Paulo Leminski Neto. © Anderson Tozato

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© Sára Saudková

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As vantagens que a farda oferece

E os milicos, hein?! Tão patriotas, tão escrupulosos, tão obedientes, tão ciosos de suas obrigações… mas, na surdina, vêm captando vantagens e inflando salários com ajudas de custos que podem somar R$ 300 mil! O motivo são as mudanças de cidade ou a ida à reserva.

E veja-se que o mimo não foi uma gentileza do tempo das trevas bolsonarianas. Vem de longe e continua a acontecer sob o governo de Luiz Inácio. A mais recente contemplação teria ocorrido em março passado, decidida pelo Alto Comando do Exército. Setenta e cinco oficiais foram atingidos, onze generais de quatro estrelas. A ajuda teve um custo total de R$ 4,3 milhões – uma média de quase R$ 100 mil por beneficiado.

Houve casos de generais que acumularam as ajudas de custos. Foi o caso do gen. Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves. Promovido a quatro estrelas em agosto de 2022, recebeu R$ 130,9 mil para deixar o Comando de Operações Terrestres, em Brasília, e assumiu o Comando Militar do Norte, em Belém. Mas em março de 2023 foi nomeado para o Comando Militar da Amazônia e teve que se mudar para Manaus, com ajuda de custa de 159,9 mil. Somados, os recursos do auxílio chegaram a R$ 290 mil.

O Exército argumenta que os repasses são previstos no decreto nº 4.307/2002 – tempos efeagacianos –, cujo art. 55, inciso I, estabelece que a ajuda “é devida ao militar e serve para atender despesas com locomoção e instalação, excetuando as despesas de transporte, que estão abrangidas na indenização de transporte regulada no art. 23 e seguintes do mesmo dispositivo legal”.

Se o fardado tiver dependentes, receberá duas vezes o valor de remuneração como auxílio. Se a origem ou destino for uma cidade considerada de categoria A, o valor sobe para quatro vezes o salário.

Se o militar for para a reserva, o valor será oito vezes o último salário de seu último posto – saldo que chega a R$ 300 mil em caso de generais de quatro estrelas.

A justificativa é que a carreira militar é cheia de percalços, com mudanças constantes e que a instabilidade prejudica as famílias. A pós-doutoranda em ciências políticas da Unicamp Ana Penido, pesquisadora do tema Forças Armadas, no entanto, garante que as situações são próprias da carreira militar e devem ser consideradas na hora de escolher a profissão. E destaca que “dar benefícios financeiros para além das já boas aposentadorias não deveria ser uma estratégia para a política de defesa de um país”.

Pois é, mas, segundo informa a Folha de S.Paulo, em 2022 foram destinados ao Exército, para o pagamento de movimentações militares, R$ 615 milhões; para a Marinha, R$ 279 milhões; e para a Aeronáutica, R$ 145,2 milhões.

Tão diferente do trabalhador comum, civil, que além de amargar um salário mínimo de R$ 1.212,00, usa o transporte coletivo para locomover-se e, quando se aposenta, recebe aquela merreca paga pelo INSS, sem qualquer ajuda de custo ou coisa que a valha…

Para completar o quadro, a Folha revelou que o atual comandante do Exército, gen. Tomás Paiva, recebeu R$ 770 mil em fevereiro e março deste ano a título de ajuda de custos e indenizações pecuniárias. Tudo dentro da lei, é claro.

O Centro de Comunicação Social do Exército explica: “Se o oficial-general indicado para o cargo de comandante de sua respectiva Força estiver na ativa, será transferido para a reserva remunerada, quando empossado no cargo”.

Segundo o Exército, Tomás teve direito ao pagamento de R$ 388,9 mil como indenização por férias atrasadas não gozadas e não ter aproveitado a licença especial quando ainda estava em vigor. Além desse valor, recebeu R$ 304,1 mil como ajuda de custo por haver passado para reserva. O valor é calculado em oito vezes o salário bruto do último posto que ocupou. Por fim, o general recebeu a ajuda de custo de R$ 77 mil para se mudar de São Paulo, onde chefiava o Comando Militar do Sudeste, para Brasília. Tudo isso fora a remuneração recebida mensalmente. E tudo livre de impostos, é claro.

