Mural da História

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Mitos, preconceitos e clichês sobre o amor na maturidade

Alguém acredita que homens têm medo de mulher inteligente?

Em 15 de julho de 2010, fui, pela primeira vez, ao Programa do Jô. Fui para falar sobre meu livro “Por que Homens e Mulheres Traem?” Quando voltei ao programa, em 16 de novembro de 2012, Jô Soares me perguntou: “Os homens têm medo de mulher inteligente?”.

“Isso é clichê, Jô”, eu respondi. “Não escuto isso dos homens. A não ser que a mulher seja arrogante, autoritária, chata. Aí os homens fogem.”

então me perguntou: “Qual é a frase mais machista que você já ouviu nas suas pesquisas?”.

Respondi: “Acho que a frase mais machista é dizer que homem não gosta de mulher inteligente, de mulher independente, de mulher poderosa. É um machismo horroroso dos homens e também das próprias mulheres. As mulheres conquistaram tantas coisas para ouvirem: ‘nós não gostamos de você, não queremos você, você vai ficar sozinha’. Por quê? Por serem inteligentes, independentes e poderosas? Eu brigo muito, até com meu marido, quando ele concorda com o clichê de que homem gosta de mulher submissa”.

Jô brincou: “Também, se ele gostar de mulher submissa e está casado com você ele está frito!”.

Alguns meses depois do programa, conheci meu atual marido. Eu havia acabado de encerrar um casamento de 15 anos. Ele veio aqui em casa filmar meu depoimento para um documentário sobre o Cazuza e, no dia seguinte, ligou para me entregar o pendrive com a gravação.

Marcamos em um boteco pertinho de onde eu moro. Conversa vai, conversa vem, de repente ele segurou a minha mão. Epa! Do nada. Passamos a noite inteira conversando e dando risadas. Na semana seguinte, ele me ligou e repetimos a dose.

Depois de dois encontros, ele sumiu sem qualquer explicação. Simplesmente desapareceu.

Fiquei ruminando durante dias: “Foi um encontro tão especial, por que ele sumiu?”. Como pesquiso a questão da infidelidade desde 1990 e escrevi os livros “A Outra”, “Infiel”, “Por que Homens e Mulheres Traem?”, cheguei à conclusão mais óbvia: “Ele deve ser casado, é um cafajeste!”.

Sete meses depois de sumir, ele me ligou uma, duas, três, dez vezes… Não atendi. Afinal, ele havia desaparecido depois de dois encontros deliciosos. Não posso confiar em um cafajeste!

Em agosto de 2014 enviei um e-mail para ele perguntando se eu poderia passar o documentário do Cazuza para meus alunos de ciências sociais. Imediatamente ele respondeu, mas disse que queria me entregar uma nova versão.

Desconfiada, marquei no mesmo boteco. Assim que sentamos, ele segurou minha mão e, com lágrimas nos olhos, disse: “Eu estava morrendo de saudade!”.

Por que, então, ele sumiu? O maior clichê: nossos encontros tinham sido tão intensos que ele ficou apavorado. Ele havia terminado um namoro complicado e andava muito estressado com o trabalho. O fato de ter ficado duas noites sem dormir, só conversando comigo e dando risadas, piorou ainda mais a crise que ele estava vivendo.

“Eu me apaixonei desde o nosso primeiro encontro. Não parei de pensar em você um só minuto. Todos os dias, eu me xingo de burro por ter perdido a mulher com quem eu sempre sonhei: inteligente, independente, divertida, doce e carinhosa. Fiquei assustado, achei muita areia para o meu caminhãozinho. Você me perdoa?”

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Publicado em Mirian Goldenberg - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Inter Rogatório

inter-rogatório-2— Nome?
— Exatamente Commo Sepro Nuncia.
— E como se pronuncia?
— É por parte de pai: Sepro Nuncia.
— Tá bem, o senhor já disse.
— Não, Jadisse é como se chama minha irmã.
— Sua irmã? Mas eu não quero saber da sua
irmã, só quero saber o seu nome.
— E eu já respondi, que aliás também é o nome
do meu tio já falecido.
— O nome do seu tio já falecido?
— Eurres Pondue.
— Não respondeu.
— Não. Nãorres Pondeu é o filho dele, que vem
a ser meu primo.
— Se ele não está aqui, como não respondeu?
— E precisa estar? Nãorres Pondeu? Por quê?
—Eu não tenho que dar respostas, só tenho
que fazer perguntas. E a pergunta é a
seguinte: como é o seu nome?
— Exatamente Commo Sepro Nuncia.
— E como se pronuncia exatamente?
— Aí o senhor está invertendo as coisas.
Como se costuma fazer nas passagens de avião.
— Invertendo o quê? Eu só quero saber o seu
nome, como se pronuncia exatamente.
— Tá vendo? O senhor disse, em primeiro lugar,
Commo Sepro Nuncia. E, depois, Exatamente.
Está errado.
— E como é o certo?
— Commo é o mais certo de todos, pois esse
é por parte de mãe. O senhor sabe: de mãe,
não se tem dúvida.

