Sessão da meia-noite no Bacacheri

O filme teve sua premiére mundial na 68ª edição do Festival de Cinema de Veneza. No festival, Pacino foi homenageado com o Glory to the Filmmaker Award e o filme venceu o Queer Lion Award.

A estréia de Wilde Salomé nos Estados Unidos se deu em 21 de março de 2012 no Castro Theatre em Castro, São Francisco. Marcando o aniversário de 130 anos da visita de Oscar Wilde à São Francisco, a estréia teve como objetivo arrecadar fundos para o GLBT Historical Society, com 1.000 ingressos reservados para a venda ao público.

Embora Wilde Salome tenha demorado para aparecer nos cinemas, este foi o primeiro filme de Jessica Chastain.

Desde que leu a peça “Salomé”, escrita por Oscar Wilde, Al Pacino diz ter se encontrado. Daí veio a ideia de fazer um filme que é um misto de registro de uma leitura da peça e um documentário sobre o filme, sobre Oscar Wilde – com entrevistas de Bono, Gore Vidal e Tom Stoppard – e sobre o próprio Al Pacino.

Ainda registra a grande performance da atriz Jessica Chastain, de “A Árvore da Vida”, que faz o papel de Salomé. Na peça, rejeitada por João Batista, a princesa da Judéia, Salomé, pede sua cabeça ao padrasto, o rei Herodes.
 
O filme deixa óbvia o amor de Pacino pela obra, mas também os bastidores de uma peça de teatro, de um filme e uma espiada na personalidade do ator – um líder apaixonado, às vezes difícil e até megalomaníaco, que, no fim, precisa lidar com o tamanho desafio que se impôs.

Documentário|Direção de Al Pacino|95 minutos|2011|EUA
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0795459

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Tempo

No Bar e Petiscaria Edmundo, do Zé: Viviane Beltrão, Mário Schomberger, Beto Guiz, Enéas Lour, Beto Bruel, Milzi Digiovanni Guiz e o cartunista que vos digita.  © Vera Solda

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© Jan Saudek

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Desaforismos – Manoel Carlos Karam

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O Bundão

O bundão, essa água cristalina, disfarçada em amarga decepção, é uma doença insidiosa literalmente tomada por frases e locuções que dispensam apresentação, mas faz o que pode para discorrer sobre o tema sem parecer que está chovendo no molhado e que não resiste às duras críticas da carreira meteórica, ficando em polvorosa quando a desabalada carreira sai atrás da dama virtuosa, provocando escoriações generalizadas na grata satisfação, graças aos seus sólidos conhecimentos.

O valoroso bundão, para se defender, põe a mão na massa com requintes de crueldade, volta sempre à estaca zero para colocar um ponto final e debelar as chamas que vão dar com os burros n’água, não hesitando em ser apenas uma mera coincidência dentro da obra faraônica, quando modifica suas próprias raízes para manter o semblante carregado e o silêncio sepulcral, apesar dos laços indissolúveis que sustentam a doce esperança e a viúva inconsolável.

Filho exemplar, é um jogador voluntarioso, oriundo dos mais recônditos rincões, encarando a hercúlea tarefa como mais uma trágica ocorrência, perda irreparável para quem busca a fortuna incalculável. Em rápidas pinceladas ele se curva diante da palavra para mostrar os relevantes serviços, realizar os sonhos dourados, acertar os ponteiros e aparar as arestas sem baixar a guarda, dando a impressão de estar batendo em retirada para fazer as pazes com a vitória sem perder o bonde da história.

Conjugando esforços, segue em compasso de espera como uma nau sem rumo em ponto de bala, consternando profundamente a mão beijada que, depois de um longo e tenebroso inverno, ensaia os primeiros passos para chegar a um denominador comum e tirar o cavalo da chuva.

Apesar das vaias estrepitosas, enfrenta a subida íngreme, seguindo as sólidas tradições que resultam, invariavelmente, em calorosa recepção, se a pista não estiver escorregadia e se for retirado com vida dos ferros retorcidos depois do pavoroso acidente.

À procura de um lugar ao sol, agarra-se à certeza de agradar a gregos e troianos e proclama em alto e bom som que pretende levar a faca de dois gumes às barras dos tribunais antes de atear fogo às vestes, atingindo em cheio o propriamente dito para fechar com chave de ouro o esgoto a céu aberto e, numa  cartada decisiva, ser submetido ao rigoroso inquérito para localizar a pertinaz doença das tradicionais estirpes, causando tumulto generalizado no vetusto casarão, onde o ilustre se esconde das chuvas torrenciais ao lado da esposa dedicada(corpo escultural) e dos entes queridos.

Vai de vento em popa dirimindo as dúvidas e fazendo das tripas coração, sempre inserido no contexto e em petição de miséria, apertando o cinto às escâncaras quando se imagina sentado no banco dos réus, o que lhe cai como uma luva de causar espécie.

