Bell Richardson. © Zishy

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Bugigangas de doer

A dor ensina a gemer. Exceto aos hipocondríacos, que são autodidatas.

Sofredores de câimbras se reúnem e fundam um clube. Exclusivo, só entram membros.

Uma vantagem os acéfalos levam sobre os cabeçudos: eles não têm cefaléia.

Quando alguém com má postura monta em lombo animal, um dos dois terá lombalgia.

São poucas as pessoas que suportam  as dolorosas artrites e artroses.  Dá pra contar nos dedos.

Que relaxantes, que nada: ninguém precisa mover um músculo para prevenir mialgias.

Masoquistas com problemas no nervo ciático não têm do que se queixar.

Nevralgias podem incomodar todo tipo de pessoa, sobretudo aquelas sem plano de saúde.

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A morte de Anatole Augier

Quando Anatole Augier entrou no povoado, no fim da tarde, foi logo apontado por uns jovens que zanzavam por ali: “Esse cara está com a corda no pescoço!” Daí por diante, até chegar ao centro, onde ficava a pracinha da Matriz e o coreto, cada pessoa pensava ou dizia entre dentes: “Esse cara está com a corda no pescoço!” Já ia saindo do povoado, quando a mulher que estendia roupas no varal torceu o pescoço para vê-lo e avisou o marido que pitava à porta: “Esse cara está com a corda no pescoço!”

Um cavaleiro qe seguia a trote pela estrada poeirenta, entre árvores frondosas, tocando a aba do chapéu, murmurou: “Esse cara está com a corda no pescoço!” Levando as crianças ligeiro para dentro de casa, entre galinhas em polvorosa, a mulher de cabelos ruivos se benzeu: “Esse cara está com a corda no pescoço!” O Sol já estava morrendo, mas seu último suspiro por sobre o horizonte foi para o Anatole: “Esse cara está com a corda no pescoço!” Anatole parou num portão e bateu palmas para pedir um copo d’água. Cortinas se mexendo, silêncio total lá dentro.

Só um pensamento saiu da chaminé: “Esse cara está com a corda no pescoço!” A noite foi entrando em estrelas que piscavam azuis e geladas: “Esse cara está com a corda no pescoço!” Ao longe, na curva do caminho, a luz denunciava um armazém ou bar ou uma espelunca qualquer. Anatole apressou o passo no escuro. Ouviu nitidamente de uma coruja o seu pio agourento: “Esse cara está com a corda no pescoço!” Um senhor de nome Adamastor, casado com a Judite, cruzou com Anatole já bem próximo do bar e, puxando a aba do chapéu para baixo, cumprimentou: “Esse cara está com a corda no pescoço!”

 Anatole chegou logo ao bar, entrou e recebeu vários olhares que anunciavam: “Esse cara está com a corda no pescoço!” Sem se intimidar, foi até a mesa ao fundo, sentou e pediu um trago. Virou o primeiro, com careta. O segundo foi para rebater o primeiro. No sétimo pediu a conta. No ar pairava certa comoção que congelava a frase coletiva: “Esse cara está com a corda no pescoço!” Anatole pagou a conta, cambaleou para fora e, tropeçando feio na beirada da valeta, caiu de cara lá dentro e morreu afogado.

*Rui Werneck de Capistrano virou nome careta.

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A mulher de César

A companheira Janja está em Lisboa, acompanha o companheiro Lula em visita de Estado. Lá chegados, ela deixa o hotel para bater pernas no dia livre pré compromissos oficiais. E o que faz a companheira nesse dia e hora? Dobra à direita da entrada do Hotel Tivoli, na Avenida da Liberdade, e embarafusta-se na loja Ermenegildo Zegna, onde, para alegria da oposição e, obcecada por bolsas, demora-se em contemplação de seu objeto de desejo. Essas bolsas e suas grifes fazem a alegria de influencers miolo mole e jornalistas fofoqueiros, que publicam o exato valor dos sacolões Lui Vumiton, como dizia minha amiga Eliana Vidal.

Nos 90 dias de primeira dama, Janja alimenta as críticas sobre seu desempenho: deslumbrada e metediça. Gosta de aparecer e dar palpites. Às vezes acerta, como quando organizou a posse do marido com mulheres brasileiras, o exato oposto de Jair Bolsonaro, que odeia mulheres, para ele o mal necessário para exaltar sua imbrochabilidade. Janja repaginou Lula, hoje um homem vestido de ternos bem cortados, camisas e gravatas elegantes (faltam os sapatos sob medida do artesão ítalo-paulistano, como poucos percebiam a adornar os pés de Michel Temer). Lula até usa terno sem gravata, marca da informalidade formal. No resto, é deslumbrada e metediça.