Bem feito para nós que não usamos farda. Mas pagamos a conta.

Publicado em Célio Heitor Guimarães | Deixar um comentário
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Ella Knox. © Zishy

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Bozo

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Boca fechada

A conselho de seus advogados, Jair Bolsonaro ficará em silêncio ao depor na PF sobre o 8 de janeiro. Tivesse contratado antes esses advogados, estaria reeleito. De boca fechada não saem moscas.

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George Orwell

O essencial da guerra é a destruição, não necessariamente de vidas humanas, mas de produtos do trabalho humano. A guerra é um meio de despedaçar, ou de libertar na estratosfera, ou de afundar nas profundezas do mar, materiais que de outra forma teriam de ser usados para tornar as massas demasiado confortáveis e, portanto, com o passar do tempo, inteligentes”.

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Ser célebre

Um número imenso de páginas (cartas, diários, relatos de viagens, etc.), escritas nos séculos 18 e 19 antes da invenção da fotografia, é dedicado a encontros que o autor teve com personalidades ilustres do seu tempo: estadistas, artistas, aristocratas, etc.  Daria uma antologia que poderia furtar o título do livro de Peter Brook, “Encontros com Homens Notáveis”.  Stendhal conta um episódio divertido de sua estadia em Terracina (Itália) em 1817, quando, conversando com um grupo de italianos, entabulou um diálogo sobre música com um homem jovem, de cabelos claros, bem apessoado; Stendhal teceu os maiores elogios às óperas de Rossini, dizendo ser o único compositor de gênio daquela época, e pelas risadas dos outros acabou descobrindo que o jovem sentado à sua frente era o próprio Rossini.

Era uma época em que o nome de um indivíduo podia ser famoso e respeitado em toda a Europa sem que se tivesse uma ideia muito clara de como era seu rosto. A fotografia não tinha sido inventada. Nobres e reis eram conhecidos através de pinturas, desenhos e gravuras, que, como se sabe, nem sempre são unânimes em sua reconstrução de fisionomias, além de correrem o risco de ficarem rapidamente defasadas porque o indivíduo envelheceu, engordou, etc. Quantas pessoas, na Paris de Maria Antonieta, tinham visto de perto o rosto de Maria Antonieta?  Há um interessante filme sobre Napoleão (“A Roupa Nova do Imperador”, de Alan Taylor, 2001) em que ele foge do exílio, retorna a Paris para reconquistar o trono, mas a conspiração que o ajudou é desmontada. Ele se vê sozinho, anônimo e sem dinheiro numa cidade onde ninguém o reconhece, e não adianta dizer que é Napoleão porque há centenas de malucos dizendo o mesmo.

No conto “A Liga dos Cabeças Vermelhas” (1891), Sherlock Holmes a certa altura encontra-se frente a frente com John Clay, um bandido que ele classifica como “o quarto homem mais esperto de Londres”. Críticos perguntaram: esse homem tão esperto não saberia que aparência tinha Sherlock Holmes? Talvez sim, talvez não, mas essa é uma questão que hoje, 120 anos depois, em plena ditadura da imagem, se coloca de outra forma. No tempo de Jesus Cristo, se alguém chegasse numa cidade da Judéia dizendo ser o próprio ia ter que fazer um ou dois milagres para convencer os relutantes.

Duvido que durante a vida de Jesus (mesmo durante os seus três anos de militância intensa, até a crucificação) tenham circulado desenhos ou pinturas com a representação do seu rosto. O que se tinha eram descrições e comparações verbais, imprecisas como sempre, e não era uma tarefa fácil a qualquer sujeito convencer os outros de sua própria identidade.

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O paradoxo do sexo

Por que é importante falar sobre amor, sexo e tesão na maturidade

“Mirian, sou sua leitora há muitos anos, adoro quando você escreve sobre bela velhice e seus amigos nonagenários. Fiquei muito emocionada e até chorei com a sua coluna ‘A amante do meu pai’. Mas, sinceramente, não gosto quando você escreve sobre sexo. Tem tanta coisa mais interessante para escrever sobre as mulheres maduras, por que você escreve tanto sobre sexo? Já me aposentei há muito tempo do amor e do sexo. Não sinto a menor falta. Por que você não escreve sobre menopausa?”

