Hora de Morrer|Pora Umierac, Polônia, 2007, direção de Dorota Kedzierzawska, 1h 44mn. Aniela é uma enérgica e inflexível relíquia do passado, como a grande casa em estilo dacha rodeada por árvores altas em que vive sozinha com sua impetuosa cadela, Filadelfia.

Ela observa, do outro lado da rua, um homem gordo, novo rico grosseiro, que mora em uma grande casa nova e a quem desaprova, e na esquina, uma casa caindo aos pedaços, ocupada por uma escola de música que luta para sobreviver. Todo mundo quer a casa e o terreno de Aniela. Quando o vizinho novo-rico, auxiliado pelo filho interesseiro de Aniela, traça planos para obter a propriedade da casa, Aniela encontra uma maneira de ser mais esperta que eles.

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Eu sou um chato, vocês todos são uns chatos; este livro é um livro chato; o chato é um animal político; o revisor deste blog é um chato de galochas; leitor é um troço chato paca; não há nada de novo sob a luz dos chatos; este chato para cima; o chato é uma caixinha de surpresas; há chatos que vêm para o bem, mas só pra chatear; gosto de chato não se discute; chato fechado pra balanço; não guardamos pacotes de chatos; conserve o chato em lugar fresco e seco, e chato; o importante é o chato; águas passadas não movem os chatos; chato é um chato; quem ama o chato, bonito lhe parece; proibido para chatos menores de 18 anos, bem chatos; à noite todos os chatos são mais chatos ainda; chato da Zona Franca; chato de casa não faz milagres; agite o chato antes de usar; o hábito faz o chato; chato que é bom já nasce chato; chato: preferência nacional.

Ao sucesso com o chato; o chato não é tão chato quanto se pinta; chato escreve certo por linhas tortas, e chatas; aceita-se cartão de chato; de grão em grão o chato enche o saco; quem diz o que quer, ouve o que não quer, dito por um tremendo de um chato; pelos dedos se conhece os chatos; chato tarda, mas não falha; um chato sozinho não tece uma manhã; chatos? Melhor não tê-los; chatos, chatos: dou um boi pra não me tornar um chato e uma boiada pra me livrar dos chatos; não pise na grama dos chatos, nem no chato; cesteiro que faz um cesto é um chato, e o que é pior, um cesto chato; chato é nascer de cabeça chata; não dê comida aos chatos; é proibida a entrada de chatos ao serviço, que é bem chato.

Até tu, Chatus? Quem desdenha quer comprar, e isso é muito chato; olhai os chatos do campo; o chato foi pro brejo; o chato é necessário, que chateação; quem é chato sempre aparece; mais vale um chato na mão do que dois voando; criança: não verás um país tão cheio de chatos.

É melhor tirar o chato da chuva; conversa pra chato dormir; lá onde o chato faz a curva; o bom chato não berra; depois da porta arrombada não adianta ficar chateado; casa de chato, espeto de chato; chato, chato como uma toupeira.

Que me importa que o chato manque; luz baixa ao cruzar com um chato; chato de livraria; chato atrás da orelha; chato cabeça-de-bagre; chato faz da uma; depois de mim, os chatos; não converse com o motorista chato; lotação: trinta e dois chatos sentados, um chateando o outro; saída de emergência para chatos; cuidado: cachorro de chato; ser amigo de chato é muito mais chato.

Muito mais chato do que comer o pão que o chato amassou; em caso de incêndio, chamem os chatos; não aceitamos cheques de chatos; mantenha distância dos chatos. Papai, não seja chato, não corra; mulher de amigo meu pra mim é uma chata; há algo de chato no reino da Dinamarca; proteja a chatice das placas de sinalização; chato também é dar com os chatos n’água; seja breve, mas não seja chato; passo de chato; abraço de chato; abraço de tamanduá é chato; cuidado: chatos na pista; chatice não se põe na mesa; carga máxima: 8 chatos, chatíssimos.

Quem semeia ventos, colhe chateação; a vida começa aos quarenta, mas é muito mais chata; não confie em ninguém que seja chato; o pão do chato cai sempre com a manteiga pra baixo; professora, o Juquinha tá me chateando; chato não morre, deixa de chatear; Deus salve a Rainha, e os chatos; chatos de todo o mundo, uni-vos!; quem dá aos chatos, empresta a Deus; mãe chata só tem uma; o pior chato é aquele que não quer ver que é um chato; em terra de cego quem tem um olho é um chato; o chato é o pior amigo do homem; vim, vi e me tornei um chato; quando ouço falar em chatos, levo logo as mãos à consciência.

Dos chatos, o menor; o chato é o lobo do homem; há mais chatos entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã e chata filosofia; espelho, espelho meu, existe alguém mais chato do que eu?

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Oficina do escritor

Soldinha, hermano, aqui, ainda me refazendo da partida de meu pai, Valdomiro (26/09/1924 – 04/02/2010), o navegante do sertão profundo, agora a remar nas águas de Alhures do Sul, passo a você a minha oficina.

