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Para a Turma da Mônica
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Tempos de chumbo
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Ainda dá tempo
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Ilustração de Iara Teixeira.
Na sala, o baile, onde se tocavam os sambas de partido entre os mais velhos, e mesmo música instrumental quando apareciam músicos profissionais, muitos da primeira geração dos filhos dos baianos, que frequentavam a casa. No terreiro, o samba raiado e às vezes, as rodas de batuque entre os mais moços. (….) As grandes figuras do mundo musical carioca, Pixinguinha, Donga, João da Baiana, Heitor dos Prazeres, surgem ainda crianças naquelas rodas onde aprendem as tradições musicais baianas a que depois dariam uma forma nova, carioca.(…)
Trecho do livro “Tia Ciata e a pequena África no Rio de Janeiro”, do professor e cineasta Roberto Moura.
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escrito pelo Roberto Moura. Ilust.de Iara Teixeira.
(…) a mais famosa de todas as baianas, a mais influente, foi Hilária Batista de Almeida, Tia Ciata, relembrada em todos os relatos de surgimento do samba carioca e dos ranchos, onde seu nome aparece gravado Siata, Ciata ou Assiata. (…)
Em 1876, com 22 anos, chega ao Rio de Janeiro, (…), sua mudança para a casa na Visconde de Itaúna simboliza a passagem do desfile de todo “Pequeno Carnaval”, o grande Carnaval de gente pequena, para a praça Onze. (….) Ciata de Oxum – orixá que expressa a própria essência da mulher, patrona da sensualidade e da gravidez, protetora das crianças que ainda não falam, deusa das águas doces, da beleza e da riqueza.
Na vida no santo e no trabalho, Ciata era festeira, não deixava de comemorar as festas dos orixás em sua casa da Praça Onze, quando, depois da cerimônia religiosa, frequentemente antecedida pela missa cristã assistida na igreja, se armava o pagode. Nas danças dos orixás aprendera a mostrar o rítmo do corpo e, como relembra sua contemporânea, dona Carmem, “levava meia hora fazendo o miudinho na roda” . Partideira, cantava com autoridade, respondendo os refrões nas festas que se desdobravam por dias, alguns participantes saindo para o trabalho e voltando, Ciata cuidando para que as panelas fossem sempre requentadas, para que o samba nunca morresse. (…)
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Os maiorais
Donga – Pelo telefone.
RIO DE JANEIRO – Bom da cabeça, mas meio lerdo do pé, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional reconheceu o samba carioca como “patrimônio cultural imaterial do Brasil”. Antes dele, o frevo e o jongo já tinham merecido essa homenagem, e o samba de roda da Bahia, indicado pelo Iphan, foi reconhecido pela Unesco como “obra- prima do patrimônio oral e imaterial da humanidade”.
Um dos motivos para o tombamento do samba é o seu papel como fator de identidade nacional: nenhum outro ritmo brasileiro foi praticado em tal escala e por tanto tempo – desde 1917, com o sucesso do samba- maxixe “Pelo telefone”. Nesses 90 anos, o samba esteve por cima, por baixo e, agora, começa a ficar por cima de novo. O Brasil soa melhor quando ele é a corrente principal da sua música popular.Estranha nesse reconhecimento que tenham sido destacadas três de suas formas: o partido alto, o samba-enredo e o de terreiro.
As outras 27 não contam? Que fim levaram o samba rasgado, o samba de Carnaval, o samba-choro, o samba-canção, o samba de breque, o samba-exaltação, o samba-boogie, o samba de gafieira, a bossa nova, o sambalanço, o samba-jazz, etc., apenas entre as variantes criadas no Rio? Como se Sinhô, Ary Barroso, Noel Rosa, Luiz Peixoto, Ismael Silva, Bide, Marçal, Custodio Mesquita, Wilson Batista, Ataulpho Alves, Assis Valente, Alcyr Pires Vermelho, Synval Silva, Roberto Martins, Bororó, Benedito Lacerda, J. Cascata, Vadico, Vicente Paiva, Pedro Caetano, Walfrido Silva, Gadé, Herivelto Martins, Dorival Caymmi, Antonio Almeida, Denis Brean, Janet de Almeida, Haroldo Barbosa, Geraldo Pereira, Claudionor Cruz, Antonio Maria, Luiz Reis, Billy Blanco e Tom Jobim, para ficarmos só com alguns compositores pré-1960, não fossem sambistas, e dos maiorais.
Ruy Castro
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Tudo pelos pêlos!
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Charge recente
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Cruelritiba, de olho na rua
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