Quais os direitos e deveres que envolvem as praias?
Os principais são o direito ao Sol, o mar balneável, uma estrutura servida com acesso à água potável e o tratamento de esgoto.
A especulação imobiliária que se assenhorou das cidades brasileiras determinou por meio de seus representantes nas câmaras de vereadores, a liberdade para construir prédios à beira mar que impedem o direito ao Sol e à brisa, mas que geram lucros milionários aos seus senhores.
Daí surge também o negócio do alargamento das areias das praias com aterramentos regiamente custeados por recursos públicos, que destroem a fauna e a flora marinhas e reduzem a força das ondas. Um rendoso negócio de reposição da areia que vai embora e tem que ser reposta, de quando em quando, normalmente, em anos pré-eleitorais.
Várias cidades praianas estão nesse mercado; com piscina com borda infinita, apartamentos para investimentos.
E o Sol? – Está sendo coberto pelas sombras imobiliárias.
Há deveres que são descumpridos; a porcentagem do tratamento de esgoto da orla brasileira está longe dos índices das praias do primeiro mundo, a postura dos banhistas também, a cada aglomeração de final de ano e das temporadas surgem milhares de toneladas de lixo largadas pelos usuários.
E o direito prevenir afogamentos?
Outro aspecto que também diz respeito à desatenção do balnear-se em águas improprias e a estrutura de salvamentos.
As coisas se resumem à administração do zoneamento urbano das praias, que é feita ao bel prazer dos donatários dos municípios. Que investem também em shows, mas esquecem do básico. Em resumo, dão o circo e esquecem do pão.
E os mangues, berçários da vida marinha?
Igualmente sofrem com o avanço de empreendimentos predatórias. Entram, nesta conta os resorts, hotéis exclusivos e as suas praias privativas.
Há a desterritorialização da orla brasileira, pela compra das pousadas, dos hotéis e o sistema digital de locações, adquiridos por grupos de investimentos estrangeiros.
O Sol, os ventos marítimos, a brisa e outras coisas habituais das praias começam a escassear, – é a força desse novo mercado que invade gradual e irreversivelmente o país.
Vários autores defendem que as praias são os locais mais democráticos do Brasil, todos de chinelos ou descasos e de roupas de banho, onde as classes sociais se confundem. Será? A beleza da orla brasileira é do povo e das próximas gerações.
Eu, Khorn Gachet, respiro aqui na ilha de Ouríssas e acho que o Deus é aquele que está no quartzo, mas não é o quartzo; é aquele que está na baleia jubarte, mas não é a baleia jubarte; é aquele que está na respiração de Khorn Gachet na ilha de Ouríssas, mas não é nunca – o Deus –, a respiração de Khorn Gachet na ilha de Ouríssas.
Porque Khorn Gachet sou eu e sei que não existo. O que há é o Deus se fazendo de desentendido, um braço de mar atrás das montanhas que circundam a baía e algumas estrelas cadentes que despencam do escuro céu das noites de Ouríssas se Dona Lua não nos deu o ar da graça.
Eu, Khorn Gachet, respiro as luas de Ouríssas. E se é tormenta em mar sinistro, deito ao convés de minha galé errante, posto que, em Ouríssas, não sou o Deus, mas o olho Dele na escotilha – se me faço entender, se me faço entender melhor.
Ouríssas é pequena como uma pedra sob o sol, ao largo dos promontórios de Khür, que ruem sobre as águas, em estrépito contínuo. E povoam, a ilha, os pássaros, além de servirem generosamente, a mim, Khorn Gachet, e à minha não pequena distração, momentos de intenso devaneio ou dessa coisa precária e insuficiente a que chamam alegria.
A última vez que eu, Khorn Gachet, medi, a passos, o diâmetro de Ouríssas, cruzando-a de Leste a Oeste em busca de seu equador perfeito, trombei com nuvens que me fizeram tornar à galé, alguma vez ferido de seus raios e elétricos, estrondos de estilhaçar um coração mais fraco. Eu, Khorn Gachet, também da estirpe militar dos Bragança, logrei resistir aos feitiços de Ouríssas.
Nas noites crivadas de morcego, e sem lua, só o barulho do mar à praia, a hora sabendo a sal, duas vezes ao menos amarrei-me eu mesmo ao mastro da galé, único recurso para não sucumbir ao chamamento terrível das águias e do brilho delas em metálico prata, das águias que silvam, às centenas, cruzando o céu de Ouríssas feito uma chuva diagonal do abismo.
Não crocitam nem piam as águias de Ouríssas, sereias de asas; antes nos convocam a um cio de penas e penachos; escruciante maneira com que o instinto clama por um gozo que é farpa, que é farpa e chama.
Em Ouríssas, afinal, alcançamos, eu Khorn Gachet e meus navais, vencer o pior – a nós mesmos.
E por isso, os navegantes de Hérida somos tão orgulhosos desta ilha próxima ao incessante ruir dos promontórios de Khür. Antes que tudo afunde – de uma só vez e golfada. Ouríssas, Ouríssas, meu amor.
Não me deixe sem notícias Sinais de fumaça – quem sabe Acordo assustada com os gritos Semana passada aconteceu de novo Dessa vez foi uma menina A noite e seus vertiginosos túneis Por isso prefiro existir de dia Salvo sua alma de um quase naufrágio com beijos emergenciais Teu hálito de anti-depressivos Contra minha bala de gengibre A quem queremos enganar? Ainda assim, arranco um gozo no deserto de teu corpo Nossa transa se assemelha aquelas danças Em que um dos dois é um boneco de pano Você, essa ilha margeada de tristeza E o maldito romantismo sussurando ao meu ouvido Aguenta mais um pouco, só mais um pouco, assim Me desafogo de ti com a mudez dos soldados que retornam das guerras Arrumo a casa, faço a melhor comida Aviso que eu mesma sairei para comprar as flores Caminho em dias de sol A neblina do amor pesa em meus olhos Não vou dizer, mas quero deixar bem claro Estou contando as horas pra que essa temporada de eternidade acabe
“As providências, quando necessárias, serão tomadas em conformidade com as decisões jurídicas acerca do assunto”, dizem os militares sobre a Operação Tempus Veritatis.