Na hora, pensei em responder:

“Eu não escrevo só sobre sexo, escrevo sobre a arte de gozar a maturidade em um sentido muito mais amplo. Acredito que gozar a maturidade é muito mais do que o prazer sexual. Acabei de publicar o livro ‘A Arte de Gozar’, no qual mostro que existem diferentes maneiras de gozar a maturidade e que sexo não é tão importante para inúmeras mulheres. Em um dos capítulos do livro, mostro que Rita Lee e Jane Fonda se aposentaram do sexo, mas encontraram outras maneiras de ter tesão na vida e gozar a maturidade”.

Mas, antes de responder à minha leitora, decidi verificar quais foram os temas das minhas colunas desde “O marido como capital”, minha primeira coluna na Folha, em 1°/6/2010. Escrevi inúmeras colunas sobre envelhecimento e felicidade, sobre meus amigos nonagenários, velhofobia, bela velhice, muitas sobre a importância da leitura e da escrita na minha vida e outras tantas sobre amizade, amor, humor, projeto de vida, vampiros emocionais, casamento, infidelidade, felicidade, liberdade e muito mais.

Não tenho os dados numéricos das colunas no jornal impresso, mas tenho o número de visualizações no site da Folha desde 2017. As minhas colunas mais lidas no site foram:

  1. O sexo das mulheres mais velhas (584 mil visualizações, 28/5/2019)
  2. Por que tanto interesse no sexo das mulheres mais velhas? (243 mil visualizações, 21/1/2020)
  3. Mulheres dão dez dicas do que as faz sentir tesão (189 mil visualizações, 11/7/2017)
  4. A arte de gozar (158 mil visualizações, 17/8/2022)
  5. Por que algumas mulheres preferem ser amantes de homens casados? (139 mil visualizações, 2/5/2017)
  6. O sexo dos homens mais velhos (79 mil visualizações, 25/6/2019)
  7. Eu não tenho com quem conversar (79 mil visualizações, 12/11/2019)
  8. Quer ser feliz em 2018? A inveja pode atrapalhar… (61 mil visualizações, 26/12/2017)
  9. Para muitas mulheres, sexo se tornou só ação que rouba minutos do sono (61 mil visualizações, 18/4/2017)
  10. Pessoas entre 40 e 50 anos são as menos felizes (61 mil visualizações, 3/3/2020)

Depois de constatar que sete das dez colunas de maior sucesso foram sobre sexo, tesão e gozar a maturidade, respondi à leitora:

“Querida leitora, você tem razão: sexo é um tema recorrente nas minhas pesquisas desde 1990, quando escrevi ‘A Outra: um estudo antropológico sobre a identidade da amante do homem casado’, um best seller na época. Mas mesmo ‘A Outra’ é muito mais sobre a dor da traição e o desejo de ser única do que sobre sexo. Também na minha tese de doutorado ‘Toda mulher é meio Leila Diniz’ o sexo aparece, pois a atriz foi o símbolo de uma revolução sexual e comportamental dos anos 1960. Mas sexo não é o tema central nem da minha tese nem dos meus livros, como ‘A Invenção de uma Bela Velhice’, ‘Liberdade, Felicidade e F@da-se!’, ‘Velho é Lindo!’, ‘Coroas’ etc. Continue lendo

Publicado em Mirian Goldenberg - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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2010


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Ábum

Alberto Melo Viana, o Baiano.

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Mural da História

Luiz Gê singing the blues, em algum lugar do passado. Foto de Orlando Pedroso, el Flintstone.

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Porque Hoje é Sábado

Josefina dos Prazeres, doméstica, 38 anos. Tem três filhos (todos foragidos) e uma Vemaguet 65 (presente do Dr. Raimundo). Assim como Platão, ela tem uma visão otimista do mundo, o que lhe permite conciliar a mística com a razão, isto é, com a ciência e com a moral, isto é, com a ação. Nas horas vagas, Josefina lava, passa varre, encera, tira o pó, cuida das crianças, faz uma farrinha com o Ribamar e ouve rádio. Acha que toda vida tem seu custo, mas não entende os exageros do custo de vida. O que mais sente atualmente é uma imensa dor de dentes, além de muitas saudades de Caixaprego, onde deixou a alegria e a virgindade.

