Quaxquáx!

Pagar imposto no Brasil é como comprar o ingresso depois que o circo já foi embora.

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Se tivesse a Globo, Bolsonaro criaria o ‘Altas Aras’ e ‘The Coice Brasil’

E a emissora passaria a se chamar Rede Plana

A quebra de sigilo dos celulares dos assessores de Jair Bolsonaro tem gerado entretenimento involuntário aos investigadores.

Mensagens trocadas entre o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Mauro Cid, e o ex-ministro Célio Faria, na época chefe de gabinete, mostram que, ao contrário do que muitos pensam, o humor continua em alta no país.

Em um encontro na casa do ministro do STF Dias Toffoli, Mauro Cid teria informado a Célio que Bolsonaro estaria incentivando André Esteves, presidente do conselho do BTG Pactual, a comprar a emissora Rede Globo. Na reunião também teria estado o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Embora o plano não tenha dado certo, pessoas próximas a Bolsonaro dizem que o presidente estaria realmente empolgado com a aquisição da emissora.

Ele estaria até pensando na nova grade, com programas que atenderiam aos caprichos da extrema direita brasileira.

O jornalismo, um dos carros-chefe da emissora, seria dominado por notícias patriotas conservadoras com o Bom Dia Brasil Acima de Todos e o Jornal Nacionalista.

A programação infantil seria preenchida pelo Xou do Carluxo. O conteúdo atenderia também aos apoiadores de Bolsonaro, cuja idade mental é a mesma das crianças.

O Caldeirão do Mignon promoveria encontros com muita carne de primeira para o ex-presidente e seus filhos. Já o espectador ficaria em casa chupando o dedo, porque, segundo Bolsonaro, “não tem filé mignon para todo mundo”.

No Pipoca da Micheque, a audiência veria jogos e brincadeiras com direito a prêmios em cheques, dinheiro vivo e milhões de reais em joias sauditas para toda a família Bolsonaro.

Nas madrugadas, o público aproveitaria o Altas Aras, com encontros aleatórios e não oficiais na casa do procurador-geral da República.

No Encontro com Milícia Poeta, vizinhos e aliados do presidente proclamariam versos e rimas com ex-policiais envolvidos em atividades ilícitas.

Os eleitores de Bolsonaro também poderiam testar seus dotes vocais e mugidos no reality show The Coice Brasil.

Na lista de novelas, o destaque das 21 horas seria a Motosserra e Caixão, que contaria, basicamente, a história dos quatro anos de governo.

Antes da estreia, o presidente trocaria o nome da emissora de Rede Globo para Rede Plana, para agradar os apoiadores que negam a circunferência do planeta.

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Elas

Jade Jagger. © TaxiDriver

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Ex-deputada Joice Hasselmann é acusada de assédio moral e rachadinha

Em matéria publicada na manhã desta quarta-feira (24), no portal de notícias UOL, a ex-assessora Juliana Cristiane Pereira Beges acusa a ex-deputada federal Joice Hasselmann de assédio moral e rachadinha. Segundo o portal, Joice usava o salário da funcionária para bancar despesas pessoais e gastos familiares.

Entre as acusações Juliana relatou ao jornal que a ex-parlamentar usava seu cartão pessoal e ainda pedia o reembolso parlamentar na Câmara. A ex-funcionária ainda acusa Joice de a ter obrigado a realizar tarefas domésticas para ela e seu marido.

A denúncia já foi encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF) que segue avaliando o conteúdo das provas enviadas para decidir que medidas devem ser tomadas.

Joice Hasselmann foi uma das deputadas federais mais votadas do país em 2018, na onda do bolsonarismo, com pouco mais de 1 milhão de votos. Porém, depois de brigar com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não conseguiu se reeleger e recebeu somente 13 mil votos no último pleito. Segundo o UOL, Joice Hasselmann nega as acusações e diz que acionará a justiça contra a ex-assessora.

Colaborou Julia Sobkowiak

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5 de outubro|2010

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Governe, Lula!

Companheiro presidente:
Agora que V. Exª. já recuperou o prestígio do Brasil internacionalmente e propiciou à vossa Janja conhecer boa parte do mundo, em apenas cinco meses, da Argentina ao Japão, passando pelo Uruguai, pelos EUA, pela China, pelos Emirados Árabes, por Portugal, pela Espanha, França, Inglaterra e arredores, está na hora de recolher o aerolula ao hangar e fincar âncora no Brasil.

