Gil e a echarpe de mamãe

Gilberto Gil divulga na rede que as mulheres referidas no disco Sandra – ali presente – ele as conheceu nos shows que realizou no trecho Curitiba-Florianópolis. Um fato conhecido dos contemporâneos locais, que assistiam seus shows e remoíam ódio ao ver o cantor, acompanhado de Caetano Veloso e beldades locais, estas nossos objetos de desejo. Uma dessas mulheres foi Cíntia (na realidade o nome grafa-se até hoje como Cynthia). O titular do Insulto conhece Cíntia, sua contraparente por afinidade, e foi testemunha ocular da história. Os atributos de Cíntia, o Insulto os confirma, passados quarenta anos dos fatos, ressalvados os “acidentes da Senectus”, no imortal de Augusto dos Anjos.

Burguesinha do Country Clube, dinheiro de três gerações, antes de naufragar no casamento de conveniência, Cíntia integrou-se às montoneras da dupla tropicalista. As montoneras acompanhavam Caetano e Gil a todo lado, incluídos bivaques, as barracas de campanha. A mãe de Cíntia, burguesa viciada em grifes, naquele dia desembarcava de viagem internacional, túrgida de compras, perfumes e cremes a entupir a frasqueira, a maleta de carregá-los. No Afonso Pena cruzam-se Cíntia, a mãe que chegava e Gil, que partia. A mãe desabou na vaidade ao deparar com Gil, cabeludo e riponga, a portar garboso a echarpe que ela um dia comprara na Galerie Lafayette, em Paris.

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Manoel Carlos Karam

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vera-solda-SL273207Fazendo a barba em Teresina. © Vera Solda

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Nada era esdrúxulo em 1968

À falta dos Beatles, Godard fez um filme com os Rolling Stones, odiando cada minuto do trabalho

Escrevi domingo passado (16) que Warren Beatty, produtor e astro do primeiro clássico moderno da violência no cinema, “Uma Rajada de Balas” (“Bonnie & Clyde”), de 1967, pensou inicialmente em contratar Jean-Luc Godard para dirigir o filme. A ideia hoje parece pândega, mas, e se tivesse se concretizado? Com Godard na direção, Warren e Faye Dunaway, no papel do casal de gângsteres, passariam duas horas na cama discutindo as impressões de Tocqueville sobre a América, em vez de assaltar bancos, dirigir como loucos pelas estradas e morrer numa emboscada com 130 tiros.

Por sorte, o próprio Jean-Luc achou a ideia insana, donde o filme foi para as mãos de Arthur Penn e se tornou um marco da nova Hollywood. Só que, por causa de “Alphaville” e “Pierrot Le Fou”, o cinema estava apaixonado por Godard e não parava de fazer-lhe propostas tentadoras.

Em 1968, dois produtores ofereceram-lhe rodar um filme com os Beatles. Godard e os Beatles! Haveria combinação mais esdrúxula? Não, nada era esdrúxulo em 1968. Godard topou, assinou o contrato, embolsou um adiantamento e foi a Londres para conversar com John Lennon e Paul McCartney. Mas a reunião foi um fiasco. Ao contrário de Paul, que se empolgou com o projeto, John olhou para o teto o tempo todo, não disse palavra e, súbito, levantou-se e saiu sem se despedir. Não haveria o filme.

Godard, no fundo, sentiu-se aliviado. Acabara de estourar em Paris a histórica revolta dos estudantes –o “maio de 68”– e ele queria estar lá, para filmar os embates contra a polícia. Mas estava devendo uma nota aos produtores, e estes, à falta dos Beatles, convenceram os Rolling Stones a se deixarem filmar por Godard.

Godard teve de se submeter. E, assim, num estúdio londrino e odiando cada minuto, fez com eles “One Plus One” (“Simpathy for the Devil”), filme que você provavelmente nunca viu e não perdeu nada com isso.

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Álbum

© Photo Sight Russian Awards

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Ostracismo

Para quem se acha o último biscoito do pacote.

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Seleção Natural e Pelados na Terra

Nada como o frio pra gente pensar na Seleção Natural que, segundo dizem os cientistas, faz com que os seres vivos tenham condições de garantir a sobrevivência das espécies na Terra. Seja uma espécie de bactéria, seja uma baleia, seja qualquer espécie de bêbado ou torcedor de corrida de tartarugas. Ao longo dos milhões de anos, tudo foi se moldando pra enfrentar predadores e o mau humor do meio ambiente. O urso polar, por exemplo, tem um casaco de pele que é uma fortaleza. Faz inveja a qualquer madame que compra imitações na Daslu.

O urso polar enfrenta qualquer frio abaixo de muitos zeros. Além disso, pediu pro alfaiate pra fazer da cor do gelo, pra poder atacar os pobres pingüins e leões marinhos sem ser percebido. E dizem que ele, quando não quer ser visto, se abaixa na neve e cobre o nariz, que é preto e pode denunciar sua presença. E só ataca com vento soprando a favor dele. Não vi isso de perto. E nem quero ver, né? Todos os outros animais que existem por aí têm suas próprias roupas, confeccionadas pela alfaiataria da Seleção Natural.

A maioria usa prêt-à-porter e nem se importa com isso. Veste e fim de papo. Um bando de pingüins é exemplo clássico. Agora, me conte uma coisa: por que só nós, nessa Terra imensa e cheia de encantos mil, temos que nos vestir por conta própria? Isso lá é coisa que se faça, dona Seleção Natural? Por exemplo, as raposas lá das terras geladas têm pelagem mais espessa no inverno e mudam de roupa no verão pra um modelito mais fresco. Outros animais também mudam de roupa sem gastar nada! Nós, que ganhamos uma inteligência superior, autoconsciência, consciência da morte, dos semelhantes, as razões do Dunga, da pinga, dos prazeres, das dores, do tédio, do universo inteiro, nós não fomos agraciados com roupa própria pra enfrentar o frio? Nem a média estação? Nem o mais calorento verão? Logo nós que não deixamos um cantinho da Terra sem povoamento?

Acho que a Seleção Natural endoidou quando viu que havia nos dado tanta coisa e pensou vou deixar esse bichos pelados desde o nascimento. Eles que se virem e que agüentem a Seleção do Dunga, que matem bois, lontras, que plantem algodão e… encham a cara de pinga pra esquentar.

*Rui Werneck de Capistrano, veste jeans, blusa de algodão e tênis. E joga sinuca de bico.

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Fraga

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roupas brancas
penduradas no varal
silêncio
no milharal
nenhuma nuvem
sobre o silêncio do quintal
passarinhos e borboletas,
não me levem a mal:
é sempre assim
ou tem algo
mais sensacional?

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Vondas

Os Vondas, década de 1970: Zé, Kito Pereira, Serginho e Luiz Antônio Karam. 

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Da revista AO – Academia Onírica|Teresina, Piauí

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Mein Kampf

Hitler von Schwarzenegger. © Miskicizenegger

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Tempo

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