Karamba!

Pablito Lacarz

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Quem é quem

Jota é jornalista, cartunista e artista gráfico. Como cartunista, foi premiado nos Salão de Piracicaba e no Salão de Humor do Piauí, tendo participado também de vários salões internacionais. Em 1980 foi premiado no Salão de Humor do Canadá.

Jota já publicou na Folha de S. Paulo, onde fez parte do Folhetim e da Folha Ilustrada, suplementos modernizadores do jornalismo cultural brasileiro. Publicou também em O Estado de S. Paulo, onde durante cerca de dois anos publicou uma coluna de humor no suplemento diário Caderno 2. Já publicou também na antiga Última Hora, de São Paulo, Correio Popular, de Campinas, Folha de Londrina, Gazeta de Pinheiros, no semanário Primeira Mão, nas revistas Visão, Repórter Três e Tênis Esporte. Entre as décadas de 70 e 80, participou ativamente da imprensa alternativa brasileira, de oposição à ditadura militar.

Foi da equipe do jornal Movimento, um dos mais importantes órgãos de imprensa durante o regime, de seu primeiro número, em 1975, até seu fechamento em 1981. Publicou também n’O Pasquim.

 Brazil Limpeza

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Gozo no Zoo

O Homem, o único animal que paga motel, tem estranheza entre espécimes mas suas taras nem são tão estranhas assim: a biologia e a anatomia configuram o previsível, e os acessórios se adaptam aos instintos. É na natureza animal – e o Discovery nem ousa pôr certas cenas no ar – que está o sexo animalesco. Confira as pesquisas do Dr. Fragarowski, voyeur das entranhas zoológicas.

O macaco Simiótico (Símio teoricus volupius), natural de Java (a ilha, não o software), é o primata que mais goza, de tanto sexo que faz. Ele transa com qualquer coisa do reino animal, mesmo que não queiram transar com ele. Se atraca de surpresa com batráquios, paquidermes, aves, onde houver esfíncter ele se ajeita. Quando não há parceiro à vista, este parasita das genitálias prolonga seu pênis e transa com ele mesmo, gozando horas a fio, até a exaustão. E ainda goza com os animais que não gozam, como as pessoas casadas há muito tempo.

O urso Pando, que não é urso nem panda, é o bicho com menos libido entre aqueles menos libidinosos. Seu amadurecimento sexual começa aos 18 anos, um problemaço, já que ele vive em média uns 15 anos. Ele transa uma única vez, pois seus hormônios se esvaem totalmente no coito inaugural. O resto do tempo de vida ele consome se gabando para os demais pandos da sua trepada monumental de 30 segundos.

As aranhas Carangranjeiras, muito comum no meio rural, praticam o sexo numa rotina singular. Primeiro, as fêmeas se esfregam muito. Depois, sai cada uma pro seu lado, em busca de um macho fértil. Menorzinho, elas comem ele duas vezes: uma sexualmente e outra por via oral. Em seguida, as fêmeas se procuram novamente e aí regurgitam uma na outra, nas zonas erógenas mais peludas, somente o aparelho reprodutor do macho. E recomeça a esfregação, até fecundá-las reciprocamente.

O lamabarro, molusco ortopédico abundante nos manguezais, é considerado um privilegiado do prazer. Pra começar são hemafroditas transitórios, isto é, eles escolhem, na hora da transa, o que querem ser na vez, fêmea ou macho, o que às vezes retarda a cópula por indecisão mútua. Depois dessa preliminar que esquenta o apetite deles, os lamabarros se entregam ao ato: um deles, a fêmea da hora, se infla, infla muito, e o outro lamabarro, macho temporário duro de tesão, se enfia pela cloaca enorme e lá no útero da fêmea dá a ela orgasmos múltiplos com lambidas por dentro. Com os gemidos dela abafados pela lama, os tímpanos dele se contraem e ele jorra em êxtase. Antes que ambos murchem, se separam, elogiando a performance do outro, prometendo fazer um outro programa outro dia.

O peixe Sonso Insosso, uma rara variedade de bagre, tem um ciclo esquisito de reprodução: suas gerações se alternam entre cardumes sexuados e assexuados. Assim, quando os pares sexuados se encontram, encostam os beiços num fremir intenso contra a corrente. Excitados, expelem suas gosmas e rola a fecundação aquática etc. Nos encontros dos pares assexuados, apenas falam sobre o tempo, que em torno deles é sempre úmido.

