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Vinicius Jr.
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Com a tag antonio thadeu wojciechowski, edilson del grossi, marcos prado
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O calo da pedicura
Parecia jogo combinado,: em seguida o noticiário divulgava o segundo repúdio de Deltan Dallagnol à sua cassação, injustiça tão grande quanto a justiça na condenação de Lula. O protesto da pedicura coincidia em dia, horário e tom com mais uma bravata de Deltan Dallagnol, esvaindo-se no desespero da cassação. O incansável Dallagnol afirmava que não pensaria duas vezes em apoiar Bolsonaro contra Lula, óbvio previsível e ululante, espertice para grangear apoio na Corregedoria dos deputados, derradeira chance para reverter sua cassação. A revolta é legítima, mas advogar desse modo e em causa própria é ter um idiota como cliente. A pedicura foi autêntica, ainda que simplória e tosca na percepção das relações internacionais. Dallagnol devia mais é esfriar a cabeça na bacia da pedicura. Assim para de trocar os pés pelas mãos.
Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário
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Evitando Alcolumbre
Como mostrou o Bastidor, o Palácio do Planalto trabalhou para que o senador não fosse o relator da matéria na Casa. O favorito é Omar Aziz (PSD-AM). Agora, a batalha da liderança do governo é evitar a dependência de Alcolumbre – que, na definição de um parlamentar petista, “costuma criar dificuldades para vender facilidades”. O desejo é só contar com ele quando não tiver saída.
O histórico pesa contra o senador. Na tramitação da PEC da Transição, Alcolumbre, que não conseguiu a relatoria, garantiu a celeridade da votação na CCJ e cobrou alto. Indicou três ministros como se fossem consenso no União Brasil. Até hoje isso causa problemas ao governo.
O senador ainda briga para aliados seus ocuparem postos no segundo e terceiro escalões da administração federal. Há mais de 50 cargos que precisam ser ocupados, segundo contas que correm nos bastidores do Congresso.
A avaliação da bancada do PT é que é necessário contemplar potenciais aliados do PP, partido de Lira, do Republicanos e até do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e não atender a novos pedidos de Alcolumbre.
Publicado em O Bastidor
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Samuel e a Força de Vontade
– “Teu amigo Moishe Bloom finalmente parou de fumar”.
Samuel deu de ombros, sem demonstrar interesse, e ela continuou:
– “Imagine só… Alguém que fumou 3 maços por dia durante 20 anos, de repente decidiu abandonar o vício! Isso é o que eu chamo de força de vontade, uma coisa que, ambos sabemos, você definitivamente não tem”.
Mas Sara ainda não tinha acabado:
– “E isso não é tudo. Aquele teu amigo bêbado, o Bernardo Levy, entrou nos AA e finalmente desistiu da bebida. Outro exemplo do tipo de força de vontade que você não tem!”.
Depois desse segundo comentário Samuel achou que já era hora de mostrar que estava aborrecido e respondeu:
– “Estamos falando em força de vontade, certo? Então você vai ver… A partir de hoje vou dormir no quarto de hóspedes. Vou te mostrar que não preciso tocar em um fio de cabelo de você!”
E Samuel manteve a palavra, até que uma noite, depois de estar dormindo sozinho há mais de uma semana, acordou com uma batida na porta do quarto, e gritou:
– “O que você quer? Me deixe dormir em paz”.
E Sara respondeu:
– “O Moishe Bloom voltou a fumar”.
Publicado em Gerson Guelmann
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Inesquecível
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Frasista, eu?
Bem, achei o aforismo realmente bom. Curto, redondo e certeiro, como deve ser um bom provérbio. Perdoe se aqui me estendo! Pensei que ajudaria a vida das pessoas que lessem, daria alento ao seu dia a dia e tornaria o mundo melhor. Todo autor se sente, é certo, um deus dominando tudo do alto de sua escritura. Ou, um rei distribuindo benesses. Ou, até menos, um presidente do Brasil baixando decreto-lei ou medida provisória. No meio da alegria pela frase feita, pensei: será que as pessoas vão rir de mim e me achar pretensioso e… ridículo? Como estava sozinho, vibrei. Ao mesmo tempo, pressenti a vergonha de ser desmascarado por algum sabido de plantão: “Ah, essa é do Millôr!” Por isso, nunca a publiquei.
