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Cheirando coca
Um CEO contra os principais acionistas
Pelo plano antecipado pelo Bastidor, Ometto e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, trabalhariam para prorrogar o mandato de Bartolomeo à frente da Vale. Em seguida, o executivo Luís Henrique Guimarães, homem de confiança de Ometto, assumiria o cargo.
Hoje, o Conselho reuniu-se para votar a recondução de Bartolomeo. O resultado foi um empate de 6 a 6 com a abstenção de Guimarães.
Os votos expõem de onde vem a força de Ometto no Conselho – e de onde não vem. O presidente do Conselho, a Previ (maior acionista), o Bradesco (segundo maior acionista), o representante dos funcionários e os dois representantes dos minoritários votaram contra a recondução e a favor de uma lista tríplice para escolher um novo CEO, seguindo os critérios de governança da companhia.
Ometto, por sua vez, teve apenas um acionista relevante a seu lado: a Mitsui. Os demais cinco votos foram de conselheiros independentes, aqueles que, segundo o estatuto da mineradora, não devem ter ligação com os maiores acionistas. O ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung, por exemplo, é um dos independentes que têm vínculo estreito com o dono da Cosan. Guimarães, que era da Cosan, também.
De acordo com o estatuto, os conselheiros independentes não podem ter participação direta ou indireta superior a 5% do capital social da companhia ou vínculo formal ou declarado com acionista que a detenha.
A posição dos que votaram contra Bartolomeo, segundo fontes ligadas aos acionistas com quem o Bastidor conversou, não tende a mudar. A justificativa é que o CEO tem dificuldades naquilo que é considerado o maior problema da Vale hoje: as relações institucionais.
Votaram pela recondução Manoel Oliveira (Ollie) – independente; Douglas James Upton – independente; Vera Marie Inkster – independente; Paulo Hartung – que está na vaga dos independentes, mas foi colocado pelo Ometto; José Luciano Penido – independente; e Shunji Komai – Mitsui.
Votaram contra a recondução e para montar uma lista tríplice para escolher um novo CEO: João Fukunaga – Previ; Fernando Jorge Buso – Bradesco; André Viana Madeira – representante dos funcionários da Vale; Daniel André Stieler– presidente do conselho (Previ); Rachel de Oliveira Maia – independente; e Marcelo Gasparino – independente.
Publicado em O Bastidor
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Fraga
Publicado em fraga
Com a tag biscoito fino, fraga, José Guaraci Fraga, porto alegre
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Todo apocalipse tem seu fim
O Carnaval terminou, mas a apuração da micareta golpista continua
Demorou, mas o resultado está saindo. Com certo atraso, as primeiras notas da apuração começam a ser lidas pelos jurados.
A narrativa “Dos delírios de fraude eleitoral nasceu o esplendor de um golpe” foi magistralmente documentada de forma impressa e auditável em diversas minutas. O enredo foi colocado em prática numa reunião gravada em vídeo e provocou arrebatamento de uma legião de fiéis. No dia do desfile, os adereços verde-amarelos ornaram com os ônibus alegóricos e com os acampamentos em tons oliva. Um arraso! A perda de dois décimos se dá pela falta de originalidade da narrativa, claramente inspirada no enredo do Cordão do Capitólio.
Fantasia – Nota 10
A capacidade que o bolsonarismo tem de fantasiar a realidade é hors-concours. Sem falar no uso antológico do verde-amarelo, em todas as suas escalas de tonalidade, numa simbiose perfeita com o enredo.
Evolução – Nota 10
Não há dúvidas quanto à empolgação, coesão e vibração dos componentes. Invadiram a praça dos Três Poderes, quebraram tudo o que viam pelo caminho e destruíram todo o prédio do Supremo Tribunal Federal sem deixar buracos entre as alas. Até mesmo o recuo da bateria policial ocorreu em perfeita sintonia com o desfile.
Alegorias e adereços – Nota 9,5
Brilharam os elegantérrimos kits da marca suíça Chopard, os relógios Rolex e Patek Philippe e as joias exibidas pela ala “Mercadores da Arábia”. O destaque Valdemar da Costa Neto também surpreendeu com uma reluzente pepita de ouro. Outro destaque que será lembrado é Roberto Jefferson e suas granadas de luz e som. Mas onde sobrou glamour e riqueza faltou criatividade e inovação. O carnavalesco do golpe certamente faltou à reunião de cúpula gravada por Bolsonaro.
Harmonia – Nota 6
Talvez tenha sido o grande entrave que impediu a agremiação golpista de permanecer no Grupo Especial. Faltou harmonia, inclusive entre membros da diretoria militar.
A apuração da micareta golpista, no entanto, ainda não foi concluída. A Polícia Federal precisa revelar quem são os integrantes da Comissão de Frente para que os julgadores possam concluir seu trabalho.