Wilson Bueno (que também fez a foto) 12|2|2010

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Jornal do Estado|1980

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Uma temporada no leprosário de Santa Água

Fui internado ontem no leprosário de Santa Água. Sofro, aqui, o perverso gozo da derrota inteira, misturado a cabaças com restolhos de sopa e a esta cabeça de bagre – o Diretor-geral do leprosário – o senhor Kault – que se julga gênio, quando o único que pode ser é cabeça de bagre –, e só a tempestade o curaria. O Diretor-geral do leprosário nunca ousa vencer as palavras ou quebrar a gramática, por isso crê na gramática e crê em Deus.

Para continuar inteiro em meio ao vento que espalha os incensos, apago as velas, afundo os navios ao largo, finjo, esquivo-me, como se eu fosse barata com caspa na sobrancelha e fedesse à carniça.

Neste inferno onde respiro, dia-a-dia, nacos de mim caem no quarto, no banheiro, no pátio do leprosário de Santa Água. Aprendo, com certa dificuldade, que apenas o silêncio permite desvelar a parte interna de cada coisa contemplada. Depois que sair do leprosário, recordarei com saudade do preto velho Oriki, da monotonia de seu cotidiano. Ele será, para mim, a recordação dos amores que tive ou das ondas que nunca foram de ninguém.

O preto velho Oriki – os olhos carcomidos, a língua sucumbida – aprecia lundus e batuques do Congo –, dança o próprio vazio, traz uns olhos a pensar para dentro coisas de fora, e a minha alma se aclara com essa dança da chuva que o preto velho Oriki espalha pelos corredores gelados do leprosário.

Não tenho próximo de mim a figura da ninfa nua no cavalo de água. Será, talvez, por isso, que eu fique horas a observar o preto velho Oriki dançar? Se o motivo for a falta da ninfa nua, não mereço piedade nem nada. Este preto velho, leproso, nem sabíamos que pudesse guardar na alma a ninfa nua. Agora ele é, por fora, o que sempre foi no íntimo: fonte de água mineral.

No escritório do leprosário de Santa Água, o senhor Kault coça uma chaga na clavícula. Já sabe que contraiu a lepra, que mora numa Casa de vidro, com escorpiões vivos que podemos ver daqui. Os telhados da Casa de vidro fedem a urina. Sim, a lepra nada sabe da sombra da oliveira ao meio-dia. Sabe de jardins escorraçados, de câmaras de gás, de corpos tocados pela cinza das horas. Por causa disso, neste leprosário de Santa Água, não sou capaz, ainda, de um sentimento que dure como duram as pedras. Tudo em mim é outra coisa: uma impaciência de tigre atrás da neblina, um desassossego crescente e sempre igual, que me faz vociferar que tudo me interessa e nada me prende. Leio um poema:

Um livro
Um livro tem
Um livro tem de ser
Um livro tem de ser um
Um livro tem de ser um machado
Um livro tem de ser um machado para
Um livro tem de ser um machado para o
Um livro tem de ser um machado para o mar
Um livro tem de ser um machado para o

mar gelado
dentro
de
nós

A respiração sufocada do preto velho Oriki; não a escuto, estou pensando em outra coisa, estou pensando, por exemplo, que nada deveria escurecer o desejo, e que nada nunca destroça as águas do oceano.

Hoje é domingo, não recebi visita. Aqui, neste leprosário de Santa Água, se narro obscuramente a minha vida sem história, é porque nela só houve esta casa de vidro e, aos escorpiões que vejo nada digo, nada tenho que dizer.

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Ugh!

O arquiteto Key Imaguire Jr. © Marcelo de Andrade

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Avenida Jamil Snege

Para Jamil Snege, in memoriam

Avenida Jamil Snege
Não é uma via qualquer no devir de Curitiba
Mas um espiritual espaço cênico dentro de nossas sandálias de saudades
(Ele deve estar ‘cerrindo’ da gente
Sobre um farol esquinal sempre vermelho-coisa
Num turbilhão de nuvens como se leitoas brancas
No tabuleiro em hélio de um céu meio sépia
Sobre o macadame da terra tipo hidrogênio-pitanga)

Avenida Jamil Snege
Poderia parecer humor de polaco anjo maluco
Mas é um horizonte cor de rosa-chá
E sobre uma bananeira que já deu goiaba o turco escreve
Salmos em rimas quânticas
Todos numerados de A a Z
Muito além das ficções com laços de ternura nas doces memórias.

Avenida Jamil Snege
Entre jardins e tempestades o viajador paranaense olha
Os picumãs das tardes friorentas do Paraná
Porque as nuvens entre coxas brancas de crepúsculos amanteigados
Pitam as chaminés ribeirinhas de pés-vermelhos entre urtigas
Cheirando jabuticabas brancas

Avenida Jamil Snege
Para quem só acreditava vendo, ele agora impertinente lê muito
Lê os manuscritos cósmicos além de Pasárgada ou de Shangri-lá
Lê atiçado entre os braços de palhas das auroras
Lê os sótãos de trastes velhos de um Deus com solidão infinita
Sempre com saudades dos bolinhos de piruás
Saudades dos papos afiados dos amigos notívagos da boca maldita
Entre colchas de retalhos celestes revê urbanidades abaixo da seda-luz
Com reviçadas memórias saradinhas feito guloseimas verbais em volúpias telúricas.

