Mural da História – Eu avisei – 2019

Perdoem-me os queridos Rui, Diniz, Benedicto, Hugo e mais meia dúzia de amigos-leitores, mas, se continuar assim – ouvindo as asneiras ditadas pelo “muso” da Virgínia, ex-astrólogo e falso sociólogo; acocando as idiotices do trio de rebentos, criando atrito com os milicos no poder e com a nobre base parlamentar, da qual depende desgraçadamente; dizendo e desdizendo, fazendo e desfazendo todos os dias, o capitão-presidente não aguenta o tranco até dezembro. E será o que já é: um novo Jânio Quadros ou um novo Collor de Mello a florescer e morrer no Planalto Central.

A mim não surpreende. Aliás, a crise era esperada e fora anunciada. Inclusive por este escriba que vos digita. No início de setembro do ano passado, pouco antes do primeiro turno da eleição presidencial, aqui neste mesmo puxadinho do blog do Zé Beto, sob o título “Bolsonaro, jamais!”, eu lhes disse:

“Por mais pecados e condescendência que tenha, o Brasil não merece o capitão Bolsonaro. Depois de Sarney, de Collor, de Dilma Rousseff e de Michel Temer, era só o que faltava! Melhor fechar o país. Devolvê-lo para os tupis, pataxós, caiapós, guaranis, tamoios, marajoaras, tupinambás, botocudos, xavantes, caingangues, ianomâmis e todos aqueles bravos que foram “pacificados” e “catequisados” pelo pessoal de Cabral (o Pedro Álvares), pagar o prejuízo dos últimos 520 anos e sair de fininho rumo ao oceano.

“O cap. Jair Messias Bolsonaro é vazio, oco, não tem programa de governo, não sabe administrar, não é capaz de juntar as ideias. O que fará na presidência da República? Esteve durante sete legislaturas na Câmara de Deputados e o que fez pelo Brasil? Rigorosamente, nada. Apenas meteu-se em confusão, agrediu as mulheres e os homossexuais, defendeu a tortura, pregou o armamento da população, o fuzilamento de pessoas, o fechamento do Congresso e outras asneiras de igual quilate, como fazer a apologia da ditadura militar de 1964.

“Se o eleitor está pretendendo votar no capitão como forma de protesto, não direi que é um idiota porque tenho amigos queridos que pretendem e não são idiotas, mas digo que é mal informado, inconsequente e odeia o Brasil. Talvez seja um daqueles tantos que desejam sair correndo do país e são capazes de deixar aqui, de raiva, uma bomba prestes a explodir na cara dos brasileiros que ficaram. Patriotas não serão. Tampouco democratas.

“Jair Bolsonaro se diz democrata, mas abomina a democracia. Sequer honra a farda que já usou. Não por acaso, a expressiva maioria do Exército, da Marinha e da Aeronáutica não quer saber dele. Ao contrário. Se não o considera um “bunda suja”, por não haver galgado degraus na escala hierárquica, acha-o um estorvo, uma desmoralização para a classe.

“Diz o capitão que quer reativar os tempos da ditadura, onde não havia corrupção. Mentira. No tempo do governo dos generais, havia corrupção sim, e muita. Velada, enrustida, sem o conhecimento da opinião pública, posto que a imprensa era proibida de investigar e divulgar, o Ministério Público de acusar e o Judiciário de julgar. Os homens da farda não precisavam de tais esquemas para manter-se no poder. Julgavam-se perpétuos e intangíveis. Então, preferiam abarrotar as estatais com militares da reserva e proteger o Brasil e os brasileiros dos perigos da liberdade e da democracia.

“Por isso, não venha o líder do PSL falar em moralidade, decência, combate aos privilégios, aos desmandos e quejandos. Há ainda muita gente viva dos tempos da quartelada de 64 para testemunhar.

“Se o eleitor não vê ninguém merecedor do seu voto entre os candidatos colocados à sua disposição, não vote em ninguém. Mas, pelo amor de Deus, não cometa a insanidade de optar por Jair Bolsonaro”.

Por isso, fui chamado de “esquerdopata” – o que deixou o nosso Zé Beto com confessada inveja.

