
Fábio Campana (25/10/2007) O Estado do Paraná.
Fábio Campana (25/10/2007) O Estado do Paraná.
“Eles [bispos] criaram e abandonaram essas instituições como justificativa para conseguir mais doações de fiéis e continuar a cometer crimes de estelionato e falsidade ideológica”, diz o promotor.
Segundo o membro do Ministério Público, a situação dessas entidades, voltadas ao auxílio de crianças, é precária e de abandono, inclusive com alimentos vencidos e muita sujeira. As instituições, que seriam ligadas à igreja, estão localizadas em Franco da Rocha (Casa Lar), Heliópolis (Núcleo Assistencial) e Santana do Parnaíba (Centro de Ressocialização) e viveriam de recursos próprios.
A alegação de que o dinheiro da Renascer era usado em atividades filantrópicas fez parte dos depoimentos prestados pelos bispos à Justiça em setembro do ano passado. Como eles não apresentaram dados que comprovassem essas doações, o promotor afirma que teve que produzir essas provas, que agora fazem parte do processo criminal a que os fundadores da Renascer respondem por lavagem de dinheiro.
Ainda segundo Mendroni, nenhuma das entidades possuía documentos que comprovassem o recebimento de doações da igreja. “A entidade deveria ter o controle dos gastos”, argumenta Mendroni. “Esses dados serão encaminhados às autoridades competentes, para que providências sejam tomadas”, afirma.
Procurada pela reportagem de Última Instância, a assessoria de imprensa dos bispos prometeu se manifestar sobre o caso ainda nesta terça-feira.
Empresa da féSegundo reportagem da revista Veja, os bispos teriam um patrimônio de R$ 130 milhões, em carros importados, apartamentos, fazendas e haras, no Brasil e no exterior. Também foi descoberta uma conta bancária dos fundadores da Renascer nos Estados Unidos, com uma movimentação de quase
R$ 4 milhões em cinco anos.Rosanne D’Agostino/Folha de São Paulo