Funk do achaque

A câmara dos deputados aprova a MP dos ministérios. O barato de Arthur Lira saiu caro para o Brasil. Bandidos por ora saciados, petistas com boquinhas garantidas, a coisa anda antes de desandar de novo, e assim vamos, cambeteando e trupicando como a pinguça do Marvada Pinga. A taxa de proteção custou alguns bilhões, palavra que rima com ladrões. Está tudo bem até a semana que vem.

O Centrão olha Lula com a volúpia de Rita Lee, “meu bem, você me dá água na boca”. Mas Rita se foi, doce e terna lembrança aos que a adoramos. E Lula só é Roberto de Carvalho para Janja. Como no Brasil a desgraça é aprendizado diario, teremos que dançar com MC Lira e seu funk do achaque.

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Cruelritiba: ousadia aos 20 anos

Lina Faria. Autorretrato

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O país voltou; Lula, quase

Governo mostrou que renovou agenda regional, mas apoio a Maduro é inaceitável

Promovida pelo presidente Lula, a reunião dos governantes sul-americanos, na terça-feira (30), marca o reingresso do país à esfera política regional, depois do isolamento imposto por Jair Bolsonaro. Eis uma boa oportunidade para rever as experiências anteriores que não convém repetir.

No passado, a linha adotada pelos governos do PT assentou-se em três pilares: a integração comercial por meio do Mercosul; a integração física com a Iirsa (Integração da Infraestrutura Regional Sul-americana) e a concertação política com a Unasul (União de Nações Sul-americanas). Seus objetivos, fomentar o comércio inter-regional, adensar as conexões das redes de transporte e energia e manter a paz, o diálogo e certa autonomia frente aos Estados Unidos.

Os resultados, porém, decepcionaram: além de crescer pouco, os fluxos intrarregionais perderam importância para as trocas de cada país com a China; faltaram recursos para projetos de infraestrutura plurinacionais; e, para mal dos pecados, a entrada de empresas brasileiras de construção pesada na vizinhança produziu grandes escândalos de corrupção.

O diálogo ficou ao sabor dos alinhamentos políticos entre governos, para naufragar de vez quando presidentes de esquerda foram substituídos por direitistas.

A Unasul, fundada em 2008, foi o único dos três pilares fincado no período petista. A proposta de Lula para reanimá-la agora encontrou resistência de países que criticaram sua estreita politização.

Reconstruir um fórum de diálogo dependerá assim de evitar o que a inviabilizou e de buscar o que pode tornar relevante uma nova iniciativa de concertação. Fazer dela um espaço onde caibam todos os Estados, sejam quais forem as orientações políticas dos respectivos governantes de turno, é a primeira providência. Transformá-la em arena de discussão de temas regionais importantes e unificadores deve-se lhe seguir de perto. Finalmente, numa zona de periódicas turbulências políticas, será crucial criar incentivos para que seus membros respeitem as regras democráticas.

Do Brasil, o desafio demanda uma política exterior pragmática, que inclua todos os países da região; contida, para prevenir a exibição de simpatias políticas por tal ou qual governo que amanhã poderá ser substituído por seu adversário; inequívoca na defesa da economia sustentável e do regime de liberdades.

A fala de Lula na abertura do encontro de Brasília mostrou a adesão de seu governo a uma agenda regional renovada. Fora de hora e de lugar —de fato, inaceitáveis— foram porém as suas derramadas boas-vindas ao ditador venezuelano Nicolás Maduro.

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2009

6 de março de 2009

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Rock’n’reggae

A dupla Sly & Robbie.  © Dean Rickards

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Fraga

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Menina vai de rosa, menino de azul e o avião do tio da Damares vai de verde

O avião do tio da senadora Damares Alves foi apreendido com 290 kg de maconha. A senadora teve que atualizar o bordão: aviões agora vão de verde. O avião decolou exatamente às 4h20 da manhã.

“Porque são patriotas, usam a cor da bandeira”, se defendeu a ministra.

Se o avião bolsonarista for da FAB, ele vai de branco, como demonstrou a comitiva de Bolsonaro em 2019, quando 39kg da droga foram apreendidas em uma viagem oficial.

A senadora disse que foi a igreja que denunciou o tráficod e drogas, mas foi desmentida. Depois de Damares ver Jesus na goiabeira, quem viajou no avião da Igreja Quadrangular viu Jesus, Oxalá, Jah, Buda, Maomé, Krishna, e outras deidades debaixo de um pé de folhas verdes de cinco pontas.

