Trio Elétrico

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© Helmut Newton

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Teatro Margem

urubu-dante-tonica-glorinha-karamUrubu. Texto e direção de Manoel Carlos Karam. Com Chico Nogueira, Tonica (Antonia Eliana Chagas), Nilo Dorr, Antonio Carlos Kraide, Dante Mendonça e Gloria Flügel. 1978. Cartaz e programação visual de Dante Mendonça. Dos arquivos implacáveis de Beto Bruel. Teatro Margem 1973|2023 – 50 anos

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Elas

Tarsila, Anaterra e Lina Faria, em algum lugar do passado, na Chapada dos Guimarães, Mato Grosso. © Vincent Arnoud.

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Dante Mendonça

Teatro Margem – 1973|2023 – 50 anos

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Em Busca da Curitiba Perdida

Curitiba, que não tem pinheiros, esta Curitiba eu viajo. Curitiba, onde o céu azul não é azul, Curitiba que viajo. Não a Curitiba para inglês ver, Curitiba me viaja. Curitiba cedo chegam as carrocinhas com as polacas de lenço colorido na cabeça – galiii-nha-óóó-vos – não é a protofonia do Guarani? Um aluno de avental branco discursa para a estátua do Tiradentes

Viajo Curitiba dos conquistadores de coco e bengalinha na esquina da Escola Normal; do Gigi, que é o maior pidão e nada não ganha (a mãe aflita suplica pelo jornal: Não dê dinheiro ao Gigi); com as filas de ônibus, às seis da tarde, ao crepúsculo você e eu somos dois rufiões de François Villon.

Curitiba, não a da Academia Paranaense de Letras, com seus trezentos milhões de imortais, mas a dois bailes no 14, que é a Sociedade Operária Internacional Beneficente O 14 De Janeiro; das meninas de subúrbio pálidas, pálidas que envelhecem de pé no balcão, mais gostariam de chupar bala Zequinha e bater palmas ao palhaço Chic-Chic; dos Chás de Engenharia, onde as donzelas aprendem de tudo, menos a tomar chá; das normalistas de gravatinha que nos verdes mares bravios são as naus Santa Maria, Pinta e Niña, viajo que me viaja.

Curitiba das ruas de barro com mil e uma janelinhas e seus gatinhos brancos de fita encarnada no pescoço; da zona da Estação em que à noite um povo ergue a pedra do túmulo, bebe amor no prostíbulo e se envenena com dor de cotovelo; a Curitiba dos cafetões – com seu rei Candinho – e da sociedade secreta dos Tulipas Negras eu viajo.

Não a do Museu Paranaense com o esqueleto do Pithecanthropus erectus, mas do Templo das Musas, com os versos dourados de Pitágoras, desde o Sócrates II até os Sócrates III, IV e V; do expresso de Xangai que apita na estação, último trenzinho da Revolução de 30, Curitiba que me viaja.

Dois bailes familiares de várzea, o mestre-sala interrompe a marchinha se você dança aconchegado; do pavilhão Carlos Gomes onde será HOJE! SÓ HOJE! apresentado o maior drama de todos os tempos – A Ré Misteriosa; dos varredores na madrugada com longas vassouras de pó bem os vira-latas da lua.

Curitiba em passinho floreado de tango que gira nos braços do grande Ney Traple e das pensões familiares de estudantes, ah! que se incendeie o resto de Curitiba porque uma pensão é maior que a República de Platão, eu viajo.

Curitiba da briosa bandinha do Tiro Rio Branco que desfila aos domingos na Rua 15, de volta da Guerra do Paraguai, esta Curitiba ao som da valsinha Sobre as Ondas do Iapó, do maestro Mossurunga, eu viajo.

