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Trilha sonora – flautinha andina
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Caros senhores da Editora Abril e da Revista Bravo
A SIB – Sociedade dos Ilustradores do Brasil –, que é uma entidade sem fins lucrativos e que visa a valorização do profissional da ilustração e de seu mercado de trabalho, não poderia deixar de repudiar o recente concurso “cultural” anunciado pela revista Bravo! Não somos contra concursos, pelo contrário. Existe uma tradição secular no mundo todo que torna esta prática uma oportunidade para que jovens talentos mostrem sua produção e que possam vir a ter seu trabalho reconhecido. O que não podemos entender e aceitar é que o regulamento deste concurso “cultural” não ofereça nada em troca a não ser fazer outro desenho para ser publicado. E que esses desenhos passem a ser patrimônio da Editora Abril.
E que o “ganhador” deve aceitar e não reclamar de absolutamente nada mesmo que os editores aprovem seu trabalho e resolvam, a seu bel-prazer, modificá-lo conforme a edição exigir. Isto é “cultural”? A SIB deseja um outro tipo de cultura. A do respeito. Centenas de jovens apresentam seus portfolios a editores de revistas todos os anos. Será que desses, nenhum mereceria a chance de publicar já sendo remunerado? Será que nenhum deles preenche os requisitos mínimos para se tornar um profissional, ainda que, digamos, junior?
A Editora Abril tem feito dezenas de leituras de portfolio durante a bem sucedida exposição “Ilustrando em Revista”. São garotos de vários estados que, esperançosos, encaram a fila e o crivo de profissionais da Editora. Impossível não haver entre eles alguns que já poderiam se iniciar na arte da ilustração nas páginas das revistas da Abril sendo remunerados.
O regulamento do concurso não tem absolutamente nada de cultural. Ele é um contrato econômico e uni-lateral, infelizmente. A Abril faria mais se valorizasse seus profissionais, seus colaboradores, e que respeitasse os leitores que ainda restam oferecendo a eles um produto profissional e qualificado. Ganharíamos todos nós.
Atenciosamente,
SIB – Sociedade dos Ilustradores do Brasil
Publicado em Sem categoria
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Caros senhores da Editora Abril e da Revista Bravo
A SIB – Sociedade dos Ilustradores do Brasil –, que é uma entidade sem fins lucrativos e que visa a valorização do profissional da ilustração e de seu mercado de trabalho, não poderia deixar de repudiar o recente concurso “cultural” anunciado pela revista Bravo! Não somos contra concursos, pelo contrário. Existe uma tradição secular no mundo todo que torna esta prática uma oportunidade para que jovens talentos mostrem sua produção e que possam vir a ter seu trabalho reconhecido. O que não podemos entender e aceitar é que o regulamento deste concurso “cultural” não ofereça nada em troca a não ser fazer outro desenho para ser publicado. E que esses desenhos passem a ser patrimônio da Editora Abril.
E que o “ganhador” deve aceitar e não reclamar de absolutamente nada mesmo que os editores aprovem seu trabalho e resolvam, a seu bel-prazer, modificá-lo conforme a edição exigir. Isto é “cultural”? A SIB deseja um outro tipo de cultura. A do respeito. Centenas de jovens apresentam seus portfolios a editores de revistas todos os anos. Será que desses, nenhum mereceria a chance de publicar já sendo remunerado? Será que nenhum deles preenche os requisitos mínimos para se tornar um profissional, ainda que, digamos, junior?
A Editora Abril tem feito dezenas de leituras de portfolio durante a bem sucedida exposição “Ilustrando em Revista”. São garotos de vários estados que, esperançosos, encaram a fila e o crivo de profissionais da Editora. Impossível não haver entre eles alguns que já poderiam se iniciar na arte da ilustração nas páginas das revistas da Abril sendo remunerados.
O regulamento do concurso não tem absolutamente nada de cultural. Ele é um contrato econômico e uni-lateral, infelizmente. A Abril faria mais se valorizasse seus profissionais, seus colaboradores, e que respeitasse os leitores que ainda restam oferecendo a eles um produto profissional e qualificado. Ganharíamos todos nós.
Atenciosamente,
SIB – Sociedade dos Ilustradores do Brasil
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Adeus, Mário!
Foto sem crédito.
No último dia 14 de maio Curitiba sumiu mais um pouco. Sumiram lambrequins de uma casa de polaco. Sumiram dez balas Zequinha, dois chineques e uma gasosa de gengibirra. Desapareceram duas putas da Riachuelo e uma da Cruz Machado. Evaporaram dois chopps bola e um pernil com verde do bar Mignon. Sumiu também uma travessa de bucho à milanesa lá do bar do Edmundo.
Uma porção de testículos de boi do Stuart e dez mil petit-pavês da calçada da XV. Sumiram duas bambolinas do Guairinha, um spot de 500 watts do Teatro Paiol e uma camisa do Ferroviário Esporte Clube. Caiu, também neste último 14 de maio, um dente do Dalton Trevisan e um fio de cabelo prateado da Helena Kolody. Sumiu até um pouco do sotaque de muita gente.Todas essas coisas sumiram, assim, sem mais e nem menos, de repente, num upa!
O responsável por esses sumiços todos nesta nossa velha cidade “Trecentina”, que pouco a pouco desaparece, foi um piá pançudo lá do bairro do Portão, que cresceu aqui e virou um grande ator – desses em que o talento transborda, do tipo que já estava careca de saber tudo sobre Curitiba – desses que, de vez em quando, cruzam o Atuba pra mostrar que aqui tem gente boa, que só! – Mário Schoemberger – ator, autor e diretor de teatro de Curitiba – pegou o boné, esticou as canelas e foi-se embora! Levou com ele, no bolso do casaco, um retrato de uma Curitiba que, a cada dia, fica mais invisível. Levou também um litro e meio de lágrimas dos seus amigos que ficaram aqui.
