© Joshua Hoffine

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Tempo

Maria Gladys, Toninho Vaz e o cartunista que vos digita no Beto Batata, em algum lugar  do passado. Foto de Vera Solda.

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Primeiro, eles vieram…

Primeiro eles vieram atrás dos comunistas,  E eu não protestei, porque não era comunista;

 Depois, eles vieram pelos socialistas, e eu não disse nada, porque não era socialista;

 Mais tarde, eles vieram atrás dos líderes sindicais, E eu calei, porque não era líder sindical;

 Então foi a vez dos judeus,  E eu permaneci em silêncio porque não era judeu;

 Finalmente, vieram me buscar, E já não havia ninguém para protestar.”

Martin Niemöller nasceu na cidade de Lippstadt, na Vestefália, na Alemanha, no dia 14 de janeiro de 1892. Em 1910, tornou-se cadete da Marinha Imperial Alemã. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914, Niemöller foi designado para servir em um submarino do qual foi, posteriormente, comandante. Sob as estipulações do tratado de armistício de 11 de novembro de 1918, que marcou o fim das hostilidades da Primeira Guerra Mundial, Niemöller e outros comandantes alemães receberam ordens para entregar seus submarinos à Inglaterra. Assim como muitos outros comandantes, Niemöller recusou-se a obedecer tal ordem e, como conseqüência, foi dispensado da Marinha.

Em 1920, ele decidiu seguir o mesmo caminho do seu pai e iniciou sua educação como líder religioso no seminário da Universidade de Münster.

Inicialmente, a criação do Terceiro Reich foi entusiásticamente recebida por Niemöller.  No entanto, em janeiro de 1934, após uma reunião com Adolf Hitler e dois outros proeminentes bispos protestantes para discutir as pressões do Estado sobre as igrejas, suas simpatias políticas mudaram. Naquela reunião ficou claro que o telefone de Niemöller havia sido usado pela Gestapo (polícia secreta do estado alemão).

Também ficou claro que a Liga de Emergência dos Pastores (PEL), que Niemöller havia ajudado a fundar, estava sob vigilância do estado nazista. Após a reunião, Niemöller passou a ver o estado nazista como uma ditadura, da qual ele se tornaria opositor.

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Playboy|1950

1953|Marilyn Monroe. Playboy Centerfold

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De sonho e reza-braba

Pesquisas recentes indicaram os sonhos como eficazes antídotos contra o estresse nosso de cada dia. Não sei em que medida isto ocorra. Estresse não me parece coisa que se cure com sonhos. Temos visto, no áspero cotidiano, que, não sendo da aérea matéria deles, o estresse é bem mais um pesadelo da vigília e de sua fatigada astúcia.

Não me canso de lembrar aqui minhas origens e, com elas, o resgate da infância primordial onde a vida mesma era sonho e punha todas as coisas encantadas. Minha avó cabocla, por exemplo, Maria Rosa Custódia de Senes, esta tinha a ciência dos sonhos na ponta da língua. Feito um talismã.

Sonhar com alguém chorando, não hesitava vaticinar: vinha ali dinheiro ou alguma mulher da família estava prestes a parir. Já sonhar com viagens tinha uma nota aziaga — morte certa de compadres ou amigos. Sonhar com um passarinho, era casamento; sonhar com muitos passarinhos (ouviu, Rogério Dias?), anunciava grandes colheitas.

O rol de significados e significâncias, a partir do sonho, era, para a avó, quase inesgotável. Sonhar com chuva, o prolongamento do estio na roça seca; sonhar com alguém voando ou caindo do cavalo, não dava outra — chegariam parentes há muito ausentes.

Também o saber, digamos, erudito, nos reserva coisas prodigiosas sobre os sonhos. Veja o leitor, esta, dos aedos gregos, bem mais interessante que as recentes descobertas da ciência moderna: a prova, entre outras, de que o Inferno existe — incontestável nos demoníacos pesadelos vividos pela alma quando em sono profundo.