Não viajo todas as Curitibas, a de Emiliano, onde o pinheiro é uma taça de luz; de Alberto de Oliveira do céu azulíssimo; a de Romário Martins em que o índio caraíba puro bate a matraca, barquilhas duas por um tostão; essa Curitiba merdosa não é a que viajo. Eu sou da outra, do relógio na Praça Osório que marca implacável seis horas em ponto; dos sinos da Igreja dos Polacos, lá vem o crepúsculo nas asas de um morcego; do bebedouro na pracinha da Ordem, onde os cavalos de sonho dos piás vão beber água.

Viajo Curitiba das conferências positivistas, eles são onze em Curitiba, há treze no mundo inteiro; do tocador de realejo que não roda a manivela desde que o macaquinho morreu; dos bravos soldados do fogo que passam chispando no carro vermelho atrás do incêndio que ninguém não viu, esta Curitiba e a do cachorro-quente com chope duplo no Buraco do Tatu eu viajo.

Curitiba, aquela do Burro Brabo, um cidadão misterioso morreu nos braços da Rosicler, quem foi? quem não foi? foi o reizinho do Sião; da Ponte Preta da estação, a única ponte da cidade, sem rio por baixo, esta Curitiba viajo.

Curitiba sem pinheiro ou céu azul, pelo que vosmecê é – província, cárcere, lar –, esta Curitiba, e não a outra para inglês ver, com amor eu viajo, viajo, viajo.

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O santuário da peladice que eu simplesmente tinha de converter em lar

Era um anúncio de imóvel, mas com o puxadinho de uma história caliente da mulher da cobra

Sou uma ricaça fictícia, de imaginação fértil. Todos os dias, antes dormir e apenas na minha cabeça, compro pelo menos um apartamento.

Funciona assim: à guisa de higiene mental, abro trocentas abas em sites de imóveis, fuxicando detalhes. Tem piso de porcelanato? Divisórias de dry-wall? Passo.

A portaria é art déco, possui teto com sanca e roseta, o chão é de parquet com tabeira? Os bitcoins do juízo começam a circular. Se o elevador do edifício for de porta pantográfica que decepa mão de morador incauto, aí não respondo por mim.

Certa vez, um cafofo muito peculiar foi anunciado no meu próprio prédio. Chance de ouro para sair da virtualidade, sem alimentar corretores com falsas esperanças, pois um vizinho estava com a chave.

Ao cruzar a soleira, notei uma aura inexplicável de fascínio. Um je-ne-sais-quoi imobiliário, quiçá oriundo dos gritos, sussurros e babados fortes que aquelas paredes já deviam ter ouvido. Acabamentos de época fazendo da exígua metragem uma legítima cápsula do tempo. Retrato 3D da vida como ela era entre as décadas de 1930 e 1940.

“Ih, olhinho brilhou. Então dá uma espiada nos papéis. Vai que descobre alguma coisa…” Sim, até o vizinho sabia que eu estava ali para assuntar, não comprar. Contudo, o que eu mesma desconhecia é que por entre as letras miúdas da certidão de ônus reais estava a história da nossa mais existencialista e pelada musa.

Luz del Fuego, capixaba nascida em 1917, era a beneficiária original do muquifo, adquirido por seu amante do high society. Reconheci o nome dele porque há anos pesquisava a vida da vedete para um projeto com todos os elementos eletrizantes: machismo, naturismo, uma cobra chamada Castorina (que ela usava enroscada pelo corpo, em escandalosas performances como veio ao mundo) e seu brutal assassinato, aos 50 anos de idade.

Imagine você a lascívia, a devassidão, o atentado aos bons costumes que aquela garçonnière não representava. Um santuário da peladice que eu simplesmente tinha de converter em lar, doce lar. Nem que, para tal, fosse preciso raspar o FGTS, dar uma pedalada no orçamento do leitinho das crianças.

“Más notícias”, suspirou o vizinho. “Ainda que fosse caô seu, outra pessoa já deu sinal.” E assim, a subversiva morada da liberdade e do prazer femininos virou consultório de dentista. Porcelanato de cabo a rabo. Os tacos do parquet indo embora numa caçamba de lixo, junto com os resquícios do sublime suor de virilha da cobra Castorina. O apagar de uma Luz.