(Pausa longa. Até a manhã seguinte)

Texto publicado originalmente na revista Raposa

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Flagrantes da vida real

maringas-maciel-botasO Diabo perdeu as botas. © Maringas Maciel

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Brasil Limpeza

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Perto

Sou toda essa lembrança. Sou o viés do vento que sopra quando fecha os olhos.  Sou o deserto que invade sua calma com a imensidão das horas guardadas no tempo. A respiração é lenta, o pensamento não existe. Apenas a constatação da paisagem que surge violenta e precisa dentro das minhas manhãs.

Zero grau, voraz tecido da memória, imagem uardada na pele, sigo essa prece ao adormecer. Porque quando sonho parece nítido o que sou. Visceralmente. Preciso dessa lembrança para não esquecer-me. Porque é nos extremos que se reconhece a dor e o sangue. O início e o precipício. O silêncio e a respiração. A linguagem adquire outro significado, aniquila os códigos existentes, o simbolismo universal, a sensatez dos dias certos.

Encontro na aspereza das circunstâncias, do palpável, do concreto, o que temia não mais lembrar. Com toda a fúria, com toda a fuga, com toda a vertigem que se sente quando olhamos para o abismo. Invento o nome de tudo que não é possível, fico com a única a palavra que não esqueço: perto.

Publicado em Marianna Camargo | Com a tag | Deixar um comentário
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Elas

meu-tipo-inesquecível-jessica-chastainJessica Michelle Chastain (Sacramento, Califórnia, Estados Unidos, 24 de março de 1977), atriz americana. Fez várias aparições em séries de televisão até sua estreia no cinema, no filme independente Jolene. Em 2011, Chastain recebeu muita atenção devido a seus papéis em sete filmes lançados naquele ano; por sua performance em The Help, ela recebeu indicações de Melhor Atriz Coadjuvante no Oscar, Globo de Ouro, BAFTA e Screen Actors Guild Award. A revista Time a classificou como uma das “100 Personalidades Mais Influentes do Mundo”.

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Debaixo d’água

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Annie Duque. © Zishy

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O centrão no poder

Lula conseguiria mais espaço para sua agenda se apostasse em pautas próximas de um consenso social

Uma certeza que se tinha antes mesmo de os eleitores votarem em outubro passado é que, não importa quem saísse vencedor no pleito presidencial, o centrão continuaria a dar as cartas. Lula sabia disso. Bolsonaro sabia disso. A questão que se coloca para o chefe do Executivo é como mitigar a força desse grupo e abrir espaço para sua própria agenda.

Ninguém ignora que o incentivo ao qual os parlamentares mais respondem são cargos e verbas. Eles podem ser distribuídos por canais regulares. É a famosa divisão do poder. Mas, quando o presidente age assim, ele por definição abre mão de poder, que é algo que os chefes de Estado relutam em fazer. Uma alternativa mais, digamos, econômica é proceder à distribuição por vias não regulares. Lula tentou isso em seus primeiros mandatos, o que resultou no mensalão e no petrolão. Não dá para dizer que tenham sido casos de sucesso.

Bolsonaro, depois de ensaiar uma atitude de enfrentamento, se abriu inteiramente ao centrão. Foi assim que surgiu o chamado orçamento secreto. E o ex-presidente também teve de entregar a Casa Civil à administração direta do grupo. O problema é que os parlamentares gostaram dessa experiência de gerir diretamente as verbas e agora se recusam a largar o osso. O pedágio da Presidência ficou mais caro.

Mesmo na improvável hipótese de Arthur Lira terminar preso, não vejo como Lula possa escapar de ter de dividir o poder, talvez mais do que no arranjo inicial dos ministérios. Acho, porém, que ele conseguiria mais espaço para suas políticas se seguisse sua promessa de campanha de governar com uma frente ampla.

Em vez de apostar em pautas ideologicamente divisivas, deveria concentrar-se nas que estão mais próximas de um consenso. É mais fácil um deputado do centrão votar a favor do arcabouço fiscal de Haddad do que de medidas que reforcem o papel das estatais no saneamento.

Política pode ser definida como a arte de forjar consensos.

Publicado em Hélio Hélio Schwartsman - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Tempo

linafazendobyveraNunca fui santa, mas deitar e rolar em frente ao altar, só no flagra da Vera Solda. Isso há anos, em Guarapuava, tchê! Lina Faria

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Solda vê TV

TV-com-tubulaçãoDécada de 1990. Caneta de retroprojetor sobre papel A|3

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© Nicole Tran Ba Vang

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