Dante Mendonça – O Estado do Paraná.
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Tristeresina

Torquato Neto.

Amigos: embarco pra Curitiba às 3 da tarde. Então mando brasa na minha pocilga eletrônica, parada desde que vim para o 25º Salão de Humor do Piauí. Uebas! Solda.

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Cruelritiba

Foto de Lina Faria.
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Serviço de empurrar pedra

Manoel Carlos Karam – 1947/2007

É mentira que as histórias que eu sei da minha mãe me foram contadas pelo fantasma do meu pai, é mentira que eu quebrei a janela por vontade de conhecer o som de vidro quando se parte, é mentira que arranquei uma orelha para passar o tempo.

É mentira que contratei mão-de-obra para o serviço de empurrar pedra morro acima, é mentira que tudo começou na infância na ponta esquerda com uma bolada no estômago, é mentira que o tempo passou e eu não percebi e além disto todos estes relógios não me deixam mentir, é mentira que eu tenha o hábito de caminhar pisando em ovos como se eles fossem umas brasas daquelas mais avermelhadas de todas.

É mentira que espalhei ratoeiras pelo mundo mas esqueci do queijo, é mentira que aprendi a voar com o professor de lógica, é mentira que no meu sonho mais habitual há manchas de sangue numa corrente de bicicleta, é mentira que passo horas absolutamente imóvel posando para um pintor imaginário, é mentira que cometi alguns crimes com a cumplicidade de um sósia, é mentira que lancei bosta contra uns pombos que sujaram a estátua de um parente distante, é mentira que eu vivo repetindo que é mentira que contratei mão-de-obra para o serviço de empurrar pedra morro acima, é mentira que espalhei queijo pelo mundo mas esqueci das ratoeiras, é mentira que no baile a minha máscara é um punhal enterrado nas costas.

É mentira que mantive correspondência com personagens fictícios para alimentar a minha coleção de selos, é mentira que basta um iceberg de tamanho médio para os meus naufrágios diários ou hebdomadários porque tanto faz em semanas que passam tão depressa, é mentira que eu tenha treinado até a exaustão para obter este sorriso enigmático de tamanho sucesso, é mentira que eu tenha pedido para riscar o meu nome do teu caderno, é mentira que tentei cobrir o sol com uma peneira feita de arame farpado, é mentira que o fantasma do meu pai andou dizendo coisas do meu tio.

É mentira que tentei a imitação de fazer em seis dias uma eternidade, é mentira que busquei no ar o chão firme que me faltava até porque não sou tão lírico assim, é mentira que decidi no par ou ímpar as minhas diferenças com uma entidade imaginária da crendice popular, é mentira que fiz um drama para ganhar o papel, é mentira que eu sou o homem que matou Liberty Valance, é mentira que o meu jantar foi servido no palco com a platéia lotada, é mentira que eu perguntei o que pesa mais?: um litro de água ou um litro de vinho?

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Tristeresina

Torquato Neto.

Amigos: embarco pra Curitiba às 3 da tarde. Então mando brasa na minha pocilga eletrônica, parada desde que vim para o 25º Salão de Humor do Piauí. Uebas! Solda.

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Serviço de empurrar pedra

Manoel Carlos Karam – 1947/2007

É mentira que as histórias que eu sei da minha mãe me foram contadas pelo fantasma do meu pai, é mentira que eu quebrei a janela por vontade de conhecer o som de vidro quando se parte, é mentira que arranquei uma orelha para passar o tempo.

É mentira que contratei mão-de-obra para o serviço de empurrar pedra morro acima, é mentira que tudo começou na infância na ponta esquerda com uma bolada no estômago, é mentira que o tempo passou e eu não percebi e além disto todos estes relógios não me deixam mentir, é mentira que eu tenha o hábito de caminhar pisando em ovos como se eles fossem umas brasas daquelas mais avermelhadas de todas.

É mentira que espalhei ratoeiras pelo mundo mas esqueci do queijo, é mentira que aprendi a voar com o professor de lógica, é mentira que no meu sonho mais habitual há manchas de sangue numa corrente de bicicleta, é mentira que passo horas absolutamente imóvel posando para um pintor imaginário, é mentira que cometi alguns crimes com a cumplicidade de um sósia, é mentira que lancei bosta contra uns pombos que sujaram a estátua de um parente distante, é mentira que eu vivo repetindo que é mentira que contratei mão-de-obra para o serviço de empurrar pedra morro acima, é mentira que espalhei queijo pelo mundo mas esqueci das ratoeiras, é mentira que no baile a minha máscara é um punhal enterrado nas costas.

É mentira que mantive correspondência com personagens fictícios para alimentar a minha coleção de selos, é mentira que basta um iceberg de tamanho médio para os meus naufrágios diários ou hebdomadários porque tanto faz em semanas que passam tão depressa, é mentira que eu tenha treinado até a exaustão para obter este sorriso enigmático de tamanho sucesso, é mentira que eu tenha pedido para riscar o meu nome do teu caderno, é mentira que tentei cobrir o sol com uma peneira feita de arame farpado, é mentira que o fantasma do meu pai andou dizendo coisas do meu tio.

É mentira que tentei a imitação de fazer em seis dias uma eternidade, é mentira que busquei no ar o chão firme que me faltava até porque não sou tão lírico assim, é mentira que decidi no par ou ímpar as minhas diferenças com uma entidade imaginária da crendice popular, é mentira que fiz um drama para ganhar o papel, é mentira que eu sou o homem que matou Liberty Valance, é mentira que o meu jantar foi servido no palco com a platéia lotada, é mentira que eu perguntei o que pesa mais?: um litro de água ou um litro de vinho?

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Ele evapora!

Desenho de Benett.
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Viagem

Foto de Chico Nogueira.
Manoel Carlos Karam mudou-se definitivamente
para Alhures do Sul nesta madrugada.
Kátia e Bruno:

a vida passa assim:
na metade
já estamos no fim

solda
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Viagem

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Manoel Carlos Karam mudou-se definitivamente
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Kátia e Bruno:

a vida passa assim:
na metade
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Mário!

Amigos: segurem a barra para o Mário Schoemberger. Daqui de Teresina, mando meu abraço gigantesco ao grande amigo. Solda.
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Mário!

Amigos: segurem a barra para o Mário Schoemberger. Daqui de Teresina, mando meu abraço gigantesco ao grande amigo. Solda.
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