O primeiro livro: Nesse tempo eu já era empregada doméstica.
O último: “Todos os Homens da Cozinha”, de Dona Benta.
No porta-retratos: Jararaca e Ratinho, Swingle Singers, Anjos do Inferno, Bando da Lua e Trigêmeos Vocalistas.
Algum medo: Saber que Howard Hughes ainda está vivo ou ser atacada pelo Cauby Peixoto.
Seu herói favorito: O cavalo do Fantasma. Ah, e o Frank Sinatra.
Aquele amor inesquecível: Um velho disco 78 rotações do Trio Irakitan.
Uma cidade ideal: Os últimos dias de Pompéia, antes do imposto predial.
Um ideal de vida: Colaborar com a CIA nos fins de semana.
A morte assusta? Nem matando!
E o trânsito? Já namorei um guarda desses.
Aceita conselhos? Não. Só leio anúncios de eletrodomésticos.
A grande alegria: Meu filho, Raimundinho.
A maior frustração: Ser demitida da casa do Dr. Raimundo.
Mini-saia. Saudades? A Espanha, por esse motivo perdeu para a Alemanha as suas ilhas no Pacífico.
Conselho. Pode dar? Quem faz isso é comercial de televisão e padre no confessionário.
Ano 2.000. Chegaremos lá? Depende muito do trânsito. Mas os mistérios de Mitra, como todos os cultos orientais, dizem que não.
O resto é silêncio. E daí? Daí começa a bandalheira, segundo Sartre, se a Simone de Beauvoir não estiver por perto.
Estão fazendo muito barulho? Quem? As multinacionais? Os corinthianos? Os corruptos?
As crianças incomodam? Em que sentido? Longitudinal? No meio de campo? Criança incomoda um pouco quando está no útero.
O campo ou a cidade? Estaremos nós, simples seres humanos, diante de perguntas eternamente sem respostas?
À noite sonhamos? Quando a TV sai do ar eu caio nos braços de Morfeu. Ou do Ribamar.
Quem matou Augusto dos Anjos? Ah, não sei. Esse negócio de polícia não é comigo.
O sonho acabou? Sim, mas ainda tem cuque.
Intolerância. Algo pior? Unha encravada, bife mal passado e qualquer um dessa geração cheese-bucho.
Um doce: Dr. Raimundo.
Uma pesquisa que apreciaria fazer: A influência da erva-cidreira na prática sexual entre holandeses.
Um compositor: Dois. Dostoievski e Agepê.
Drama ou comédia: Média, com pão e manteiga.
Uma viagem: A volta ao mundo em 80 dias, sem depósito compulsório.
Defina Curitiba: Uma cidade que fica perto de Ponta Grossa, porém distante de Salvador.
Quem faz a cultura brasileira? Todos os que estão fazendo, menos os que não.
Uma cor: A cor do híbrido da égua com o jumento quando debanda em fuga, ou seja, cor de burro quando foge.
Voar é bom? Com um paraquedas perfeito vale a pena.
O maior sonho: Recheado com queijo e marmelada, 20 cms de diâmetro, feito na confeitaria “Tem Pães?”

* Prof. Thimpor, década de 1970. Como se vê, na época, eu já tinha a minha coluna Porque Hoje é Sábado, na Grafipar|Gráfica e Editora.

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Horoscópula

Libra (23 setembro/22 outubro)

Libra é signo mais pesado do Zodíaco. Libra é na verdade, um anão de circo. A Declaração dos Direitos dos Anões, publicada recentemente pela Organização Mundial dos Pintores de Rodapé, abriu um amplo horizonte para todas as pessoas baixas deste mundo.

Na inauguração da sua nova sede, no subsolo de um prédio numa localidade qualquer dos Países Baixos, a Organização ofereceu um banquete comemorativo, ao qual compareceram mais de cinco mil anões de todo o mundo. Na ocasião, um importante documento, que oferecia amplas possibilidades de integração do anão na sociedade, deixou de ser assinado porque o presidente da Organização teve um ligeiro atrito com Golias de Gath, que lhe desferiu pontapés no traseiro, proferindo palavras de baixo calão.

O documento não pode ser assinado em virtude da briga e porque o presidente não alcançou a caneta. 

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