© Alberto Melo Viana

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Mural da História – 2009

21 de agosto – 2009

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Indignação – uma entrevista (2018)

Essa ilustre senhora, que acompanha desde sempre a trajetória da sociedade brasileira, finalmente acedeu ao convite deste jornal para se manifestar acerca da atualidade nacional.

– Quantos anos a senhora tem? De onde a senhora vem?

– Tenho idade para ser tataravó do bisavô da sua vó, mas renego qualquer parentesco com a laia que habita este paisinho. Sou natural de Nenhures, que fica entre Algures do Norte e Alhures do Sul. Sou filha do seu Respeito e de dona Moral, já falecidos.

– Fale um pouco da sua formação.

– Todos pensam que estudei ética, o que é uma ofensa ao meu autodidatismo – eu sempre ensinei ética. O povo já foi muito receptivo a ela, dava gosto ver as reações públicas.

– E atualmente?

– Bem, sou muito disponível, estou sempre atenta se precisam de mim. Corro a atender mas me frustro: são apenas irritações comezinhas, discussões em balcões, choques conjugais. Já não há causas nobres como antigamente.

– Em se tratando do comportamento social, o que mais a incomoda ao circular por aí?

– Duas coisas: quando fingem que não existo e quando me confundem com a Raiva. Além de não ser do meu nível, copiou minha agenda e atua em todos os setores. Logo ela, uma inútil que dispersa energia e é adepta de baixarias. O povo não vive sem ela.

– Como a senhora vive hoje, qual sua rotina diária?

– Ah, sou simples como qualquer pessoa. Como nunca me aposentarei (seria indigno depender de você sabe quem), levanto cedo, faço ginástica, rego as plantas e leio os jornais com a ajuda de um termômetro.

– Como?!

– Você já viu que imprensa morna? Quando encontro algo quente, aí eu leio. É raro.

– A senhora ainda se diverte de vez em quando?

– Sim, claro, toda vez que releio as leis vigentes no Brasil, que não vigem. Rio para não chorar, se você me entende.

– O que a senhora acha de Brasília?

– Se dissesse que aquilo lá é uma vergonha estaria sendo benevolente. Você acredita que não me deixam entrar mais no Senado e na Câmara? Instalaram um bloqueador de sinal de indignados na área. Puizé.

– E o Futuro, o que a senhora espera dele?

– Desse gigolô da Esperança? Nada. Mesmo não correspondida, tenho um caso de amor com o Presente. Ao lado dele, se ele tiver coragem, estou pronta para reivindicações, protestos, passeatas – tudo já! Mas ele sempre adia, me engambela com reformas que nunca virão, como a agrária e a tributária. Fazer o quê? Sou humana!

– Alguma mensagem final para a população?

– Vai parecer saudosismo, mas queria que lembrassem dos anos 60, 70, 80. Eu era uma líder e os poderes temiam as multidões atrás de mim. Ah, deixa pra lá.

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#ForaPutin!

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Nazz. © IShotMyself

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Fraga

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Elas

Women from Pearl Street Late 20th Century. © Jan Saudek

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Péssimo para Bolsonaro

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, terá de prestar novo depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira. Na semana passada, a PF vazou informações de que se ele não der mais detalhes sobre alguns pontos, seus benefícios pelo acordo de colaboração podem não se concretizar. Cid virou colaborador após meses de prisão e o que disse foi fundamental para a operação Tempus Veritatis, no mês passado.

Agora, Cid é vítima do depoimento do general Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército. A polícia vazou informações de que ele deu um ótimo depoimento, com detalhes como ter sido chamado por Bolsonaro para falar sobre a minuta do golpe – uma das provas de que o ex-presidente liderou uma tentativa de golpe de estado.

Freire Gomes tem algumas vantagens. Ele apareceu no relatório da Operação Tempus Veritatis como um opositor da tentativa de golpe, inclusive sendo xingado pelo então vice-presidente, general Braga Neto, por se recusar a conspirar contra a democracia.

Como só a PF sabe o que disse Freire Gomes, Mauro Cid está no escuro. É um jogo no qual a polícia tem todas as vantagens e poderá arrancar mais informações do tenente-coronel – o que é uma péssima notícia para Jair Bolsonaro.

O que a polícia quer são mais detalhes para fechar uma história que já está bastante completa. Nesta história, Bolsonaro articulou com os militares um golpe de estado, pelo qual decretaria um estado de emergência, prenderia o ministro Alexandre de Moraes, melaria a eleição que perdeu para Lula e ficaria no poder.

As poucas chances de Bolsonaro não ser denunciado, condenado e preso diminuem a depender do que Cid disser nesta segunda.

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First portrait of my girl. © Jan Saudek

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Capítulo da capitalização: O Castelo

Tem a aranha tecendo, tem a aranha na espera, tem o orvalho na teia.