Ela se espalhou pelo mundo todo, boca a boca. Já faz muito tempo que a fiz e ela virou frase banal, carne de vaca, no meio de milhares de outras banais que povoam almanaques, agendas, livros de auto-ajuda, cartões de Natal e Ano-Novo e meus livros. Dessas que somem num piscar de olhos. A minha é muito citada, todavia sem força nenhuma. Atribuem até a outro autor como aconteceu com muitas outras. Modéstia à parte! Essa nunca surtiu o efeito que eu esperava: aquela coisa definitiva e retumbante, que bate na cabeça das pessoas e ilumina.
E as faz tomarem consciência imediata da verdade contida nela. Modéstia bem à parte! Bem, o tempo passou bastante. Ainda assim tenho certo receio de revelar a frase e ser acusado de farsante e impostor. E corar de vergonha! Em todo caso, vou dizê-la para me penitenciar e, vá que seja, te dar força e alegria. Duvido, no entanto, que ela faça pelo menos cócegas no cérebro e te faça vibrar e se iluminar. A frase? Ah, é… “Amai-vos uns aos outros” Por que está rindo?
*Rui Werneck de Capistrano é frasista de A a Z.
Publicado em rui werneck de capistrano
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No churrasco da firma a carne servida é a sua
Faz algum tempo que a palavra família circula no mundo corporativo como se fosse a coisa mais natural do mundo. A analogia traz algumas contradições interessantes. É difícil imaginar uma família na qual todo mundo trabalha suado pelo luxo extremo de poucos. Geralmente acontece o contrário: os pais se esfalfam para dar conta da renca de filhos e idosos sob seus cuidados. Isso significa que os mais frágeis, em condições de maior dependência, são os mais assistidos. Nada mais inapropriado para pensar as empresas e sua lógica cumulativa de distribuição ultra desigual.
Laços familiares seriam baseados em amor e abnegação, mas, sejamos honestos, quantos colegas te doariam um rim? A competição e a cooperação são próprias das relações entre parentes, principalmente irmãos, mas as rasteiras que ocorrem nas empresas só são comparáveis ao que se passa em famílias notáveis pela disfuncionalidade. Se empresa fosse família, seria aquela na qual era melhor não ter nascido, como em “Succession“, “The Crown” e outras encenações da família-empresa. Aquela na qual você vende a alma para permanecer no jogo e não consegue mais sair por não ter alma para se sustentar fora dele.
Chefes abusivos, injustos ou sacanas e empresas com objetivo de extorquir a força de trabalho em troca de um contrato mal remunerado e sem garantias são a regra. Mas essa não é a única fonte de sofrimento. Um dos maiores ataques à saúde mental é o não reconhecimento da experiência, o desmentido que nos faz duvidar de nós mesmos. Nesse caso, muitas vezes o sujeito só consegue responder com o sintoma. A negação da exploração —embutida na ideologia da empresa-família— é tão preocupante quanto às más condições de trabalho.
Adoecer pode ser uma saída honrosa para uma situação indigna de trabalho. Inclusive o glamourizado: como posso estar sofrendo quando trabalho numa empresa que tem mesa de pingue-pongue, sala com pufes, horários flexíveis e uma decoração de parque de diversões? Não é o que todo mundo queria?
Para muitos resta a saída pelo diagnóstico de depressão e ansiedade. Ele surge como misteriosas condições trazidas pela falha dos neurotransmissores. Se está tudo bem e eu estou mal, devo estar fazendo algo errado. Faltou yoga, sal do Himalaia, meditação, psicanálise, triatlon! Poucos se perguntam se faz algum sentido trabalhar num esquema no qual se é totalmente descartável ao mesmo tempo em que se vende a ideia de alegria, trabalho coletivo e meritocracia.
Quando as pessoas se queixam de que a geração Z é menos propensa ao mercado de trabalho atual e à aquisição de patrimônio, esquecem de se perguntar a que esse comportamento responde. São jovens que viram os mais velhos se dedicarem ao trabalho de forma insana para chegarem na velhice com poucas perspectivas de uma aposentadoria decente. O tempo de aproveitar a vida, esse que se projeta para depois da árdua jornada em busca de estabilidade, se mostra pouco promissor para essa geração.
Outra questão é que o acúmulo de bens, tão valorizado entre nós, não se organiza mais no eixo carros-imóveis-previdência. Os jovens já não se imaginam lutando anos pela aquisição cada vez mais improvável desse patrimônio. Sendo geração que entendeu que o fim do mundo está sempre à espreita, só lhes resta viver o agora.
Por fim, se empresa fosse família, funcionários herdariam algo no final. Mas no mundo da uberização, nem indenização se pode esperar.
Ambientes saudáveis se fazem com justiça, lealdade e transparência. O resto vale tanto quanto o copo de plástico no churrasco da firma, na qual a carne servida é sempre a do funcionário.
Publicado em Sem categoria
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