Por falar em alma, impossível esquecer o famoso soporífero da planta mandrágora, que, entre os caldeus, causava sono idêntico ao da morte…

Tão ou mais sábia, repito, era a velha Maria Custódia, rezadeira, benzedeira, “costurava” carne rasgada, além de capaz das mais incríveis simpatias para evitar “mau-olhado” que, aquele tempo, tinha outro nome — “quebranto”. Sobretudo criança que não fosse protegida, adoecia gravemente.

Mas pior que mau-olhado, só picada de cobra e, contra ela, a avó tinha um antídoto feroz: “reza-braba”. Verdadeiros mantras caboclos que, incompreensíveis ao comum dos mortais, apenas ela sabia rezar, secretos na mente, secretamente aprendidos de cor.

Dona Maria Rosa Custódia de Senes faleceu em 1967, varada em anos, e descansa, ao lado de minha mãe, no Cemitério de Santa Cândida. Convivi em sua (doce) companhia a primeira década e meia de minha pobre existência e nunca a ouvi falar em estresse ou que sonho curasse estresse. E olha que de sonho e “reza-braba” ela entendia; e não entendia pouco.

*O Estado do Paraná, 16 de março de 2008

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Mãos ao alto: seu currículo máximo ou a vida

Fazer amigos e influenciar caracóis. Continuar jovem, em forma, e saudável aos 120 anos. Atingir a plena satisfação pessoal no banheiro e conquistar a confiança do chefe. Anabolizar a conta bancária e ficar mais inteligente por fora. Acumular vitórias e sorrir para a vida. Desafiar o futuro e reforçar a personalidade. Progredir profissionalmente e ter relações amorosas sólidas e duradouras. Competir no mais difícil mercado de trabalho, derrubar os adversários e somar pontos preciosos no currículo. Desenvolver todo o potencial criativo. Obter todos os diplomas com distinção e honra ao mérito. Tornar-se um líder de sucesso. Novos paradigmas — por favor! Globalizar-se, globalizar-se! Money makes de worldly go around!

As tendências estão à solta, os referenciais emergem das catacumbas da sociedade. As técnicas de sobrevivência pululam em abundância e sob o comando de palavras mágicas como coaching, emotional intellect, counselling, mentoring, trainee, self control, brain power, personal training, head hunter, Ph.D.. O círculo de fogo está bem à sua frente. Estalam o chicote e você salta por dentro dele, com terno sob medida, sem se queimar, e recebe as palmas da plateia, da família, dos amigos. You are the champion of the wrong. Os patamares são desenhados com degraus cada vez mais altos e em perspectivas globais. O ambiente de trabalho tornou-se povoado de espectrais e carnívoras medusas tecnológicas providas de tentáculos monumentais. Os contatos são engendrados em conferências continentais simultâneas e eletronicamente comandadas por sofisticados softwares. The Wall Street Journal, abre as asas sobre nós!

Clássicos de autoajuda enfileiram-se nas estantes de aço escovado e humilham os visitantes emocionalmente despreparados. Suportando tudo isso, as academias de musculação observam em cada esquina e promovem a Gestão do Condicionamento Físico Exemplar. Mas, com um sorriso dentifrício no rosto couraçado, você vai à cozinha da empresa e serve-se de um aguado café que a diarista — que saiu de casa às cinco da manhã para não perder a hora — nunca aprendeu a passar. Que merda!

PS. Publique aqui seu currículo por sete dias, gratuitamente. Se ninguém ligar, se mate.

*Rui Werneck de Capistrano é consultor de novos paradigmas sociais

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© Tomas Rucker

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Soy loco por Teresina!

Banner para a mostra Mulher, 28º Salão Internacional de Humor do Piauí, 9 a 15 de maio, Teresina.

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Nostalgia

Ah, esses bolsonaristas amantes de armas… Mirem-se no exemplo do octogenário francês que baixou hospital com um morteiro entalado lá embaixo, coisa pra mais de metro. Temendo o disparo acidental, os médicos evacuaram o hospital para evacuar o francês do morteiro. Nessa altura da vida, não há como mentir e o francês abriu o jogo: o morteiro era seu dildo, um objeto sexual.