Recebo todos os dias dezenas de mensagens que me dizem para viver um dia de cada vez. Que o ontem não existe mais e o amanhã é uma incógnita no vácuo do tempo célere. Leio livros de filosofia que dizem o mesmo. E os de autoajuda estão recheados disso. Imagino que muita gente recebe dessas mensagens exaltando o dia de hoje. Elegendo-o como o tesouro mais sagrado, sublime dádiva da vida. De longe, as pessoas botam tremenda fé no meu esplendoroso dia de hoje, sem saber se estou adequadamente vestido para a temperatura reinante, se comi bem ou estou em jejum, se meu coração está partido em mil pedaços. Stop!

Mas, quando alguém se aproxima de mim, começa a criar expectativas do meu amanhã melhor, da minha segurança financeira, do meu futuro sólido. — O hoje rapidamente se escoa, não vê?, a saúde se vai, tá doido?, o dinheiro acaba, já pensou?, os cabelos branqueiam. Está cego? Não sente frio? Não pensa um pingo no dia de amanhã? Vai se resfriar sem casacão e meias grossas! Tem que comer bem, se alimentar! Muda o discurso, muda o curso do pensamento num passe de mágica. Se fosse só isso, ainda estaria bom. Mas logo, logo, com a argamassa da expectativa fremente, esse alguém constrói um castelo em condomínio fechado, com cães de guarda no quintal, cerca eletrificada e moderno sistema de alarma monitorado. Tudo isso para o dia de hoje ficar lá fora, sem ameaçar. Instalado no conforto do castelo, esse alguém, sem se dar conta, continua a mandar mensagens de “viva o dia de hoje” para as pessoas distantes.

É autor de Viva Antiontem.

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Theboczonthetable

Aquele coração polaco
que o poeta falou,
batia no peito do meu pai, do meu avô,
de minha mãe e de minha avó.

Meu coração, emigrado,
mas nascido brasileiro
– cada parte do seu jeito -,
é engraçado que só:

Ele bate, mas tambem apanha,
coração de polaco da nhanha!

©boczon, Kraków, 01/VII/2014
“daprés” Leminski e umas żubrówky

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Ode ao vinho

© Bruna Bazzo

Vinho cor do dia
vinho cor da noite
vinho com pés púrpura
o sangue de topázio vinho,
estrelado filho da terra
vino, liso
como uma espada de ouro,
suave
como um desordenado veludo
vinho encaracolado
e suspenso,
amoroso,
marinho
nunca coubeste em um copo,
em um canto,
em um homem,
coral, gregário és,
e quando menos mútuo.

O vinho
move a primavera
cresce como uma planta de alegria
caem muros,
penhascos,
se fecham os abismos,
nasce o canto.

Oh tú, jarra de vinho, no deserto
com a saborosa que amo,
disse o velho poeta.
Que o cântaro do vinho
ao peso do amor some seu beijo.
Amo sobre uma mesa,
quando se fala,
à luz de uma garrafa
de inteligente vinho.

Que o bebam,
que recordem em cada
gota de ouro
ou copo de topázio
ou colher de púrpura
que trabalhou no outono
até encher de vinho as vasilhas
e aprenda o homem obscuro,
no ceremonial de seu negócio,
a recordar a terra e seus deveres,
a propagar o cântico do fruto.

Pablo Neruda

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Fraga

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Virilidade meiga

EM SÉRIE da Netflix Rodrigo Santoro e Reynaldo Gianecchini beijam-se na boca. Em ficção o implausível na vida torna-se aceitável pelo talento do artista. Mas não custa pensar no público, essa criança que se identifica com o ator. Por exemplo, Bruce Willis, Steven Seagal e Arnold Schwarzenegger nunca beijaram marmanjos nem na fronte, tipo filhos e pais. Neste caso a gente aceita Gianecchini, que além de já ter se declarado bissexual só teve uma mulher na vida, ainda que sensual e bonita, a Marília Gabriela, mas com idade para ser mãe dele e com vozeirão de testosterona, tipo cantora baiana. Rodrigo Santoro, porém, não passa. Embora ator de virilidade meiga, ele é casado com uma das atrizes mais bonitas do Brasil e namorou, entre outras, a Luana Piovani – o que chega a ser atestado de virilidade.

Aqui no Insulto somos dos antigos, fãs de John Wayne, o machão que rebolava, de Kirk Douglas, que usava saltinho nas botas e Rory Calhoun. outro grande farvesteiro, adorável canastrão que gingava e só tinha um recurso dramático, o de mexer a sobrancelha esquerda. Para fazer papel gay, não basta o talento do ator. Ele também precisa ter sotaque gay. Gianecchini está na dele no papel – pelo menos na outra metade; Santoro, casado com atriz talentosa, depois de beijar o parceiro deve ter passado temporada no quarto das crianças, a mulher em dúvida existêncio-conjugal. Por essas e muitas outras o You Tube com filmes dos anos 1940/50 é o único streaming que o Insulto assiste e recomenda. Na foto, os dois na série Bom dia, Verônica. Quem faz a Verônica, só vendo o filme. Bem pode ser o Rodrigo.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
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Mural da História – Eu avisei – 2019

Perdoem-me os queridos Rui, Diniz, Benedicto, Hugo e mais meia dúzia de amigos-leitores, mas, se continuar assim – ouvindo as asneiras ditadas pelo “muso” da Virgínia, ex-astrólogo e falso sociólogo; acocando as idiotices do trio de rebentos, criando atrito com os milicos no poder e com a nobre base parlamentar, da qual depende desgraçadamente; dizendo e desdizendo, fazendo e desfazendo todos os dias, o capitão-presidente não aguenta o tranco até dezembro. E será o que já é: um novo Jânio Quadros ou um novo Collor de Mello a florescer e morrer no Planalto Central.

