Playboy|1950

195312_marilyn_monroe_04_altsize1953|Marilyn Monroe. © Tom Kelley

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Fraga

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Ficção apostólica

Os críticos literários inventam muitos termos interessantes, mas os rótulos inventados pelos meros escritores merecem atenção. Chuck Palahniuk, por exemplo, ao descrever seu romance “Clube da Luta” (que deu origem ao filme de David Fincher, com Brad Pitt e Edward Norton), disse que se trata de ficção apostólica. O que é isso? Ele explica: “Uma história onde um apóstolo, sobrevivente, conta a história do seu herói”.

O próprio Palahniuk dá “O Grande Gatsby” como exemplo desse tipo de livro.  Isso é o que? É um novo gênero literário? Uma nova classificação bibliográfica? Eu diria que não. É o modo como Palahniuk, ou Fulano, ou Sicrano, organiza algumas leituras suas. De fato, ele tem razão. Podemos considerar todas as histórias de Sherlock Holmes não apenas como ficção policial, mas ficção apostólica, devido ao narrador (não-confiável ao extremo) que é o Dr. Watson. Um modelo recolhido nos contos de Edgar Allan Poe sobre o Cavalheiro Dupin e seu anônimo narrador e amigo.

No “Clube da Luta”, conta-se a história do “herói” Tyler Durden; em “Rant”, Palahniuk traz dezenas de narradores para compor um mosaico da vida de “Rant” Casey. Alguém será capaz de narrar com isenção e objetividade os feitos do heróis a quem admira? Duvido. Toda vez que vemos grandeza em algo nosso impulso irresistível é de ampliar essa grandeza. O peso, a impressão, a presença, a influência que aquilo teve enquanto acontecia. Toda ficção apostólica tem algo de delírio de grandeza; um delírio sobre a grandeza alheia, no caso.

Ficção apostólica seriam talvez os “Diálogos” em que Platão preservou a figura de Sócrates, que sem ele talvez tivesse escorregado para um limbo onde provavelmente estão filósofos ainda mais lúcidos do que ele, mas que não dispuseram de um taquígrafo tão dedicado. Temos casos de não-ficção apostólica: a “Vida do Dr. Johnson” contada pelas anotações de James Boswell, e o “Borges” de Adolfo Bioy Casares, ambos baseados em décadas de anotações minuciosas, quase diárias, sobre todo tipo de conversa ou fofoca literária.

O ciclo de livros de Carlos Castañeda sobre o mago Don Juan tem esse aspecto apostólico, até pelo lado místico do personagem retratado. Essas histórias são ficção ou relato autêntico? Nunca se saberá, mas o aspecto apostólico (alguém entreviu um personagem complexo, e trouxe algo do que assimilou) está presente. Pode ser um narrador deslumbrado com um super-homem, como no “Odd John” de Stapledon. Pode ser um apóstolo perplexo como o Ismael de “Moby Dick”, para quem o herói, Ahab, é o maior mistério de todos. A ficção apostólica é sempre a de alguém que sobrou no fim para contar a história.

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“O jovem tem todos os defeitos do adulto, e mais um: o da inexperiência. Meu conselho aos jovens: envelheçam!

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Mural da História – Gilda Bar e Restaurante

© Maringas Maciel

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Palhacinho

© Rogério Dias

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A busca por um líder

A pré-campanha eleitoral para a Prefeitura de Curitiba tem revelado uma intensa disputa entre ex-aliados, que atualmente se odeiam. Estão postas cinco candidaturas, que trazem consigo um histórico de traições e ressentimentos, da esquerda à direita.

O mais recente elemento a apimentar o molho das eleições curitibanas foi a entrada do ex-governador Beto Richa. Deputado federal e tucano por mais de 30 anos, ele se filiou ao PL, de Jair Bolsonaro. Mas sua entrada no partido causou um racha na base bolsonarista, que era contra.

O presidente da legenda em Curitiba, Paulo Martins, deixou o cargo assim que a filiação de Richa foi formalizada. A mudança tem efeito não só na disputa curitibana, mas também em nível nacional: Martins foi o responsável pela representação que colocou em risco o mandato do senador Sergio Moro (União).

Derrotado por Moro nas urnas, Martins apresentou uma ação alegando que o ex-juiz e ex-ministro usou indevidamente recursos públicos do Podemos, para alavancar uma candidatura à Presidência, que não se confirmou. Ele ainda pretende concorrer à vaga, caso o mandato de Moro seja realmente cassado – só não será pelo PL.

Na esquerda, a briga é com Luciano Ducci (PSB). O ex-prefeito foi vice na chapa de Richa, quando ambos comandaram a Prefeitura de Curitiba, na segunda metade dos anos 2000. Deputado federal, Ducci recebeu apoio público do vice-presidente Geraldo Alckmin, que esteve na cidade para participar de um evento, e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

Mas o PT paranaense torce o nariz para Ducci – entre seus detratores está o ex-senador Roberto Requião (PT). Além da proximidade com Beto Richa, Ducci votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.

Enquanto a direita e a esquerda se digladiam para definir os candidatos, outro nome desponta com o apoio da atual administração. O vice-prefeito, Eduardo Pimentel (PSD), deve ser o candidato que representará a continuidade da gestão de Rafael Greca (PSD).

Pimentel tem apoio direto do governador Ratinho Jr. (PSD), eleito com apoio do bolsonarismo, ainda forte no estado. Mas Ratinho não tem bom retrospecto em Curitiba: perdeu a disputa municipal em 2012 e, nas duas vezes que foi eleito governador, teve proporcionalmente mais votos no interior que na capital.

Ratinho e Beto Richa já foram aliados. O governador já foi secretário quando Richa foi governador. Mas os dois romperam.

Outro problema político que pode respingar na candidatura de Pimentel foi a divulgação de áudios do presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSD), confirmando que ele recebeu propina para firmar o contrato com a empresa que cuida da TV Assembleia. O caso aconteceu em 2015, mas os áudios são novidade.

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O Rio de Janeiro continua rindo

A POLÍCIA prende – seis anos depois do crime – os mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. São três, até que a justiça os absolva: um conselheiro efetivo do tribunal de contas do Estado, o irmão deste, deputado federal, e um ex-chefe da polícia civil do Rio. O Rio não tem jeito desde que a família aqui aportou, fugindo de Napoleão, que não queria a coroa portuguesa ainda como testa de ferro da Inglaterra. Na falta de moradia, D. João, mulher, mãe e filhos receberam de presente a casa do maior importador de escravos da época (quando só era crime contrabandear e não pagar imposto no negócio de escravos).

Nem a República que se iniciava purificou o Rio, que já apodrecia com as casas velhas que o marido da Princesa Isabel explorava alugando para miseráveis e delinquentes (foi o Conde D’Eu que preparou a infraestrutura das favelas; o governador Leonel Brizola só as melhorou para melhorar suas votações). Aqui do Paraná conservador o Insulto vê o Rio como uma Sodoma e Gomorra sem anjo vingador, sem fogo e estátua de sal, mas dando lições de vida e pecados à mulher e às filhas de Jó.

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Clique!

Lemon Zine. © Caetano Solda

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Mural da História – 2011

Laís Romero. Teresina, Piauí. © Academia Onírica

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Ivan Lessa

Se Robespierre tivesse nascido em Crato, Ceará, ele se chamaria Danton.

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Mural da História – Copa do Mundo (2018)

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O irmão do Maracanã

Temos uma bondade frívola, distraída, relapsa. Fazendo as contas, somos bons, por dia, de quinze a vinte minutos.

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