1© Luiz Rettamozo

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Douglas Mayer

No espelho, os vampiros não se refletem. Reflexão, corte & pensar. Critérios sangrados. No espelho o que se vê, está virado.   Como  se   estivesse  vindo,   daí  o  dito: “enquanto você vai, eu estou de volta”. E é esta a linguagem destes desenhos. Vampiros correm o risco de serem descobertos. Coberto pelo medo, passe adiante, feche os olhos. Também fiz o mesmo com Edward Munch e Van Gogh, ou foi só impressão?

No impresso, o desenho é o humor. Seu traço carregado de conteúdo faz a moldura de nossos medos, extenção de litografia, o off-set tem a mesma função. Codificar a informação pela quantidade. Se fazer clara e direta, perder  nas entrelinhas  da linearidade  as forças interiores.   O  desenho, na   imprensa,   obedece regras   de   mau   gosto   e   padronização.   Isto é, isto era, porque a manipulação do imprevisível, fez do desenho de humor informação. Informação: composição do que se conhece com o que não se conhece. O imprevisível é a mídia da expectativa de saber. Olhar no espelho, e não se negar frente a sua imagem mesmo que doa. Este é o jogo. Jugo do bicho. Uma espécie de auto punição, que temos que passar para atingir o sorriso. O ideal.

Só rir, felicidade. Humor, aperfeiçoamento No terminal da palavra humor e início de morte. Humorte. Assim como: “sem o incomunicável não há comunicação”, é preciso morrer de vergonha para viver de nossas limitações. Essas as regras do Jugo do Bicho. O homem mata e come animais. Douglas Mayer nos dá com humor a imagem refletida. Animal comendo. Seu sonho é uma realidade. Não dorme à noite. Dorme, como Todos Nós, durante o dia-a-dia. “Be a clown”. É a proposta, neste jogo ganha quem tiver maior coragem de assumir a informação. E assinar   junto  a  declaração  de  seus  direitos. Vamos anotar o sentido histórico destas grosserias artísticas e seus produtores.

O   cartun   ressurge   em   sua   forma   mais   crua e pesada nos momentos de crise. O aspecto, critico carnal dos desenhos de Douglas Mayer,  nos faz revisar,  não só nossas posições espirituais (em cada desenho a pergunta:

“O que construo de beleza, se o que faço é isso?”  nas políticas econômicas, sua importância estética vai acima de seu comportamento ético. Memória viva de Kirchner, Heckel, Scmidt-Retllut, Nolde, Pechstein, Muller. O patético historicamente assumindo as emoções humanas fundamentais, o medo, a solidão, o ciúme, etc. Alucinações e visões precisas. Contornos puros, crueza no sonho. O cartun é o ressurgimento do homem comum esmagado até pela cultura, palavra que não entende, e Douglas Mayer é seu representante por enquanto  uma  promessa,   nestes  primeiros trabalhos, mostrados fora de sua mídia. Olhar o mar como anfíbio, para poder ver dentro e fora.

Luiz Rettamozo

Edição do autor, Curitiba, 1978. Quem procurar, acha!

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Playboy|1980

1989|Tawnni Cable. Playboy Centerfold

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Ciro Gomes|2010

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Jan Saudek|The Fly

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Katharine Houghton Hepburn – 1907|2003 – atriz americana considerada por muitos como a maior atriz da história do cinema, Hepburn foi indicada 12 vezes ao Oscar, que venceu em quatro ocasiões, e foi eleita pelo American Film Institute como a maior estrela feminina de todos os tempos.   © Time

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© Joel Peter

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Portfólio|2018

Cartaz não aprovado pela produtora do Canal da Música, da É-Paraná. Sorry, periferia. 

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O irmão do Maracanã

“Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”.

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Vergonha nacional

Acho que até vi a deputada Abigail Cunha (PL de Bolsonaro) passeando no Rio de Janeiro: vestida de sinhazinha com botox, desfilava com os filhos, carrinhos de bebê conduzidos por empregadas negras, dessas que saem com trajes brancos da cabeça aos pés, desde o sapato até o bibico de cozinheira, na exaltação do contraste branco-preto do Brasil escravocrata. Faço ficção, claro, sobre o estereótipo conhecido. Nunca fui ao Rio, mas vi brasileiras desse tipo em Miami faz pouco tempo. A deputada assumiu recentemente a secretaria da Mulher no Maranhão – terra de Sarney, Flávio Dino e Juscelino Filho.

Abigal deu uma banana aos que diziam que não gostava de pretos: diziam, porque ela deletou no Facebook sua mensagem e foto com as empregadas, “que chama de donas da minha casa”. A deputada  tem o material genético do coronel Odorico Paraguaçu. Jamais aprenderá que no Brasil dizer que tem amigos pretos é a clássica exculpatória do racista. Chamar empregadas de “donas de minha casa” é coisa de sinhá de engenho, mera atualização demagógica de uma das versões do clichê, como a de chamar empregadas de membros da família. Na foto; Abigail podia disfarçar emprestando vestidos de grife e rasteirinhas da Arezzo para as “donas de minha casa”.

No Brasil os brancos afundaram o navio negreiro e desviaram o ouro da Lei Áurea.

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© Bego Antón

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A invasão do Iraque|1980

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