Aos poetas interessa a poesia. A poesia é necessária, embora o povo, na sua humildade peculiar, ainda prefira arroz com feijão. Ou no feijão com arroz da poesia.
Nascido em 1968 na pacata cidade de Piraí do Sul, no Paraná, Hilton Baudelaire só percebeu a gravidade do fato ao cometer, aos seis anos de idade, o primeiro soneto.
Único sobrevivente do grupo de paranistas que renovou a poesia e deus às letras nacionais nomes como Périplo Republicano e Sofisma Carvalhaes, só agora tem a petulância de vir a público e mostrar o seu repugnante lirismo incontido.
“Para Viver Um Grande Almoço”, por isso mesmo, só interessa aos poetas. E aos que ainda não almoçaram. Se vocês não sabem, o autor escreve bem. Não alinhava bem as idéias, pensamentos e só exige do leitor concentração absoluta para não perder o fio da meada, se é que existe fio e meada.
Certos romances policialescos são muito mais complicados e frequentam com assiduidade a lista dos mais vendidos. Pedimos desculpas aos leitores.
O ex-líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara Ricardo Barros (PP) pediu, nesta quarta-feira, o apoio do ex-presidente da República para disputar o Senado na vaga de Sergio Moro, caso o ex-juiz seja cassado pela Justiça Eleitoral.
Na conversa com Bolsonaro, na tarde desta quarta-feira, Barros afirmou ao ex-presidente que pesquisas internas apontam ele como o favorito na disputa. Além de Barros, pretendem brigar pela vaga de Moro a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o ex-deputado Paulo Martins (PL) e o deputado federal Sergio Souza (MDB).
Simpatia
Bolsonaro, por sua vez, não declarou qualquer apoio a Barros, embora tenha sinalizado ser simpático à ideia, conforme apurou O Antagonista. Para Barros entre outros políticos paranaenses, a cassação de Moro é dada como certa.
Ricardo Barros se aproximou de Jair Bolsonaro na segunda metade do mandato do ex-presidente da República. Ele foi considerado da tropa de choque governista e foi, inclusive, investigado na CPI da Covid, após intensa atuação do senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Procedimento
Como registramos, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), Sigurd Roberto Bengtsson disse a O Globo que o relator das ações, desembargador Luciano Carrasco Falavinha, não vai compartilhar previamente seu voto com os outros seis colegas que participarão do julgamento. Assim, a expectativa é que o julgamento não seja tão célere quanto se imagina.
Ou seja, todos conhecerão a posição e os argumentos de Falavinha no momento em que ele ler o parecer. Dificilmente se repetirá, por exemplo, o que ocorreu no julgamento da candidatura de Deltan Dallagnol no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando os ministros apenas seguiram o voto do relator Benedito Gonçalves, num processo que levou poucos minutos após a formalidade da leitura do relatório. Deltan foi cassado por unanimidade.
Para que a data do julgamento seja marcada, ainda falta formalizar a nomeação de José Rodrigo Sade para o TRE-PR. Sade contou com o apoio do grupo Prerrogativas, os advogados ligados ao petismo que sucatearam legados jurídicos da Operação Lava Jato no combate à corrupção.
Rússia, Eslovênia, Israel, Irã, demais palestinos em fúria, Estados Unidos da América. Está todo mundo brincando, irresponsavelmente, com o planeta em que vivemos. E aí sou remetido ao saudoso Rubem Alves. Em um volume intitulado “Pensamentos que penso quando não estou pensando” (quem, além de Rubem, seria capaz de idealizar um título assim?), na crônica que fecha o volume – “Bolha Terra Chamando…” –, o mestre confessa que mais do que a própria morte e a morte das pessoas que ele ama, o que mais lhe dói é a possibilidade da morte prematura da nossa Terra. Sim, Terra, este belo planeta tão judiado por todos nós. E o mais trágico – destaca ele – será se ela morrer antes da hora, assassinada por seus próprios filhos.
Rubem confessa o assombro dele com o nascimento de coisas tão lindas e mansas de uma enorme explosão ocorrida há 15 bilhões de anos, o Big Bang descoberto pelos cientistas: “Do caos nasceram ordem, vida e beleza,” – registra – “da mesma forma como uma bolha de sabão sai, perfeita, do canudinho que o menino sopra”.
E foi exatamente aí que ele se assustou, temendo que a bolha, tão bonita e perfeita, estoure antes da hora. Sabe o leitor por quê? Por essa desgraça que damos, animadamente, o nome de “progresso”.
— Todos os candidatos a presidente, todos, indistintamente, de direita e de esquerda, prometem “progresso” – sublinha o nosso Rubem, acrescentando: “Mas nenhum deles promete preservar a natureza. Qualquer menino sabe que a bolha de sabão é frágil. Não pode crescer sempre. Se crescer além do limite, ela estoura. E a nossa Terra é precisamente uma bolha frágil que navega pelos espaços vazios, bolha onde apareceram, miraculosamente, as condições para que a vida viesse a existir. Mas, se essas condições desaparecerem, a vida deixará de existir”.
