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Crist

Clarín – Buenos Aires.
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Ouiés! O grande morubixaba Reiunardo Jiardenas está na cidade. Evoé, Jardim! Solda.
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São Paulo, ontem

Vixi!
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Uebas!

Ouiés! O grande morubixaba Reiunardo Jiardenas está na cidade. Evoé, Jardim! Solda.
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Diburro

Angeli – Folha de São Paulo.
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Sidus

Consta que os marinheiros de Hérida procuraram, por longo tempo, a ilha de Sidus onde – comentava-se por todos os portos e mares -, deambulavam os mortos mais ou menos recentes. Nunca além de há sete anos.

Sobretudo os mortos que, por merecimento, haviam trilhado os caminhos da Terra, os pés descalços, dias e noites, pela exaustão dos meses e dos anos a vagar o mundo que lhes foi dado uma única vez. A levar, com eles, a nua oferenda das mãos e o sincero gosto pela luz de Antares que, já sabiam os antigos, era a maior estrela de todo o incalculável universo.

Ilha misteriosa e percuciente, a ilha de Sidus, segredavam, provia os mortos não das coisas do espírito, como seria o esperado, em se tratando dos mortos, mas de pão e vinho, porque, em Sidus, frisava a lenda, os mortos não morriam mais. Dançavam ao sol de Antares, livres e mortos numa serenidade fluida, amorosa. Nada a ver, claro, com a nervosa azáfama dos vivos.

Pássaros e gnomos, leões e centauros, sereias e lêmures – tudo em Sidus era a severa conspiração contra o canhestro modo como os vivos insistem em chamar de vida a um viver sem conta nem remédio, sem solução nem segredo.

Por isso mesmo, de todas as ilhas sonhadas pelos argonautas do arquipélago de Hérida, ou de fora dele, Sidus foi, sem dúvida, a mais insistentemente perseguida, a mais intensamente desejada de todas quantas ilhas existissem ou viessem a existir, aquele tempo, perdidas oceano afora.

Mas como não permitir que os mortos morressem se, a cada dia, seguiam morrendo mais e mais – sobretudo pelo esquecimento dos vivos, habituais em levar suas existências ao sabor do vento? Alheios, como sempre, de que pudessem morrer um dia. Ainda que soubessem, os vivos, da certeza quase prosaica, de tão absoluta, pela qual, mais cedo ou mais tarde, os vivos morremos irremediavelmente. E nem há como se curar da morte.

Era aí, entanto, que todos se enganavam – em Sidus, geralmente depois de sete anos, os mortos bebiam das águas do enigmático lago Abrantes e, de modo lento, começavam a deixar de morrer. De profundos passavam a inquietos, e os olhos cerrados deles, dos mortos, abriam-se feito a desassossegada flor do acordar mais imenso.

Ato contínuo, sobre o dois pés a palmilhar as longas praias, agitavam-se excitados e vivos, já bem molestados pelo jugo de existir – o inferno e a agrura, o calor que lhes tomava os corpos feito fossem eles, os recém-vivos, altas labaredas; e o júbilo que lhes tangia os ossos e igualmente os angustiava como se não o merecessem, como se nunca o tivessem merecido.

Velhos nautas, quase aedos, de Sidus diziam que o maior pecado não era o de procurar a ilha, sob esforçado empenho, mas o duro ofício de esquecê-la, de a terem de esquecer um dia – justo quando passassem da vida à morte sem volta nem esperança.

Wilson Bueno [04/11/2007]O Estado do Paraná.

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Figuras de Curitiba

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São Paulo, ontem

Vixi!
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A Mostra Robert Bresson

A Mostra Robert Bresson está sendo apresentada ma Cinemateca até sexta (16), sempre às 21h, com entrada franca. Dono de um estilo único, exigente, o cineasta francês Robert Bresson (1901-1999) é um dos principais nomes do cinema moderno. Cursou artes plásticas e filosofia, mas foi no cinema que encontrou sua verdadeira vocação, estreando em 1934.

Hoje (domingo), será Mouchette, a virgem possuída, 1967, 35mm, 87min, com J.C. Guilbert, Maria Cardinal, Nadine Nortier, Paul Hebert. A história de uma menina do campo violentada por um caçador é o ponto de partida para o diretor colocar em evidência, de maneira implacável, a miséria e a crueldade. Mouchette é uma garota solitária que vive com seus pais numa casa modesta. Seu pai é alcoólatra e sua mãe não tardará a morrer. Amanhã (segunda), passará O batedor de carteiras, 1959, 35mm, 75min,com Jean Pelegri, Martin Lassale, Pierre Etaix, Pierre Lemarie. Drama em cores. Um jovem torna-se batedor de carteira. Mesmo depois de ser admoestado por um policial, continua a fazê-lo… Obra-prima de Bresson e um dos mais importantes filmes da história do cinema. Berlim 1960: Seleção Oficial. Terça, estará O processo de Joana D’Ardc, 1962, 35mm, 65min, com Florence Carez. Drama histórico em PB. Bresson reconstitui, com seu rigor característico, a prisão, o julgamento e a execução de Joana D´Arc, baseando-se exclusivamente em documentos históricos.

