Em 1905, na floresta ao redor de Cantal, na França, o jovem seminarista Bruno Reidal mata um garoto e, imediatamente, entrega-se às autoridades. Na prisão, durante as semanas de interrogatório, ele depõe a uma comissão de três médicos que tentam compreender seus impulsos letais. Bruno, então, começa a reconstituir o passado escrevendo sua história de vida, enquanto os médicos tentam identificar eventos ou anomalias que justifiquem suas atrocidades.
Biografia / Policial / Drama
Diretor: Vincent Le Port
Duração: 101 minutos
Ano de Lançamento: 2021
País de Origem: França
Idioma do Áudio: Francês / Latim/ Dimitri Doré, Jean-Luc Vincent, Roman Villedieu, Alex Fanguin, Tino Vigier, Nelly Bruel, Ivan Chiodett, Dominique Legrand, Antoine Brunel, Tristan Chiodetti, René Loyon, Rémy Leboucq, André Salson, Astrid Vialard
Esta semana, morreu em São Paulo, aos 83 anos, Pedro Herz, proprietário da Livraria Cultura, fundada por sua mãe, Eva, nos idos de 1969, e em processo de falência. Vão-se os livreiros, vão-se as livrarias, vão-se os livros. E aqui ficamos nós, submissos à máquina, mergulhados na ignorância, caminhando célere rumo ao despenhadeiro.
“Um país se faz com homem e livros” – garantia Monteiro Lobato. Antes dele, o filósofo romano Cícero já dissera que “Uma casa sem livros é um corpo sem alma”. Que dizer, então, de um mundo sem livros?
O fenômeno é mundial. Não é coisa de Brasil. Tudo bem, temos Buenos Aires, muito bem lembrado por Raul Urban, ainda forrada de livrarias. Mas até quando?
Quem tem se afastado da cultura, submetendo-se à tecnologia dominante é o ser humano. De repente, estamos deixando de ler, de escrever, de conversar e, pior de tudo, de pensar. É mais prazeroso manter os olhos fixos na tela do celular e trocar mensagens imbecis com estúpidos da mesma espécie.
Ler dá trabalho. Pensar, então, é algo insuportável.
O notável moçambicano Mia Couto, em intervenção na cerimônia de Prêmio Internacional dos 12 Melhores Romances de África, em Cape Town, em junho de 2002, resumiu o tema com a sabedoria que lhe é peculiar: “O escritor não é apenas aquele que escreve. É aquele que produz pensamento, aquele que é capaz de engravidar os outros de sentimentos e de encantamento”.
Por tudo isso e muito mais é que se deve lamentar o falecimento de Pedro Herz. Ele foi, como registrou Zé Beto neste espaço, “responsável por firmar, no coração de São Paulo, uma das livrarias que ajudaram a definir o cenário cultural da cidade nas últimas décadas, palco de inúmeros lançamentos, debates e peças de teatro, além da venda de livros”.
Antes dele, a mãe, Eva, fugindo da perseguição nazista, criou, em 1947, o embrião da Cultura, uma biblioteca circulante, dedicada ao empréstimo de livros. O objetivo era sobreviver, mas acabou oferecendo conhecimento.
A Cultura de Eva e Pedro Herz esteve também em Curitiba. Durante um bom tempo, ocupou espaço no 3º piso do Shopping Curitiba. Infelizmente, dificuldades financeiras levaram a livraria a um pedido de recuperação judicial em 2018 e, depois, a um pedido de falência.
Como dizem os maledicentes de sempre, “livro não serve para nada, além de ser caro”. Pois é. Logo, descobrirão que, sem os livros, tudo ficará muito mais caro, e nem a esperança nos restará.
Ministro tem dado desde o ano passado vários dribles em deputados que compõem a comissão de Minas e Energia
O ministro Alexandre Silveira tem dado desde o ano passado vários dribles em deputados que compõem a comissão de Minas e Energia na Câmara, em especial a ancada do Rio de Janeiro.
Os deputados insistem em saber o motivo que levou Silveira a indicar o advogado Raul Lycurgo Leite para a presidência da Eletronuclear, mesmo sem nenhuma experiência no setor e supostamente ferindo o estatuto da empresa. A posse ocorreu só em dezembro do ano passado, embora a indicação tenha sido feita em abril. Pesou contra o advogado a falta de consulta à bancada do Rio.
Silveira chegou a tratar do assunto durante uma sessão da comissão de Minas e Energia em maio de 2023 e enalteceu a experiência do aliado na “gestão pública”. O ministro, no entanto, esqueceu alguns detalhes do currículo.
