Na frente do Hospital das Clínicas

No primeiro turno da eleição presidencial de 1989 eu votei no Brizola. Acreditava que se ele fosse para o segundo turno, ganharia do “filhote da ditadura”, e o Professor Darcy Ribeiro implantaria o Projeto de Educação Integral no país inteiro. Mas o Brizola perdeu a vaga no segundo turno para o Lula, que perdeu para o Collor, e o Brasil perdeu o projeto do Professor Darcy Ribeiro.

Uma pena.

Hoje, 19 anos depois, teríamos uma geração com (pelo menos) uma ligeira noção de educação e civilidade, e não veríamos tantas imagens como essa.

Maringas, (que também fez a foto) com vontade de passar por cima…
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Desenho de Tomi Ungerer.
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Uebas!

www.ishotmyself.com
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Ouiés!

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Solda – O Estado do Paraná.
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Festival de Curitiba

Ensaio da peça Laranja Mecânica.
Foto de Chico Nogueira.
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Crist

Clarín – Argentina.
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Cruelritiba, da poeta Izabel Cristina Milano

Foto de Lina Faria.
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Solda – O Estado do Paraná.
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No Original Beto Batata

Vera Solda, compenetrada, analisa a cartunalha. Maringas, que também fez a foto.
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Foto sem crédito.

Não faz muito tempo, nossa Curitiba, velha de guerra, atingiu a fabulosa marca de 1 milhão de veículos nas ruas. Me vem, de imediato, à memória, a aldeia cartorial de ainda ontem, e a então acanhada paisagem da Rua XV, com seus vetustos Nash e Mércuri enfileirados.

E nem olho tão longe, senhores.

Início dos 60s,
se tanto, numa prova de que a cidade cresceu com uma pressa e uma urgência desusadas. Não sou nem nunca fui saudosista; prova-o a literatura que faço nem um pouco apegada ao passado e a suas inerentes fossilizações. Mas lembrar lá me põe às vezes comovido como o diabo.

O fato é que não se fazem mais Curitibas como antigamente. Metrópole, mora conosco a agrura, o caótico trânsito de cada dia, a pressa, a ansiedade e esta anonimidade que nos torna frios números estatísticos. Sejam os que referem a quantidade de veículos nas ruas, sejam os que dizem quantos somos os milhões de almas cá no burgo de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.

Que foi, um dia, pouso de bois, sob o lavado céu de estrelas a prenunciar mais uma manhã de pesadas geadas. Caminho de tropas, planalto e solidão.

Mais de um milhão de veículos! E é entre eles que sigo, no “Cavalinho”, meu Uno vermelho, 95, motorista tardio, ainda hoje alguma vez temeroso e inseguro entre os carrões que passam feito bólides do Terceiro Milênio. Na cidade que foi de meus avós, depois de meus pais, e que hoje é minha e de meus “filhos”, postiços, porém “filhos”, e dos filhos de meus filhos postiços, estes filhos de verdade dos filhos que nunca tive…

Recordo o poeta-irmão, Paulo Leminski, aferrado à idéia de que poeta que é poeta não dirige, esquecido de que a uma poeta, e poeta maior, Alice Ruiz, delegava o volante do velho fusca verde (né mesmo, Soldinha?), íntimo das trilhas do Pilarzinho e de tantas outras trilhas, pelo passado.

Decidi enfrentar a direção de um carro, já cinqüentenário, depois de interpelado pelo escritor Roberto Gomes, ao me ver, caminho do ponto de ônibus, carregado de sacolas: “Só é moderno em literatura?” – me pôs na parede o meu primeiro editor, e autor, entre outros ouros, de Crítica da Razão Tupiniquim. Confesso que corei.

Algum tempo depois, renovei uma carteira caduca de mais de trinta anos e comprei um Chevrolet automático, o “Belo”, e que foi uma das maiores encrencas automotivas que já tive na vida. Ainda hoje sofro as seqüelas daquele carro temerário – seja no sagrado pânico de estacar em plena Visconde de Guarapuava ou de me precipitar no primeiro abismo da estrada das praias.

Razão mesmo tinha um motorista de táxi, o Deonilson, que me serviu durante anos: dirigir é como empalhar passarinho, a gente aprende e empalha mas o passarinho vai parecer sempre vivo.

Ah, os motoristas, os poetas e os filósofos!

Wilson Bueno [23/03/2008] O Estado do Paraná.
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Solda – O Estado do Paraná.
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"Vi vocês no blog do Thadeu!"

Anderson e Cláudia. Foto sem crédito.
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Pancho – Gazeta do Povo.
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Oops!

Foto de Betina Bruel.
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