Esses atributos de Janja pespegam nela o timbre de primeiras damas de igual perfil, como Iolanda da Costa e Silva, Dulce Figueiredo para citar duas casadas com ditadores. Janja está longe dos padrões dona Santinha, metediça, porém discreta e católica que fez a cabeça do marido contra o jogo do bicho; dona Marisa Letícia, sua antecessora na função, e Marcela Temer, o símbolo do recato, das virtudes domésticas e da beleza, cujo único exagero era a tatuagem com o nome do marido em sua soberba nuca, algo que um Wilhelm Reich pré freudiano explicaria com detalhes (o Insulto promoveu um seminário sobre essa tatuagem).O Insulto não reivindica para Janja o papel de Mulher de César (o morto por Brutus, não os do rol de imperadores romanos, porque César não chegou a ser César, como Otávio Augusto ou Romulus Augustulus, o último). Quem era a mulher de César? Na linguagem chula de hoje diríamos que era pegadora: César viajava nas campanhas da Gália e da Abissínia, e Pompéia Sula, a mulher, aprontava surubas e bacanais em casa. Enquanto isso, César, bissexual até o cabo, carregava a fama de “o homem de todas as mulheres e a mulher de todos os homens”. Aceitava-se as sacanagens de César e repudiava-se a vida pecaminosa de Pompéia.

Os motivos do divórcio de César, ao repudiar Pompéia, fixaram os atributos milenares para as mulheres dos homens de Estado: como a mulher de César, não só devem ser honestas, mas também parecerem honestas. As virtudes de Marcela Temer são emblemáticas da mulher que foi criada pelo marido (que a conheceu aos 16 anos, ele no terceiro casamento) para ser a autêntica mulher de César. Depois disso, no Brasil, sobretudo nesta república, exige-se que as mulheres dos Césares apenas aparentem ser honestas. Que o digam Rosane Collor e Micheque Bolsonaro.

Janja não só é honesta como aparenta ser – até prova em contrário, como deve ser. Seu deslumbramento alimenta seu lado metediço e deslumbrado. O metediço deixou estragos, quem sabe benefício, na taxação das quinquilharias chinesas. O deslumbramento não é bem. Começou com aquela bobagem de “ressignificar o papel da primeira dama”. Dá até vontade de resgatar o reducionismo de Ciro Gomes sobre Patrícia Pillar: “o papel dela será dormir comigo”. Ressignificar é ‘masturbação sociológica”, nas palavras do ministro de FHC. Ai Janja debutou no deslumbramento, que desaguou na compra da cama e do sofá do Alvorada.

Mas convenhamos, companheiros presidente e primeira dama, entrar em loja de grife no Exterior é o pior dos deslumbramentos para quem carrega a bandeira dos trabalhadores e dos pobres brasileiros, curtidos e mal pagos. Isso é coisa de piriguete, de cantora sertaneja e de mulher rica (estas recebem os produtos em casa, ou mandam empregados apanhá-los). Sabe o que resulta desse comportamento de Janja? Todos os lobistas do Brasil ficam sabendo como adoçar a boa vontade de Lula. É só mandar bolsas Zegna para Janja. Assim como o emir fez com as jóias para Bolsonaro. O petrolão começou assim: presentes, pedalinhos, sítio e triplex.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
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Prêmio São Paulo

O meu saudoso compadre e guru, Jamil Snege, sempre genial, foi o primeiro a detectar a sagrada arte de ser invisível em Curitiba… Prova disso experimentei em Sampa durante a festa que agitou o Museu da Língua Portuguesa, em torno do Prêmio São Paulo de Literatura.Visíveis lá estavam mais “curitibanos” do que sonha nosso atávico enrustimento.

Não deu outra e nem esperávamos coisa diferente. Como devem saber, o quase-conterrâneo Cristóvão Tezza, com seu já infinito O filho eterno levou o prêmio na categoria “autor veterano” e a graciosa Tatiana Salem Levy na de “autor estreante”. Desconheço A chave da casa, da luso-brasileira, e tenho restrições ao romance de Tezza. Não é o melhor dele, em minha opinião abalizada pela leitura de quase todos os seus livros. Depois do insuperável Trapo, livro de estréia, juvenil, mas de uma beleza e graça arrebatadoras, nos deu O fotógrafo, outro grande momento deste “curitibano” de Lages… Em O filho eterno o que temos é o dramalhão de um pai de filho excepcional. Nada além disso. O livro, como se sabe, ganhou todos os prêmios literários brasileiros deste ano. Em premiação, coisa aliás duvidosa e relativa, Tezza superou Milton Hatoum, escritor da vez há dois anos com Cinzas do norte. 3 prêmios então para Hatoum, e, agora, 5 para Tezza…

Sou insuspeito, apesar de um dos cinco finalistas do São Paulo, o maior prêmio literário brasileiro, ao lado de Bernardo Carvalho, Beatriz Bracher, Menalton Braff e, óbvio, Cristóvão Tezza. Em noite digna da Paulicéia, nunca fomos tão badalados: vídeos, paparicos, menções, aplausos. Sim, insuspeito, pois manifestei ao próprio Tezza, com a franqueza de amigos cordiais, o que me incomoda no livro. Embora reconheça que estava na hora de a sua “trajetória” ser premiada.

