…por falar na Grécia

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Minha casa, minha vida

© Lina Faria

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Mural da História – janeiro|2011

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© Gilson Camargo

Conhecido pela sua contribuição no desenvolvimento da batida do ska, Lloyd Knibb, baterista dos Skatalites, morreu na noite de 12 de maio de 2011, aos 80 anos de idade. Knibb sofria de câncer no fígado, e estava em tratamento nos Estados Unidos, mas voltou para a Jamaica, onde faleceu.

O baterista esteve no Brasil pela última vez quando os Skatalites se apresentaram na Virada Cultural, em São Paulo, e no festival pernambucano Abril Pro Rock. Fundada em 1964, a banda jamaicana é considerada um dos pais do ska. Os Skatalites se desfizeram em 1965, mas retornaram  em 1983, e desde então já lançaram  nove discos.

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Teatro

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#Sergey!

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Ninguém obriga ninguém a chegar perto de uma escritora

Como me tratam é a história deles; como eu sou tratada é a minha história

Uma mulher branca, baixinha, de aproximadamente 55 anos, escolhe tomates em um pequeno mercado no Pacaembu. Ela coloca muitos tomates no saco, e eu pressinto o desastre. Quando dá o primeiro passo em direção às laranjas, o saquinho plástico arrebenta. Ansiosa, ela não sabe se abaixa para pegar os tomates caídos ou se contém os outros que estão prestes a sair rolando. Então olha para mim, me reconhece e ameaça, em tom de brincadeira: “Não vá escrever sobre isso, hein?!”. Minha senhora, entenda: você derrubar tomates no mercadinho é a sua história. Eu estar num mercadinho onde uma mulher branca, baixinha, de uns 55 anos derrubou tomates é a minha história.

Um homem de quase dois metros de altura, poderosíssimo, gato, com a mão do tamanho do meu antebraço, dono de uma cabeleira cacheada potente, premiado em Cannes e até no Oscar, um self made man com sotaque carioca de malandro pobre que virou malandro rico e hoje sustenta 28 parentes, que é humilde, de esquerda, mas faz parte de uma elite-intelectual-arrogante —enfim, essa explosão de sabores toda que só o Rio de Janeiro é capaz de oferecer—, me chama para jantar. Horas depois de um ótimo papo harmonizado por uma voz de fazer tremer toda a água do meu corpo, concluo: terei o melhor sexo da minha vida. O que acontece a seguir eu já contei numa crônica, que foi marcante para alguns leitores.

Assim que chegamos a sua casa, ele pede: “Eu só transo usando meus mamilos. Você poderia, por favor, esfregá-los enquanto nos beijamos? Mas tem que usar a sua mão direita no meu mamilo esquerdo e a sua mão esquerda no meu mamilo direito”. Meus braços até cogitam um Wakanda Forever estranhíssimo, mas desisto. O homem então diz: “Jamais escreva sobre isso”. Meu amigo, entenda: você gostar de petelecos cruzados nas tetas é a sua história. Você me fazer um pedido desses é a minha história.

Trabalhei para uma empresa há alguns anos. Faço certo sucesso, ganho até uns prêmios. Uma hora a coisa desanda, porque é da vida. Um funcionário de lá, bem assessorado por advogados gringos, me chama para uma reunião. Ele tem um incômodo latente com meu perfil. Mas que perfil? De uma mulher que, ao se sentir injustiçada ou assediada moralmente, pode escrever sobre isso. Empresas, homens, sobretudo homens em empresas, odeiam esse tipo de mulher. Esse tipo de mulher louca que pode, de um dia para o outro, meter numa crônica o que fizeram com ela. Empresa gringa tem mais medo de compliance e processo do que macho hétero top tatuado tem medo de gozar no Pula Pirata ou de ter disfunção erétil.

Esse funcionário é desumano e machista, mas tudo numa embalagem de corporativo-legalzão-simpaticão-calma-querida-está-tudo-em cópia-nos-e-mails. Uma coisa tão violenta quanto murro na cara, mas murro na cara a gente enquadra em lei. Eu digo: “O que vocês estão fazendo comigo não é legal”. No dia seguinte recebo uma minuta: “Você nunca pode falar mal de mim, nem do meu amigão que fez minha cabeça contra você, nem da empresa”. O medo que os homens, seus amigos homens e as empresas têm de mulheres que falam, que escrevem! Meus caros ex-colegas, vocês terem sido escrotos comigo é a história de vocês. Eu ter sido tratada de forma escrota por vocês é a minha história.