O novo governo ainda não completou nem seis meses de poder e o que vem (ou não vem) fazendo estamos vendo. Com profunda preocupação e angústia. Até agora, ampliou a posse e o uso de armas de fogo pela população, inclusive pistolas .40 e 9mm, então de uso restrito das Forças Armadas e policiais, contra 61% da opinião pública e parecer do próprio Ministério da Justiça e Segurança Pública. Fez mais, “contingenciou” verbas da educação superior, e está botando a vida da Nação nessa tal de reforma previdenciária, que ninguém conhece verdadeiramente e, com certeza, empacará no Congresso Nacional.

Façam as suas apostas, senhores jogadores. Até quando permanecerá de pé o governo do capitão Jair Messias Bolsonaro?

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Mãe África

A cabo-verdiana Déh com seu afro-brasileirinho Guilherme. Nação do Maracatu Porto Rico, Ylê Oxóssi Guangoubira, Comunidade do Bode, bairro do Pina, Recife, dezembro de 2017. © João Urban

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Itararé em tupi-guarani significa “pedra que o rio cavou”, pois o rio Itararé corre em um leito rochoso que foi sendo desgastado pela correnteza formando altos paredões, grandes cachoeiras e belas grutas.

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Flagrantes da vida real – 2017

Fuque-se quem puder! © Maringas Maciel

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Capetão

Qualquer militar  alçado a capitão em acordo para deixar o Exército após ser preso por “atos de indisciplina e deslealdade” com superiores, só faz cagada.

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Qualidade de vida

Você já latiu para o seu cachorro hoje? |Assionara Souza -1969|2018. © Rafael Bertteli

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Jota

Jota é jornalista, jornalista, cartunista e artista gráfico. Como cartunista, foi premiado nos Salão de Piracicaba e no Salão de Humor do Piauí, tendo participado também de vários salões internacionais. Em 1980 foi premiado no Salão de Humor do Canadá. Jota já publicou na Folha de S. Paulo, onde fez parte do Folhetim e da Folha Ilustrada, suplementos modernizadores do jornalismo cultural brasileiro.

Publicou também em O Estado de S. Paulo, onde durante cerca de dois anos publicou uma coluna de humor no suplemento diário Caderno 2. Já publicou também na antiga Última Hora, de São Paulo, Correio Popular, de Campinas, Folha de Londrina, Gazeta de Pinheiros, no semanário Primeira Mão, nas revistas Visão, Repórter Três e Tênis Esporte.

Entre as décadas de 1970 e 1980, participou ativamente da imprensa alternativa brasileira, de oposição à ditadura militar. Foi da equipe do jornal Movimento, um dos mais importantes órgãos de imprensa durante o regime, de seu primeiro número, em 1975, até seu fechamento em 1981. Publicou também em O Pasquim.

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John Winston Ono Lennon – 1940|1980

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Após Nikolas Ferreira presidente da Comissão de Educação, Câmara quer Netanyahu na Comissão de Direitos Humanos

O polêmico deputado Nikolas Ferreira foi eleito presidente da Comissão de Educação. Um internauta que foi ler a notícia tentou rir e chorou.

Numa manobra que lembrou quando Marco Feliciano foi presidente da Comissão de Direitos Humanos, o PL não achou vaga na creche e deixou o pequeno Nikolas na Comissão de Educação.

Nikolas diz não saber se a Terra é redonda ou plana. “Se ele acha que a Terra é plana, manda ele ir morar do outro lado então”, disse um cidadão indignado.

Até agora, Olavo de Carvalho não se pronunciou.

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O irritante guru do Méier

Conheço alguns escritores que morreram aos 30 anos e só conseguiram entrar pra Academia aos 60.

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2020 – Peste, Guerra, Fome e Morte

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Dodó

Tudo o que é demais é demasiado, inclusive o excesso.

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Olho perdido na janela, suspira o velho:
— O que será que o meu canarinho anda fazendo?

Dalton Trevisan, do livro
99 corruíras nanicas, L&PM Pocket

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A estratégia de Campbell

Campbell é diretor-geral da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam).

