“Se nosso amigo não nos tiver dado jamais nenhum desgosto, só por isso lhe ficamos devendo nossa gratidão.” Gustavo Capanema(1900-1985). Estudei com Paulo no colégio Internato Paranaense, colégio de disciplina rígida e até séria demais. Os irmãos (padres maristas) eram cada um, professor de uma matéria. Alguns eram regentes de turmas divididas em maiores, médios, submédios e menores (de acordo com a idade de cada aluno). O irmão Sergio Ivo era nosso professor de Geografia e regente dos submédios (alunos entre 14 e 16 anos), portanto, para reger esta turma, tinha que ser duro. O Paulo tinha vindo de um seminário para padres, o São Bento de São Paulo, mas era um sujeito irreverente e desafiador. No início das aulas, rezávamos uma Ave Maria e um viva Jesus-Maria-José e nos sentávamos compenetrados.
Sergio Ivo fez o sinal da cruz, e para surpresa geral, Paulo entrou na sala carregando a trave superior do campo de futebol dos submédios, pintada de vermelho e branco, atravessou toda a sala com o troféu nas costas, e derrubou-a como uma caça recém abatida, no assoalho de madeira da classe com um estrondo terrorista. As gargalhadas que se seguiram, foram tão altas, que as constantes batidas na mesa pelo rígido irmão Sérgio Ivo não eram escutadas. A bagunça que se seguiu, fizeram o irmão abandonar a sala, vermelho de raiva, sem poder impedir a baderna que se seguiu. Bendito Paulo Leminski!
Perde-se na noite dos tempos a memória do primeiro navegador que desembarcou na ilha de Sombrus. Não se sabe quando isto se deu nem a nossa humanidade foi capaz de buscar mesmo a data aproximada da arriscada façanha.
É que em Sombrus vivem e latem, noite e dia, os cães selvagens do Arquipélago, que ali fizeram morada não se sabe igualmente como e muito menos por meio de quem. Aliás, pouco se sabe da história primeira de Sombrus, suja, sem dúvida, de lendas sinistras e ainda mais sinistros eventos de sangue e mar, sal e insistência.
Não convém, de nenhum modo, entretanto, ficar aqui lembrando a história pregressa de uma ilha que emergiu das águas do Pacífico feito uma flor monstruosa e triste. O que vale anotar é o presente. Este se dá, em Sombrus, de forma sumamente enigmática — as horas passam não em direção ao futuro, mas num lentíssimo escoar-se passado e saudade afora. Herança, odores, perfumes — esvaídos nas dobras dos dias, puro reverso, notícias longínquas, ecos de tardes soterradas pelo Tempo.
Em Sombrus, primeiro vêm as noites e depois delas o entardecer e, na sequência, a própria tarde, a manhã, o alvorecer, a madrugada inteira, para só então sobrevir de novo a noite antes da meia-noite, a lua e as estrelas.
É sempre assim. Conosco também retornam as faces que a mó dos anos puiu e gastou, e, tudo o que era sulcos e rugas reverte, o que é ainda mais inquietante, até uma temida infância que ameaça as gentes com o retorno ao útero e do útero ao aéreo nada de que fomos feitos um dia. A morte de não haver?
Contudo, os cães de Sombrus são os únicos seres que alcançam vencer a marcha á ré do Tempo. Nascem, crescem, procriam e morrem— os alvos ossos nas praias desertas, cada vez mais desertas.
Ninguém até hoje conseguiu explicar por que de toda ilha são os únicos seres vivos capazes do que chamamos, em Sombrus, ou fora dela, escassamente, de futuro. Então é que se dá de Sombrus o inenarrável encanto – os cães, diz a lenda, são os testemunhos fiéis de que, mesmo ao , contrário, os anos andam e andam, consumindo seres e coisas, vegetais e pedras.
Por isso, aturdidos, os cães latem, tarde da noite, e vão aos bandos pelas praias da ilha, como se sentissem a dor do Tempo atravessada na garganta.
Isso um dia vimos e ouvimos, nós, os navegadores de Hérida, há muitos e muitos séculos. Desconhecemos apenas se, pelos indizíveis meses que passamos ao mar, e o nenhum calendário, eles, os séculos, se encontravam ou não ao revés.
Jair Bolsonaro (PL) foi a maior ameaça ao exercício da liberdade de imprensa no país em 2022. É o que apontam os números do Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, elaborado pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), divulgado nesta quarta (25).
De acordo com o levantamento, ele foi o principal agressor de jornalistas durante os quatro anos de seu mandato. De 2019 a 2022, ele realizou 570 ataques a veículos de comunicação e aos jornalistas, numa média de 142,5 agressões por ano. Um ataque a cada dois dias e meio.