Silveira citou a atuação de Raul Lycurgo Leite como presidente da Cemig, companhia energética de Minas Gerais, mas não disse que foi durante o governo de Fernando Pimentel (PT). Velho conhecido dos petistas mineiros, o advogado também atuou no ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio quando Pimentel era o titular da pasta no governo Dilma Rousseff. Na sessão, além de Silveira, somente o deputado Odair Cunha (MG), hoje líder do PT na Câmara dos Deputados, elogiou a indicação de Raul.
Outro assunto que os parlamentares querem abordar trata dos convênios da Eletronuclear com Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro, relacionados à compensação ambiental.
Na quarta-feira (20), a comissão aprovou um convite para que o ministro apresente “as prioridades, projetos e planos estratégicos” da pasta para 2024. O texto mais abrangente e o uso de convite, não de convocação, buscam fazer com que Silveira compareça mais uma vez ao colegiado, depois de uma convocação aprovada em outubro do ano passado não ter sido cumprida.
Na comissão de Minas e Energia, Silveira é recorrentemente alvo de ironias por sua agenda cheia em eventos e quase nenhum espaço para receber deputados e senadores. Nesta semana, o ministro está nos Estados Unidos para participar da Ceraweek, um evento internacional organizado pela S&P Global.
LULA transita entre reverdade e rementira – que para os normais é a mesma coisa para a metamorfose do cérebro deambulante apresenta nuances. Primeiro, acusou Bolsonaro de sumir com os móveis do Alvorada, inclusive sugerindo a hipótese de furto pelo ex-presidente e sua mulher. Depois, apanhado na mentira, manda seu governo emitir nota de que cabia ao governo Bolsonaro guardar direito os móveis, que acabaram sendo localizados em depósito oficial.
Uma versão fantasiosa, ridícula e até infantil: se o governo Bolsonaro tinha a responsabilidade de levar os móveis a depósito, ao governo Lula, que começou imediatamente em seguida, caberia localizar os imóveis. A metamorfose de cérebro deambulante quer nos convencer de que, encerrado seu mandato, Bolsonaro teria que levar os móveis do Alvorada ao depósito oficial. E que, iniciado o governo Lula, este não teria o dever de mandar localizar os móveis.
Mesmo sem ter qualquer convicção ou realizado qualquer busca Lula abriu a matraca da ejaculação precoce para falar em furto. Se fosse a primeira vez, podia-se debitar a responsabilidade à cachacinha que o atual presidente dividia com Ratinho Pai. Mas a primeira dama Janja, que ao que se sabe só bebe água, entrou no coro da calúnia e chamou a imprensa para documentar o estado em que encontrou o Alvorada. Lula tentou fazer dos móveis sumidos o sítio e o tríplex de Bolsonaro.
Lula mentiroso difere em grau, não na intenção, de Bolsonaro mentiroso.
Na vigência da Lei Sarney, apareceram na Secretaria da Cultura dois tipos estranhos e pediram para falar com o Reinaldo. Haviam arrecadado uma extraordinária quantia, via citada Lei, e queriam que a Secretaria emitisse um certificado para que pudessem sacar a dinheirama que estava no banco (era uma das exigências da lei). Impressionado com a quantia que diziam ter, muito superior àquelas que a própria Secretaria havia conseguido arrecadar, o Reinaldo, já demonstrando o excelente delegado da Polícia Federal que se tornaria, desconfiou do estelionato e depois de dar uma enrolada nos pilantras, pediu que eles trouxessem os extratos bancários, dizendo que os mesmos eram necessários para as providências administrativas para expedição do tal certificado.
No outro dia, os caras estavam lá com os referidos extratos. Reinaldo deu mais uma enrolada, disse que eram necessários não sei quantos dias úteis para que o certificado ficasse pronto e, na saída dos meliantes, começou a examinar os documentos bancários. As empresas eram médias e pequenas, nenhuma de grande porte e prestígio. Ao ver a documentação, o Reinaldo se deparou com o nome de uma onde tinha um conhecido que lá trabalhava. Foi a campo e depois de uma conversa persuasiva descobriu o estelionato: os caras arrecadavam o dinheiro com a promessa de devolver metade da doação para os diretores das empresas, na conta da pessoa física.
Contou tudo para o professor René que jurou que nem com ordem judicial iria permitir a emissão do certificado. Preferia pagar multa, ser preso, o que fosse necessário. Não precisou tanto. O professor chamou o Leopoldino Abreu Netto e a Rosana Stocchero, que eram os responsáveis pela Lei Sarney na Secretaria, e explicou a situação. Os dois foram em todas as empresas e explicaram que a “doação” não havia sido aprovada. Várias empresas, preocupadas, perguntavam se não poderiam doar diretamente à Secretaria. Com a resposta positiva, a Secretaria conseguiu tocar vários projetos que estavam parados por falta de verbas. Os dois pilantras voltaram para falar com o Reinaldo. Depois de uma longa digressão sobre crimes contra a ordem tributária, estelionato e formação de quadrilha, os meliantes nunca mais puseram os pés na Secretaria.
