Todo dia é dia de poeta

Não estou na calçada da Biblioteca Pública do Paraná – 150 anos – com meus poemas, sabe-se lá quem foi o curador (curandeiro?) dessa mostra. Mas tenho uma baita exposição de poemas em Teresina, no hall do Theatro D. Pedro II, onde, bah, ironia do destino, dou autógrafos na rua. Carrego o estigma de ser também cartunista, ninguém é poeta e cartunista em sua própria terra ao mesmo tempo. Solda. He! He!
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Aviso aos navegantes

Foto sem crédito.
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O arco e a lira

Sábios que antigos, por melhores tenham sido, jamais poderiam supor a desesperação agitada, ou a agitação desesperada, com que consumimos os dias, nós, os contemporâneos deste atabalhoado início de terceiro milênio. Ainda assim, embora a relativa calma de seu tempo e hora, já intuíam a azáfama em que se atrapalhariam os humanos do futuro.

Conta-nos o monge Shuaky-Cheng, que viveu e morreu antes de Cristo, em seu insubstituível Manual do Buda Sereno, que o arco, quando excessivamente distendido, torna inútil a flecha e não a dispara em hipótese alguma; o mesmo com a lira que, as cordas tensas, dela ninguém alcança extrair nenhum som. Do mesmo modo, tanto o arco quanto a lira, se estiverem com as cordas frouxas, fácil adivinhar, também não funcionam.

Participei, aliás, não faz muito tempo, em Ouro Preto, de uma das Flop (Festa Literária de Ouro Preto), versão mineira da badalada Flip carioca. Uma das grandes estrelas do evento era então o francês Carl Honoré, autor do best-seller Devagar, um manual de instruções de como se livrar da pressa nossa de cada dia.

As “lições” do jovem professor de “how to do” ( como fazer) eram, e nem poderiam deixar de ser, de uma obviedade ululante e que não convém sequer repetir aqui. Valiam, e valem, apenas, por levantar a lebre – como diria o meu nunca esquecido compadre Jamil Snege. Não sem um esgar sarcástico que era, do escritor, a maior marca diante de qualquer assomo de mediocridade…

Nunca tantos, em tão pouco tempo, aderiram aos divãs psicanalíticos como hoje. E as estatísticas não mentem jamais – o principal “distúrbio” que motiva tal adesão a Freud e Lacan, ninguém se engane – é a ansiedade. Se a histeria foi o mal do século 19,

hoje a pressa, a excitação incontrolável e o desassossego constituem a principal enfermidade psíquica do nosso aturdido presente.

Filosoficamente, sabemos, a pressa é de uma burrice inominável. O que, a rigor, desejamos montados em tal cavalo esquivo e indomável? Apressar o quê? Em última instância, inconscientemente, aspiramos à morte ou ao que Freud chamava de “a cessação da febre de viver”. Quem tem pressa deseja, no fundo, que tudo passe e passe o mais rapidamente possível. Um equívoco tolo, ademais de obscuro.

Daí que a ansiedade é quase um suicídio do Tempo ou o seu precipitado assassinato. Melhor ficar alerta tanto à corda do arco quanto às da lira. Afinar uma e outras é afinar as cordas do coração. Shuaky-Cheng que o diga com seus exercícios em louvor do sereníssimo buda que pode morar no meu e no teu coração. Quem se habilita?

***

P.S. : Permitam-me os leitores deixar registrada aqui a minha profunda gratidão pelos incontáveis e-mails, telefonemas, cartas e telegramas, de todos os quadrantes do Brasil, em solidariedade pela perda, semana passada, de minha mãe, a inesquecível Maria Aparecida Bueno (1927-2007).

Wilson Bueno [28/10/2007] O Estado do Paraná.
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Pancho – Gazeta do Povo.
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Ouiés!

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O inferno de Bush!

Foto de Laura Rouch.
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Paixão – Gazeta do Povo.
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Foto de quem?

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Ele apavora!

Benett – Gazeta do Povo.
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Êpas!

Foto sem crédito.
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Crist – Clarín/Buenos Aires.
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Uebas!

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Jogo de botões

Sabe-se que a invenção – ou descoberta? – da roda foi um dos maiores avanços da humanidade. A partir dela, a roda, tudo rolou melhor e mais rápido. Na cidade, no campo, nas montanhas; até nas águas e no ar – desde que o trem baixe e o avião pouse. E a coisa andou pelos séculos: para cima, para baixo, para os lados; para noroeste, sudeste; para o bem, para o mal. Rolamos e ralamos.

De importância igual ou ainda maior foi a anterior descoberta – seria invenção? – do fogo. A resposta que repergunto: atritar uma pedra na outra até faiscar e explodir se define como descoberta, invenção ou achado? O mais gratificante é que o homem há 8 mil anos pira com o fogo nas mãos. Uma chama nas trevas pode ser a luz no fim do túnel: uma idéia, um apelo à concentração (iogue), ao grito primal, ao ritual, ao luau, ao uivo, ao coito.

Mais modernamente, o irrequieto espírito humano brinda o mundo com as criações – invenção ou descoberta? – da pólvora, do papel e da imprensa. Surgem as primeiras bombas. Nos campos da guerra e da notícia. Perde o homem, com a ilusão de imitar o big-bang. E ganha, por outro lado, com a propagação do conhecimento. Desse experimentalismo físico-químico sobrevém o progresso científico: hidráulico, mecânico, elétrico, eletrônico, cibernético, quântico, ótico. “Nada de novo debaixo do sol”. Perguntas a Salomão.

De tudo, entretanto, o que ninguém até hoje reconhece os devidos méritos é num certo objeto, singelo, revolucionário, imprescindível. Refiro-me ao botãosem maiores borbotões. Sim, o mísero e injustiçado botão. Monumental e minimalista. Exemplo palpável, tátil, digital, da estética e da ética. Da estética, por ser bonito ou feio, belo ou horrível, exótico, ingênuo, engraçado, ridículo, extravagante, discreto, grande, médio, pequeno; botão de rosa, botões da blusa. Sobre essa suposta estética, está aí o genial artista, mago, Hélio Leites para confirmar. E de Ética, também, pois esbarra em conceitos fundamentais de moralidade e poder. Como o insuspeito botão soviético, ícone do pavor da Guerra Fria. Como o botão de desligar, que o saudoso humorista carioca Sérgio Porto dizia ser a melhor coisa que a televisão nos oferece. Ah! E “os jogos de botões sobre as calçadas”, na canção de Ataulfo Alves (e Claudionor Cruz?).

São inúmeros os botões a nos solicitar toda atenção e cuidado, dia e noite, a nos exigir dedos ágeis e certeiros. No trabalho e em casa: no chão, na parede, no teto, na mesa, na cama, nos eletrodomésticos, nos eletrônicos. Na rua: em campainhas, nos veículos, na hora de votar, de voltar, de entrar no banco, de pagar a conta. O que seria de nós sem o botão? E os botões de roupa, então! Não há limite: roupa íntima (de meados do século 20 para trás), esportiva, social, de gala – fecho “éclair” e genéricos não valem, nem elásticos. Um simples botão, abotoado ou desabotoado, acionado ou em espera, fora de hora ou de lugar é capaz de mudar os rumos da história, ou menos: de uma festa, de uma reunião, de um encontro, de uma conversa – formal, informal ou em…off.

Ewaldo Schleder
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Biblioteca Pública – 150 anos

Solda, só não entendi porque você não está lá na Biblioteca. Mas está no Guaíra, Gibiteca – 25 anos, viu? Lina Faria.
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Uebas!

Cindy Crawford – foto sem crédito.
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