O presidente da República aparece como o principal agressor, responsável por 104 ataques (27,66% do total de ataques registrados no ano passado). O número foi menor que os 147 ataques (34,19%) de 2021 e os 175 registros (41%) de 2020. Uma das razões para isso é que o presidente ficou em silêncio após a derrota para Lula. E, de boca fechada, ataques não foram atribuídos a ele.
Porém, seus seguidores agrediram a imprensa em seu nome. Manifestantes bolsonaristas representaram outros 80 casos – 21,27% do total de ataques. Em 2021, o relatório havia apontado que apenas 4,65% dos casos (20 ataques) partiram de manifestantes bolsonaristas.
O salto no número de ocorrências está diretamente relacionado aos bloqueios e acampamentos golpistas que pipocaram em todo o país após o resultado das eleições.
Não é necessário que o então presidente demandasse uma ação contra jornalistas – apesar de a Polícia Federal estar investigando qual o grau de responsabilidade de Bolsonaro nos atos golpistas. Seu comportamento e seus discursos, acusando a imprensa de mentir quando a narração dos fatos lhe desagradava, alimentaram as milícias que agiam para defendê-lo durante anos, aumentando o risco do trabalho jornalístico.
Para muitos de seus seguidores, um ataque a jornalistas em nome de seu “mito” é uma missão quase divina. E mesmo a omissão do presidente diante do comportamento desses grupos os incentiva a punir, nas redes e fora delas, aqueles que fiscalizam seu líder e denunciam as irregularidades que ele comete.
Números da violência contra jornalistas escalaram sob Bolsonaro
O ecossistema de agressão bolsonarista é completado pela ação dos dirigentes da EBC, empresa de comunicação sob comando do governo federal, com 57 casos (15,16%) em 2022.
Completam as dez primeiras categorias da lista de agressores segue com políticos e assessores (45 casos, 11,97%), populares (20 casos, 5,32%), policiais civis e militares (16 casos, 4,25%), internautas e hackers (15 casos, 3,99%), magistrados e procuradores (8 casos, 2,13%), traficantes e infratores da lei (8 casos, 2,13%) e torcedores e dirigentes de clubes de futebol (6 casos, 1,6%).
De acordo com o relatório, em 2019, foram registrados 208 casos de violência contra jornalistas, 54,07% a mais do que os 135 episódios de 2018. Em 2020, 428, um aumento de 105,77% se comparado com 2019. Em 2021, as 430 representaram um novo recorde. E em 2022, 376 casos registrados.
Desde que assumiu o poder, Jair Bolsonaro atacou instituições que atuam na fiscalização, no monitoramento e no controle do poder público. Precisava sequestrar ou tirar a credibilidade delas para colocar em marcha seu projeto de desmonte das garantias e direitos conquistados desde a Constituição de 1988.
No âmbito estatal, isso significou ataque ou cooptação a setores da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal da Receita Federal, do Incra, do ICMBio, do Ibama, da Procuradoria Geral da República. Na sociedade civil, o alvo preferencial foi a imprensa. Continue lendo →
Compareceram às três da tarde. Deram sete batidas sobre a madeira (como sempre foi feito). No momento em que a primeira foi desferida, as demais começaram a cair sobre o solo fértil do coração. Pés sobre o chão. Passos. Mãos girando chaves. Uns e uns olhos. Sentiram-se um tanto febril. O em redor do mundo é gigante e aviões cruzam o céu e por trás das paredes há conversas concretas sobre situações reais que não subestimam a intimidade do silêncio. O dentro do estômago é estreito e as pálpebras se fecham lentamente. Desaprender é um esforço imenso. Abriu a boca e, lá dentro, no fundo da garganta, o céu.
Ele avançou com cabeça e tudo pela gruta estreita da garganta. Há via pólipos brancos recém nascidos. E pela traqueia abaixo foi um abismo até cair fofamente sobre a vermelhidão. O tempo não mais lhes pertence. Alonga-se demais e é possível perceber que sob a epiderme repousa outros planos para o final da tarde e para a madrugada e de manhã quando amanhecer.
– Não posso te ver assim triste. Sinto vontade de matar você quando vejo que está triste. Aliás, sua tristeza me mata tão devagarinho que me apago por dentro como um cigarro que cai na poça d´agua fria. Mas disfarço. E disfarçar é muito mais intenso do que expulsar você da frente do meu corpo e de toda reação que possa se formar a partir do momento em que percebo que sua presença é provisória. Que a sua presença não tem mais aquele desejo de mergulhar lá dentro da superfície bruta do tempo e esquecer os movimentos e esquecer e esquecer.
