Governo internacionaliza crise indígena e amplia pressão sobre Bolsonaro

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva irá internacionalizar a resposta à crise humanitária envolvendo os povos indígenas, na esperança de ganhar respaldo de agências estrangeiras e aumentar a pressão sobre os responsáveis pelos crimes e omissões.

A lista de ações, segundo o UOL apurou, envolve diversos ministérios e deve ampliar o constrangimento internacional em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

As iniciativas incluem:

Genocídio – Convidar a assessoria da ONU que lida com a prevenção de genocídio para visitar o Brasil e realizar uma apuração sobre a situação dos povos indígenas, em especial em Roraima. A meta é de que um informe internacional seja produzido para que a comunidade internacional seja informada e para que os responsáveis respondam pelos atos, inclusive em fóruns internacionais;

Haia – A Abip (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) levará denúncias para o Tribunal Penal Internacional, atualizando a queixa que já existe em Haia contra Bolsonaro;

ONU – Governo convidará a relatoria da ONU para os povos indígenas para que também visite a região. A meta é a de permitir que esses mecanismos internacionais examinem a situação e que levem a realidade brasileira para o conhecimento da comunidade internacional.

OMS – O Ministério da Saúde e o Itamaraty apresentam à OMS (Organização Mundial da Saúde) uma resolução para propor que a agência internacional assuma como tarefa também uma resposta à saúde dos povos indígenas. O texto já está em negociação e será votado em maio.

EuropaGoverno Lula pede que Europa amplie o controle sobre a entrada de ouro de garimpos ilegais, na esperança de sufocar destino da exportação clandestina.

Direitos Humanos – Os relatórios que serão produzidos pelo Ministério dos Direitos Humanos sobre a crise em Roraima ainda serão entregues para os principais órgãos internacionais, incluindo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e os mecanismos da ONU.

Nos bastidores, membros do alto escalão do governo Lula esperam que os gestos internacionais ampliem o constrangimento sobre autoridades estrangeiras sobre qualquer relação que possam ter com Bolsonaro, incluindo seu acolhimento.

Em 2021, pela primeira vez, o Brasil foi citado nominalmente por uma representante da ONU ao falar da questão do genocídio. Numa reunião do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, a situação dos indígenas foi apontada como alarmante.

Wairimu Nderitu, assessora do secretário-geral da ONU para a prevenção de genocídio, afirmou estar preocupada com povos indígenas nas Américas e mencionou o Brasil como um dos exemplos. “Na questão indígena, não podemos enfatizar mais”, disse. “Na região das Américas, estou particularmente preocupada com os povos indígenas. No Brasil, Equador e outros países, eu peço aos governos para proteger comunidades em risco e garantir justiça para crimes cometidos”, insistiu.

No Tribunal Penal Internacional, o governo Bolsonaro foi denunciado por entidades como a Comissão Arns e líderes como Raoní sobre a situação dos povos indígenas.

Entre diplomatas brasileiros, a referência ao Brasil por parte de uma assessora da ONU foi considerada como “preocupante” e revela que a situação do país estava no foco internacional.

O governo brasileiro de Bolsonaro rejeitava a tese de um genocídio e participou de debates com uma postura dura sempre que o assunto era levantado. Mas a citação inédita levou o assunto a um novo patamar e acendeu o sinal de alerta dentro do governo, naquele momento.

Trocas de telegramas entre os governos do Brasil e de Israel revelam que os dois governos já chegaram a tocar no assunto de uma eventual denúncia se concretizar em Haia.

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Vitória de Lira será veneno para reconstrução da normalidade institucional

Ele nem se preocupou em disfarçar a compra de votos dos parlamentares

É dada como certa a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para mais dois anos na presidência da Câmara dos Deputados, contando com o apoio declarado de 20 partidos, num arco tão amplo quanto bizarro, que reúne do PT à extrema direita.

A vitória de Lira será um veneno para a reconstrução da normalidade institucional. Não se pode avaliar o estrago que Bolsonaro deixou no Brasil sem considerar a cumplicidade do chefe da gangue parlamentar vulgarmente conhecida como centrão. Lira jogou no lixo mais de 140 pedidos de impeachment de Bolsonaro e adotou como norma o silêncio conivente diante da pregação golpista do fugitivo, ora na Flórida. Por meio do orçamento secreto, operou engrenagem de corrupção jamais vista na Câmara e, com atraso, extinta pelo STF.

Ainda retém, contudo, poderes hipertrofiados e os exerce com despudor. Com DNA enraizado no mais reles fisiologismo, nem se preocupou em disfarçar a compra de votos de parlamentares. Foi o que se viu com o injustificado aumento de salário, benesses e mordomias para os deputados, generosidade com chapéu alheio (o nosso, no caso) que saberão retribuir na urna.

Ao sabor das barganhas e tocaias que sabe armar como poucos, Lira almeja ser um copresidente, mandando e desmandando na agenda de Lula. Atuará em terreno favorável: uma Câmara de baixa qualificação, com a banda podre da rapinagem anabolizada, a direita reacionária fortalecida e um campo governista instável e sujeito a uma boa dose de volatilidade.