A mim não surpreende. Aliás, a crise era esperada e fora anunciada. Inclusive por este escriba que vos digita. No início de setembro do ano passado, pouco antes do primeiro turno da eleição presidencial, aqui neste mesmo puxadinho do blog do Zé Beto, sob o título “Bolsonaro, jamais!”, eu lhes disse:

“Por mais pecados e condescendência que tenha, o Brasil não merece o capitão Bolsonaro. Depois de Sarney, de Collor, de Dilma Rousseff e de Michel Temer, era só o que faltava! Melhor fechar o país. Devolvê-lo para os tupis, pataxós, caiapós, guaranis, tamoios, marajoaras, tupinambás, botocudos, xavantes, caingangues, ianomâmis e todos aqueles bravos que foram “pacificados” e “catequisados” pelo pessoal de Cabral (o Pedro Álvares), pagar o prejuízo dos últimos 520 anos e sair de fininho rumo ao oceano.

“O cap. Jair Messias Bolsonaro é vazio, oco, não tem programa de governo, não sabe administrar, não é capaz de juntar as ideias. O que fará na presidência da República? Esteve durante sete legislaturas na Câmara de Deputados e o que fez pelo Brasil? Rigorosamente, nada. Apenas meteu-se em confusão, agrediu as mulheres e os homossexuais, defendeu a tortura, pregou o armamento da população, o fuzilamento de pessoas, o fechamento do Congresso e outras asneiras de igual quilate, como fazer a apologia da ditadura militar de 1964.

“Se o eleitor está pretendendo votar no capitão como forma de protesto, não direi que é um idiota porque tenho amigos queridos que pretendem e não são idiotas, mas digo que é mal informado, inconsequente e odeia o Brasil. Talvez seja um daqueles tantos que desejam sair correndo do país e são capazes de deixar aqui, de raiva, uma bomba prestes a explodir na cara dos brasileiros que ficaram. Patriotas não serão. Tampouco democratas.

“Jair Bolsonaro se diz democrata, mas abomina a democracia. Sequer honra a farda que já usou. Não por acaso, a expressiva maioria do Exército, da Marinha e da Aeronáutica não quer saber dele. Ao contrário. Se não o considera um “bunda suja”, por não haver galgado degraus na escala hierárquica, acha-o um estorvo, uma desmoralização para a classe.

“Diz o capitão que quer reativar os tempos da ditadura, onde não havia corrupção. Mentira. No tempo do governo dos generais, havia corrupção sim, e muita. Velada, enrustida, sem o conhecimento da opinião pública, posto que a imprensa era proibida de investigar e divulgar, o Ministério Público de acusar e o Judiciário de julgar. Os homens da farda não precisavam de tais esquemas para manter-se no poder. Julgavam-se perpétuos e intangíveis. Então, preferiam abarrotar as estatais com militares da reserva e proteger o Brasil e os brasileiros dos perigos da liberdade e da democracia.

“Por isso, não venha o líder do PSL falar em moralidade, decência, combate aos privilégios, aos desmandos e quejandos. Há ainda muita gente viva dos tempos da quartelada de 64 para testemunhar.

“Se o eleitor não vê ninguém merecedor do seu voto entre os candidatos colocados à sua disposição, não vote em ninguém. Mas, pelo amor de Deus, não cometa a insanidade de optar por Jair Bolsonaro”.

Por isso, fui chamado de “esquerdopata” – o que deixou o nosso Zé Beto com confessada inveja.

O novo governo ainda não completou nem seis meses de poder e o que vem (ou não vem) fazendo estamos vendo. Com profunda preocupação e angústia. Até agora, ampliou a posse e o uso de armas de fogo pela população, inclusive pistolas .40 e 9mm, então de uso restrito das Forças Armadas e policiais, contra 61% da opinião pública e parecer do próprio Ministério da Justiça e Segurança Pública. Fez mais, “contingenciou” verbas da educação superior, e está botando a vida da Nação nessa tal de reforma previdenciária, que ninguém conhece verdadeiramente e, com certeza, empacará no Congresso Nacional.

Façam as suas apostas, senhores jogadores. Até quando permanecerá de pé o governo do capitão Jair Messias Bolsonaro?

Publicado em Célio Heitor Guimarães | Com a tag , | Deixar um comentário
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