Ao lado de A Paixão de Joana D´Arc, de Dreyer, esta é a mais genial e fascinante versão cinematográfica do martírio dessa importante figura da história da humanidade

O Estado do Paraná [04/11/2007]

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A boa sorte

Tem governo que promete e não faz o que é normal. Tem governo que promete e faz, o que seria normal. Tem governo que não promete, mas faz, o que é um milagre. Tem governo que promete, não faz e tem mais sorte do que juízo.

O presidente Lula foi um candidato que prometeu, não fez e teve mais sorte que juízo. Prometeu acabar com a política econômica de Fernando Henrique Cardoso, inclusive a CPMF, não fez e teve mais sorte que juízo. Apesar do PT afoito e da base aliada (esta sim, uma herança maldita de FHC), nunca antes neste País se comprou tanto automóvel, nunca antes tantos relaxaram e gozaram nos aeroportos, por conta da sorte grande de um presidente.

A sorte é tanta que até o azar joga em seu favor. Ou não foi por sorte que o líder sindical teve o azar de perder três eleições na hora certa, no momento certo e na conjuntura certa?

***

Lula tem a sorte daquele deputado, candidato à reeleição, que se viu perante o ingênuo eleitor que lhe implorava uma promessa impossível:

— Deputado, minha filha está fazendo vestibular na Universidade Federal. Será que o senhor não podia dar um ajutório lá em cima para a menina passar?

— Difícil, meu amigo. Quase impossível. Diria que são quase nulas as possibilidades de atender ao seu pedido.
Mas não custa tentar o impossível! Qual o nome de sua filha?

O
deputado puxou um papel do bolso, anotou o nome da garota e se despediu com um abraço caloroso. E se esqueceu do assunto.

Findo o vestibular,
o candidato reencontra o pai da estudante, todo sorrisos:

Meu deputado, minha filha passou na Federal. Muito obrigado, não tenho como lhe agradecer!
Se não fosse pelo senhor ela não ia passar nunca!

***

Todo candidato que promete, se cumpre ou não cumpre, precisa de mais sorte do que juízo. É o caso de um deputado estadual de Santa Catarina de nome Edson Periquito, pelo PMDB. Filho de gente humilde, só não chegou a prefeito de Balneário Camboriú nas eleições passadas por falta de sorte e recursos financeiros no momento certo. Mas essa sorte, asseguram as pesquisas, não deve lhe faltar no ano que vem. Contra os tucanos da mais abastada cidade turística do Sul, Periquito é favorito.

Pela primeira vez candidato a vereador no balneário, Periquito pedia votos dentro de uma pequena oficina mecânica especializada em motonetas Garelli, uma geringonça italiana de motor atravessado que só pegava no tranco.

— Periquito! – apareceu um cliente arrastando a Garelli no muque — Essa “naba” (Naba, no idioma catarina, é qualquer coisa de ruim!) não pega de morro abaixo, nem mesmo puxada por uma jamanta!

— Deixa na fila que até o final da tarde dou jeito na bichinha!

A fila era grande, só não tão grande quanto os problemas com motores de partida da Garelli.

Quase no final do expediente, o mecânico Periquito viu o cliente daquela última Garelli da fila entrar na oficina. Por entre os pneus de uma motoneta, observava seus passos e pensava com seus parafusos:
“E agora, o que eu vou dizer pro homem? Só nesse motor de partida fiquei o dia inteiro, não deu tempo nem de tirar a poeira da Garelli…”

De repente, o cliente sentou na motoneta, deu a partida no motor e…
ROOOMMM! ROOOMMM! ROOOMMM!

Periquito! A bichinha pegou! Só você mesmo pra consertar essa
“naba”! Quanto eu lhe devo?

— Deve nada meu, amigo! Deixa um pro cafezinho e de resto
conto com o teu voto!

— Então, muito obrigado, Periquito! E boa sorte…

Dante Mendonça [04/11/2007] O Estado do Paraná
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Sidus

Consta que os marinheiros de Hérida procuraram, por longo tempo, a ilha de Sidus onde – comentava-se por todos os portos e mares -, deambulavam os mortos mais ou menos recentes. Nunca além de há sete anos.