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Baixando de bike no barro do Bigorrilho

Eu tinha dezesseis anos, uma tarde banal de domingo no inverno, ia pegar o ônibus para o Clube Curitibano quando aquilo me bateu feio no peito. Não estava preparado. Não sabia o que era. Mas doía. Demais. Fui apresentado: “Muito prazer, angústia existencial.” Só depois, lendo Sartre e Camus, juntei o nome à pessoa. Pegou forte.

No barzinho da sinuca no quarto andar do Curitibano, o misto quente e a Coca Cola tinham perdido todo o sabor. Dei uma desculpa esfarrapada à turma e voltei para casa. Domingo fim de tarde tinha o programa de jazz do Virmond. Parecia proposital. Billie Holiday, do fundo de sua Angst, cantou para mim Gloomy Sunday. O folclore jazzístico apelidou a música de “a canção do suicídio húngaro”, em função da nacionalidade do compositor.

Sunday is gloomy, my hours are slumberless/Dearest, the shadows, I live with are numberless (Domingo é tétrico, minhas horas insones/Querido, as sombras em que vivo são intermináveis.)

A noite de agosto chegou rápida, tenebrosa, garoa fina e umidade glacial, pegajosa. Nossa casa era onde terminava a Alameda Carlos de Carvalho, uma alameda sem nenhum pé de árvore. Eu precisava de um antídoto contra aquele veneno desconhecido e insidioso. Peguei uma velha bicicleta enferrujada que já conhecera melhores dias e parti para os pagos do Bigorrilho. Passava – só eu na rua – pelas casinhas iluminadas, aquelas pessoas na sala de jantar ouvindo rádio, ainda não havia TV, protegendo-se umas às outras da solidão.

Além da minha casa, as ruas não eram calçadas, barro puro. E as ruas do Bigorrilho eram ladeiras assassinas, com ângulos de 45 graus ou mais. Montanhas-russas, tobogãs de lama. Ignorava meu potencial atlético, mas encarei alguns declives assustadores. Depois da queda livre, havia o esforço de subir a pé com a bicicleta para empreender um novo mergulho. Me empolguei pela brincadeira.

Em Caiobá eBaixando de bike no barro do Bigorrilhou praticava um exercício zen de saltitar entre as pedras à beira-mar, você não dava margem para o desequilíbrio, pairava praticamente o tempo todo entre uma rocha e outra. Fiz coisa parecida nos fundões do Bigorrilho.

Voltei para casa todo molhado, enlameado, mas com a alma lavada. Foi assim que comecei a sobreviver aos domingos que, para mim, ainda são terríveis.

Publicado em Roberto Muggiati - branca7leone | Deixar um comentário
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Novo bilhete para Luiz Inácio

Companheiro presidente:

Lestes o editorial do Estadão do final de semana? O pessoal do centenário jornal paulista está tão preocupado quanto nós com a vossa atual postura, para não dizer desgoverno. “Lula ‘perdido’ da Silva” é o título do editorial.

No texto, o editorialista atinge o cerne da questão já no primeiro parágrafo: “É difícil acompanhar a política nacional e não se espantar com o fato de que o governo do Presidente Lula da Silva não completou cinco meses, mas já está imerso em confusões que fazem parecer precocemente envelhecido, como se já estivesse padecendo da fadiga de material típica de fim de mandato”.

Assinala que “Lula parece perdido”. Queria governar o país pela terceira vez, submetera-se ao desgaste de uma violenta campanha eleitoral, mas “ainda não sabe exatamente para quê”. E a publicação indaga aonde Lula quer levar o Brasil? “Qual seu plano estratégico para o País?”

É isso aí, companheiro. Estamos todos, vossos eleitores de 2022, querendo uma resposta.

Outro dia, dissestes que “não voltaria à Presidência para ser menor” do que fora nos mandatos anteriores. Mas é o que estás fazendo, Luiz Inácio. Parece ter entregue o governo para o Centrão e o comando ao Arthur Lira. Vejas o que estão tentando fazer com os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, bem na vossa frente!

Enquanto isso, V. Exª. corres o mundo, levas a vossa Janja para passear, brigas com o Banco Central e preocupa-se com a guerra na Ucrânia. Por seus turnos, a garimpagem criminosa permanece nas terras yanomamis e até o MST continua fazendo das deles. Cadê a autoridade, excelência?

Pior do que isso é bajulares delinquentes como Nicoláu Maduro e depois seres repreendido, em vossa própria casa, pelos presidentes do Uruguai e do Chile…

Estás cansado, presidente? Desestimulado? Doente? Ou apenas perdestes o ânimo de governar, sem paciência para enfrentar os “picaretas” do Congresso? Se sim, faças o seguinte: entregues o bastão para o Geraldo (ele tem experiência e gana) e fiques acomodado na arquibancada, fazendo carinhos na Janja. Podes até, de vez em quando, dar uns palpites – ainda que infelizes, como a indicação do Cristiano Zanin, para o Supremo Tribunal Federal. Vossa missão principal – que era livrar o Brasil do psicopata e homicida – já foi cumprida.

