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A Armadilha estréia espetáculo Bolacha Maria
De fato, Bolacha Maria faz um recorte preciso em vários textos do dramaturgo catarinense, que morou boa parte da vida em Curitiba. Como nos livros de Karam, a peça parte de situações cotidianas onde os personagens contam histórias aparentemente banais que vão se unindo uma a outra. Assim, o que inicialmente parecia sem sentido, aos poucos vai ganhando forma levando o espectador a dar um mergulho num espetáculo com casos curiosos que passam pelo absurdo e pelo lírico com narrativas fantásticas.
A diretora Nadja Naira se sente atraída pelas situações paradoxais existentes nos texto literários do autor. “Apesar de temas universais muitas vezes o Karam aborda personagens, comportamentos e temas regionais. Adaptar esses textos para o palco, dar corpo e voz aos seus narradores e personagens é perceber que tudo se encaixa num jogo-brincadeira que nunca acaba e no qual você pode entrar quando quiser”, considera.
A peça Bolacha Maria – um punhado de neve que restou da tempestade reúne no elenco: Alan Raffo, Alexandre Nero, Sol Faganello, Tatiana Blum e Diego Fortes, que além de atuar é diretor da companhia. O projeto é produzido por Michele Menezes e também conta com a participação de Fabianna Pescara e Renata Skrobot (figurinos), Erica Mithiko (cenário), Mônica Infante (preparação corporal), Gabriel Gorosito (preparação vocal) e Beto Bruel (iluminação), parceiro artístico de Karam desde a década de 70, no Grupo de Teatro Margem. O projeto Bolacha Maria, que recebeu como incentivo o Prêmio Myriam Muniz de Teatro, da Funarte, é composto por três etapas: processo de pesquisa sobre a obra do escritor; ciclo de leituras dramáticas e uma montagem teatral, que estréia agora em Curitiba.
A Armadilha, considerada pela imprensa local como uma das mais promissoras companhias de teatro de Curitiba, atua na cidade há sete anos e se destaca por apresentar propostas fundamentadas num permanente processo de pesquisa e criação e pela busca em reunir refinamento conceitual com a compreensão e a acessibilidade de qualquer público.
Os dois últimos trabalhos d´A Armadilha, Café Andaluz (2005) e Os Leões (2006), têm alto nível de elaboração, autores inéditos no Brasil e foram muito bem recebidos pelo público e pela crítica. Os Leões chegou a ser considerado pela crítica nacional como um dos melhores espetáculos do Festival de Teatro de Curitiba em 2007. Posteriormente, foi encenado em São Paulo, a convite do SESC, e em Salvador, no l Festival Nacional de Teatro da Bahia.
O autor
Manoel Carlos Karam nasceu (1947) em Rio do Sul SC, Vale do Itajaí, faleceu (2007) em Curitiba PR. Era escritor, dramaturgo e jornalista. Escreveu e dirigiu duas dezenas de peças de teatro na década de 70 e a partir dos anos 80 passou a dedicar-se aos livros. Publicou: “Fontes Murmurantes” (1985), “O impostor no baile de máscaras” (1992), “Cebola” (1997), “Comendo bolacha maria no dia de são nunca” (1999), “Pescoço ladeado por parafusos” (2001), “Encrenca” (2002) e “Sujeito Oculto” (2004). Está previsto para 2008 o lançamento de “Jornal da Guerra contra os Taedos”.
Serviço: Bolacha Maria – um punhado de neve que restou da tempestade. Textos: Manoel Carlos Karam. Direção: Nadja Naira. Elenco: Alan Raffo, Alexandre Nero, Diego Fortes, Sol Faganello e Tatiana Blum.
Estréia: Dia 13, quinta-feira, às 21 horas. no Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655 – Tel: 3322-7150) Curta temporada até dia 16 de março – de quinta a sábado, às 21 horas e domingo às 19 horas. Ingressos R$10 e R$5 (meia entrada).
A peça participa do Festival de Teatro de Curitiba: Mostra Novos Repertórios, no Teuni (Teatro Experimental da UFPR). Dias: 22 (sábado) às 20 horas, 25 (terça-feira) às 23 horas, 26 (quarta-feira) às 23 horas, 27 (quinta-feira) às 20 horas e 30 (domingo) às 23 horas. Ingressos R$10 e R$5 (meia entrada).
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Ouiés.
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