Pedido

Ontem, novamente, o arcebispo Dom Diludir, citou Aristóteles ao pedir aos poetas insepultos mais modéstia. Disse ele: “A modéstia não pode ser considerada uma virtude, pois assemelha-se mais a um sofrimento do que a uma qualidade.”

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Teatro Margem|50 anos

Cartaz de Urubu, comédia musical escrita e dirigida por Manoel Carlos Karam. Com Antonio Carlos Kraide, Chico Nogueira,  Dante Mendonça (autor do cartaz e cenografia) Glória Flügel, Antonia Eliana Chagas, Nilo Dorr, Beto Guiz, Dalton  Gaio e Roxane Karam. Iluminação de Luiz Roberto Bruel. Teatro do Paiol, 1978.

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Resenhazinha

Romeu e Julieta, William Shakespeare. Dois adolescentes doidinhos se apaixonam, mas as famílias proíbem o namoro, as duas turmas saem na porrada, uma briga danada, muita gente se machuca. Então, um padre tem uma ideia idiota e os dois morrem depois de beber veneno, pensando que era sonífero. Munto bão!

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2010

Charge refeita, publicada no JB, poucos meses antes do fechamento do jornal, setembro de 2010. 

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Senhor

Hoje amanheci insatisfeito.
O pão estava amargo
e até o jornal que leio
todos os dias me pareceu de
uma insipidez atroz.
De repente, Senhor, lembrei-me
dos que não leem jornais –
mas os usam para embrulhar
restos de pão que os paladares
amargos deixam no prato
após uma noite insatisfeita.
Como deve ser delicioso
esse pão, Senhor,
depois que tu o adoças com
tua própria boca!

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Quaxquáx!

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Falta alguém em Haia

Vladimir Putin, presidente da Rússia, é condenado à prisão por crimes contra a Humanidade na guerra contra a Ucrânia. A decisão vem do Tribunal Penal Internacional, órgão das Nações Unidas. A condenação não será executada por imperativo da soberania  – e do poder nuclear russo. Putin não está nem aí. Quem bombardeia a Ucrânia e mata dissidentes dentro e fora do país, pode tudo, até enfrentar o isolamento da reprovação internacional. A reprovação não assusta os ditadores na Coreia do Norte, Filipinas, Cuba, Nicarágua e China, com desculpas aos eventualmente omitidos. Sempre com destaque para Mohamad bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia saudita, que manda matar e esquartejar jornalista dissidente na embaixada de seu país na Turquia durante uma corriqueira e protocolar renovação de passaporte.

Terminada a II Guerra Mundial foi instalado o Tribunal de Nuremberg, também internacional, composto por juristas dos países aliados vencedores, para julgar os criminosos nazistas. O Brasil vinha de ditadura sanguinária, a de Getúlio Vargas, a repressão comandada pelo general Filinto Müller, chefe de polícia, que, criticado, nunca foi punido, porque aliado aos militares e civis que derrubaram Vargas e se estabeleceram tranquilos na democracia que nasceu por ordem dos que administraram a ditadura. O líder militar do ditador, general Eurico Gaspar Dutra, acabou eleito presidente da República. Um jornalista importante, famoso, David Nasser, escreveu na época um livro (disponível em PDF) sobre Filinto Müller, com o título figurado de “Falta Alguém Em Nuremberg”, indicando o equivalente maior do nazismo no Brasil.

Desde 2017 temos no mercado a biografia de Müller, “O Homem Mais Perigoso do Brasil”, de R. S. Rose, Civilização Brasileira; o livro tem falhas, mas é interessante e educativo. Como o tema aqui são os crimes contra a Humanidade e seus autores, um David Nasser atual escreveria o “Falta Alguém em Haia” sobre Jair Bolsonaro. Os maiores de 60 anos ouviram falar da ditadura Vargas, viveram a de 64 e quase passaram pela de Bolsonaro. Os inscientes, os inocentes e os indiferentes continuaram a eleger os Müller, Getúlio, Dutra, Médici e Bolsonaro. O Insulto continua a contar histórias da História do Brasil, seja por exibicionismo, seja para refrescar a memória, pois como nos ensinava a velha UDN (na edição de ontem ilustrada pela foto de Joice Hasselmann), “O preço da liberdade é a eterna vigilância”.

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Em algum lugar do passado,  o humor não deu o ar de sua graça em Curitiba, infelizmente. O fígado faz muito mal è bebida.

