Portfólio

Umuarama Publicidade, década de 1990. Solda & Marina Willer

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Lenz

Desenho de Aluisio Lenz, esquizofrênico, (requiescat in pace), Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro.

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Apesar de você, amanhã há de ser outro dia

A nossa luta contra a velhofobia continua em 2023

Um pouco antes da pandemia, em 11 de dezembro de 2019 (dia do meu aniversário), almocei com uma das minhas editoras para conversar sobre os meus projetos para 2020. Contei que estava com vontade de escrever uma espécie de manual didático para combater a violência, discriminação e preconceito contra os mais velhos no Brasil. Eu já tinha até o título do meu novo livro: Velhofobia.

O objetivo principal do meu livro era denunciar a violência física, psicológica e verbal, abuso financeiro, negligência, falta de cuidados básicos de saúde, maus-tratos e abandono dos mais velhos dentro das nossas próprias casas e famílias: 50% dos agressores dos mais velhos são os próprios filhos, e mais de 10% são os netos, cônjuges, genros e noras.

Ela gostou do projeto, mas, como eu já havia escrito sete livros sobre envelhecimento e felicidade e havia acabado de publicar “Liberdade, Felicidade e Foda-se!” com vários capítulos sobre os nonagenários que venho pesquisando desde 2015, achou melhor publicar, primeiro, um livro com minhas pesquisas sobre amor, sexo e traição e, depois, o livro sobre velhofobia.

Passei quase três anos escrevendo o livro sobre amor, sexo e traição e, obviamente, não consegui escrever “Velhofobia”. Confesso que me arrependi da decisão, pois, com a chegada da pandemia de coronavírus em março de 2020, eu me tornei uma espécie de “porta-voz na luta contra a velhofobia no Brasil”, como muitos jornalistas me chamaram. Tenho certeza de que o livro “Velhofobia” poderia ter sido um instrumento poderoso para combater os estigmas, preconceitos e abusos contra os mais velhos durante a pandemia.

A velhofobia sempre existiu, mas ficou muito mais escancarada e cruel nos últimos tempos. Homens e mulheres mais velhos, que já sofriam uma espécie de morte simbólica, ficaram desesperados ao constatar que estavam sendo tratados como lixos descartáveis. Será que algum brasileiro se esqueceu da sabotagem da vacinação e da postura criminosa das principais autoridades do país?

É só uma gripezinha. Deixa de ser cagão. Vamos todos nos contaminar para criar imunidade e essa gripezinha acabar logo. Só irão morrer alguns velhinhos doentes. Eles iriam morrer mesmo, mais cedo ou mais tarde. Vai ser até bom para a Previdência se morrerem logo. O problema do Brasil é que todo mundo quer viver 100 anos.”

Gostaria que a minha luta tivesse um impacto muito maior nas vidas de homens e de mulheres que estão se sentindo inúteis, irrelevantes e invisíveis. Eu me sinto cada vez mais angustiada e impotente ao constatar o aumento da velhofobia nos últimos anos. Sempre digo que o meu trabalho é de formiguinha, sei que o que eu faço é pouco, muito pouco…

Além de escrever inúmeras colunas sobre velhofobia, tive a alegria de lançar na Folha, junto com o meu querido amigo Jairo Marques, a campanha: “Escute bonito os seus velhos”. Também na Folha, junto com as irreverentes Avós da Razão, lancei o meu “Manifesto das Velhas Sem Vergonhas“.

Nos últimos dias de um ano de tantos sofrimentos, lutos e perdas, quero agradecer ao time maravilhoso da Folha que, todas as semanas, cuida das minhas colunas e, especialmente, a cada um dos meus leitores e leitoras. Acho que vocês nem imaginam como são importantes na minha luta para fazer uma verdadeira Revolução da Bela Velhice. Ou será que imaginam?

Desejo um 2023 com mais saúde, amor, paz, esperança e coragem para continuar a nossa revolução amorosa, generosa e libertária. Quero terminar o ano cantando, junto com vocês, uma música para espantar todos os ratos velhocidas que saíram do esgoto nos últimos anos: “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia. Eu pergunto a você onde vai se esconder da enorme euforia”.