Um Legislativo crítico e independente é saudável e necessário para uma democracia minimamente funcional. Mas não é isso o que Lira pode oferecer. Dele, o que se pode esperar é indigência institucional e degradação na relação entre os Poderes. Em boa hora, está de volta o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que lançou sua candidatura ao comando da Casa. Alencar não tem a menor chance. Mas não deixa de ser um alento saber que existe uma reserva de dignidade na Câmara.

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© Jan Saudek

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Forever Young

Fernanda Young – 1970|2019

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© Wallis|Dress and Kill

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As Namoradinhas do Professor Thimpor

Diana – Conheci Diana na Churrascaria do Julião, ao ser atingido por um cupim mal assado, arremessado por um bêbado atrevido. Diana foi quem segurou o bêbado, pagou a conta e me tornou um vegetariano incontido. Hoje passo ao largo quando ouço falar em bife a cavalo.

Tudo o que restou do nosso romance foi uma samambaia mal cuidada que enfeita a sala de costura de titia.

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Tempo

Zé Beto e Solda – Montagem de Ricardo Silva

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Gente de Itararé (SP)

armando-merege-de-novoArmando Merege de Oliveira, filho único de Armando Gasparetto de Oliveira e de Vera Marize Merege de Oliveira, nasceu em Itararé, São Paulo, em 28 de junho de 1958. Em 1963 sua família mudou-se para Curitiba e já nessa época ele gostava de fazer desenhos. “Desenhar foi algo que sempre gostei; desde aproximadamente os seis anos de idade já adorava ganhar materiais de desenho e pintura”.

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Playboy|1970

1971|Cathy Rowland. PlayBoy Centerfold

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grouxomarxismo

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Visto de fuga

Jair Bolsonaro pede visto de turista nos EUA. Quer prolongar sua fuga, perdão, sua permanência longe das autoridades brasileiras. Com visto de turista continua no que sempre fez: nada. Mas agora com carteira assinada.

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Duas lágrimas por A.J. Gevaerd

Explorando aleatoriamente a internet, fiquei sabendo com surpresa e profundo pesar do falecimento de Ademar José Gevaerd, o A. J. Gevaerd, na manhã do dia 9, na UTI do Hospital do Pilar, em Curitiba, onde ele estava internado após sofrer um acidente doméstico. Tinha 60 anos.

Para quem não sabe, Ademar Gevaerd, maringaense de nascimento, químico, professor e jornalista de profissão, era o mais destacado e respeitado ufólogo do Brasil e o mais conceituado ufólogo brasileiro no mundo, com constantes participações em conclaves internacionais. Tamanho era o seu conceito mundo afora que ele foi nomeado diretor brasileiro da Mutual UFO Network (MUFON), a maior e a mais antiga organização investigativa dos Estados Unidos sobre a questão dos UFOs ou Objetos Voadores Não-Identificados.

Para os mal informados, explico que ufólogo é o pesquisador e estudioso do fenômeno UFO, OVNIs ou discos voadores. Isto é, aquelas coisas que as autoridades e os céticos de plantão dizem não existir (agora, os governos já começam a mudar de ideia), mas que continuam aparecendo nos céus do planeta Terra…

Gevaerd foi um dos primeiros a se dedicar ao assunto, difundi-lo e tratá-lo com seriedade. Lembro-me de um dos primeiros encontros que, ele, juntamente com Rafael Cury, Daniel Rebisso Giese e outros jovens atrevidos, promoveu no auditório da Biblioteca Pública do Paraná. Estive lá.

Depois disso, realizou dezenas de congressos, simpósios e fóruns, a maioria aqui em Curitiba, reunindo a nata da ufologia nacional, como Jaime Lauda, José Victor Soares, Marco Antônio Petit, Claudeir Covo, Irene Granchi, Luiz Gonzaga Scortecci de Paula, Ernesto Bono, Paulo Kronemberg, Gustavo Salik, Walter Buhler, Max Berezowsky, Ricardo Varella, Gilda Moura, Mônica de Medeiros, Ubirajara Rodrigues, Vitório Pacaccini, Edison Boaventura, Antônio Faleiro, Reginaldo Athayde, Alberto Romero, Thiago Ticheti, Philippe van Putton, Wallace Albino, Carlos Alberto Machado, Emmanuel Sanchez, Romio Cury, Eustáquio Patounas, Carlos Alberto Reis, Alcione Giacomitti e tantos outros, alguns já de saudosa memória. Compareci a quase todos.

Dos nomes internacionais, A. J. Gevaerd apresentou ao público brasileiro, entre outros, Budd Hopkins, Witley Strieber, Roger Leir, Nike Pope, Mike Bara e David Jacobs, além de alguns dos mais destacados contatados, como o americano Travis Walton, cuja abdução foi tema do filme “Fogo no Céu” (1993).

Em 1988, ao mudar-se do Paraná para Campo Grande (MS), Gevaerd criou o Centro Brasileiro de Pesquisa de Discos Voadores (CBPDV). Antes disso, em 1985, ainda em Curitiba, lançou a revista “UFO”, que se tornaria a melhor publicação do gênero no Brasil e uma das melhores do mundo, hoje no nº 287.