Sobretudo os mortos que, por merecimento, haviam trilhado os caminhos da Terra, os pés descalços, dias e noites, pela exaustão dos meses e dos anos a vagar o mundo que lhes foi dado uma única vez. A levar, com eles, a nua oferenda das mãos e o sincero gosto pela luz de Antares que, já sabiam os antigos, era a maior estrela de todo o incalculável universo.

Ilha misteriosa e percuciente, a ilha de Sidus, segredavam, provia os mortos não das coisas do espírito, como seria o esperado, em se tratando dos mortos, mas de pão e vinho, porque, em Sidus, frisava a lenda, os mortos não morriam mais. Dançavam ao sol de Antares, livres e mortos numa serenidade fluida, amorosa. Nada a ver, claro, com a nervosa azáfama dos vivos.

Pássaros e gnomos, leões e centauros, sereias e lêmures – tudo em Sidus era a severa conspiração contra o canhestro modo como os vivos insistem em chamar de vida a um viver sem conta nem remédio, sem solução nem segredo.

Por isso mesmo, de todas as ilhas sonhadas pelos argonautas do arquipélago de Hérida, ou de fora dele, Sidus foi, sem dúvida, a mais insistentemente perseguida, a mais intensamente desejada de todas quantas ilhas existissem ou viessem a existir, aquele tempo, perdidas oceano afora.

Mas como não permitir que os mortos morressem se, a cada dia, seguiam morrendo mais e mais – sobretudo pelo esquecimento dos vivos, habituais em levar suas existências ao sabor do vento? Alheios, como sempre, de que pudessem morrer um dia. Ainda que soubessem, os vivos, da certeza quase prosaica, de tão absoluta, pela qual, mais cedo ou mais tarde, os vivos morremos irremediavelmente. E nem há como se curar da morte.

Era aí, entanto, que todos se enganavam – em Sidus, geralmente depois de sete anos, os mortos bebiam das águas do enigmático lago Abrantes e, de modo lento, começavam a deixar de morrer. De profundos passavam a inquietos, e os olhos cerrados deles, dos mortos, abriam-se feito a desassossegada flor do acordar mais imenso.

Ato contínuo, sobre o dois pés a palmilhar as longas praias, agitavam-se excitados e vivos, já bem molestados pelo jugo de existir – o inferno e a agrura, o calor que lhes tomava os corpos feito fossem eles, os recém-vivos, altas labaredas; e o júbilo que lhes tangia os ossos e igualmente os angustiava como se não o merecessem, como se nunca o tivessem merecido.

Velhos nautas, quase aedos, de Sidus diziam que o maior pecado não era o de procurar a ilha, sob esforçado empenho, mas o duro ofício de esquecê-la, de a terem de esquecer um dia – justo quando passassem da vida à morte sem volta nem esperança.

Wilson Bueno [04/11/2007]O Estado do Paraná.

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A Mostra Robert Bresson

A Mostra Robert Bresson está sendo apresentada ma Cinemateca até sexta (16), sempre às 21h, com entrada franca. Dono de um estilo único, exigente, o cineasta francês Robert Bresson (1901-1999) é um dos principais nomes do cinema moderno. Cursou artes plásticas e filosofia, mas foi no cinema que encontrou sua verdadeira vocação, estreando em 1934.

Hoje (domingo), será Mouchette, a virgem possuída, 1967, 35mm, 87min, com J.C. Guilbert, Maria Cardinal, Nadine Nortier, Paul Hebert. A história de uma menina do campo violentada por um caçador é o ponto de partida para o diretor colocar em evidência, de maneira implacável, a miséria e a crueldade. Mouchette é uma garota solitária que vive com seus pais numa casa modesta. Seu pai é alcoólatra e sua mãe não tardará a morrer. Amanhã (segunda), passará O batedor de carteiras, 1959, 35mm, 75min,com Jean Pelegri, Martin Lassale, Pierre Etaix, Pierre Lemarie. Drama em cores. Um jovem torna-se batedor de carteira. Mesmo depois de ser admoestado por um policial, continua a fazê-lo… Obra-prima de Bresson e um dos mais importantes filmes da história do cinema. Berlim 1960: Seleção Oficial. Terça, estará O processo de Joana D’Ardc, 1962, 35mm, 65min, com Florence Carez. Drama histórico em PB. Bresson reconstitui, com seu rigor característico, a prisão, o julgamento e a execução de Joana D´Arc, baseando-se exclusivamente em documentos históricos.

Ao lado de A Paixão de Joana D´Arc, de Dreyer, esta é a mais genial e fascinante versão cinematográfica do martírio dessa importante figura da história da humanidade

O Estado do Paraná [04/11/2007]

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