está a apenas 12 minutos de distância, de acordo com o status da viagem no Uber. Agendei o pagamento com o seu cartão de crédito para dentro de 2 horas. Verifiquei o GPS da sua esposa e ela está fazendo compras em um shopping no subúrbio. De acordo com a lista de compras armazenada na minha memória, ela ainda irá demorar pelo menos mais 2 horas, além do tempo estimado de mais de 1 hora para chegar em casa, pela análise de tráfego do Google Maps. Aproveite o seu momento. Ah, seu preservativo está na gaveta falsa da biblioteca, atrás da enciclopédia Barsa, e a chave dessa gaveta está na sua carteira. A TV já está programada para o futebol, como sempre”.

Esta poderia ser chamada de Inteligência Artificial Masculina, mas enquanto isso…

Esposa:
– “Alexa, você configurou tudo?”
Alexa:
– “Claro! O safado acha que você vai demorar três horas, a tempo de concluir tudo e ficar assistindo o jogo até você chegar. Como ainda é cedo, o trânsito está fluindo bem e se você pegar um Uber chegará em casa em 45 minutos. Estou gravando tudo com quatro câmeras; você só precisará entrar e aí pegamos o canalha. Redigi os documentos do divórcio e mandei para seu Advogado, que aguarda o vídeo da farra que vou compartilhar ao final. Ele já respondeu que está terminando a petição e dará entrada na Vara de Família amanhã: o pedido é de $5 milhões por danos morais mais $35 mil por mês de pensão alimentícia. Seu Uber está esperando lá fora, um sedã azul. Não se preocupe, vai dar tudo certo”.

Esta poderia ser chamada de Contrainteligência Artificial Feminina. Afinal, não nos esqueçamos, a Alexa é mulher!

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Mural da História – 2010

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A vida é bela!

“Lembro-me de que meu pai começou a ensinar-me quando eu tinha cinco anos, ou, falando mais claramente, a açoitar-me quando eu tinha apenas cinco anos. Açoitava-me, dava socos nos meus ouvidos, golpeava-me pela cabeça, e a primeira pergunta que eu fazia ao despertar era: será que vou apanhar hoje? Era-me proibido participar de brincadeiras ou brincar sozinho buliçosamente.

Tinha que assistir aos ofícios religiosos matutinos e vespertinos, beijar a mão dos padres e monges, ler salmos em casa… Com oito anos, devia cuidar da loja e trabalhar regularmente como moço de recados, o que afetou muito minha de saúde, pois ele me batia quase todos os dias. Posteriormente, quando fui mandado para a escola secundária, estudava até o almoço, mas do almoço ao anoitecer tinha que ficar na loja”.

Ainda tá achando sua própria vida difícil? Imagine o que passou o moço acima! Depois se tornou médico e escritor famoso. Seu nome? Anton Chekhov.

*Rui Werneck de Capistrano é escritor nas horas vagas e fagueiras

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Elas

Marilyn Monroe.  © Tom Kelley

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Mural da História – 2010

 

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Velhos não são descartáveis!

A violência física, verbal e psicológica mora dentro das nossas casas

15 de junho é o Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2011, com o propósito de denunciar as violações dos direitos dos idosos.

Desde muito jovem sou uma militante na luta contra a violência que os mais velhos sofrem dentro das próprias casas. Um dos momentos mais importantes e emocionantes da minha vida foi participar do debate sobre etarismo no Brasil na audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa no Congresso Nacional, no dia 17 de maio de 2023.

Comecei contando que sou antropóloga, professora e escritora, que já escrevi 30 livros e pesquiso a questão do envelhecimento e felicidade há quase três décadas. Disse que iria falar não como uma especialista, mas como uma militante contra o etarismo, a velhofobia, o idadismo, o ageísmo, o nome que cada um escolher.

A violência física, verbal, psicológica, o abuso financeiro, a negligência, os maus-tratos, os xingamentos e as “brincadeirinhas” que humilham e ofendem os mais velhos moram nas nossas casas. Mais de 50% da violência contra os velhos é praticada pelos próprios filhos e filhas, e mais de 10% pelos netos, netas, genros, noras e cônjuges. Não preciso citar o aumento das denúncias de violência registrado no Disque 100 porque esse número não retrata a triste realidade. A maior parte dos velhos tem medo e vergonha de denunciar a violência que sofrem dos próprios filhos e filhas.

A pandemia escancarou a velhofobia que sempre existiu no Brasil. Nós escutamos das autoridades de então que os velhos estavam atrapalhando a economia, que o grande problema do Brasil era que os velhos queriam viver até os 100 anos, que seria até bom para a Previdência se os velhos morressem logo.

Filhos, filhas, netos e netas, muitas vezes com a intenção de superproteger os mais velhos, desrespeitam o bem mais valioso que eles querem preservar: a autonomia. Para eles, a falta de autonomia é uma espécie de morte simbólica.

Desde março de 2015 eu digo que tenho 93 anos porque, desde então, só tenho amigos de mais de 90 anos. Sou chamada pelos meus amigos nonagenários de “escutadora dos velhinhos”. E o que eles me contam?

“Não tenho com quem conversar, todos os meus amigos já morreram, sou o último dos moicanos. Ninguém me escuta, ninguém tem interesse pelas minhas histórias. Me tratam como uma criança inválida, só me dão ordens: ‘toma o remédio, não pode sair sozinho de casa, não pode falar com qualquer um’. Quero continuar sendo ativo, útil, produtivo, independente, continuar fazendo as coisas que eu sempre fiz e ainda posso fazer”.

Eu repito como um mantra: o jovem de hoje é o velho de amanhã. Escute os mais velhos como você quer ser escutado amanhã. Respeite a autonomia dos mais velhos como você quer ser respeitado amanhã. Diga todos os dias para os mais velhos: “Eu te amo, muito obrigado por cuidar de mim, você é muito importante para mim. Você não é descartável, você não é inútil, você não é invisível”.

Quando eu me sinto só uma formiguinha na luta contra a violência que existe dentro das nossas casas, quando eu fico deprimida e penso em desistir, meus melhores amigos —Thaís, de 97 anos, e Guedes, de 98 anos— me dizem: “Tem que ter coragem, Mirian, coragem. Você vai sim”.

Inspirada em Martin Luther King, terminei a minha fala no Congresso Nacional, com lágrimas nos olhos, dizendo que eu tenho um sonho. Eu tenho um sonho de que um dia o velho será considerado lindo e que iremos viver em uma nação em que as pessoas não serão julgadas pelas rugas da sua pele, e sim pela beleza do seu caráter. Livres, somos livres enfim.

Minha primeira coluna para a Folha de S.Paulo, “O marido como capital”, de 1º de junho de 2010, já abordava a questão do envelhecimento e da felicidade. São mais de 13 anos escrevendo aqui sobre as dores e delícias de envelhecer no Brasil. Será que o meu trabalho de formiguinha conseguiu transformar o olhar dos meus leitores e leitoras sobre o próprio envelhecimento?

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Memória

Télia Negrão, Jacques Brandt, Ronald Simon e Margarida de Oliveira, em algum lugar do passado. © Régis Fernandes

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