Nada mais disse ou não nos foi informado. Uma coisa é certa, o morteiro vinha da II Guerra, na qual a França aguentou pouco mais de um ano antes de se render à Alemanha. Desde então o morteiro e o francês viviam em união estável, ele antigo combatente do general Pétain, depois aliado de Hitler. Caso de nostalgia. Como os bolsonaristas, a começar pela deputada Carla Zambelli.

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© César Marchesini

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Crist

Cristóbal Reinoso – © Clarín

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O Natal que está dentro de nós

O saudoso Rubem Alves, que teve educação religiosa protestante, confessava que, quando menino, lá nas Minas Gerais, tinha uma única inveja dos católicos: o presépio, armado no Natal. A cabaninha coberta de sapé, Maria, José, os pastores, ovelhas, vacas, burros, misturados com reis, anjos e estrelas, numa mansa fraternidade, contemplando uma criancinha, mexiam com o pequeno Rubem. Também lhe comovia a alegria dos católicos mais humildes ao transformarem pobres salas de visitas em lugares sagrados.

Acho que todos nós, católicos ou não, sempre nos sentimos fascinados pelo presépio de Natal. Se não tanto pela cena, ao menos pela singeleza da representação. Rubem Alves dizia sentir uma tranquila beleza triste diante dela. Que fazia acordar uma ausência na alma dele, a lembrança de algo que teve e perdeu. A essa ausência, ele chamava de “saudade”. Mas, com precisão poética, fazia questão de advertir: “Eu não tenho saudade. É a saudade que me tem”. E, como Drummond, Rubem queria aconchegar a saudade nos seus braços. “Porque saudade é um estar em mim” – justificava, rogando que, assim, não o consolassem.

Ah, meu querido amigo Rubem! Quanta falta você nos faz!

Pouco importa se o presépio encerra uma verdade ou não. Se aconteceu efetivamente ou se é mero símbolo criado pela teologia católica passa a ser irrelevante. O que vale é que, com ele, as crianças do mundo todo são transportadas a um outro mundo, que não sabem bem o que é, mas que as encanta e lhes faz muito bem. Esqueçamo-nos da correria dos shopping centers e da volúpia comercial. Ainda que existentes, elas, na verdade, não fazem parte do verdadeiro Natal.

Rubem Alves lembrava um texto de Octávio Paz, que tinha como um de seus favoritos e que aconselhava ler devagar, “como quem rumina”:

“Todos os dias atravessamos a mesma rua ou o mesmo jardim; todas as tardes nossos olhos batem no mesmo muro avermelhado feito de tijolos e tempo urbano. De repente, num dia qualquer, a rua dá para um outro mundo, o jardim acaba de nascer, o muro fatigado se cobre de signos. Nunca os tínhamos visto e agora ficamos espantados por eles serem assim: tanto e tão esmagadoramente reais. Não, isso que estamos vendo pela primeira vez, já havíamos visto antes. Em algum lugar, onde nunca estivemos, já estava o muro, a rua, o jardim. E à surpresa segue-se a nostalgia. Parece que recordamos e quereríamos voltar para lá, para esse lugar onde as coisas são sempre assim, banhadas por uma luz antiquíssima e ao mesmo tempo acabada de nascer. Nós também somos de lá. Um sopro nos golpeia a fronte. Estamos encantados… Adivinhamos que somos de um outro mundo”.

O presépio era capaz de fazer isso com Rubem Alves. E, com certeza, faz com todos nós. Mexe com a criança que habita em nós. Por isso, não tem necessidade de explicações. “Na manjedoura, dorme uma criança” – sublinhava Rubem –, “e não existe nada mais comovente do que uma criança adormecida. Quem contempla uma criança adormecida, fica manso”. Até porque – concluía –, “uma criança adormecida não pede festas; pede silêncio e tranquilidade”.

Narra a tradição que o presépio foi recriado por São Francisco de Assis, no século XIII, e desde então passou a simbolizar a união dos mundos, dos animais e dos seres humanos com o divino. Na opinião de Francisco, além de marcar o nascimento do pequeno Jesus de Nazaré, o presépio é um elogio à humildade e à simplicidade. Tão bom se assim fosse…

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Vida animal

Orlando Pedroso

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Faça propaganda e não reclame

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