Um ex-namorado é aconselhado por seu analista a me procurar para um café. Ele viu uma entrevista minha sobre uma futura peça de teatro cujo texto é baseado em uma relação amorosa que vivi. “Foi a nossa?” Na mesma semana, outro ex me chama para o seu aniversário. Ele viu a mesma entrevista e quer se aproximar, ficar numa boa. “É sobre o nosso relacionamento?” Uns dias depois, um terceiro ex-namoradinho, de quando eu tinha 20 anos, aparece do nada. “Vai estrear como dramaturga? Sobre o que é?” Meus queridos, eu jamais poderia expor o que vocês viveram comigo. Já o que eu vivi com vocês, bem, essa é a minha história.

Ninguém obriga ninguém a chegar perto de uma escritora.

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A Taciturna (A partir de um texto de Paul Celan)

Quando vem a taciturna e quebra os canos, a casa fica sem água; a taciturna destroça rosais, canteiros de gérberas e a Casa do esquecimento, onde a taciturna vive, exala um olor verde-mofo.

Para ele a taciturna verte a lágrima no escorpião; a taciturna sopra na pele; para ele ela enche os copos de sol; para ele ela murmura as sombras do amor.

Ele, da varanda da Casa do esquecimento, atira flechas em qualquer um: quem passa à frente da farmácia, flecha no ombro; quem sai da igreja dos Beneditinos, flecha na testa; quem entra no cartório, flecha nas costas; quem sai da lotérica, flecha no pé.

Ele ela: olho no olho, no frio, presos nas profundezas, somem de si para sempre.

Ele: – Escuto, o machado floresceu.

Ela: – Escuto, o local não é nomeável.

Ele: – Escuto, a chuva que a tudo observa cura o enforcado.

Ela: – Escuto, falam da vida como único refúgio.

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Retrato de Natalia Forcat que integra ensaio com os principais cartunistas brasileiros

Natalia nasceu na Argentina mas mudou-se para o Brasil em 1992. Colaborou para muitas revistas e órgãos de imprensa e comunicação, entre elas a revista Carícia, Veja SP, Terra, Isto É Minas, Caros Amigos, Playboy. Em jornais ela colaborou com o Le Monde Diplomatique, Gazeta Mercantil. Também ilustrou a coluna de Gregório Duvivier no jornal Folha de São Paulo, entre os anos de 2013 e 2015.

Natalia tem a marca da solidariedade em todos os seus desenhos e ilustrações. Ela é militante do movimento árabe e palestino, tendo sido ativa participante do Comitê pelo Estado da Palestina entre 2011 e 2014. Participou de muitas mesas de debates sobre charges e cartuns políticos, em especial no Fórum Social Mundial Palestina Livre realizado na cidade de Porto Alegre no ano de 2012, em novembro, no mesmo período em que a ONU aceitou admitir a Palestina como seu Estado observador.

Em 2014, Natalia organizou a exposição MULHERES PALESTINAS, RESISTÊNCIA POR TRÁS DOS MUROS, em comemoração ao Dia da Mulher e ao Ano da Solidariedade com o Povo Palestino. . As obras selecionadas foram expostas no Salão de Honra do Legislativo da Cidade de Buenos Aires e no Museu de Humor Gráfico Diógenes Taborda, com patrocínio da Fundação Cultural Volpe Stessens.

Também em 2014, os cartunistas Rice Araujo, Natalia Forcat, Eugênio Neves, Márcio Baraldi e Bira Dantas criaram uma página no Facebook de apoio aos palestinos de Gaza. A página chamada CARTUNISTAS COM GAZA recebeu e publicou cartuns de vários artistas e se transformou numa exposição realizada no SESDUEM, Memorial Kimura e MUDI-UEM.

Paulo Vitale ©All Rights Reserved

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Flagrantes da vida real

Rogério Dias, sempre. © Maringas Maciel

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Numa manhã musical no Passeio Público, antes de um show da Chave:  Jamil, Judite Magalhães, Ivo e Toninho Vaz, 1977. © Myskiciewicz

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Ember Volland. © Zishy

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Matias, primeiro as tias

Lula vai passar uma semana dormindo na casa das emas, castigo de Janja, greve de sexo sob pretexto de dor nos quadris. Descartou “candidatas mulheres” (do noticiário ginasiano) em favor de candidatos homens ao TSE (a ortodoxia gramatical do gênero no discurso foi para as cucuies). As mulheres são amigas do PT, e os homens, amigos do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes. A aura de feminista do presidente sofre um arranhão. Já seus ministros, incluso o hierarca petista baiano da  Casa Civil, e ex-governadores-agora ministros, são feministas sanguíneos: “convencem” deputados estaduais a nomearem suas primeiras damas aos TCE de suas satrapias. A melhor sinecura entra no patrimonialismo das elites. Encaminhadas as mulheres, eles os maridos “funcionarão normalmente”.