Como de costume, continuo concordando com Rubem. E a razão dessa concordância é explicada por ele mesmo, em outro pensamento, quando responde por que se gosta de um autor: “Gosta-se de um autor quando, ao lê-lo, tem-se a experiência de comunhão”. Por isso, o leitor brasileiro tanto amou e continua amando, como eu, Rubem Alves. Parafraseando as suas próprias palavras, tão carregadas de verdade e sabedoria, ao lê-lo, nós nos lemos. Melhor: nos entendemos. “Somos do mesmo sangue, companheiros no mesmo mundo” – enfatizava ele.
Rubem sempre se disse preocupado com o planeta Terra, com os males que ele tem sofrido. E foi direto ao xis da questão:
“Muitas críticas justas já se fizeram ao capitalismo, de um ponto de vista ético, em sua tendência de produzir pobreza e concentrar riqueza. Mas raramente se fala sobre o capitalismo como um sistema autodestrutivo que, para existir e gozar de boa saúde, tem de estar num processo de crescimento constante: mais empregos, mais trabalho, mais devastação da natureza, mais monóxido de carbono no ar, mais lixo – seis bilhões de quilos de lixo por dia! –, mais exploração dos recursos naturais, mais florestas cortadas, mais poluição dos mananciais… Até quando a frágil bolha suportará?”
Difícil responder quando temos entre nós, lançando bombas uns nos outros e matando impiedosamente gente inocente, gente com Vlademir Putin, Volodymir Zelensly, Benjamin Natanyahu, Ebrain Raisi, Joe Biden e outros luminares do Hamas, Fatah e assemelhados, em busca de territórios, sangue e poder.
Resta-me apenas – o que fazer? – pedir a proteção divina, quem é crédulo, ou sugerir ao amigo leitor que, se ainda não conhece, procure conhecer o mais breve possível a referida e valiosa obra de Rubem Alves. Com ela, certamente, ficará um pouco mais iluminado e, em vez de preocupar-se com o mercado, com os canalhas que nos governam, com o progresso e bobagens que tais, passe a dar mais importância aos campos verdes, ao céu azul, aos beija-flores, aos rios que escorrem entre as pedras, ao vento que balança as arvores, às flores dos jardins – coisas que tanto encantavam Rubem Alves e devem encantar a todos nós, habitantes desta maravilhosa e frágil “bolha de sabão”.
S. – E a fala de Luiz Inácio, comparando o bombardeio de Israel ao território de Gaza ao Holocausto? Infeliz, sem dúvida. Tal qual a decisão de Benjamin Natanyahu, considerando Lula “persona non grata”. Não creio que o brasileiro tenha perdido o sono por isso. Até porque o que acontece na Faixa de Gaza é um autêntico genocídio, que está matando deliberadamente civis, mulheres, crianças e idosos, destruindo hospitais, escolas e creches. Pode não ser o Holocausto, e não é, mas genocídio – definido pelo Larousse como “extermínio sistemático de um grupo humano nacional, étnico ou religioso” – é. Além do mais, que tamanho tem o atual primeiro ministro de Israel para admoestar o presidente do Brasil?! Ele deveria lembrar que Israel só existe pela atuação de um brasileiro, Oswaldo Aranha, então presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Deputados bolsonaristas cobram do líder do PL na Câmara, Altineu Cortes (RJ), uma postura mais firme contra o presidente da casa, Arthur Lira (PP) , que ameaça não cumprir um acordo que daria o comando da Comissão de Constituição e Justiça ao partido este ano.
À bancada, Altineu tem repetido que a indicação da deputada Carol de Toni (PL-SC) para o posto pode sofrer um revés na votação entre os membros da comissão para a escolha do presidente. O discurso é o mesmo usado por Lira, mas não convence os parlamentares mais ligados a Bolsonaro.
O acordo, que Lira agora resiste a cumprir, foi fechado quando ele disputava a reeleição para o cargo, em fevereiro do ano passado. O PT ficaria à frente da CCJ, com Rui Falcão em 2023, e na sequência assumiria o PL.
Mais próximo do governo do que no início do mandato de Lula, Lira pretende usar a presidência da CCJ, a mais importante da Câmara, para alavancar candidaturas de aliados. Uma possibilidade é ceder o posto a Elmar Nascimento (União Brasil-BA), seu preferido na sucessão.
A manobra fez a insatisfação da bancada bolsonarista com Lira. Os deputados esperavam uma reação do presidente da Câmara às investidas do Supremo Tribunal Federal contra parlamentares ligados a Bolsonaro. Lira não disse nada publicamente. A oposição articula uma reação com apoio de parlamentares da base governista.