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2008 – Porque hoje é sábado

© Albert Nane

A curitibaníssima Bárbara Kirchner é servidora pública federal, graduada em Direito pela UFPR em 1999, mestranda em Direito do Estado pela mesma casa. Cantora de bandas independentes do cenário local nos anos 90 (Zaius e Nefelibatas), retornou à interpretação através de Octávio Camargo e Thadeu Wojciechowski, contribuindo com a parceria em mais de 80 canções.

Sonho de outra profissão, o que seria: Terrorista.
Dando a sexta-feira por finda, um fim de semana perfeito: Chuva em Curitiba.
Serra abaixo ou serra acima: No meio… bem no meio da serra.
A mais bonita paisagem do Paraná: Santuário do Cadeado, no Caminho do Itupava.
A mais bonita paisagem urbana de Curitiba: A mulher nua do Umberto Cozzo, na Praça 19 de Dezembro… pequenina diante do imponente homem nu a olhar para o noroeste do Paraná.
Uma rua da cidade: Senador Alencar Guimarães.
Um sábado de chuva: Carnaval.
Um domingo de sol: Finados.
O que você não dispensa no inverno: Passar frio na terrinha.
O que você não dispensa em qualquer estação do ano: Poder dizer aos quatro ventos que em Curitiba elas acontecem em um só dia.
O que é muito bom fazer sozinha: Obrar.
Uma música para ouvir hoje: Plástica.
Outra para ouvir amanhã: Raiva destilada.
Um instrumento musical para tocar numa balada de sábado: Uma corneta bem desafinada.
Um livro na estante: Processo Administrativo, de Egon Bockmann Moreira.
Um livro na cabeceira: O Catatau do Leminski.
Um filme de ontem: O documentário A Ilha das Flores.
Um filme de hoje: O Amor Combativo, de Gilmar M. e Daniel D.
Um retrato na parede: O Kodayu (pra mim), vulgo Cláudio Seto.
Um lugar para iniciar o fim de semana: Na casa do Polaco da Barreirinha.
Um acepipe de boteco: Rolllllllmopsss.
O jantar no sábado: Um antiácido pra salvar a feijoada ainda agitada.
O almoço de domingo: Casa da mãe.
Uma receita de estimação: Pinga com limão.
Nenhum, pouco ou bastante alho: Muuuuuuuuuuuito.
Uma sobremesa: Bolo da Rai.
Um copo para o espírito: O vento.
Metade cheio, metade vazio: O Congresso?
Saudades de um sábado qualquer: Os ensaios com Zaius e Nefelibatas.
Uma viagem: O Plá, Ademir Antunes.
Quem você convidaria para passar um fim de semana de sonho: O Dalton Trevisan.
Noite de domingo, o que lhe parece: Silvio, o Santos.
Há a perspectiva de segunda-feira, o que lhe dá preguiça: Abrir os olhos.
O que assusta embaixo da cama: O velho bicho-papão.
Uma frase sobre Curitiba: Curitiba é um copo vazio cheio de frio.

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© Hendrik Kerstens

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1980

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Livro do filme de Sylvio Back. Prêmio “Glauber Rocha” (melhor filme) na XIII Jornada Brasileira de Curta Metragem (Cachoeira, BA), 1984. Menção Especial no Júri no I Festival Internacional de Cinema, Televisão e Vídeo do Rio de Janeiro, 1984. Prêmio “Melhor Fotografia”, no I Festival de Cinema de Caxambu, MG, 1984. Capa, diagramação e projeto gráfico do cartunista que vos digita.

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Capítulo da capitulação: O Castelo

Tem a aranha tecendo, tem a aranha na espera, tem o orvalho na teia. Recebo todos os dias dezenas de mensagens que me dizem para viver um dia de cada vez. Que o ontem não existe mais e o amanhã é uma incógnita no vácuo do tempo célere. Leio livros de filosofia que dizem o mesmo.

E os de auto-ajuda estão recheados disso. Imagino que muita gente recebe dessas mensagens exaltando o dia de hoje. Elegendo-o como o tesouro mais sagrado, sublime dádiva da vida. De longe, as pessoas botam tremenda fé no meu esplendoroso dia de hoje, sem saber se estou adequadamente vestido para a temperatura reinante, se comi bem ou estou em jejum, se meu coração está partido em mil pedaços. Stop!

Mas, quando alguém se aproxima de mim, começa a criar expectativas do meu amanhã melhor, da minha segurança financeira, do meu futuro sólido. — O hoje rapidamente se escoa, não vê?, a saúde se vai, tá doido?, o dinheiro acaba, já pensou?, os cabelos branqueiam. Está cego? Não sente frio? Não pensa um pingo no dia de amanhã? Vai se resfriar sem casacão e meias grossas! Tem que comer bem, se alimentar! Muda o discurso, muda o curso do pensamento num passe de mágica. Se fosse só isso, ainda estaria bom.