É também hora de começar (ou recomeçar) a governar, prezado Luiz Inácio. Temos aqui uma penca de problemas à espera de solução. Não precisa ir busca-los lá fora. V. Exª. começou bem, mas, de repente, passou a patinar. E o tão aguardado Lula 3 está começando a parecer o Lula2. V. Exª. prometeu, na campanha, unir o Brasil, esquecer velhas desavenças, arredar intrigas e discórdias e seguir avante, sem revanches, governando para todos os brasileiros, para fazer calar de vez os detratores. No entanto, está tendo certas recaídas, como essa história de reestatizar a Eletrobrás e outras empresas e serviços privatizados. Não é hora disso, companheiro. Há coisas mais importantes pela frente.

O governo fez bem em mexer na composição dos preços dos derivados de petróleo. Não sei se retirou-se oficialmente do grupo das commodities; se não retirou-se, deve retirar-se. Foi uma besteira cometida pelo Temer. Afinal, somos autossuficientes na produção do óleo, não precisamos ficar atrelados a outros produtores, que agem de maneira político-econômica a seu bel prazer, pouco se importando com as consequência de suas atitudes. Pois, se fez bem em relação ao preço dos combustíveis, o governo de V; Exª. está deixando (muito) a desejar em outros setores da administração.

Uma das características do velho Lula era a habilidade política, a facilidade de converter adversários e cooptar adeptos. Era um “sedutor” pela própria natureza. Prova é que o ex-ministro-chefe da Casa Civil e coordenador da campanha à reeleição de Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira, recusou o convite para uma conversa. “Não quis correr o risco de virar a casaca”, segundo a revista Veja.

Não obstante, V. Exª. não consegue montar uma base de apoio no Congresso, que vem lhe impondo seguidas derrotas. Tudo bem, V. Exª. já esteve lá e sabe, como disse então, que o parlamento é composto de “500 picaretas”. Talvez não seja tudo isso, mas está perto. Só que o governo precisa do Congresso, feliz ou infelizmente. Precisa também do apoio da Faria Lima e do MST – e não está tendo nem de uma nem de outro. Todo mundo está tirando proveito da insegurança e falta de ação do governo.

Foi farta a distribuição de ministérios e benesses, mas a coisa não tem andado. Partidos como MDB, PSD e União Brasil, cada um com três ministérios, votam repetidamente contra o governo. Falta diálogo, há turbulência desnecessária, falta liderança. E, sobretudo, falta presidente, constantemente ausente do país. Com isso, o deputado Arthur Lira tem assumido o protagonismo. E até o aliado Rodrigo Pacheco, do Senado, tem distribuído críticas ao governo. Isso não é bom. Nem para o governo nem para o país. Agora, para complicar ainda mais a coisa, começa a haver divergência e disputa entre os ministros. Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, não se acerta com Rui Costa, da Casa Civil. E Marina Silva, do Meio Ambiente, um dos símbolos do governo Lula, passa por um processo de desgaste, no embate entre o Ibama e a Petrobras.

Vamos lá, companheiro presidente. Assuma o comando, ponha ordem na casa e caminhe para frente. Chega de retrocesso. Como também chega de discursos vazios, populistas, sem nenhum resultado. Comece pela reforma tributária, imprescindível para o Brasil e para o povo brasileiro. Mas não venha com nova falsa reforma, mera mudança de nomenclatura dos tributos, que, em vez de serem reduzidos, prestam-se tão só para aumentar a arrecadação. Que tal abolir o injusto desconto previdenciário de aposentados e pensionistas? Não há razão de ele existir. Particularmente num país de minguados salários e de tantas necessidades.

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Reflexões sobre borracharias. Na marginal de Ibiúna. © Lee Swain

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Giulia Wylde. © Zishy

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O borogodó das mulheres mais velhas

Por que algumas mulheres têm tanto borogodó e outras são só o ó do borogodó?

“Por que o borogodó da Brigitte incomoda tanto?” foi o título da minha coluna na Folha, em 6/9/2019, após o então ministro da Economia, Paulo Guedes, fazer um comentário grosseiro a respeito da aparência da primeira-dama da França:

“O Macron quer fazer uma intervenção no Brasil porque chamaram a mulher dele de feia… O presidente falou que a mulher do Macron é feia. O presidente falou a verdade, ela é feia mesmo. Mas não existe mulher feia, existe mulher observada do ângulo errado. E fica essa xingação”.

Muitos leitores, na época, ficaram indignados com a grosseria do ex-presidente e do ex-ministro e me escreveram dizendo que achavam Brigitte Macron uma mulher muito interessante e com bastante borogodó.

Mas, afinal, o que é o tal do borogodó?