– Sua mentira é uma tinta fresca.
trancar por dentro e por fora
trancar e se cobrir
trancar e respirar bem devagar
trancar e lembrar da história do pássaro que esbofeteou o vidro e caiu morto
Fecho os olhos e suas pernas azuis cobrem-se de flores brancas que as minhas mãos continuam colhendo, colhendo, colhendo e, enquanto os mísseis lançam sua fúria sobre o Talibã e o marceneiro brande seu martelo contra as inocentes tábuas do armário, os dedos da tarde apenas estendem sobre nós um longo e silencioso lençol de luz.
Nunca dê ouvidos às orelhas de livros. Elas são tragédias individuais, as fofocas bem intencionadas que acabam vestindo a rigor quem está pelado. Este livro pretende – o que já é um sintoma – mostrar ao público a inutilidade que está presente na obra do autor, num painel rico em esboços de arquétipos para a nossa perspectiva em que ainda predomina a tradição ocidental, num continente efetivamente mestiço de cultura. É a grande tragédia que invade nossas estantes.
Aos poetas interessa a poesia. A poesia é necessária, embora o povo, na sua humildade peculiar, ainda prefira arroz com feijão. Ou no feijão com arroz da poesia. Nascido em 1968 na pacata cidade de Piraí do Sul, no Paraná, Hilton Baudelaire só percebeu a gravidade do fato ao cometer, aos seis anos de idade, o primeiro soneto.
Único sobrevivente do grupo de paranistas que renovou a poesia e deus às letras nacionais nomes como Périplo Republicano e Sofisma Carvalhaes, só agora tem a petulância de vir a público e mostrar o seu repugnante lirismo incontido. “Para Viver Um Grande Almoço”, por isso mesmo, só interessa aos poetas. E aos que ainda não almoçaram.
Se vocês não sabem, o autor escreve bem. Não alinhava bem as ideias, pensamentos e só exige do leitor concentração absoluta para não perder o fio da meada, se é que existe fio e meada. Certos romances policialescos são muito mais complicados e frequentam com assiduidade a lista dos mais vendidos. Pedimos desculpas aos leitores.
Nacional-Socialismo (em alemão: Nationalsozialismus), mais comumente conhecido como nazismo, é a ideologia associada ao Partido Nazista, ao Estado nazista, bem como a outros grupos de extrema-direita. Normalmente caracterizado como uma forma de fascismo que incorpora o racismo científico e o antissemitismo, o nazismo se desenvolveu a partir das influências de ideias pangermânicas, do movimento nacionalista alemão Völkisch e de grupos paramilitares anticomunistas chamados Freikorps, que surgiram durante a República de Weimar após a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial.
O termo “nacional-socialismo” surgiu a partir da tentativa de redefinição nacionalista do conceito de “socialismo”, para criar uma alternativa tanto ao socialismo internacionalista marxista quanto ao capitalismo de livre mercado. A ideologia rejeitava o conceito de luta de classes, assim como defendia a propriedade privada e as empresas de alemães.
O nazismo apoiava teorias como a hierarquia racial e o darwinismo social, sendo que os povos germânicos (chamados de raça nórdica) eram descritos como os mais puros da raça ariana e eram, portanto, vistos como a “raça superior”. O movimento tinha como objetivo superar as divisões sociais para criar uma sociedade homogênea, ao mesmo tempo em que buscava unidade nacional e tradicionalismo. Os nazistas tentaram conseguir isto através de uma “comunidade do povo” (Volksgemeinschaft) que iria unir todos os alemães e excluir aqueles considerados como “povos estrangeiros” (Fremdvölkische). O nazismo também reivindicava com determinação o que entendia ser territórios historicamente alemães sob a doutrina pangermânica (ou Heim ins Reich), bem como áreas adicionais para colonização alemã sob a doutrina de Lebensraum.
Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei, NSDAP) foi fundado em 5 de janeiro de 1919. No início dos anos 1920, Adolf Hitler assume o controle da organização e rebatiza-a para Partido Nazista. O Programa Nacional Socialista, aprovado em 1920, apelava por uma Grande Alemanha unida e que negaria cidadania aos judeus ou aos seus descendentes, além de apoiar a reforma agrária e a nacionalização de algumas indústrias. Em Mein Kampf, escrito em 1924, Hitler delineou o antissemitismo e o anticomunismo no cerne de sua filosofia política, bem como o seu desdém pela democracia parlamentar e sua crença no direito da Alemanha expandir seu território.
Em 1933, com o apoio das elites alemãs, Hitler tornou-se chanceler e os nazistas gradualmente estabeleceram um regime unipartidário e totalitário, onde judeus, opositores políticos e outros elementos vistos como “indesejáveis” eram marginalizados, escravizados, presos e assassinados. Hitler expurgou as facções sociais e econômicas mais radicais do partido em meados de 1934, durante a chamada Noite das Facas Longas. Após a morte do presidente Paul von Hindenburg, o poder político foi concentrado nas mãos do Führer (ou “líder”).
