Whitelie. © IShotMyself

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Não existe almoço de graça

Corte de impostos para facilitar a produção e venda do carro popular. De onde sairá o dinheiro para subsidiar o carro popular? Dos outros impostos, que serão aumentados. Aquela coisa que os americanos ensinam e a gente não aprende: there is no such thing as free lunch; não existe isso de almoço gratuito. Mesmo os compradores dos carros populares vão pagar mais nos outros impostos por causa dos impostos que não pagarão na compra do carro popular. Isso não arde no forévis dos políticos, que quando a água bate no fundilho dão um jeito de aumentar seus subsídios – à custa dos otários que batem palmas pelo carro popular.

A quem aproveita o carro popular? O último beneficiado será o comprador, que paga o barato do carro e sofre o barato de seu custo. Os primeiros serão as montadores, as fornecedoras de auto peças, os bancos que financiam respectivo mercado, seguradoras incluídas, por último os metalúrgicos, que voltam ao pleno emprego. Perdem os contribuintes, os pedestres, motoristas e passageiros no trânsito caótico e homicida e nas estradas inviáveis ao tráfego. Perdem os contribuintes, os que se beneficiam da redução de impostos e estes mesmos mais os que não adquirem os carros populares.

O governo nada perde, pois o que sai por um lado entra, talvez mais, pelo outro. E ganham os políticos, como sempre, ativamente os demagogos, passivamente todos os outros, naipes iguais no baralho.

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© Jan Saudek

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Benett

benett© Benett 

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E a Avenida Jamil Snege?

Caminhando, dia desses, hábito antigo, a paisagem de meu arrabalde, na fronteira entre Boa Vista e Tingui, topei, não sem surpresa, com uma viela ligando o nada a coisa nenhuma. Busquei a placa: Rua Mário Bittencourt! Menos de uma quadra e meia de extensão. Suponho se trate de homenagem acanhada, mas homenagem, a um dos nossos mais famosos apresentadores televisivos, o saudoso Mário Bittencourt.

Pontual, por décadas, no noticiário – local – que antecedia o Jornal Nacional, na RPC, o sempre simpático Mário nos deu, por anos a fio, as notícias estaduais do dia, aquele tempo em que até noite de autógrafos era anunciada em horário nobre. Hoje ele é apenas o nome de uma ruazinha aqui do bairro. Inexpressiva, secundária.

Sigo os meus arranjos pedestres, misturo coisas, lembro de outras tantas.

Não há melhor oportunidade para o devaneio do que nestas caminhadas que faço, eu e Deus, sob o céu que nos protege, nos entardeceres de Curitiba. E nisto lembrei Paulo Leminski e aquele tempo em que, jovens céticos e rebelados, indagávamos do futuro o que seria de nós.

Dizia o eterno Lema que, mortos, seríamos um beco esbarrancado do Xaxim, e que nos contentássemos com isso. Deu sorte o Polaco: virou um dos mais badalados espaços curitibanos – a Pedreira Paulo Leminski. Muito a propósito: por que Aeroporto Afonso Pena? Nenhum paranaense de estirpe para nomeá-lo? César Lattes, por exemplo, um dos maiores cientistas mundiais, em todos os tempos, ou mesmo os grandes poetas do passado – Emiliano, Emílio. Lattes nem nome de rua é em Curitiba.

Temos uma das câmaras de vereadores mais ignorantes do Brasil. Uma gente insensível, incapaz de oferecer um título de cidadão honorário da cidade a quem efetivamente merece. Nomes ilustres, que fizeram Curitiba, embora nascidos aqui, no interior do Estado ou fora dele, morreram sem um aceno sequer da pobre vereança araucariana.

O caso mais flagrante é o do escritor, poeta e publicitário Jamil Snege – o maior de nossa geração -, nascido e criado no Água Verde. Morto há quase 6 anos até agora não mereceu sequer o nome de uma travessa perdida no Capão da Imbuia.

Já imploramos à edilidade que homenageie à altura Jamil Snege, dando a ele, quem sabe, o nome de uma das inúmeras avenidas que sairão da Linha Verde. Já apelamos ao prefeito Beto Richa, um homem sensível, que faça algum esforço nesse sentido. Até agora só o silêncio.

O mesmo silêncio de minhas caminhadas vespertinas pelo bairro onde cresci, e já nele dobro o Cabo da Boa Esperança, a topar com uma ruela que nem tenho certeza se homenageia mesmo o apresentador Mário Bittencourt, ou um seu homônimo…

(12|4|2009)

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Eu também já fui jovem, “seu guarda”…

As 14 Mais – CBS – 1966, Volume 18.

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O primeiro convite a Bolsonaro

O deputado Rogério Correia (PT-MG) se antecipou aos colegas da CPMI do 8 de janeiro e protocolou o primeiro requerimento com convite para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestar esclarecimentos à comissão.

O parlamentar justifica o pedido a partir do que classifica como omissão do ex-presidente após a derrota para Lula (PT) em 2022. Segundo o pedido, “os atos de vandalismo foram gestados antes mesmo das eleições com as reiteradas ações do Presidente da República que levantavam suspeitas relativamente à segurança das urnas eletrônicas, a integridade dos ministros da Corte Eleitoral e da Suprema Corte”.

Como mostrou O Bastidor, a base do governo quer marcar como ponto inicial das investigações o dia seguinte ao segundo turno.

Correia pede também a quebra do sigilo telefônico e telemático de Bolsonaro (leia abaixo) no período que vai de 30 de outubro de 2022 a 10 de janeiro de 2023.