René também foi um secretário extremamente preocupado com o patrimônio cultural do Estado. Exemplo é o que aconteceu com o Teatro da Classe, fundado pelo José Maria Santos, quando na presidência da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais. Passados alguns anos, o Zé Maria se desentendeu com os seus pares e deixou a direção do Teatro. Na época, a situação da dita associação era desesperadora. O Collor tinha assumido, confiscado a poupança e a associação não tinha dinheiro para pagar o aluguel do Teatro, cujo imóvel pertencia a um Turco, dono de várias lojas de sapato na Praça Tiradentes. Foram despejados.
No dia seguinte ao despejo, deu-se o caso em que o René foi, mais uma vez, dentre tantas, extraordinário. No início de uma tarde incrivelmente calma, sinal de que a tempestade iria cair forte, recebo um telefonema desesperado da atriz Yara Sarmento (que foi vedete do Carlos Machado) e que dava expediente no Sindicato dos Artistas, cuja sede era na Treze de Maio, em frente ao Teatro da Classe.Continue lendo →
Descobri o famoso mistério Do teu sorriso, Gioconda… Pensando bem, É o mesmo sorriso que tem Essa gente sempre de boca fechada De tanta gente no mundo… O que há nisso de profundo? É apenas Porque já perderam todos os dentes!
Nos primeiros tempos de Secretaria, o professor René inventou que era preciso trabalhar aos sábados para dar conta de tantas atividades que ele mesmo inventava e materializava. Foi uma gritaria geral. Depois de exaustivas negociações, chegamos todos a um acordo. Segundo o professor, adotaríamos o “sábado inglês”, ou seja, das 8h00 ao meio dia. O problema era que o meio dia do secretário sempre passava das 13h00 e, às vezes, das 15h00. Os únicos que escaparam foram o Sale Wolokita e o Reinaldo de Almeida César.
Sale inventou um álibi perfeito: tinha de guardar o “shabat”. Reinaldinho achou outro: passava a semana inteira em Curitiba, onde dividia um apartamento com o pai parlamentar. Nas sextas-feiras, depois das 18h00, pegava o carro e voltava para Ponta Grossa, ia visitar a mãe e o irmão. O pai, nos fins de semana, segundo ele, passava quase todo o tempo visitando os correligionários por todos os Campos Gerais. Como filho primogênito, tinha que dar atenção ao restante da família. Desconfio que o Reinaldinho, às vezes, passava a perna no professor. Andava de namorico com a servidora mais bonita da Secretaria. Achavam que ninguém sabia de nada, quando se cruzavam nos corredores faziam que não se conheciam. Ledo engano. Até a foto do José Sarney, que ficava no gabinete do secretário, ao lado da do Álvaro Dias, sabia. O Paraíba, que era o porteiro da entrada da Ébano Pereira, numa manhã flagrou os dois trocando um beijinho e espalhou a história por toda a Secretaria.
Numa sexta-feira não teve jeito. O professor mandou chamar o Sale e o Reinaldo e disparou: “Sale, amanhã você vai pecar. Reinaldo, neste fim de semana você vai ficar sem a comida da sua mãe”. No dia seguinte, os dois estavam lá. Depois do “sábado inglês” o professor sempre carregava o pessoal para a Boca Maldita, afinal, durante décadas, foi o orador oficial do jantar anual da Confraria. De repente, não mais do que de repente, o professor deixou de convocar o pessoal para o trabalho aos sábados. Foi, desconfio, provavelmente, pressão da Dona Rosarita, que estava cansada da ausência do marido em casa nos sábados.
Tempos depois, René teve uma recaída. Numa sexta-feira convocou todos os assessores para o dia seguinte. Bem naquela época estavam ocorrendo as eleições presidenciais. O voto ainda era no papel e a apuração final demorou alguns dias, de modo que, no sábado, já se sabia que o Collor estaria no segundo turno. Brizola e Lula disputavam a outra vaga, voto a voto. Naquele dia, os jornais publicaram os resultados da apuração vindos do exterior. Havia, como sempre, um candidato folclórico, o tal de Marronzinho. A imprensa deu grande destaque à apuração havida em Moscou. Marronzinho tinha conseguido um voto na cidade.Continue lendo →
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