As Forças Armadas definitivamente não embarcaram nos planos de Jair Bolsonaro e seu entorno. O Exército reforçou na noite de segunda-feira, 12, uma mensagem que transmitiu no dia em que foi deflagrada a Operação Tempus Veritatis (tempo ou hora da verdade), que investiga uma trama para golpe de Estado: vai colaborar com as investigações e aguardar seu desfecho para tomar as providências “quando necessárias”.
Em nota reproduzida pelo jornal O Globo, o Exército diz que “prima pela legalidade e pela harmonia entre os demais entes da República” e reitera que “vem colaborando com as autoridades policiais nas investigações conduzidas”. Segundo os militares, “as providências, quando necessárias, serão tomadas em conformidade com as decisões jurídicas acerca do assunto”.
Em 8 de fevereiro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação, o Exército, comandado pelo general Tomás Paiva (à esquerda na foto com o ministro da Defesa, José Múcio), já tinha divulgado mensagem para dizer que acompanhava a ação e prestava “todas as informações necessárias às investigações“.
E os comandantes?
A conduta irritou o senador Hamilton Mourão (Republicanos-DF), que cobrou os comandantes militares da tribuna do Senado. “No caso das Forças Armadas, os seus comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais que atingem seus integrantes ao largo da Justiça Militar”, discursou Mourão, que foi vice-presidente de Bolsonaro, mas não apareceu, até o momento, entre os investigados pela PF.
No dia seguinte, mais calmo, o senador emendou o discurso por meio de uma nota. “Mourão destacou que o País vive uma situação de não normalidade, mas que, mesmo neste cenário, é preciso ‘…afastar claramente qualquer postura que seja radical, de ruptura, mas temos que repudiar os fatos que estão ocorrendo…’”, diz a mensagem.
“Quando afirmou que ‘os comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais’, não incitou, e nem se referiu, a nenhum tipo de ruptura institucional ou golpe”, completa a nota, divulgada na sexta-feira, 9.
Colaboração
O Globo destaca ainda que o Exército só deve abrir apurações disciplinares sobre os alvos da operação após a conclusão das investigações da Justiça, mas vai cumprir os pedidos de afastamento das funções da ativa. Os militares participaram da escolta do coronel Bernardo Romão Corrêa Netto dos EUA para o Brasil, por exemplo. Ele foi preso no domingo, 11, após retornar ao país, e levado para o Batalhão da Guarda Presidencial.
Se algum bolsonarista ainda acreditava na possibilidade de as Forças Armadas se envolverem em um golpe de Estado, a conduta da cúpula militar em relação à Operação Tempus Veritatis deve acabar com as últimas esperanças.
Conheci Crist e Fontanarrosa no Salão de Humor de Piracicaba, em 1974. Ganhei também um desenho de El Negro, Fontanarrosa. Mas, el pibe, fez o dibujo com caneta hidrográfica e, com o passar do tempo, sumiu. Dizia: “Para Vera, con cariño, de Fontanarrosa”.
DE LUIZ CLÁUDIO Lula da Silva no X (ex Twitter) sobre a supressão de trecho de homenagem a Marisa Letícia inserido por Lula na publicação da Fundação Perseu Abramo para celebrar os 44 anos do PT. O texto original dizia o seguinte: “No começo era apenas um retalho de pano vermelho, que a Marisa pegou e costurou uma estrela branca por cima”. Quatro horas depois o site da Fundação deletou a parte em itálico, de autoria de Lula – autoria visível à simples análise de estilo. No mesmo dia, em reviravolta digna dos anais estalinistas, o trecho suprimido foi restaurado no site da Fundação. A revolta de Luiz Cláudio é gratuita, seja pelo papel da mãe como matriarca do PT, seja como mártir do partido, pelo qual pagou com a saúde e com as dores da perseguição à família.
Basta lembrar a campanha de Fernando Collor, que trouxe para o palco da sujeira a relação de Lula com a mãe de Lurian, sua filha mais velha, nascida de relação com Mirian, que foi à televisão difamar o então candidato. A revolta de Luiz Cláudio não parece ser gratuita, pois no mesmo X ele acrescenta à defesa da mãe que “coisas estranhas vêm acontecendo” – uma insinuação que é sobre o BBB24. Óbvio que a trapalhada – cuja fonte e inspiração não é difícil adivinhar – teve o objetivo de obliterar o papel histórico de Marisa Letícia, a quem Lula jamais cansou de valorizar e dedicar juras de amor. O que se desenha é um conflito emocional e psicológico de significação, esse que a Janja da Silva desenha para si mesma, da ressignificação da primeira dama (coisa idiota que, fizesse sentido, estaria na Constituição).
Como este Insulto partilha suas muitas dúvidas e as pouquíssimas certezas com os leitores, uma destas – diria categórica – é que nos sucessivos textos da Fundação sobre o aniversário do PT travou-se luta entre a ressignificação e a dessegnificação com a vitória da verdade, que foi a significação, quase um drama shakespeareano, em que o vivo combate o espírito do morto que o atormenta.
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estas palavras são cópias de outras palavras de outras palavras de corbiére e foram minhas últimas palavras não necessariamente nesta ordem
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