Flagrantes da vida real

Aquele abraço! © Maringas Maciel

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Paulo Leminski

DOR ELEGANTE

Um homem com uma dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Com se chegando atrasado
Chegasse mais adiante

Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha

Ópios, édens, analgésicos
Não me toquem nesse dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra

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Roberto Requião.  © Albary Rosa

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O irritante guru do Méier

No fim tudo destrambelha
Ninguém ganha
No jogo da velha

(Millôr Fernandes)

A grandeza de um artista pode ser medida pelo respeito da nova geração, principalmente dos novos que também atuam na sua área. O… (como vou definir alguém que foi tanta coisa?) bem, o Millôr Fernandes, que morreu aos 88 anos, sempre esteve num patamar acima no humor brasileiro e penso também que no jornalismo.

O Millôr fazia de tudo: escrevia, desenhava, era artista plástico dos bons, foi poeta, escritor e editor de alta qualidade. Foi um dos principais criadores do jornal O Pasquim e também fez uma publicação na década de 70 menos conhecida, o “Pif-Paf’, de impressionante qualidade editorial e gráfica. Durou poucos números, afinal estavamos numa ditadura e o Brasil já era o que sempre foi. Muito atrasado, apesar dos tantos talentos que pelejam para fazer algo de bom, além dos gênios, como o Millôr.

Ele teve uma especial participação na modernização da imprensa brasileira, o que foi importante para a modernização de todo o conjunto da nossa mídia e até mesmo da arte brasileira. Com seus desenhos e o excelente texto foi um dos jornalistas que tiraram a casaca da linguagem do nosso jornalismo, mudando o comportamento dos brasileiros.

O respeito por ele foi sempre muito grande entre seus pares, nos quais estou incluido. E era tamanho esse respeito que, na década de 70, havia uma história entre os cartunistas mais novos que mostra isso de forma divertida. Naquela época estávamos sempre na redação da Folha de S. Paulo, onde faziamos vários trabalhos. Eram cartuns e ilustrações, capas e a página de humor do suplemento semanal “Folhetim”, um sucesso editado pelo Tarso de Castro, que saía encartado na Folha.

Daquela turma de desenhistas que ficavam num estúdio ao lado da redação do jornal participavam eu, Glauco, Angeli, o falecido Petchó, Luiz Gê, o Luiz Carneiro estava sempre por ali também, a ilustradora Mariza, além de outros desenhistas que de vez em quando faziam alguma colaboração na Folha.

É claro que estávamos sempre falando sobre os cartunistas da velha guarda, que eram o Ziraldo, Jaguar, Henfil, Fortuna, Claudius. E o Millôr. Também é evidente que sempre aparecia no meio da conversa uma crítica a um ou outro desses cartunistas mais experientes. Pois uma vez alguém falou alguma coisa mais pesada sobre o Millôr e eu de pronto protestei bem alto; “Espera aí, o Millôr, nâo!”. E todos caímos na gargalhada.

Aquilo ficou entre nós como um jargão. Sempre que sobrava alguma crítica ao Millôr, alguém alertava: “O Millôr, não!”. Era meio de brincadeira, mas havia naquilo uma expressão de respeito por um artista que se elevava acima de todos pela imensa criatividade.

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Agora pode-se chamar a ex-primeira-dama de MiCash

Para não ser controlada pelo marido, teve que usar uma laranja

A certeza da impunidade produz episódios que, se estivessem num roteiro de filme, seriam considerados estapafúrdios. Só isso explica a declaração dada por Michelle Bolsonaro, segundo o advogado da família, Fabio Wajngarten, sobre usar o cartão de crédito em nome de uma amiga nos últimos dez anos: “meu marido sempre foi muito pão-duro“.

Coitada. Para não ter os gastos controlados pelo companheiro, Michelle teve que usar uma laranja e agora entra para as estatísticas. Uma em cada cinco mulheres fazem compras escondidas do parceiro, segundo levantamento da fintech Onze. Por outro lado, o site Gleeden, especializado em relações não monogâmicas, mostra que 59% dos maridos ocultam parte de suas finanças da esposa.

Tem até nome esse hábito de omitir como são gastos os recursos que teoricamente são do casal: infidelidade financeira. Uma situação difícil quando se tem um marido que anda com um escorpião no bolso, caso de Bolsonaro, segundo Michelle. Poderia ser pior.

Imagine ter as contas pagas por um sujeito suspeito de corrupção, que usa auxílio moradia para comer gente, embolsa parte dos salários dos funcionários e que pode ter se beneficiado dos contratos feitos por uma empresa com o governo federal para pagar os boletos da mulher. Pois é. Muito pior

E, convenhamos, chamar Bolsonaro de pão-duro? Um pouco exagerada, para não dizer mal-agradecida. Não é de hoje que jorra dinheiro na conta da ex-primeira-dama. Nunca soubemos por que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, depositou R$ 89 mil em sua conta, entre 2011 e 2016. Em cheques, importante dizer.

Talvez agora Michelle se livre da alcunha conquistada no começo do governo do marido quando a lambança dos cheques veio a público. Micheque é coisa do passado, talvez já possa ser chamada de MiCash. Para que Pix, se dá para pagar as contas em dinheiro vivo?

Publicado em Mariliz Pereira Jorge - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Tempo

Jô Oliveira (Brasília), Lailson Holanda (Pernambuco), Albert Piauhy (Piauí) e Borjalo (Rio de Janeiro), membros do Júri do Salão Internacional de Humor de Pernambuco, em uma pausa para o cafezinho, em Recife. Isso, há muito tempo.