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Enfim, Fora Bozo!

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Suma injúria –  O União Brasil ganhará dois ministérios no governo Lula – a reedição da Arca de Noé, agora lotada de serpentes. Na base parlamentar de Lula estará Sérgio Moro, que depois de conturbado turismo partidário aportou ao partido. Pelo balcão de negócios da política, Sérgio Moro ainda chega ao STF, sumo tribunal da terra, onde terá espaço para o latinório de gibi: sumum jus, suma injuria. Como sabe as coisas pela metade, Moro seria a injuria.

Os gabinetes  – Na tradição parlamentar inglesa, além do gabinete oficial de ministros, existem outros dois, entre o formal e o informal. São o kitchen cabinet, o da cozinha, dos ministros que trabalham próximos do chefe do governo, o primeiro ministro; e o shadow cabinet, o das sombras, em que parlamentares qualificados da oposição marcam um a um os ministros do governo. O governo de Lula tem os dois dentro do mesmo governo: o PT está na cozinha e nas sombras, mandando em Lula e fiscalizando os ministros de Lula. E a oposição, bolsonaristas, Centrão et caterva? Estão na porta da cozinha, à espera da sobra de comida ou a recolhendo na lata de lixo.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
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Santa Helena Kolody

A padroeira da poesia em Curitiba acaba de fazer mais um milagre. Chama-se Sempre palavra, tem apenas cinquenta páginas e inclui uns quarenta pequenos poemas. Mas tem luz bastante para iluminar esta cidade por todo um ano. Embora seja a própria poesia encarnada, nossa padroeira está toda prosa. E com razão. Depois de onze livros de poemas editados por conta própria, é a primeira vez que é publicada por uma editora, a Criar, daqui de Curitiba mesmo, acionada pelo escritor Roberto Gomes. Helena Kolody (ou Guélena Kolódy, para quem sabe) é filha de imigrantes ucranianos, tem 73 anos e o mais belo par de olhos azuis que já vi. Ah, se eu tivesse nascido em 1911 como meu pai!

Como a precursora Gilka Machado e Cecília Meireles, sua admiração confessa, nossa padroeira foi, a vida toda, professora de escola normal, quase o único ofício fora de casa que uma mulher podia exercer naquelas épocas, quando Getulio Vargas, nosso grande déspota esclarecido, dizia na Voz do Brasil, “Trabalhadores do Brasil”, mas não dizia, “Trabalhadoras…” Para o magistério, viveu. E, como professora, aposentou-se. Como professora, eu disse. Como poeta, ela é mais viva e atual que boa parte dessa garotada que, hoje, anda por aí, apertando uma espinha aqui, enrolando um poema ali, achando que poesia é um texto qualquer nota e se julgando, em sua infinita ignorância, o maior gênio incompreendido do planeta. Nossa padroeira é o poeta mais moderno de Curitiba, de uma modernidade enorme, uma modernidade de quase oitenta anos.

Nenhum de nós tem modernidade desse tamanho. Nossa padroeira nunca casou. E viveu a vida toda com a mãe e as irmãs, seu tesouro eslavo de afetividade e dedicação. Vida. Esse é o assunto de Helena Kolody. Não é à toa que essa nossa mestra de poesia é professora de biologia. Mas tudo isso que eu digo não passaria de uma efusão sentimentalóide, se a poesia de Helena não se sustentasse em nível de linguagem, de design, de essência. Que dizer, porém, de um poeta que chega, de repente, e, apenas, te diz num poema de duas linhas, “para quem viaja ao encontro do sol, é sempre madrugada”? “Essências e medulas”, assim definira Pound a poesia. E esse era o nome que eu daria para um ensaio sobre a poesia da nossa padroeira.