Ainda que pertencendo ao guruato de Jamil Snege (né mesmo, Dante Mendonça?), eu e Tezza – fazem de nós, aliás, um inexplicável “fla-flu” -, não nos vemos quase nunca em Curitiba. Mas lá conversei longamente com o escriba lageano. E tive o prazer, em Sampa, nunca em Curitiba onde somos invisíveis!, de lhe dar sincero abraço. E também, ora direis, no meu ex-íntimo amigo José Castello, que se tornou assim uma espécie de jurado profissional, ele que é um talentoso escritor.

A se empenhar, claro, pelos mais chegados, que Castello, quando amigo, é de uma fidelidade à toda prova. Isso posso provar… Mas tudo são as invisibilidades, o compadrio no qual me incluo, e a mediocracia deste país também irrecuperável no terreno das artes. Como diz o poetaço Batista de Pilar: “Meus amigos são mais interessantes/que uma manada de elefantes”. Êta nóis! Um dia nóis se recupera.

7/12/2008 O Estado do Paraná

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Elon Musk e a criatividade

Para que a inovação prospere, sociedades devem ser mais tolerantes, não menos

Precisamos falar sobre Elon Musk. Além de mal-educado (vide emojis de cocô), suas opiniões políticas podem ser controversas. Ao que consta, ele também é um patrão difícil. Dizem ainda que destruiu o Twitter. Só que nem seus mais severos críticos negam que ele seja um inovador.

Transformou os carros elétricos em realidade e revolucionou o campo dos foguetes espaciais, apesar de reveses isolados. E essas são só duas das muitas áreas em que ele atua. Meu ponto é que, apesar de Musk por vezes dizer coisas ultrajantes, no frigir dos ovos é bom para o mundo que existam pessoas como ele.

A correlação entre capacidade de inovar e excentricidades é alta e não vem por acaso. O psicólogo Geoffrey Miller, num delicioso artigo intitulado “The Neurodiversity Case for Free Speech“, sustenta que Isaac Newton, um dos maiores gênios de todos os tempos, não duraria muito numa universidade de elite moderna, com seus códigos de linguagem e de comportamento.

É que Newton tinha personalidade obsessiva paranoide, síndrome de Asperger, humor instável e ainda era dado a episódios de mania e depressão psicóticas. Ele simplesmente não era capaz de reconhecer o que poderia configurar “desrespeito à dignidade de terceiros” e, mesmo que conseguisse, dificilmente se controlaria.

Para Miller, várias condições, como Asperger, TDAH, Tourette, TEPT e transtorno bipolar, que reduzem o traquejo social e podem favorecer o pensar fora da caixa, têm prevalência maior em universidades que na população geral. São os esquisitões. Não é realista exigir que esses indivíduos se comportem de acordo com códigos concebidos para neurotípicos. Ao fazê-lo, limitamos os horizontes dessas pessoas, quando não as excluímos.

A ideia central de Miller é que, a menos que desejemos castrar a criatividade e estagnar a inovação, a sociedade em geral e as universidades em particular precisam de mais, não de menos, tolerância.

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Manoel Carlos Karam

6ª feira da semana passada – 1972|Curitiba.  Apresentação do autor, contexto histórico, panorama sócio-cultural da cidade nas décadas de 1970 e 1980. Capa de Luiz Rettamozo. Quem procurar, acha.

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Quaxquáx!

inveja-inveja

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Sessão da meia-noite no Bacacheri

Sieranevada. Direção de Cristi Puiu; 2016; 2h 53 minutos;  Romênia, França, Bósnia, Croácia, Macedônia.

O cinema romeno passou a ganhar mais visibilidade após a conquista da Palma de Ouro pelo devastador (e excelente) 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, abrindo espaço para outros cineastas que figuraram em festivais mundo afora. Entretanto, dois anos antes deste feito, a produção local obteve destaque com o elogiado e pouco conhecido A Morte do Sr. Lazarescu, vencedor da mostra Un Certain Regard em Cannes. Agora, 11 anos depois, o diretor Cristi Puiu enfim estreia na mostra competitiva com o conceitual Sieranevada.

Com quase três horas de duração e sem um clímax propriamente dito, Sieranevada é na verdade um grande exercício de narrativa, anunciado logo em suas primeiras sequências. Basta reparar na cena antes e imediatamente após os créditos iniciais, que trazem o contraponto entre a contemplação do momento, com uma câmera que jamais sai do lugar, e a explosão dos diálogos exaltados, em uma discussão acalorada dentro do carro. O filme é todo assim, alternando calmarias e rompantes.