Jô Oliveira, renomado autor de livros infantis, estudou artes gráficas na Hungria e publicou histórias em quadrinhos na Itália, México, Argentina e Grécia, além de premiadíssimo autor de selos; Lailson Holanda, trabalhou anos no Salão Internacional de Humor de Pernambuco, foi premiado no Salão de Humor do Canadá e hoje desenha histórias em quadrinhos; Borjalo, magistral desenhista de humor, fazia o controle de qualidade da TV Globo, onde inventou a Zebrinha qua anunciava os resultados da Loteria Esportiva Fica a saudade.

Albert Piauhy

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Tutti-Frutti

Adoro cicatrizes, tatoos da vida. Me fazem lembrar que eu fui mais forte do que aquilo que me feriu…

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“Inteligência postiça” é um termo que não é amplamente utilizado ou reconhecido no campo da inteligência artificial (IA). No entanto, se estamos falando de uma interpretação literal do termo, “inteligência postiça” pode ser entendida como uma forma de inteligência artificial que é artificial ou simulada, em oposição à inteligência natural encontrada em seres humanos e animais.

A inteligência artificial busca criar sistemas capazes de realizar tarefas que normalmente exigiriam inteligência humana, como reconhecimento de padrões, tomada de decisões e aprendizado. No entanto, a IA ainda não alcançou o nível de inteligência geral dos seres humanos, e a maioria dos sistemas de IA atuais são especializados em tarefas específicas.

Enquanto a inteligência artificial pode ser extremamente útil e poderosa em várias aplicações, algumas pessoas podem usar o termo “inteligência postiça” para destacar a falta de uma consciência ou compreensão verdadeira por parte dos sistemas de IA. Isso reflete a ideia de que a IA é uma forma artificial de inteligência que não possui os mesmos aspectos emocionais, éticos ou de compreensão do mundo que os seres humanos possuem.

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The Voice

Ivo Rodrigues (1949|2010). © Alberto Melo Viana

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Ele

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https://cartunistasolda.com.br/wp-content/uploads/2019/03/93.-My-Boy-Lollipop-Millie-Small.mp3?_=1

 

My Boy Lollipop – Millie Small (1964)

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Tomi Ungerer – 1931|2019

Vai lá!

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Meninos, eu vi!

Documentário de Pierre Barouh, que descobriu o Brasil em 1969. Com Baden Powell, Maria Bethânia, Pixinguinha, Paulinho da Viola e mais, muito mais.

O francês Pierre Barouh, orgulha-se de ter sido sempre um amador, no bom sentido. “A gente se encontra com as pessoas e deixa levar”, diz. Em Lisboa, em 1959, fez amizade com o sanfoneiro Sivuca, que o apresentou à música popular brasileira. “O resultado foi que me apaixonei”, conta. Anos depois, encontrou o cineasta Claude Lelouch e terminou compondo para ele alguns dos temas de Um Homem, Uma Mulher (1966), em parceria com Francis Lai. Com voz suave e cool, Barouh gravou para o filme a versão francesa de “Samba da Bênção”, com acompanhamento do compositor, o violonista Baden Powell (1937-2000). O filme de Lelouch divulgou a bossa nova na Europa, por causa do sucesso de uma das canções, “Sabadabada”. E foi o acaso que trouxe Barouh ao Rio de Janeiro num fevereiro muito quente do ano de 1969.

“Um amigo me convidou para viajar para o Rio. Vim para filmar “música brasileira”, confiando na amizade de Baden”, conta. “Mas só tinha três dias para produzir tudo.” Filmou o que pôde numa correria só, voltou a Paris e mandou revelar o filme. Intitulou o experimento de Saravah.

Hoje vivendo em Tóquio, Barouh lançou Saravah em fita cassete há quatro anos no Japão. A versão em DVD saiu há dois. “Como é o Ano do Brasil na França, aproveitei para lançar o DVD por lá. Foi há quatro meses”, diz. “Agora chegou a vez de os brasileiros descobrirem o trabalho.”

De fato, assistir a Saravah é como abrir a arca de um tesouro sonoro nunca revelado. De repente, volta à vida Baden Powell, no auge da carreira e do domínio de sua arte, encarregado de levar o francês encantado pelos bares, clubes e quintais do Rio, ao mesmo tempo que acompanhava outros músicos com seu talento incrível. Ele e Barouh arranjaram um encontro entre a cantora Maria Bethânia e o sambista Paulinho da Viola numa mesa de bar em Itaipu, no litoral fluminense, então uma vila de pescadores. Bethânia, aos 21 anos, abriu-se diante da câmera amadora; cantou e contou tudo o que sabia, ao lado de um Paulinho convicto de manter a diferença em relação à moça. “Temos formação e compromissos diferentes”, diz. “Sou compositor de escola de samba.”

Bethânia aparece ainda em ensaios na boate Sucata, interpretando ‘Baby’ e ‘Tropicália’, canções de seu irmão Caetano, então exilado na Inglaterra. E é acompanhada – em improvável combinação – por Baden e pelo trombonista Raul de Souza. Outra cantora, Márcia, mostra os sambas afros de Baden num clima de total descontração. E há instantes preciosos, como o percussionista João da Bahiana (1887-1974) tocando prato numa tentativa de distinguir macumba de candomblé, e o maestro Pixinguinha (1897-1973) no fundo do quintal de sua casa suburbana, em Jacarepaguá, executando o clássico ‘Lamento’ ao sax tenor, acompanhado por Baden e João da Bahiana. “Filmei ensaios. Eles são melhores que shows”, ensina Barouh.

Não se trata de material para cineastas, mas para fãs de MPB, avisa. Ele está eufórico com sua volta ao Brasil. “Muita coisa mudou, compositores foram favelizados, mas a música brasileira continua fantástica”, vibra. “Isto é a vida!”  Biscoito Fino, 2005.

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Angela White. © Zishy

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