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Ser cineclubista

Minha vida de cineclubista ocorreu entre os 16 e os 30 anos. Nesse período eu tive várias atividades cinéfilas, nas cidades onde morava: Campina Grande, Belo Horizonte, Campina Grande de novo, Salvador. Mesmo quando não era um cineclube, era o espírito de cineclube que inspirava essas atividades. O espírito de amar o cinema, gostar não somente dos sofisticados e ambiciosos “filmes de arte”, mas de qualquer coisa besta relacionada ao cinema: o barulhinho treme-treme da película 16mm vibrando diante da luz, o cheiro ácido que se elevava das latas de filme ao serem abertas, a contagem regressiva da ponteira riscada que precedia o filme propriamente dito, a música que tocava antes da abertura das cortinas…

A relação amorosa (eu quase diria: a relação sexual) entre nossa mente e aquela imagem luminosa gigantesca preenchendo o mundo à nossa frente. Uma relação ao mesmo tempo de desejo e desafio, entrega e controle. Por um lado, deixar-se embeber pelo filme, e por outro domesticar e subjugar o filme através de fórmulas mágicas criadas por mim mesmo, como estas linhas que escrevo agora.

Para os incréus, um cinéfilo é um intelectual pedante que diz entender filmes que ninguém entende, inclusive ele. Mas o cineclubista ou cinéfilo é o cara que não visa apenas “entender o filme”. Ele quer alcançar a vida que há por trás do filme. E mesmo que os simbolismos ou hermetismos de Bergman ou Godard continuem sendo grego para ele, ele pode, mergulhando no estudo de Godard ou Bergman, entender quem são esses caras, e o que são os filmes que fazem. Um cinéfilo olha uma cena e vê algo além do retângulo luminoso que é tudo que o espectador comum enxerga. Ele percebe como aquilo foi feito tecnicamente. Ele sabe que aquele movimento de câmara deve ter exigido dias de ensaio. Ele entende que certo efeito de iluminação não está ali por acaso, foi discutido noites a fio ao redor de uma mesa.

O cinéfilo vê o filme e espreme o sumo do prazer estético do filme, sabendo, ao mesmo tempo, o sangue, o suor e as lágrimas (para não falar nos dólares e nos reais) que aquele filme exigiu de quem o fez. O público vê o drama dos personagens; o cinéfilo deduz, do que vê na tela, os dramas de toda aquela longa ficha técnica cujas funções ele conhece. Ele sabe dos bastidores, dos camarins, entende a luta pelo poder que resulta num diálogo, numa cena, num corte. O público se emociona com a história, vê o filme como se o vivesse. O cineclubista se emociona com a história dos que contaram essa história vista pelos outros. Ele vê a vida por trás do filme, e com isso aprende a ver a vida por trás da vida.

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Just another walk-man. © Jan Saudek

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Ford 1929 Roadster

© Ricardo Silva

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Por que deveríamos chamar Bukele de ditador?

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, já avançou sobre o Legislativo e o Judiciário de seu país, persegue jornalistas, coleciona presos políticos e governa, há um ano, em um estado de exceção, que permite que suas forças de segurança levem para atrás das grades quem quiserem, incluindo menores de idade, muitas vezes sem julgamento prévio, deteriorando o Estado de Direito.

Durante a pandemia, nos centros de confinamento de pessoas suspeitas de estarem contaminadas com o vírus da Covid-19, Bukele já havia ensaiado a criação de lugares onde a lei não entrava, e uma pessoa poderia ser trancada por dias ou semanas sem nem mesmo fazer um exame.

A imprensa independente e organismos de direitos humanos, à época, apontavam para o uso das medidas sanitárias para controle político.

Os mesmos organismos também denunciaram abusos de direitos humanos nas prisões salvadorenhas mesmo antes de Bukele ter decidido —após um fim de semana do início de 2022 em que houve enfrentamentos violentos das chamadas “maras” (facções criminosas ligadas a cartéis de narcotráfico) e que resultaram na morte de mais de 60 pessoas— que construiria o que diz ser hoje a maior prisão das Américas.

Eles mostram os presos quase como escravos esperando um barco para uma colônia distante. Filmados de todos os ângulos, como numa grande produção, os detidos, seminus, de olhar assustado, acorrentados e de cabeça baixa, evocam morbidez e algo de sadomasoquismo.

Não se pode criticar Bukele sem antes deixar claro que as “maras” castigaram o povo de El Salvador desde que nasceram, nos subúrbios de Los Angeles, com os filhos daqueles que haviam migrado por conta da guerra civil.

Nos anos Clinton, muitos de seus membros foram deportados e se encontraram com uma economia golpeada e deteriorada pelo conflito, na qual não teriam lugar.

A Mara Salvatrucha e o Barrio-18, grupos mais importantes, vinham sequestrando, matando e extorquindo o povo salvadorenho. Ter colocado um freio nas atividades dessas gangues rende a Bukele hoje uma popularidade de mais de 80%.

A questão é que amontoar pessoas em prisões, como Bukele está fazendo, em primeiro lugar, não resolve o pano de fundo da questão: o que os levou ao crime. Em segundo, significa mais avanços sobre os pilares de direitos universais.

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Bai Ling. © TaxiDriver 

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Fraga

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