O ministro Mauro Campbell está fazendo valer seu apoio a Sammy Barbosa na disputa pela vaga destinada ao Ministério Público no Superior Tribunal de Justiça. Fontes com conhecimento do assunto dizem que o magistrado tem tentado estimular concorrentes diretos de seu candidato a desistirem.

Em outra frente, o ministro tenta convencer seus colegas a votarem em seu protegido e candidatos com poucas chances de nomeação. O sonho de Campbell seria uma lista tríplice enviada a Lula com Sammy e dois adversários figurativos – o jargão usado no STJ para esses nomes indicados protocolarmente é “dama de companhia”.

O posicionamento do ministro não é novidade no Judiciário. Ele é conhecido por ser aguerrido nessas disputas, “acotovelando” as campanhas adversárias, conforme detalhou uma fonte.

Adversárias perigosas

Outra preocupação de Campbell é que Sammy dispute a escolha presidencial com mulheres. A pressão dentro e fora do governo por mais representatividade nas cortes superiores não é novidade, e a vaga hoje em disputa pelo MP era ocupada por uma mulher, a ministra aposentada Laurita Vaz.

Desde que assumiu o terceiro mandato, Lula indicou uma mulher para o STJ, Daniela Teixeira, e duas para o TSE, Edilene Lôbo e Vera Lúcia Santana Araújo. As nomeações deram argumentos, mesmo que mínimos, ao governo para contrabalancear o aumento da presença masculina no Supremo Tribunal Federal.

Campbell tem razão em temer uma disputa de seus candidato com mulheres. No MPF, por exemplo, houve um movimento antes da definição da lista sêxtupla, para que os votos destinados às mulheres fossem depositados apenas nelas, excluindo candidatos homens.

A estratégia foi pensada porque, nessas eleições, é possível votar em mais de um candidato. O objetivo era garantir um resultado expressivo para as mulheres, na comparação com os homens, e ter ao menos duas delas na lista enviada ao STJ.

Raquel Dodge foi a primeira colocada, seguida por Maria Cristiana Simões Amorim Ziouva. O primeiro homem a aparecer na lista, Artur de Brito Gueiros Souza, ficou na terceira posição, 40 votos distante de Ziouva e outros 61 de Dodge.

Há esperança

O ministro do STJ tem alguns trunfos indiretos nessa disputa. Um deles é a resistência de parte da política ao nome de Raquel Dodge. Ela foi nomeada PGR por Michel Temer em 2017, mas não se furtou em denunciá-lo por corrupção em dezembro do ano seguinte, às vésperas do fim do mandato presidencial.

Ziouva tem contra sua candidatura o posto que ocupa. Ela é procuradora regional da República. Mas sabe-se que ministros só votam em sub procuradores. É como se esses últimos estivessem no mesmo nível profissional de desembargadores, que são os magistrados indicados para o STJ.

Há ainda o fato de a corrida pela outra vaga aberta no STJ, deixada pela ministra aposentada Assusete Magalhães (destinada à magistratura federal), ter candidatas fortes. São elas: Mônica Sifuentes, presidente do Tribunal Regional Federal da 6ª Região, Marisa Santos, ex-presidente do TRF-3, e Daniele Maranhão, desembargadora do TRF-1.

Santos, que entrou agora na disputa, tem ótima relação na magistratura paulista, estado sob a jurisdição do TRF3 e que conta com seis votos, dentre 33, no STJ. Maranhão também tem bastante capilaridade política no Judiciário e o tribunal onde está é o que tem a maior abrangência nacional (13 estados).

Sifuentes tem como principal apoiador o ministro do STJ João Otávio Noronha. O mineiro foi um dos que mais pressionou pela criação do TRF6, tribunal responsável pelas causas federais apresentadas em Minas Gerais. Porém, conta contra a magistrada o fato de ela ter assumido a corte há pouco tempo e ainda existir muito trabalho pela frente até que a infraestrutura necessária para a prestação jurisdicional esteja concluída.

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Fome antiga

Dois meninos, magrinhos,
irmãos, aproximam-se
do balcão de pães.
Escolhem um bem pequeno –
o que pode comprar a moeda
que um deles guarda no
côncavo da mão.
Saem os dois com seu
pãozinho – uma fome tão
antiga, entre acrílicos
e colesteróis.

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