Tal decisão conceitual é ainda sustentada por dois diálogos-chave. O primeiro, mais sutil, surge logo na citada discussão no carro, envolvendo as mudanças ocorridas nos contos de fadas em suas adaptações feitas pela Disney. Por mais que tal comentário seja inusitado, e até divertido pelo contexto ressaltado, trata-se de uma analogia com a visão clássica de uma família: unida e amiga. Aqui, Puiu deixa de lado os contos de fadas puritanos para mostrar o núcleo familiar como ele é, com direito a desavenças, brigas e picuinhas do passado – mas sem um segredo devastador oculto, nos moldes de Festa de Família. Ou seja, uma família normal.

O segundo diálogo surge com cerca de uma hora de duração, quando um personagem ressalta que “há uma regra nas conversas: elas são em turnos”. Assim também é no filme, com temas surgindo e indo de repente, alguns retomados tempos depois e outros simplesmente abandonados no vazio das palavras ditas. E isto vale tanto para questões mais sérias quanto para banalidades, que surgem aos montes no roteiro escrito pelo próprio diretor, e até mesmo com alguns personagens. Ou seja, mais uma vez o conceito por trás da proposta se sobressai à própria história – o que não é demérito algum, é sempre bom ressaltar.

É bem verdade que, sabendo das dificuldades de assimilação de seu novo filme, Cristi Puiu foi esperto ao, de certa forma, dividir seu longa entre três momentos distintos: a espera pelo padre ortodoxo, quando todos os códigos de narrativa são estabelecidos e revelados; a aparição do padre em si, quando surge o contraste entre a devoção e a descrença entre integrantes da família; e o popular barraco, quando é hora de lavar roupa suja de vez. Tais pontos altos servem de norte dentro do longa-metragem, sendo também uma espécie de “mini-clímax” a cada terço do filme.

A grande questão é que, por mais que Sieranevada seja bastante interessante pelo lado conceitual e pela forma como foi rodado, com uma câmera ora estática ora com movimentos muito bem estabelecidos e limitados, isto não impede que seja monótono. Afinal de contas, são 173 minutos de uma intensa verborragia que, por mais que ofereça alguns bons diálogos sarcásticos, não se justificam. Nem mesmo pela coesão do elenco como um todo, que transparece uma naturalidade decorrente do convívio difícil de ser obtida. Ou seja, trata-se de um caso típico de cinema onde a forma prevaleceu sobre o conteúdo, com todas as benesses e agruras que isto possa trazer. 

Francisco Russo

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O mundo começou sem o Homem…

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Trancos e barrancos

Luiz Inácio da Silva tem feito escolhas tão ruins quanto enigmáticas

O governo ainda não fez quatro meses e a coleção de desacertos supera em muito a quantidade (e a qualidade) de acertos. Até a unanimidade em torno da reação aos ataques de 8 de janeiro ficou tisnada pelas imagens do general da estrita confiança do presidente da República em passeio ameno no Palácio invadido.

Luiz Inácio da Silva tem feito escolhas tão ruins quanto enigmáticas. Não obtém bons resultados e por isso suscitam a dúvida sobre qual a motivação dele ao arrumar briga no campo externo com o Ocidente e, no terreno interno, prestigiar as ilegalidades do MST, levando o líder invasor na viagem à China.

Isso para tratar dos episódios mais recentes e ruidosos. Nesse embornal cabem a turra com o Banco Central, a oferta de holofote a Sérgio Moro, o castigo aos pobres na suspensão do marco do saneamento e ainda toda sorte de improvisos cujo ápice deu-se na atabalhoada suspensão da isenção de taxas às compras nos sites asiáticos.

A única escolha com explicação clara é a manutenção de Jair Bolsonaro como antagonista preferencial. Quem não gostaria de ter nessa condição alguém com tal sorte de passivos?

De resto, a seleção de atritos não tem razão de ser. Guarda semelhança com o que a historiadora Barbara Tuchman celebrizou em sua “Marcha da Insensatez”, relatando ao longo da história decisões de governantes que se voltam contra os próprios.

Conviria Lula e companhia darem uma conferida no livro. Mas, ao que consta, o presidente não segue nem gosta de conselhos. Além do mais, parece embarcado numa egotrip aguda que acentua sua vocação para dono de verdades embaladas em platitudes que animaram plateias e o trouxeram até aqui.

Mas o tempo passou, os critérios da sociedade se aprimoraram e não aceita que os trancos aproximem o país à beira de perigosos barrancos.

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Todo dia é dia

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Vale a pena ver de novo

Minha Torre de Pizza. 1º de Dezembro|2009. ©  Vera Solda

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