No meu novo livro, “A Arte de Gozar: Amor, Sexo e Tesão na Maturidade”, apresento uma pesquisa inédita que fiz com 100 homens e mulheres sobre o significado do borogodó na cultura brasileira.

Ninguém conseguiu definir direito o que é borogodó, mas todos souberam dizer quando alguém tem (ou não tem) borogodó. Daí o seu doce e irresistível mistério.

Estou buscando criar uma definição que sintetize as características mais citadas na minha pesquisa, mas confesso que ainda sinto falta de algo inclassificável:

Borogodó = carisma + poder de atração + autenticidade + leveza + bom humor + um algo a mais sem qualquer explicação

Carisma seria, então, o melhor sinônimo de borogodó?

Após entrevistar homens e mulheres sobre o tema, acredito que o borogodó é uma qualidade ainda mais rara e preciosa do que o carisma. Estou chegando à conclusão de que, no Brasil, o borogodó é um verdadeiro capital.

O borogodó, para uma atriz de 65 anos, é uma espécie de poder inexplicável, uma luz natural que vem de dentro, como uma graça divina.

“O melhor exemplo de mulher com borogodó é Brigitte Macron. Ela tem 70 anos, é casada com um homem 25 anos mais novo e nunca deixou de ser uma mulher poderosa, inteligente, elegante, autêntica, independente, corajosa. A Brigitte nunca deixou de ser ela mesma, nunca precisou se exibir ou se esforçar para chamar atenção. É natural, está no DNA dela”.

Para ela, “o segredo do borogodó é não ter vergonha de ser você mesma”.

“Todo mundo gosta de mim de graça. Sempre fiz sucesso com homens e mulheres de todas as idades. Não tenho vergonha de estar mais velha, mais gorda, mais flácida, mais pelancuda e com muito mais rugas, estrias e celulites. Acho que a liberdade, a alegria e a coragem de ser eu mesma é o meu maior borogodó.”

Seu marido, um fotógrafo de 40 anos, disse que a atriz é “a rainha do borogodó”.

“Minha mulher tem 65 anos, mas tem muito mais borogodó do que muitas garotinhas, porque o borogodó não depende do colágeno nem da bundinha durinha. Ela chega em qualquer lugar e naturalmente rouba a cena, ilumina todo o ambiente, contagia com suas risadas gostosas, inteligência e alegria de viver. Ela brinca o tempo todo com os próprios defeitos, faltas e imperfeições. Sabe o que me dá mais tesão? Ela sabe rir dela mesma e me faz dar risadas até mesmo nos momentos mais difíceis.”

Ele adora fotografar “mulheres inteligentes e interessantes que, apesar de mais velhas e consideradas fora do padrão, têm um baita borogodó”; e odeia trabalhar com “mulheres que, apesar de jovens e perfeitas de corpo e rosto, são só o ó do borogodó”.

“Trabalho com mulheres lindas que são arrogantes, nojentas, exibidas, narcisistas, desagradáveis e insuportáveis. Aquele tipo de mulher que deve se perguntar o tempo todo: ‘Espelho, espelho meu, será que existe alguém com mais borogodó do que eu?’. Sabe qual é o paradoxo do borogodó? Se uma mulher se achar cheia de borogodó, pode ter certeza de que está diante de uma chata sem um pingo de borogodó. Ela é, na verdade, só o ó do borogodó.”

Sei que você deve estar se perguntando agora: “Será que eu tenho borogodó?”. Se depois de ler sobre o paradoxo do borogodó você responder que sim, é provável que não tenha. Se responder que não, também não deve ter, pois os outros já teriam dado provas do poder do seu borogodó.

Agora, se você responder que não sabe, talvez faça parte do universo das raras pessoas encantadoras que têm esse tal de borogodó. Ou será que você é só “o ó do borogodó”?

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No Bacacheri…

© Vera Solda

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O plano do PT sem Marina

Izabella Teixeira seria o nome do PT para o Meio Ambiente, mas está no BNDES.

A crise entre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, seu colega das Minas e Energia, Alexandre Silveira, a Petrobras e o senador Randolfe Rodrigues, fez o PT sonhar em ocupar a pasta. Desde o ano passado, o PT queria a ex-ministra Izabella Teixeira no posto, não Marina.

Enquanto Lula organizava seu ministério, a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, tentava emplacar Teixeira no Meio Ambiente e defendia que Marina Silva ocupasse outra função, menos executiva. Perdeu.

Izabella Teixeira está no Conselho de Administração do BNDES, função considerada tampão. Petistas ouvidos pelo Bastidor acreditam que Izabella Teixeira é respeitada entre ambientalistas e consegue se equilibrar entre a vontade do governo promover desenvolvimento social e econômico e a preservação ambiental.