Quando, em 1941, Helena publica, em Curitiba, às suas próprias custas, a coletânea Paisagem interior, seu primeiro buquê de poemas, Bilac ainda é um Deus, o Modernismo de 22 ainda é apenas um escândalo e a poesia só é reconhecível nos trajes de gala do soneto. Sobretudo já estava morto e enterrado o rico movimento simbolista que, presente no Brasil todo, tinha tido em Curitiba o seu centro mais ativo: É Brito Broca quem diz, em 1910, Curitiba era cidade literalmente mais importante do Brasil. Basta dizer que oito das quinze revistas do Simbolismo brasileiro foram editadas aqui, entre 1895 e 1915. Mas, quando Helena começa a produzir e publicar, esse momento já tinha passado, deixando atrás de si apenas um perfume e uma vibração. No escuro, no silêncio, na penumbra, Helena veio então construindo sua poesia e publicando aqui mesmo, Música submersa, A sombra no rio, Era Espacial, Trilha Sonora, Infinito Presente, sempre ela, até este Sempre palavra.

Algo na poesia e na vida, no produto e no processo, de Helena, me lembram o gaúcho Mario Quintana, a mesma pureza, a mesma entrega, a mesma singeleza, a mesma santidade. Mas Helena é mais enxuta, mais rápida, mais haikai que o mestre de Porto Alegre: Helena chega no gol com menos toques na bola. Periférica como Quintana, Helena passou esses anos todos meio intocada pelas novidades que fervilharam no eixo Rio-São Paulo, alquimista mergulhando sozinha até a essência do seu fazer lírico, até o momento em que, como diz ela, “o carbono acorda diamante”.

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Olhe com quem anda, presidente!

A administração pública parece coisa simples, mas não é. Prova, entre outros, é o desatinado que nos desgovernará até 31 de dezembro.

Segundo os manuais, considera-se administração pública o conjunto de agentes, órgãos e serviços instituídos pelo Estado, nos âmbitos federal, estadual e municipal, com o objetivo de realizar a gestão de áreas da sociedade, como a educação, a saúde, a cultura e a segurança. Mas, sobretudo, trabalhar em favor do interesse público, reduzindo-lhe as carências e a desigualdade social.

Para tanto, a administração pública precisa contar com os melhores nomes disponíveis, gente competente e bem intencionada – o que nem sempre acontece. Ao contrário. Daí o sofrimento da população administrada, como se tem visto nos últimos anos.

A impressão é que foi esgotado, no Brasil, o filão de pessoas capacitadas, probas, generosas e altruístas. Ou que estas – que, sem dúvida existem e constituem a maioria do povo brasileiro – preferem passar longe da administração pública.

Tive alguma experiência no poder público. Foram 35 anos, vinte dos quais em cargos de direção. E sou testemunha de que a administração pública não dói. Isto é, dá trabalho, exige esforço, nem sempre é compreendida, muitas são as decepções. Mas pode ser exercida. Com dignidade, seriedade e decência. E depois. Ao final da jornada, pode-se ir para casa, com a sensação do dever cumprido e botar a cabeça no travesseiro sem nenhum peso ou arrependimento.

Luiz Inácio Lula da Silva está voltando ao governo da Nação. No próximo domingo, assumirá o terceiro mandato. Vamos ver a que virá. Será a sua derradeira oportunidade de fazer o que prometeu na campanha eleitoral, e para limpar a sua biografia na História do Brasil.

A primeira coisa a fazer – como eu disse a ele no bilhete que lhe enviei na semana passada – é ter em mente que quem ganhou a eleição foi ele, Luiz Inácio, e não o PT. Sem ele, o PT não é nada. Em 2022, elegeu apenas quatro governadores (Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia); também quatro senadores, de um total de 81, e dezenove deputados federais, de um total de 513. Isso é quase nada.

No entanto, o PT está tentando tomar conta do terceiro governo de Lula. Abiscoitou os ministérios mais importantes e tem dado palpites nos demais, inclusive com alguns vetos. Isso não é bom, companheiro Lula.

A inclusão da senadora Simone Tebet na equipe foi um parto. Luiz Inácio deve a ela, em grande parte, a vitória no segundo turno, mas o PT tem medo que a mato-grossense do sul se fortaleza no governo Lula e se torne um problema (para o partido) nas eleições de 2026. Isso, certamente, acontecerá. Mas, preferem que ela se fortaleça na oposição?!

Além do que, por imposição do PT, Luiz Inácio quase passou para a História com a chaga de ingrato, mal-agradecido e – por decorrência – burro.