Mas logo, logo, com a argamassa da expectativa fremente, esse alguém constrói um castelo em condomínio fechado, com cães de guarda no quintal, cerca eletrificada e moderno sistema de alarma monitorado. Tudo isso para o dia de hoje ficar lá fora, sem ameaçar. Instalado no conforto do castelo, esse alguém, sem se dar conta, continua a mandar mensagens de “viva o dia de hoje” para as pessoas distantes.

*Rui Werneck de Capistrano é autor de Viva Antiontem.

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Flagrantes da vida real

Na rua.  © Maringas Maciel

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Por uma visão de longo alcance

Um programa de governo não se limita apenas a uma política social nem aos pré-requisitos de uma política econômica.

Apesar da importância da viagem à China, sem ela o governo ganhou tempo para acelerar o projeto de arcabouço fiscal. Ele não significa, mecanicamente, uma queda na taxa de juros. Mas, segundo a própria ata do Comitê de Política Monetária (Copom), se for sólido e tiver credibilidade, pode impulsionar o processo de normalização da economia brasileira, que vive hoje com a maior taxa de juros do mundo, uma posição que ocupa desde maio do ano passado.

Há no ar uma certa insatisfação com o ritmo do governo. Às vezes ela se manifesta no próprio presidente, às vezes na forma não de uma onda, mas de uma pequena marola de eleitores descontentes.

A insatisfação prematura é fruto de uma limitada análise da realidade. Ela tem como modelo o início de outros governos no período democrático. Mas as coisas mudaram nos últimos 20 anos.

Se o início do governo fosse uma corrida, era possível descrevê-la como tendo queimado a fita muitas vezes. Praticamente na primeira semana, houve o episódio de 8 de janeiro. Em seguida, a tragédia Yanomami e, para completar, as chuvas de verão, cada vez mais fortes e mais destrutivas.

O próprio arcabouço fiscal, que descrevi aqui como um começo de governo, não saiu tão leve e desenvolto como se pode pensar. Houve discussões sobre as despesas, quais delas poderiam suplantar os limites? Em certo momento, comentou-se que saúde seria um tópico com gastos ilimitados. Por mais que entusiasme, a ideia não é de fácil realização. As demandas no campo da saúde são crescentes e tendem ao infinito. No passado, não se faziam operações para diminuir o estômago. Remédios para doenças raras são muito caros e a cada momento aparece uma novidade. Para certas doenças, o SUS não só banca os remédios, como o suplemento alimentar necessário.

De certa maneira, o arcabouço fiscal tem de reduzir despesas, pois o objetivo declarado da equipe econômica é também reduzir o déficit de R$ 230 bilhões para algo em torno de R$ 120 bilhões.

Não há grandes mágicas.

A reforma tributária já está no pipeline. Logo em seguida, ela deverá concentrar a atenção do governo e do Congresso. Segundo todos os especialistas que a discutem, ela vai liberar recursos das empresas, envolvidas hoje no cipoal de impostos. Não só elas devem ser beneficiadas, mas também consumidores e os diversos níveis de estruturas estatais. Para que isso aconteça, é preciso racionalizar, simplificar e, certamente, discutir muito.

Mas, ainda assim, mesmo que realizados com êxito, arcabouço fiscal e reforma tributária não sintetizam um programa de governo, mas são apenas condições para que ele se materialize.

Um programa de governo como aqueles que eram feitos no passado, na verdade, ainda não apareceu. Tópicos importantes da política social já estão em curso, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, e boas ideias como o Desenrola também foram articuladas.

Mas um programa não se limita apenas a uma política social nem aos pré-requisitos de uma política econômica. Depois da pandemia, alguns países do Ocidente apresentaram propostas de reconstrução baseadas na economia verde e na expansão digital.

O discurso do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, acentua essas prioridades do banco. Mas era necessário um programa mais completo explicitando onde os empregos verdes podem ser abertos, onde a digitalização, inclusive no interior do governo, deve acontecer.

Outro fator que merecia um destaque programático é a relação entre governo e iniciativa privada. Existe uma convicção de que investimentos do governo impulsionam a economia e podem resolver os principais problemas. Mas quase todos os grandes projetos necessitam de parceria com a iniciativa privada. Tenho escrito sobre isso aqui. O interessante é que a experiência norte-americana não se limita a coordenar grandes esforços conjuntos. O governo Biden usa também a iniciativa privada como um instrumento auxiliar na sua política social.

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Jan Saudek

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Bárbara Kirchner

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Quaxquáx!

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