A falta de firmeza de Altineu com Lira neste momento é o que tem mais irritado os bolsonaristas do PL. Em reuniões da bancada, Altineu só repete o que Lira usa como argumento para não cumprir o acordo.
“Ninguém vai votar diferente do que o Lira quer. O União Brasil, o PP e o PL são partidos que só fazem o que ele quer. Ele tem que garantir, pois foi o fiador do acordo”, disse um deputado sobre o presidente da Câmara. A bronca é que Altineu já foi cooptado por Lira, mesmo contra a vontade da bancada que ele representa.
Ela administra sua vida diária com um senso de consciência, enquanto mantém um grande segredo para si mesma, e ela decide se encontrar com um diretor mais jovem que a convidou para participar de seu projeto, e depois que eles se encontram, chove repentinamente.
Sangok (Lee Hye-young) nunca morou em um apartamento de alto padrão e se pergunta como sua irmã (Cho Yun-hee) consegue viver nesta altura todos os dias. Alguns dias atrás, ela meio que apareceu para ficar com a irmã e agora está se acostumando com a vida na Coréia. Mesmo que guarde um grande segredo, ela vive a vida um dia de cada vez com a consciência limpa. Um certo diretor (Kwon Hae-hyo), alguns anos mais novo que ela, pediu para ela se juntar ao seu projeto e, após uma recusa educada, eles concordaram em se encontrar pela primeira vez hoje. O centro de Seoul está repleto de vielas estreitas que abrigam pequenos bares antigos, e é ali que eles se encontram. Quando eles estão ficando bêbados, há chuvas repentinas e trovões.
Acusado de fazer sempre o mesmo filme, Hong Sang-soo permanece um mistério para mim. Como alguém consegue captar tão bem pequenos gestos e emoções com planos tão abertos? Como consegue revelar tanto em situações que dentro de estruturas narrativas convencionais são taxadas de desnecessárias? De fato, seus filmes podem parecer os mesmos e com certeza não devem apelar para todos. No entanto, não seria a vida repetitiva? Uma série de momentos desordenados, sem climax, que mesmo ausente de sentido ainda sim nos revela momentos incríveis?
“In Front of Your Face” é um filme curto (só 85 minutos), porém que esconde um mundo inteiro dentro dessa duração. Assim como “Memoria”, filme de Apichatpong Weerasethakul também lançado esse ano, ele é movido pela nossa necessidade de olhar. Eles apresentam o mundo como ele é, com suas tristezas e alegrias, e assim como Sangok, nos deixamos levar por ele. Ao invés de limitar seu filme com momentos precisamente modulados, que nos dizem o que ver e sentir, Hong nos deixa livre para observar. Como o filme faz questão de afirmar, o paraíso está “na frente dos nossos
Diretor: Hong Sang-soo|Cinematografia: Hong Sang-soo|Música: Hong Sang-soo Distribuição: The Cinema Guild|Produção: Hong Sang-soo, Kim Min-hee.
DEPOIS de décadas a redondeza aqui de casa recebe rampas bonitinhas e práticas para cadeirantes, ciclistas e entregadores de mercados. Tudo beleza, pela metade, o prefeito carola não aprendeu com Deus a fazer obra inteira: faz a pista e não tapa os buracos nem nivela a calçada (o cadeirante embala para subir na rampa depois de tourear os carros que vêm à toda e estrepa nos buracos, falhas e desníveis. Curitiba vive a cultura estúpida de que a calçada é ônus do munícipe, não no município). Ainda bem que aqui o lugar é alto, somos privilegiados os do Centro da grama alta e da segurança baixa: a chuva não empoça nas rampas, nem o alagamento engole casas e automóveis como no Cajuru. Nunca antes tivemos um prefeito perfeito como o de hoje, homem forte no circo e escasso no pão, que está por aí desde o tempo em que discordava da pintura da catedral e depois, com o complexo do imperador Constantino, encarapitou querubins fora de escala na coluna ali perto da praça do índio baixote – que no devido tempo foi despachado para longe dos drogaditos, traficantes e assaltantes.
o azar, depois de muito tempo perdido
entre fichas e baralhos de um cassino
resolveu casar e ganhar um filho
com a sorte, de quem hoje ó legítimo marido
para a sorte foi um casamento magnífico
pois cansara de ser uma principiante
com ela, azar seria um homem muito rico
desde que não possuísse nenhuma amante
mas surgiu na história uma tal de probabilidade
e a sorte logo percebeu os jogos de azar
isso reacendeu a velha rivalidade
e, pela sua regra, ele teria que pagar
“azar, vamos colocar as cartas na mesa”
disse, com a garantia de que iria ganhar
“sorte, pela probabilidade, vou perder, com certeza,
mas ó nela que eu vou apostar”
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