Tome tento, presidente! Para conversar, prefira o Geraldo. Ou a Janja, e não a Gleisi ou o José (da ala menos nobre dos Guimarães), cujo assessor foi flagrado com dólares na cueca. Essa gente deve ser arredada, Luiz Inácio. Assim como os oportunistas do chamado Centrão, que só lhe darão dor de cabeça.

Publicado em Célio Heitor Guimarães | Deixar um comentário
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© Reinaldo Figueiredo

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Caveat canem

Bolsonaro autoriza a Força Nacional na posse de Lula. O Exército não pode sair do lugar porque seus quarteis estão sitiados pelos bolsonaristas; os gripen comprados pela Aeronáutica não foram emplacados e a Marinha não tem porta aviões no lago Paranoá. A PRF está mais suja que oficina que desvia peças no conserto e a PF está naquela de separar o joio bolsonarista do trigo lulista. A polícia do DF, sei não, tudo no DF cheira a podre.

A Força Nacional chegou limpa até aqui, não foi instrumentalizada por Bolsonaro. Mas é bom desconfiar, pois é composta de recrutados nas demais corporações. Bolsonaro pode ir embora, mas seus adoradores são como os cupins aqui de casa, que se escondem destruindo os livros ou renascem para trocar as asas e destruir de novo. Na dúvida, para descargo de consciência, não custa deixar de prontidão o Exército do Stédile.

Pecado original

Simone Tebet entra no governo Lula mais desidratada que sapo atropelado em asfalto quente. Queria um ministério, deram outro, mas sem banco e com poucos poderes. Os petistas a aceitam no ministério, mas a repudiam pelo pecado original de ter nascido no agronegócio. Está que nem a aranha que o molequinho teimou que era surda; a cada perna que perdia a aranha insistia em se arrastar; cortada a última, o bicho não saiu do lugar. E o moleque provou a tese.

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O irritante guru do Méier

Pensa do outro lado: só quem tem fama é difamado.

Publicado em Millôr Fernandes|1923|2012 | Com a tag , | Deixar um comentário
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Manike, mantike e a rosas murchas do desejo

Acertei os ponteiros do meu relógio digital. Platão dizia que o comportamento humano deflui de três fontes principais: desejo, emoção e conhecimento. Na verdade, nosso explosivo reservatório de energia está situado ao sul de quem entra. Crepita o fogo assediando os gravetos secos da emoção. Línguas rubras causam a ressonância orgânica e ficamos nas mãos do acaso ou do garimpo. Você pode não saber no que está pensando, mas está pensando em sexo. Quem quer saber de Platão? Importante mesmo é que perdemos a Copa 2010. Mas não vou entrar nesse campo minado onde a bola é um pobre ser que perdeu o rumo do gol, da casa, da vida. Sei que adormeci por uns dias. Ou será que foi por uma semana inteira? Platão já havia colocado o adormecer como fonte de inspiração. Nas garras do sonho nos libertamos.

Fiquei inerte, sonhei uma enciclopédia. Verbetes e mais verbetes espocando no escuro do quarto. Em grego, gênio é mantike e louco é manike. Estamos sempre por um tê. Diria um Tesão. O sonho acorda nossos demônios criadores. Quem não sonha, não vive. Nada pode contra uma mente que não esteja disposta. O campo de força da nossa mente é terrivelmente poderoso. Refratário ou absorvente, eis a questão. Estou estupidificado com a quantidade de textos que chegam, via e-mail, com mensagens de otimismo. E tudo é repassado.

Nada pessoal. Todo mundo diz que aqui você tem um amigo, alguém que pensa em você. E estão todos longe, pensando besteiras. É sintomático: quando nos agarramos nisso é porque estamos muito distante disso. Entre labutas, conflitos e sofrimentos não encontramos uma ponte sólida para amigos distantes. Por mantike! “Mas quando o pulso de um homem é saudável e comedido, ele vai dormir frio e racional, (…) depois de saciar seus apetites sem exageros para mais ou para menos…” Por manike, ser joguete de visões fantasiosas e licenciosas!

*Rui Werneck de Capistrano vende sonhos de nata, creme, doce de leite, chocolate… goiaba… é o sonho, freguesia…

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