Publicado em Renato Terra - Folha de São Paulo
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A arte do golpe
Não podemos esquecer os destemidos generais gregos, comandados por Leônidas e acompanhados de seus 300 soldados, que diante da ameaça de Ciro (ou Xerxes, não sei), rei da Pérsia que com milhares de combatentes ameaçava escurecer o céu das Termópilas com a sombra de suas flechas, morreram gloriosos, não sem antes responder com desdém: “tanto melhor, combateremos à sombra”. Tinha os generais da Guerra da Secessão a quem Abraham Lincoln pedia por favor para entrarem em combate. Uma vez, irritado, o presidente dos EUA mandou telegrama pedindo que um general lhe emprestasse seu exército, que ele próprio comandaria.
Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário
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Defesa de Bolsonaro questiona Moraes “vítima e julgador”
A petição foi encaminhada ao presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. “Diante do manifesto impedimento para a realização de qualquer ato processual no presente feito pelo seu nítido interesse na causa”, diz a defesa de Bolsonaro.
Moraes, “vítima e julgador”
Ao pedir o afastamento do magistrado, os advogados de Jair Bolsonaro alegam que Alexandre de Moraes não poderia ser o relator do caso, já que ele seria uma das vítimas.
“Uma narrativa que coloca o ministro relator no papel de vítima central das supostas ações que estariam sendo objeto da investigação, destacando diversos planos de ação que visavam diretamente sua pessoa”, afirmaram.
A defesa do ex-presidente também solicitou que todos os atos determinados por Moraes, que “assumiu, a um só tempo, a condição de vítima e de julgador”, sejam anulados.
O afastamento de Moraes do caso também foi requerido pela defesa de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro.
Operação Tempus Veritatis
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis.
Além de Bolsonaro, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e os ex-ministros Anderson Torres, Walter Braga Netto e Augusto Heleno também foram alvos da Polícia Federal.
Dois ex-assessores de Bolsonaro foram presos. São eles: Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens, e Filipe Martins, ex-assessor internacional da Presidência. Ao todo, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva em nove estados –Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás– e no Distrito Federal.
Bolsonaro recebeu plano de prender Moraes, Gilmar e Pacheco
O relatório que embasou a operação da PF aponta Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, e o advogado Amauri Feres Saad como autores da minuta do golpe que foi apreendida na casa do ex-ministro Anderson Torres. Segundo a PF, o documento teria sido entregue ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com a PF, a primeira versão do documento teria o pedido de prisão do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do STF.
O relatório mostra que entre as alterações solicitadas por Bolsonaro estava a retirada da previsão de prisão do também ministro do STF Gilmar Mendes, embora não a de Moraes, que ainda “foi monitorado pelos investigados”.
Publicado em o antagonista
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Mural da História – 2016
A aliança pela Vale
No começo do mês, o Bastidor revelou que Silveira fazia jogo duplo: defendia em público a opção de Lula por Guido Mantega e, em privado, trabalhava com Ometto para emplacar Luiz Henrique Guimarães, ex-presidente da Cosan. De lá para cá, de acordo com representantes de acionistas da Vale que conduzem as tratativas, a parceria entre Silveira e Ometto intensificou-se. Resultou num acordo entre ambos, cujos detalhes ainda são desconhecidos. O objetivo, contudo, é claro: ceder o comando da maior mineradora do país a Ometto.
Para viabilizar o plano, Ometto e seus aliados surpreenderam os demais acionistas, na última reunião do Conselho da Vale, com a proposta de reconduzir por mais um ano Eduardo Bartolomeo, o atual CEO da empresa, cujo mandato encerra-se em junho. Pelo acordo, Bartolomeo daria lugar a Luiz Henrique Guimarães, o homem de Ometto. Previ e Bradespar se opuseram à proposta. Eles querem um substituto para Bartolomeo, mas não pretendem entregar a Vale ao dono da Cosan.
Ometto, porém, não desiste. Além de fazer novamente carga em Brasília, conquistou apoio dos acionistas estrangeiros Black Rock e Capital Group Internacional. Não há sinal de que o empresário possa mudar de ideia – nem de que seus adversários na Vale, que agora incluem a Mitsui, possam recuar.
Os demais acionistas temem que, uma vez no comando da Vale, mesmo que indiretamente, Ometto use a mineradora em benefício de suas empresas: seja diretamente, seja pela força política dela. Além da Cosan, o empresário é dono da Compass, da Raízen, da Moove e da Rumo Logística, que recentemente conseguiu dois acordos vantajosos com o governo federal, graças a ajuda de políticos do MDB.
Havia a expectativa para uma nova reunião do Conselho ainda nessa semana, entre quinta-feira (15) e sexta-feira (16). Até o fechamento dessa reportagem, a Vale, porém, não havia confirmado se haveria uma nova assembleia.
A Previ, além de duas cadeiras no conselho, tem 8,7% das ações da Vale. A Mitsui tem 6,3% e a BlackRock tem 5,8%. Outros 5,3% são da própria empresa. Os 73,9% estão divididos entre acionistas minoritários que não ultrapassam os 5% das ações.
Publicado em O Bastidor
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O vício da jijoca
Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário
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