Desafio quem me acuse de machista; a mulher de meu ex-primo, ex-prefeito de São João do Triunfo, com a competência de secretária de Serviços Sociais, seria nomeada ao tribunal de contas? Aquilo do Mateus, primeiro os teus, com as mulheres dos políticos virou Matias, primeiro as tias. Ninguém tasca nas aptas viragos conjas. Semana passada uma juíza cassou a nomeação da mulher do ex-governador-ora ministro Helder Barbalho para o TCE do Pará. Numa penada o desembargador superior anulou. A juíza, que brincou de poderosa, não será promovida por merecimento, se for, será desembargadora como juíza antiga. Falta-lhe do conseguinte de não ser casada com governador, nem com ministro de Lula. Lula faz a revolução de Lampedusa: é preciso que tudo mude para que tudo fique como sempre foi.

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Wilson Bueno

Nosso insopitável Dante Mendonça revelou aqui, já não sei mais em qual estação, que prescinde de calendário para saber se é inverno ou verão em Curitiba. Basta ver como este vosso escriba está paramentado – se de bermuda e tênis, é o estio; se de gorro e cachecol, eis que chegou o frio e, com ele, por suposto, o inverno.

Concordo integralmente com nosso cronista. Mas apenas porque o saudoso E.G.C. (Ernane Gomes Correia) não existe mais, pois, para mim, ao tempo em que as temperaturas curitibanas batiam em severos graus negativos, quem me fazia dispensar calendários era ele. Prorrompia em plena Boca Maldita, o pescoço protegido por um cachecol tão comprido, mas tão comprido, leitor, que, mais um pouco, lhe pisavam a franja os sapatões lustrosos. Tonitruava, a voz de um grave profundo:

“Tempo de pinhão, Bueninho!!! Tempo de vinho e pinhão!!!” O cachecol, claro, descia sobre a invariável capa de gabardine, esta também usada, creiam, nos ardentes janeiros. As unhas de Jamil Snege, enormes sempre, de pantera, roçavam o rosto do E.G.C. Jamais esquecerei as mãos de Snege, roxas de frio. Ainda assim nosso genial escritor não perdia a deixa, e inquietava o pobre Ernane, a se auto-proclamar a Turca Louca da Antártida. A voz de E.G.C. trincava os espelhos do Café Avenida: “Ah, esse Turco! Esse Turco tem cada uma!…”

O volumoso exemplar do Estadão debaixo do braço, desguiava, o cachecol bordô a dançar sob a neblina fria. E enfiava-se no primeiro cinema.

Amo os invernos de Curitiba, assim como a memória do seu frio. Os fogões à lenha, nas casas polacas, recendiam a um perfume que, proustianamente me revisita, aqui e agora, neste insensato início de novo milênio.

À parte o cheiro bom da bracatinga queimando, lembro os “pães-bundas” tostados com banha de porco nas chapas. Ou a broa caseira assada nos fornos construídos a tijolo no fundo dos quintais. Polacos não há mais, a não ser alguns fiéis descendentes, como nosso Thadeu Wojciechowski, poeta de estirpe e que segue levando acesa a chama. Mas se estamos faltos de polacos originais, o inverno é quase o mesmo. Digo “quase” porque os frios da Curitiba de minha infância não se repetirão jamais.

Como reaver, face ao tempo voraz, as “ômamas” que era como a gente chamava as avós eslavas, com seus aventais de florinhas, encardidos na beira das pias e dos fogões? Como reconquistar, senão pela via da memória, essa deusa ambígua, as casinhas de madeira da Saldanha Marinho, esquina com Visconde de Nácar, com suas chaminés a elevarem ao céu cinza, o cinza ainda mais cinza da fumaça dos fogões?

O que há é o novo inverno e este vosso escriba, velho Dante, a vestir o mesmo terno. O que é uma rima mas não é uma solução.

 28|6|2009/O Estado do Paraná

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Mural da História

19 de julho, 2016 – República dos Bananas

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