Bananeira ao vendaval de outono –
Noite de ouvir a chuva
Pingando numa bacia.
Pingando numa bacia.
Fábio Campana (14/10/2007) OEstado do Paraná.
(Enviada por Chico Nogueira)
Naqueles idos, existia em Curitiba um grupo de moços denominado Patrulha da Madrugada. “O que faziam eles então?” – pergunta e responde o professor e crítico Temístocles Linhares, no livro Relíquias de uma polêmica entre amigos, editado e prefaciado, em 1985, pelo então
secretário da Cultura René Dotti. “A altas horas, depois de visitar a redação dos jornais, onde alguns escreviam, rabiscando crônicas ou notícias, saíam em busca de melhores ares, a percorrer ruas e praças vazias, para conversar ou mesmo discutir os grandes problemas sem solução. Diga-se desde logo que, a despeito da inocência dessas conversas fiadas, às vezes em voz mais alta do que de costume, a patrulha era o terror das pacatas famílias curitibanas, não passando os patrulheiros de perigosos desordeiros, perturbadores da ordem e do sono dos que sonhavam com anjos e não concebiam poder apanhar o sereno da noite sem a maior ameaça para a saúde. No entanto, não havia nada mais ofensivo, seja em matéria de bem-estar do organismo, seja em benefício da ordem pública”.***
Neste feriadão, Curitiba quedou-se silenciosa e vazia. Pacata, como se estivéssemos nos idos de 1940. No meio da noite, podia-se ouvir o apito do trem na Serra do Mar, o ronco de Maneco Facão, e o alarido da Patrulha da Madrugada. Os pioneiros vampiros de Curitiba.
Dante Mendonça [14/10/2007]O Estado do Paraná