A articulação não levava em conta o fato de Marina ser um símbolo internacional da luta pelo meio ambiente no Brasil e da retomada da política ambiental após a destruição promovida por Jair Bolsonaro.

Por enquanto, diz um auxiliar de Lula ao Bastidor, o presidente não quer ouvir falar em mudança.

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As carpas na Casa de Chá

A Casa de Chá que tenho, aqui na cidade de Kyoto, é muito frequentada. Só fecha na segunda-feira; aproveito a folga para escutar Chet Baker num vinil riscado e dormir até mais tarde. Acendo o abajur, juntas e confusas, as carpas no grande aquário no canto do meu quarto. Tantas vezes, tantas, como agora, eu as pego me olhando, as carpas devassando o que em mim tem sido pesada âncora de ferro. E o que pesa tanto na âncora? Não conseguir responder à seguinte pergunta:

— Se a vela já estava acesa antes que a primeira vela se acendesse, onde está o Buddah neste exato momento?

— Se a vela já estava acesa antes de estar acesa, então a carpa já estava molhada antes que a água a molhasse. Antes que houvesse cortina e vento, a cortina ondulava ao vento. Antes que houvesse os olhos, olhos já viam carpas, cortinas, aquário e viam a vela acesa antes de estar acesa. E que fogo é este que queima sem queimar? O Buddah, neste momento, está dançando em torno de um fícus: tem vezes é invisível o Buddah, que celebra as Bodas de Saïs em torno do fícus; outras vezes é uma folha o Buddah e dá cinco voltas em torno do fícus. O vento não deixa a folha cair no chão, mas faz com que ela adentre a capela de Santa Ana e paire na água da pia batismal.

— Mas que lugar é este onde a vela está acesa antes de estar acesa e a carpa molhada antes de estar molhada?

— Este lugar é quando eu contemplo pura e serenamente os objetos.

(Dedico à Iara Teixeira)

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Mestre da Vida – 2006

Aquele Sérgio que nos fazia rir é este Mercer que choramos agora. Aquele domador de palavras, autor e ator de performances impagáveis! Era ironia, era poesia, era pura graça. E eis que era, de súbito, a reflexão aguda. Desvendava realidades recônditas – e também aquelas apenas turvadas por algum tipo de preconceito – com a simplicidade de quem destampa uma panela.

Descia o chicote na mediocridade, e isso era espetáculo à parte, indignação e chiste compondo números memoráveis, de que os amigos todos lembramos com detalhes , mas sem saber repetir. Como reproduzir atuações como aquelas!? E era encantado com as idéias. “Toda a força às idéias”. De quem , ou de onde viessem , idéias faziam brilhar seus olhos, ele que era uma usina de idéias. E que idéias! ´É dele o inesquecível “Eu quero votar para Presidente”, que embalou o movimento pelas diretas em 1984. Também dele, como tantas outras memoráveis, a campanha do “Lixo que não é Lixo”, de 1989, que ajudou a projetar Curitiba no imaginário ecológico do mundo. Sua contribuição à publicidade e à cultura da cidade, caudalosa e relevante, bem que merece resgate.

E era generoso. Com aqueles dentes grandes e desalinhados entre si mas quase sempre sincronizados em em um sorriso escancarado e cativante, era o primeiro a alertar os amigos sobre filmes, peças de teatro, livros, artigos de jornal, restaurantes, qualquer coisa boa que passasse por ele. Coisas de ver, ler, ouvir ou comer. Comer era de grande relevância na roda de glutões que fomos , ainda mais quando ele se afastou do álcool. Ouvir também era fundamental , posto que era nosso professor de jazz , ele que sabia tudo de jazz e quase tudo de música em geral. Tirava umas canções do piano, mas era quando tocava seu bandoneon inexistente que mais nos encantav. Pura mímica, puro ilusionismo, e a gente jurando que ouvia de verdade os grandes tangos que tirava daquele bandoneon imaginário.

Sem esquecer as impagáveis paródias de milongas que ele compunha, e que eram só para rir, para castigar a mesmice que espreita o cotidiano. E havia também o cantinfleio, termo que criou para descrever aquele falar rápido e surreal do inesquecível Cantinflas, que imitava com muita graça, ainda mais quando se fazia necesário explicar o inexplicável. Aquele nosso querido Mercer! Sim, era também um ator. Mas bem me lembro dele como pensador. Mestre, mestre Mercer, nosso professor de vida.

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