No entanto, após o Holocausto e a derrota alemã na Segunda Guerra Mundial, apenas alguns grupos radicais racistas, geralmente referidos como neonazistas, ainda descrevem-se como “nacional-socialistas”.
É semana do aniversário de São Paulo, mas quem vai ganhar a crônica é o Rio de Janeiro.
Morei no Rio por uns oito meses quando tinha 29 anos. Por conta das crises de pânico intensas que começaram naquele período, escrevi os mais simplórios e terríveis textos sobre a cidade. Insistia em clichês mentirosos e outras platitudes: as pessoas te chamam para eventos, mas no fundo não querem que você vá; a panelinha no trabalho é muito fechada e você se sente um E.T.; é muito quente; é muito violento; é tudo “pra fora”; e a mais arrogante e paulistana de todas: o serviço é muito ruim.
Não era nada disso. A primeira vez que vi um cara todo molhado e de sunga dentro de um banco, eu senti um negócio no estômago que chamei de nojo, mas era vontade de me ajoelhar e secar as coxas do rapaz com meu cabelo. E, para chegar a essa conclusão, eu precisei de 15 anos de terapia. Passei mais de uma década chamando minha libido desenfreada de fobia social.
Na minha primeira semana trabalhando na Globo, fiz um comentário na sala de roteiro: “O filho neurótico prefere pensar que a mãe é virgem”. Nunca vou esquecer a cara das pessoas. Primeiro porque o protagonista era um jovem surfista sarado, bronzeado e pegador. Eu via 56 doenças psíquicas nele, mas isso certamente era um problema meu. Depois porque a mãe do cara tinha a idade de algumas roteiristas que estavam ali trabalhando comigo. Elas queriam me matar. Tentei explicar que esse era só meu humor, mas não riram.
Aos poucos fui gostando tanto do espírito cômico do carioca que nunca mais montei equipes de roteiro que não fossem 90% formadas por eles. Dediquei boa parte da minha labuta amorosa a só me apaixonar por cariocas, de todos os gêneros e idades. Me casei com um carioca. Minha filha fala com sotaque carioca e ama desesperadamente o Rio. Pensem que eu saí de lá dizendo “tchau, eu te odeio” quando, na verdade, eu nunca mais sairia daquela cidade. Nem ela de mim. E isso dá raiva mesmo.
Um dia você acorda, se olha no espelho e vê uma moça descoladinha que vai conquistar o universo. No mesmo dia, você se muda para o Rio de Janeiro e, ainda não são nem sete da noite, se olha no espelho novamente e vê a farsa, a coitada, a mais uma, o embuste, a caipira, a medrosa, a mimada, a travada, a inexperiente, a sem fôlego, a sem músculo, a sem cor, a sem maldade, a sem graça. O Rio come um tanto do que você acreditava ser, cospe um tanto do que você achava que seria. E quando você está em carne viva lhe diz, quase fofinho, que lhe faria bem tomar um sol.
Eu fui fantasiada de mulher para o Rio. Voltei pelada e cagada, mas era ali que eu estava começando a me tornar adulta. O Rio de Janeiro te cria para o mundo.
Eu tinha raiva daquelas pessoas na praia em plena terça-feira. Duas da tarde e a praia cheia. Quando passava de carro pela avenida, na Zona Sul, virava o rosto e, em vez de encarar o mar, eu olhava para as janelas dos prédios. Eu buscava algo de familiar ali. Talvez uma faxineira limpando, quase caindo do parapeito, pra deixar do jeito que a patroa gosta. Isso lembraria o pior de São Paulo e então eu pensaria “estou em casa”. Mas a areia lotada de desaforados me insultava. Em São Paulo é que se trabalha de verdade!
Tudo mentira. Pelo menos na minha profissão, as infinitas reuniões são sempre para tentar copiar um pouco do que é feito no Rio. Vivemos repetindo frases como: “Então, porque o Porta dos Fundos…”; “Então, porque a Tatá Werneck…”; “Então, porque lá na Globo…”; “Então, porque na Conspiração…”.
A primeira vez no Rio, com 17 anos, meus olhos sentiram uma espécie de danação. Senti que minha fronte precisava ganhar uns 20 centímetros, dez para cada lado, para que eu tivesse alguma noção espacial e não acabasse no chão. A história se passava agora em uma tela gigante, mas a entrada no cinema me transformaria demais. Era tudo tão largo e tão claro que eu achei que era infecção alimentar. Passei o dia deitada, tentando digerir tamanha desgraça. Isso, descubro agora mais velha, era bom.
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