P.S. I – O excelente escritor moçambicano Mia Couto, em entrevista para a revista Veja, recomenda certa paciência com Lula ainda: “Não são apenas temas de ordem política e administrativa que estão em jogo. Nos encontramos hoje diante de um Brasil profundamente rachado e isso, para mudar, leva tempo. Lula vai precisar consolidar uma democracia escutando adversários, cedendo, tecendo alianças. Será necessário estar junto daqueles que não são da mesma cor política em prol de um projeto de país. Não há espaço para cultivar a arrogância”. Entendeu, Lula?

P.S. II – Com esta coluna, o colunista entra em merecidas férias. Não sabe quando voltará. Talvez quando Lula recomeçar a governar. Ou tirar o time de campo. Os meus nove leitores nem sentirão a falta.

Publicado em Célio Heitor Guimarães | Deixar um comentário
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Não haverá mais polacos?

Tenho para mim, que é sempre tempo de homenagear os polacos, esta gente que conosco construiu boa parte da mais recente história paranaense. Amo os polacos e tenho por eles uma empatia que, como dizia minha saudosa Helena Kolody (uma “quase-polaca”…), se perde “na trevosa noite dos tempos”.

Foi com eles, os polacos, que a família, recém-chegada do Norte pioneiro, migrantes de cara encardida e modos bugres, aprendemos a fazer as compotas de pepino, além do chucrute em folhas de parreira que embora não seja uma iguaria tipicamente polaca, eles dominavam à perfeição.

Nas discórdias, comuns nas vilas proletárias de então, nos xingavam — “negrada!”; nós, de nosso lado, cuspíamos o insulto escabroso — “polacada azeda!”… No fundo, e na superfície, em tudo éramos iguais. E a nostalgia bate espessa a cada vez que, por um motivo ou outro — agora, foi uma comovente exposição no Museu Paranaense, chamada Raízes do Paraná —, me vejo às voltas com eles, os polacos. Misturou-se nossa vida de tal modo à deles que, por vezes, me sinto um polaco inteiro…

Por certo não é índio, nem bugre, o sentimento em que me flagro, com freqüência, a chorar pitangas e amoras. Também me vem deles, dos polacos, e sinto isso quase como uma matéria táctil, o incurável lirismo que já me integrou o perfil e o jeito — irreversivelmente.

Não para menos, leitor: ao tempo em que, crianças, ainda existiam os filhos de legítimos polacos vindos da velha Polska, me criei com eles, rolando nas brigas infames no chão de terra da Visconde de Nácar; ao lado deles estudei nas escolas públicas; com eles, o jogo do bafo das balas Zéquinha.

Além, claro, do privilégio de conviver, da adolescência até o último dia de sua breve vida, com, dos polacos, o mais insigne — o poeta Paulo Leminski. A quem eu chamava de “Pablo”, como a seu irmão, outro polaco inolvidável, que, sendo Pedro, passou a se chamar “Piotr”, entre os íntimos.

Com ambos revirei as noites cachorras da Curitiba daquele tempo e pusemos, mais de uma vez, nossa vida ao avesso, não é mesmo Jaime Lechinski? Ou me desminta aí poeta Thadeu Wojciechowski! E juntos compusemos sonetos, canções, haicais. E nos passeios e escaladas ao Marumbi, melhor do que nós ou a memória de nós, que o digam mochilas, violões, estrelas…

Olho lá longe, e em meio à lembrança de meus mortos queridos, o que vejo lá é mais que um quadro de Andersen invadido pelo entardecer de Curitiba. Na memória antiga, vislumbro, como a uma fotografia, a velha “ômama”, lenço na cabeça, sentadinha numa solitária cadeira posta no quintal, o avental sobreposto ao comprido vestido até os pés – estes, por sua vez, enfiados nas meias e nos chinelos. À volta dela, muito eretos, rindo, sujinhos, as franjas cor de milho, quatro ou cinco polaquinhos
— endiabrados.

Olhar lá atrás, assim, é quase uma lágrima.

(Ao Thadeu Wojciechowski) Texto publicado como posfácio do livro “A Banda Polaca”, de Dante Mendonça

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Domino Madsen. © Zishy

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O L com que contamos para não deixar Marina e Sonia sozinhas

São fortes as correntes que querem pura e simplesmente aumentar o PIB, não importam as consequências.

A Câmara mostrou no meio da semana o insustentável peso do atraso no Brasil. Esvaziou os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, flexibilizou as leis que impedem a devastação da Mata Atlântica — enfim, jogou o país de novo numa atmosfera dos anos 1950.