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Manoel Carlos Karam – 1947|2007

Teatro Margem – 1973|2023 – 50 anos

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1976

Desenho de Alcy, premiado no 3º Salão de Humor de Piracicaba.

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O Turco

Estes contos de Jamil Snege são de um lirismo sofisticado. Feitos de personagens e circunstâncias que nos remetem a um universo ilógico, surpreendente, que subsiste, entretanto, galvanizado pela imaginação fantástica do autor.  É o “reductio ad absurdum” de Snege. Apesar de impossível, um mundo estranho que permanece como paralelo da paixão humana. Sobrevive a qualquer descrença e nos faz lembrar, quase sempre com debochado humor e irreverência, a progressiva destruição dos valores que sustentam a realidade que nos foi dada a viver.

Fábio Campana

Jamil Snege, Os Verões da Grande Leitoa Branca; Travessa dos Editores (edição esgotada), capa de Bira Menezes; projeto gráfico de Fernando A. Parzich, 2000. O meu exemplar, com dedicatória, emprestei pra alguém e nunca mais voltou.

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Maestro Gaya

© Márcio Santos

Lindolpho Gomes Gaya nasceu no dia 6 de maio de 1921, em Itararé, uma pequena cidade do sul do estado de São Paulo. Com nove anos de idade começou seus estudos de piano dando início a uma das mais brilhantes carreiras da história da nossa música. Na década de quarenta, trabalhando na Rádio Tupi de São Paulo, conheceu a cantora paranaense Stelinha Egg com quem se casou em 1945, formando sua mais bela e eterna parceria. Juntos percorreram o Brasil pesquisando e recolhendo elements das nossas raízes musicais e do nosso folclore, sendo pioneiros na divulgação da nossa cultura musical por doze países da Europa, na década de cinquenta.

Por saberem que a paixão pela música une as pessoas, na década de setenta, se apresentaram por todo o Brasil, principalmente nos auditórios das universidades, com shows gratuitos contando e cantando a evolução da música popular brasileira do Afro à Bossa Nova. Sendo importante partícipe deste último movimento e tornou-se um dos maiores arranjadores da então recém-chamada MPB, mas infelizmente teve seu trabalho interrompido em 1985 quando sofreu um derrame, vindo a falecer no dia 17 de setembro de 1987 em Curitiba. Sua incansável companheira procurou fazer da sua dor, estímulo para se dedicar a organização do vasto acervo acumulado ao longo dos seus 42 anos de um dos mais autêntico casamento, pessoal e profissional. Mas em 16 de junho de 1991, seu último sonho para coroar todas as suas realizações nos foi delegado com o seu falecimento: abrir o “Memorial Maestro Gaya” para os jovens músicos.

Diante de tamanha afeição à cidade natal da sua inseparável esposa, que também acabou ganhando sua predileção a ponto de lá viveram seus últimos anos, os familiares, num ato de reconhecimento e contemplação à cidade, em 1999, doaram todo o acervo do casal ao Museu da Imagem e do Som/PR.

(Lindolpho Gomes Gaya|1921|1987)

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popoff-sergey-2011© Popoff Sergey

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Teatro Margem – 1973|2023 – 50 anos

Alberto Centurião e Ione Prado, “Chico Rei”, de Walmir Ayala, Teatro Margem, 1973. Direção de Antonio Carlos Kraide. Foto de Nélida Rettamozo, a Gorda.

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© Eugene Vardanyan

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Mural da História

No velório de Teori Zavascki (1948|2017), Gilmar Mendes aproximou-se de Michel Temer e, baixinho, perguntou: “Presidente, posso ocupar o lugar de Teori?” A ministra Carmem Lúcia, atenta, respondeu: “Se você couber no caixão…”

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