Avenida Jamil Snege
É quase um bom bocado, um suspiro, um rocambole, um documento letral
Na galeria nobre da saudade muito além dos núcleos humanos
Talvez um reconhecimento de honra e paz nos píncaros da glória
Enquanto Jamil Snege ri gostoso e trancham com seu novo pijama de estrelas
Quase que maroteando de nosotros pobres mortais comuns
Que ainda nos reinamos atiçados em bem bebemorá-lo
Porque ainda nos restamos algo humanos entre etiquetas e rapsódias
Muito além das periferias descalças com humildes figuras em bisotê
De uma Curitiba que amanhece verde
Porque as gralhas azuis semeiam saudades e lágrimas entre pinheiros

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Casa em favela de Belo Horizonte ganha prêmio mundial de arquitetura

‘Barraco do Kdu’, projeto do coletivo Levante no Aglomerado da Serra, vence premiação da plataforma ArchDaily na categoria ‘Casa do Ano’

A Casa do Pomar, também conhecida como “Barraco do Kdu”, é a vencedora na categoria “Casa do Ano” de 2023, premiação internacional realizada pela ArchDaily, uma das plataformas de referência em arquitetura no mundo.

O anúncio dos vencedores nas 15 categorias do concurso “Building of the Year” foi feito no próprio site nesta quinta-feira (23).

“Ganhamos, minha casa é a número 1 do mundo”, alardeou o artista e empreendedor social Kdu dos Anjos, em um post no Instagram, sobre sua agora famosa residência no alto do Aglomerado da Serra, maior complexo de favelas de Belo Horizonte. “Esse prêmio é para todas as periferias.”

No comunicado oficial, a ArchDaily informou que foram mais de 150 mil votos em 75 finalistas para reconhecer os melhores projetos de arquitetura recentes no mundo.

“Os vencedores são um exemplo concreto daquilo que a sociedade reconhece como boa arquitetura, mas também daquilo que dela exige”, diz o texto. “Os 75 finalistas, que já são uma lista de vencedores, são um testemunho das formas inovadoras e diversas como a arquitetura responde aos desafios do nosso ambiente construtivo.”

A casa de 66 metros quadrados que se camufla com as típicas construções do Aglomerado foi projetada pelo Coletivo Levante, formado por engenheiros, estudantes, designers e paisagistas voluntários.

O sobrado de dois andares, em tijolo aparente, tem uma série de diferenciais, apesar de estar localizado em uma rua sem asfalto, em um beco onde não chega nem água encanada nem iluminação, como no resto da favela —como ressaltou Kdu, ao ser indicado entre os finalistas do concurso.

“É um projeto que gerou muita empatia e virada de perspectiva no sentido de olhar para o que a favela tem de positivo e não só para os problemas”, afirma o arquiteto Fernando Maculan, que assina a “Casa do Ano” junto com a colega Joana Magalhães.

Após o reconhecimento internacional, a expectativa de Maculan é que o Coletivo Levante se estruture e ganhe mais projeção para realizar novos projetos.

O primeiro passo foi a abertura de uma associação sem fins lucrativos para que o coletivo possa acessar editais de assessoria técnica e outros tipos de financiamento. Até então o trabalho tem sido voluntário.

No virada desse ano, o Levante ganhou um edital de R$ 80 mil ao ser selecionado entre os projetos a serem apoiados pela Fundação Tide Setúbal. “É o início de uma nova etapa para o Levante levantar de vez junto com os desdobramentos naturais da premiação”, diz o arquiteto.

Nos últimos dias, eles têm recebido contatos de pessoas e famílias que narram suas histórias de vida e pedem apoio para também contar com um sonho planejado de casa própria, para se juntar aos 12 projetos do coletivo atualmente em andamento.

Também já houve sinalizações de empresas que querem apoiar iniciativas de habitação social em favelas e periferias.

Boas novas para festejar em grande estilo com uma festa na rua na noite desta sexta-feira (24), no Centro Cultural Lá da Favelinha, do qual o feliz proprietário da “Casa do Ano” é gestor e animador.

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Distúrbio

Sawyer Valentini (Claire Foy) é perseguida  por um perigoso stalker virtual (Joshua Leonard). Ao tentar recorrer à ajuda legal, ela é involuntariamente cometida à uma instituição mental onde é confrontada pelo seu maior medo – mas é real ou apenas um produto de sua ilusão?

Este filme de Soderbergh foi filmado todo com IPhone. Unsane/Distúrbio – Direção de Steven Soderbergh/Terror/Suspense/2018/98m|EUA

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Playboy|1960

1965|Lannie Balcom. Playboy Centerfold

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© Jan Saudek

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Ostras

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