Os requerimentos começam a ser analisados na próxima quinta-feira (1), após a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), apresentar o plano de trabalho. O roteiro seguirá em busca de mentores, financiadores e participantes.

Além de Bolsonaro, os governistas dão como certas as convocações do tenente-coronel Mauro Cid e do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

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…por falar na Grécia

samba-enredo

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Minha casa, minha vida

bicholinafaria© Lina Faria

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Mural da História – janeiro|2011

bagre-ensaboado

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© Gilson Camargo

Conhecido pela sua contribuição no desenvolvimento da batida do ska, Lloyd Knibb, baterista dos Skatalites, morreu na noite de 12 de maio de 2011, aos 80 anos de idade. Knibb sofria de câncer no fígado, e estava em tratamento nos Estados Unidos, mas voltou para a Jamaica, onde faleceu.

O baterista esteve no Brasil pela última vez quando os Skatalites se apresentaram na Virada Cultural, em São Paulo, e no festival pernambucano Abril Pro Rock. Fundada em 1964, a banda jamaicana é considerada um dos pais do ska. Os Skatalites se desfizeram em 1965, mas retornaram  em 1983, e desde então já lançaram  nove discos.

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Teatro

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#Sergey!

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Ninguém obriga ninguém a chegar perto de uma escritora

Como me tratam é a história deles; como eu sou tratada é a minha história

Uma mulher branca, baixinha, de aproximadamente 55 anos, escolhe tomates em um pequeno mercado no Pacaembu. Ela coloca muitos tomates no saco, e eu pressinto o desastre. Quando dá o primeiro passo em direção às laranjas, o saquinho plástico arrebenta. Ansiosa, ela não sabe se abaixa para pegar os tomates caídos ou se contém os outros que estão prestes a sair rolando. Então olha para mim, me reconhece e ameaça, em tom de brincadeira: “Não vá escrever sobre isso, hein?!”. Minha senhora, entenda: você derrubar tomates no mercadinho é a sua história. Eu estar num mercadinho onde uma mulher branca, baixinha, de uns 55 anos derrubou tomates é a minha história.

Um homem de quase dois metros de altura, poderosíssimo, gato, com a mão do tamanho do meu antebraço, dono de uma cabeleira cacheada potente, premiado em Cannes e até no Oscar, um self made man com sotaque carioca de malandro pobre que virou malandro rico e hoje sustenta 28 parentes, que é humilde, de esquerda, mas faz parte de uma elite-intelectual-arrogante —enfim, essa explosão de sabores toda que só o Rio de Janeiro é capaz de oferecer—, me chama para jantar. Horas depois de um ótimo papo harmonizado por uma voz de fazer tremer toda a água do meu corpo, concluo: terei o melhor sexo da minha vida. O que acontece a seguir eu já contei numa crônica, que foi marcante para alguns leitores.

Assim que chegamos a sua casa, ele pede: “Eu só transo usando meus mamilos. Você poderia, por favor, esfregá-los enquanto nos beijamos? Mas tem que usar a sua mão direita no meu mamilo esquerdo e a sua mão esquerda no meu mamilo direito”. Meus braços até cogitam um Wakanda Forever estranhíssimo, mas desisto. O homem então diz: “Jamais escreva sobre isso”. Meu amigo, entenda: você gostar de petelecos cruzados nas tetas é a sua história. Você me fazer um pedido desses é a minha história.

Trabalhei para uma empresa há alguns anos. Faço certo sucesso, ganho até uns prêmios. Uma hora a coisa desanda, porque é da vida. Um funcionário de lá, bem assessorado por advogados gringos, me chama para uma reunião. Ele tem um incômodo latente com meu perfil. Mas que perfil? De uma mulher que, ao se sentir injustiçada ou assediada moralmente, pode escrever sobre isso. Empresas, homens, sobretudo homens em empresas, odeiam esse tipo de mulher. Esse tipo de mulher louca que pode, de um dia para o outro, meter numa crônica o que fizeram com ela. Empresa gringa tem mais medo de compliance e processo do que macho hétero top tatuado tem medo de gozar no Pula Pirata ou de ter disfunção erétil.

Esse funcionário é desumano e machista, mas tudo numa embalagem de corporativo-legalzão-simpaticão-calma-querida-está-tudo-em cópia-nos-e-mails. Uma coisa tão violenta quanto murro na cara, mas murro na cara a gente enquadra em lei. Eu digo: “O que vocês estão fazendo comigo não é legal”. No dia seguinte recebo uma minuta: “Você nunca pode falar mal de mim, nem do meu amigão que fez minha cabeça contra você, nem da empresa”. O medo que os homens, seus amigos homens e as empresas têm de mulheres que falam, que escrevem! Meus caros ex-colegas, vocês terem sido escrotos comigo é a história de vocês. Eu ter sido tratada de forma escrota por vocês é a minha história.

Um ex-namorado é aconselhado por seu analista a me procurar para um café. Ele viu uma entrevista minha sobre uma futura peça de teatro cujo texto é baseado em uma relação amorosa que vivi. “Foi a nossa?” Na mesma semana, outro ex me chama para o seu aniversário. Ele viu a mesma entrevista e quer se aproximar, ficar numa boa. “É sobre o nosso relacionamento?” Uns dias depois, um terceiro ex-namoradinho, de quando eu tinha 20 anos, aparece do nada. “Vai estrear como dramaturga? Sobre o que é?” Meus queridos, eu jamais poderia expor o que vocês viveram comigo. Já o que eu vivi com vocês, bem, essa é a minha história.

Ninguém obriga ninguém a chegar perto de uma escritora.

Publicado em Sem categoria, Tati Bernardi - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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