O primeiro problema a discutir é de natureza democrática. Afinal, quem foi eleito presidente da República, Lula ou Lira? Em quem pensava a maioria dos brasileiros quando derrotou Bolsonaro?

Diante de um governo que se instala vitorioso, depois de apresentar um programa à sociedade, não tem sentido a Câmara definir como ele deve se organizar para exercer suas tarefas. Pelo menos teoricamente, ele sabe de que tipo de estrutura necessita para realizar o trabalho.

As mudanças que a Câmara fez são absurdas. Como retirar a gestão das águas do Meio Ambiente, sem perceber que o tema envolve não apenas irrigação de lavoura, mas também proteção de nascentes, medidas estratégicas para garantir que gente e bicho não tenham sede? Como dissociar do Meio Ambiente a questão dos resíduos sólidos, que envolve todo um complexo que não se esgota na construção de aterros sanitários, mas passa pela educação ambiental, pelo estímulo à indústria da reciclagem e tantos outros procedimentos?

Um dos absurdos mais contundentes: retirar do Ministério dos Povos Indígenas a tarefa de conduzir a demarcação das terras indígenas. Foi como dizer abertamente que a Câmara não aceita a existência dessa pasta, um compromisso não só de campanha, mas também internacional. O Cadastro Ambiental Rural também sai do controle do Meio Ambiente.

Embora ninguém tenha feito o L para colocar um deputado fisiológico na Presidência, é preciso reconhecer que as forças do atraso tiveram uma boa noção de timing. Elas sabem ler as ambiguidades do L vitorioso na campanha. Os últimos dias foram marcados por uma disputa sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas. São fortes as correntes que querem pura e simplesmente crescer, aumentar o PIB, independentemente das consequências. O próprio Lula afirmou:

É a 530 quilômetros da Amazônia.

Esqueceu que a região abriga quase 300 quilômetros de corais, recentemente descobertos por uma expedição científica.

Outros sinais de ambiguidade em relação ao discurso ambiental também estão claros. A própria promessa de que todos poderão comer picanha soa um pouco deslocada, mas pode ser atribuída à retorica eleitoral. Não é a mesma coisa a intenção de produzir carros populares em massa. Isso entra em choque com alguns fundamentos, como mobilidade urbana ou redução dos gases de efeito estufa.

O destino ambiental do Brasil, seu próprio futuro no mundo, depende hoje de uma Câmara retrógrada e de um governo ambivalente. Não se pode esperar um rompimento, pois o governo precisa dos deputados para funcionar. Mas se pode pedir mais coerência. A Câmara não baniu as atividades ambientais e de demarcação de terras indígenas. Continuam sob a égide do governo central. Cabe a ele, diante das limitações, encontrar um caminho para realizar aquilo que prometeu, numa estrutura desfeita, mas cujas peças fundamentais permanecem em suas mãos.

E, finalmente, a decisão de flexibilizar a destruição da Mata Atlântica, contra a vontade do Senado, pode ser vetada. O mais importante é mostrar claramente com que L contamos para que Marina Silva e Sonia Guajajara não fiquem sozinhas, lutando contra a maré reacionária. Há muita gente com elas na planície e também no planeta Terra.

De certa maneira, o que aconteceu no meio da semana é um choque de realidade, o fim das ilusões de que a questão ambiental depende apenas do governo, quando, na verdade, depende da luta de todos, às vezes entorpecidos pela melodia do discurso oficial.

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Bando do Porco

O cartunista que vos digita e Luiz Rettamozo, no Bando do Porco, Carnaval|1980. © Lina Faria

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Tempo – 2018

Meninos, eu vi. Karam no Fringe.

A peça “Duas criaturas gritando no palco”, com Moa Leal e Sidy Correa, iluminação de Beto Bruel, marcada pelo experimentalismo desconcertante, irreverente de dois homens que se encontram para um duelo, estreia nacional de um texto inédito de Manoel Carlos Karam.

O espetáculo, humor inteligente e próximo do espectador, onde ninguém é iludido. A luz como personagem, a desconstrução de um texto, subversão de linguagem. Karam sempre foi absoluto no que escreveu, com a carpintaria teatral adquirida em muitos anos de trabalho. Transpiração e sangue, eu diria mesmo que Karam escreveu esse livro usando bandeide nos dedos. Das mãos e dos pés.

O diretor Gabriel Gorosito e sua Cambutadefedapata (Eu não Sou Cachorro! e Henfil, Já!) colocam em cena uma peça inédita do dramaturgo Manoel Carlos Karam, Duas Criaturas Gritando no Palco (no original, Meia Dúzia de Criaturas Gritando no Palco), lançado em livro no ano passado.

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