Gevaerd foi ainda editor de uma série de livros especializados em ufologia, com quase 60 títulos de autores nacionais e internacionais selecionados, e coordenador de uma série de documentários ufológicos em DVD, com 170 títulos, considerados o maior acervo do gênero em língua portuguesa. Em 2021, publicou o primeiro livro de sua autoria, “Agroglifos no Brasil”.

Inúmeros foram as realizações e os episódios pesquisados a fundo por Ademar José Gevaerd. Entre eles, a liberação pelo governo federal brasileiro, em 2013, de parte dos documentos classificados como “secretos” ou “ultrassecretos”, envolvendo Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs).

Ele acompanhou de perto o conhecido incidente de Varginha, em que seres extraterrestres teriam sido capturados pelo Exército Nacional. O trabalho de campo foi feito por Ubirajara Rodrigues e Vitório Pacaccini.

Gevaerd deu também dedicação especial aos agroglifos (ou círculos nas plantações), em que misteriosos desenhos surgem, da noite para o dia, silenciosamente, em lavouras de trigo ou milho, especialmente na Inglaterra, mas também em outros países, inclusive o Brasil, em Ipuaçu, no oeste catarinense.

Mas talvez a mais importante contribuição de Gevaerd para o tema ufológico tenha sido por ocasião da chamado fenômeno “chupa-chupa”, na Ilha de Colares, no Pará, no ano de 1977, em que objetos luminosos eram vistos nos céus e misteriosos jatos de luz projetados sobre as pessoas, extraindo-lhes sangue e causando pânico. O acontecimento exigiu a intervenção da Força Aérea Brasileira, sob o comando do então capitão Uyrangê Bolivar de Hollanda Lima, no que se chamou “Operação Prato”.

O material colhido pelos militares não foi revelado. Até o dia em que Uyrangê Hollanda, já coronel e na reserva, resolveu convocar Ademar Gevaed e Marco Antônio Petit e revelar toda a verdade. Segundo o militar, vários foram as visões de naves, algumas tripuladas, fotografadas e filmadas pela FAB. Revelou também que só de fotografias havia mais de 500, isso sem falar das 16 horas de filmagens (nos formatos Super-8 e Super-16), e um calhamaço de 2 mil páginas de relatórios. E admitiu que sentiu muito medo de ser abduzido.

Ademar José Gevaerd voltara a morar em Curitiba e fará muita falta à ufologia. E não apenas a nacional.

P.S. – Uma correção: no meu texto anterior (Uma mulher que dará brilho ao TJ/PR), onde se lê Regina Helena Afonso de Oliveira Portes leia-se, por favor, Rosana Fachin, e desculpem-me pelo equívoco.

30.01.2022

Publicado em Célio Heitor Guimarães | Deixar um comentário
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Atos e palavras

Vandalismo golpista em Brasília deve ser punido com rigor, mas MP que propõe regulação de postagens em redes sociais é temerária

O governo federal está de fato preocupado com o que as pessoas falam nas redes sociais. Além de criar a Procuradoria de Defesa da Democracia da Advocacia Geral da União (AGU), para combater a desinformação contra políticas públicas, o Ministério da Justiça lançou um pacote de medidas antigolpismo, incluindo uma Medida Provisória (MP) que regula postagens em plataformas online.

Após o ataque bolsonarista em Brasília, parece tudo muito louvável, mas devemos ter cuidado com o impulso punitivista que costuma surgir após eventos extremos. Foi assim com o 11 de Setembro. O governo dos EUA implementou normas que infringiram direitos individuais e provocaram prisões ilegítimas.

Apuração da Folha revelou que a MP pretende impedir a disseminação de conteúdo que viole a Lei do Estado Democrático de Direito, como pedir a deposição do governo. Contudo, a lei diz que o crime é “tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça”. Ou reescreve-se o texto ou será necessária interpretação bastante elástica para que uma postagem no Twitter que proponha golpe militar seja uma tentativa violenta de ruptura institucional.

A lei do Estado Democrático de Direito é oriunda da Lei de Segurança Nacional, uma excrescência do regime militar, que foi usada tanto por Bolsonaro para intimidar seus críticos quanto pelo STF para punir bolsonaristas como Daniel Silveira.

Assim, parte da esquerda aprecia a medida, mas ignora que, dado o subjetivismo, pode vir a ser alvo dela. Afinal, há quem peça o fim da democracia burguesa e pregue a ditadura do proletariado. Alega-se que tal retórica não tem apoio popular. Mas o vandalismo em Brasília teve? Segundo pesquisa do Datafolha, 93% dos brasileiros são contra; entre quem votou em Bolsonaro, são 86%.

Leis são universais, não podem valer apenas para nossos inimigos. O poder também muda de mãos e nunca se sabe quem baterá o martelo amanhã. Detalhes geralmente esquecidos quando se trata de liberdade de expressão.

Publicado em Lygia Maria - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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