Para dar a volta por cima, criva de balas a cortina de fumaça e corre por fora cantando vitória para não passar em brancas nuvens e termina por repetir à exaustão as cobras e lagartos que foram o divisor de águas entre a saraivada de golpes e as prendas domésticas. Com agradável surpresa, o bundão põe as barbas de molho, as cartas na mesa, a casa em ordem e preenche uma lacuna procurando chifres em cabeça de cavalo, quando deveria reencontrar o seu futebol sem tecer comentários ou considerações e trazer à tona o tiro de misericórdia.

Desbaratada a quadrilha, é traído pela emoção ao abrir com mão de ferro o leque de opções que já é uma página virada e finca o pé, fugindo da raia na hora da verdade com a rapidez de um raio.

Num gesto tresloucado, se atira à singela homenagem, minutos antes da suculenta feijoada, entregando de bandeja o infausto acontecimento, ao inteiro dispor da intriga soez e da trágica ocorrência, onde o último adeus traz de volta o fantasma da recessão e o bundão, em decúbito dorsal, se transforma finalmente no esporte das multidões.

Morto prematuramente, em sã consciência, respira aliviado e é sagrado campeão, tirando o cavalo de batalha do bolso do colete e coroando de êxito o pomo da discórdia. Trila o apito ao apagar das luzes, jogando uma pá de cal sobre a tábua da salvação.

Parece que foi ontem.

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Brasil!

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Spencer Bisson. © Zishy

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Vidão!

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O irritante guru do Méier

Qualquer idiota consegue ser jovem. (…) É preciso muito talento pra envelhecer.

Publicado em Millôr Fernandes|1923|2012 | Com a tag , | Deixar um comentário
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Mural da História

la-garantia-soy-yo


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Gotejando

gotejando© Ricardo Silva

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Brad Holland

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Elon Musk é um bilionário mimado

Termos de uso do Twitter: não esclarecer, não responder, debochar

Elon Musk, faz tempo, já assumiu, do alto do seu império, que está cagando para nós. Recentemente, instado a tomar providências com relação às mais de 500 contas na plataforma que fazem apologia do crime e ode a massacres nas escolas, o Twitter se manifestou dizendo que não pode coibir a “liberdade de expressão” e que tais perfis “não representam necessariamente uma apologia do crime”.

O que será, então, apologia do crime senão a sua própria incitação? Aos jornalistas que questionaram a desídia da plataforma, ele voltou a responder com o seu emoji de cocô, usando toda a sua classe e maturidade. Esses são os termos de uso da plataforma: não esclarecer, não responder, debochar.

Não é de hoje, nem é a primeira vez. O bilionário mimado, que quando não gosta de alguma coisa reage espalhando merda, já mandou o famigerado emoji até para o CEO do próprio Twitter, no meio de uma discussão sobre a quantidade de contas suspeitas da plataforma.

Musk é muito cuidadoso, por outro lado, com as contas, quando se trata de seus próprios interesses. Depois de banir a @Elonjet que rastreava o seu jatinho (essa sim, para ele, feria a sua “liberdade”), suspendeu contas de vários jornalistas que compartilhavam sua localização. Poucos dias antes, ele tinha tuitado: “Meu compromisso com a liberdade de expressão se estende até mesmo a não banir a conta que rastreia meu avião”.

Tais atitudes trazem à superfície a sujeira que mora no subterrâneo das redes sociais e de seus controladores, que se preocupam com os seus próprios umbigos e não encaram com a devida seriedade as políticas para frear a disseminação e o estímulo à violência. Pelo contrário, responder com um cocô sorridente a questionamentos tão importantes e não fazer o que lhe compete fazer é ser parte do desserviço, é ser conivente, é se permitir ser um canal disseminador de ódio.

A complacência das redes potencializa os meios de os extremistas levarem suas ideias para um público maior. É, portanto, seu papel agir com rapidez para desarticular as ações que estimulam a violência, do contrário, ficar inerte diante de conteúdos nocivos é, em última instância, permitir que ameaças graves se materializem.

Não existem bom senso nem jogo limpo do universo digital. Por isso existem as leis. Mas nem toda lei é eficiente. Enquanto se aguarda a aprovação do projeto que torne o marco civil da internet eficaz, o estrago já foi feito. Enquanto se aguarda o cumprimento da determinação da Secretaria Nacional do Consumidor, cuja multa não fará nem cócegas no bolso dos controladores das redes, a ameaça do dia 20 de abril já assombrou as escolas e a cabeça das crianças.

Resta às escolas e às famílias responderem às intimidações e ao medo disseminado, sem se render às ameaças, nem por meio de um emoji qualquer, mas com acolhimento e muita conversa, para que as crianças incorporem a cultura de paz e aprendam o que é se expressar livremente de verdade.

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