Enéas Lour – Julho/2008
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Adeus, Mário!
Foto sem crédito.
No último dia 14 de maio Curitiba sumiu mais um pouco. Sumiram lambrequins de uma casa de polaco. Sumiram dez balas Zequinha, dois chineques e uma gasosa de gengibirra. Desapareceram duas putas da Riachuelo e uma da Cruz Machado. Evaporaram dois chopps bola e um pernil com verde do bar Mignon. Sumiu também uma travessa de bucho à milanesa lá do bar do Edmundo.
Uma porção de testículos de boi do Stuart e dez mil petit-pavês da calçada da XV. Sumiram duas bambolinas do Guairinha, um spot de 500 watts do Teatro Paiol e uma camisa do Ferroviário Esporte Clube. Caiu, também neste último 14 de maio, um dente do Dalton Trevisan e um fio de cabelo prateado da Helena Kolody. Sumiu até um pouco do sotaque de muita gente.Todas essas coisas sumiram, assim, sem mais e nem menos, de repente, num upa!
O responsável por esses sumiços todos nesta nossa velha cidade “Trecentina”, que pouco a pouco desaparece, foi um piá pançudo lá do bairro do Portão, que cresceu aqui e virou um grande ator – desses em que o talento transborda, do tipo que já estava careca de saber tudo sobre Curitiba – desses que, de vez em quando, cruzam o Atuba pra mostrar que aqui tem gente boa, que só! – Mário Schoemberger – ator, autor e diretor de teatro de Curitiba – pegou o boné, esticou as canelas e foi-se embora! Levou com ele, no bolso do casaco, um retrato de uma Curitiba que, a cada dia, fica mais invisível. Levou também um litro e meio de lágrimas dos seus amigos que ficaram aqui.
Enéas Lour – Julho/2008
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Caros senhores da Editora Abril e da Revista Bravo
A SIB – Sociedade dos Ilustradores do Brasil –, que é uma entidade sem fins lucrativos e que visa a valorização do profissional da ilustração e de seu mercado de trabalho, não poderia deixar de repudiar o recente concurso “cultural” anunciado pela revista Bravo! Não somos contra concursos, pelo contrário. Existe uma tradição secular no mundo todo que torna esta prática uma oportunidade para que jovens talentos mostrem sua produção e que possam vir a ter seu trabalho reconhecido. O que não podemos entender e aceitar é que o regulamento deste concurso “cultural” não ofereça nada em troca a não ser fazer outro desenho para ser publicado. E que esses desenhos passem a ser patrimônio da Editora Abril.
E que o “ganhador” deve aceitar e não reclamar de absolutamente nada mesmo que os editores aprovem seu trabalho e resolvam, a seu bel-prazer, modificá-lo conforme a edição exigir. Isto é “cultural”? A SIB deseja um outro tipo de cultura. A do respeito. Centenas de jovens apresentam seus portfolios a editores de revistas todos os anos. Será que desses, nenhum mereceria a chance de publicar já sendo remunerado? Será que nenhum deles preenche os requisitos mínimos para se tornar um profissional, ainda que, digamos, junior?
A Editora Abril tem feito dezenas de leituras de portfolio durante a bem sucedida exposição “Ilustrando em Revista”. São garotos de vários estados que, esperançosos, encaram a fila e o crivo de profissionais da Editora. Impossível não haver entre eles alguns que já poderiam se iniciar na arte da ilustração nas páginas das revistas da Abril sendo remunerados.
O regulamento do concurso não tem absolutamente nada de cultural. Ele é um contrato econômico e uni-lateral, infelizmente. A Abril faria mais se valorizasse seus profissionais, seus colaboradores, e que respeitasse os leitores que ainda restam oferecendo a eles um produto profissional e qualificado. Ganharíamos todos nós.
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Adeus, Mário!
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No último dia 14 de maio Curitiba sumiu mais um pouco. Sumiram lambrequins de uma casa de polaco. Sumiram dez balas Zequinha, dois chineques e uma gasosa de gengibirra. Desapareceram duas putas da Riachuelo e uma da Cruz Machado. Evaporaram dois chopps bola e um pernil com verde do bar Mignon. Sumiu também uma travessa de bucho à milanesa lá do bar do Edmundo.
Uma porção de testículos de boi do Stuart e dez mil petit-pavês da calçada da XV. Sumiram duas bambolinas do Guairinha, um spot de 500 watts do Teatro Paiol e uma camisa do Ferroviário Esporte Clube. Caiu, também neste último 14 de maio, um dente do Dalton Trevisan e um fio de cabelo prateado da Helena Kolody. Sumiu até um pouco do sotaque de muita gente.Todas essas coisas sumiram, assim, sem mais e nem menos, de repente, num upa!
O responsável por esses sumiços todos nesta nossa velha cidade “Trecentina”, que pouco a pouco desaparece, foi um piá pançudo lá do bairro do Portão, que cresceu aqui e virou um grande ator – desses em que o talento transborda, do tipo que já estava careca de saber tudo sobre Curitiba – desses que, de vez em quando, cruzam o Atuba pra mostrar que aqui tem gente boa, que só! – Mário Schoemberger – ator, autor e diretor de teatro de Curitiba – pegou o boné, esticou as canelas e foi-se embora! Levou com ele, no bolso do casaco, um retrato de uma Curitiba que, a cada dia, fica mais invisível. Levou também um litro e meio de lágrimas dos seus amigos que ficaram aqui.
Enéas Lour – Julho/2008
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Flagra!
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Flagra!
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Tchan!
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Tchan!
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No Parque Bacacheri
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