Kate Lyra. ©Antonio Guerreiro

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Só tratores? Milícias e garimpeiros também deveriam desfilar para Bolsonaro

O governo federal vai inovar e colocar 28 tratores desfilando ao lado de tanques e blindados na celebração do 7 de Setembro, em Brasília, como informa a Folha de S.Paulo nesta quinta (25). Não é uma homenagem ao agronegócio, mas uma prova de que o Bicentenário da Independência foi sequestrado pelas necessidades eleitorais do presidente.

Tão inegável quanto a importância da parcela do agronegócio que segue as leis para a economia nacional é a instrumentalização que Jair Bolsonaro faz do setor. Com base em seus discursos e ações, a impressão no exterior é de que a agropecuária brasileira odeia o meio ambiente e os direitos de indígenas. O que é péssimo para os negócios.

Mas já que o presidente vai homenagear no desfile um dos setores que o apoiam, deveria fazer o mesmo com outros – sem vergonha de que esses outros joguem fora das quatro linhas da Constituição. Com a expertise carnavalesca brasileira, seria um sucesso mundial. Ia dar destaque até no New York Times.

O 7 de Setembro deveria trazer um bloco dos garimpeiros ilegais. Escavadeiras e grandes dragas sobre rodas despejariam lama na Esplanada dos Ministérios, enquanto um grupo viria atrás, coberto de pó dourado e armado até os dentes. Na caçamba de uma picape, crianças indígenas com sarampo, tuberculose e outras doenças transmitidas pelo contato com o garimpo, acenariam ao público.

Logo na sequência, para não perder a coerência, viria a ala dos madeireiros ilegais e dos grileiros de terra. Carretas com toras gigantes de angelim vermelho abririam essa parte do cortejo, seguidas por homens e mulheres carregando tambores de gasolina – usados para iniciar as queimadas que servem para limpar o solo e bombar o aquecimento global. Depois, viriam bois, muitos bois.

A fim de ter uma experiência completa, o ideal seria que uma máquina lançasse fumaça preta na multidão. Na falta dela, a função poderia ficar com um daqueles blindados fumacentos da Marinha que desfilaram para Bolsonaro em 10 de agosto do ano passado.

No ar como na terra. Para além da Esquadrilha da Fumaça (adoro), e de rasantes com jatos da Força Aérea Brasileira, o governo federal deveria convidar pequenos monomotores que decolam diariamente de mais de 1,2 mil pistas de pouso ilegais na Amazônia. São eles que abastecem o crime ambiental e evadem riquezas para fora do país sob a leniência do poder público.

Para que parar no campo? É importante seus seguidores nas cidades também estarem devidamente representados nesse momento cívico-eleitoral.

Um bloco dos milicianos do Rio de Janeiro teria carros de luxo com placas cobertas com adesivo, carros alegóricos mostrando instaladores de GatoNet, representantes de financeiras que agem como agiotas e motoristas de vans. Seriam seguidos de pessoas portando rifles vindos do tráfico internacional de armas, que carregariam estandartes com o rosto de Marielle Franco e outras vítimas.

E já que eles estarão mesmo assistindo ao evento por que não dar a eles um espaço no desfile?

Sim, os autointituladas homens e mulheres de bem, carregando suas faixas pedindo que as Forças Armadas baixem “intervenção militar” e que o presidente dê um autogolpe de Estado. Mas também exigindo a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral e de jornalistas e, claro, atacando as urnas eletrônicas e o sistema brasileiro de votação.

A CBF poderia patrocinar essa ala. Ou grupos de WhatsApp de empresários aliados do presidente poderiam patrocinar todo o desfile.

Tudo isso seria um suco tão denso do Brasil de Bolsonaro que, não duvido, o coração de Dom Pedro 1º, tirado de seu descanso em Portugal para saciar as necessidades eleitorais do presidente, voltaria a bater. Pedindo para voltar para casa, claro.

Equipe Ultrajano

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É hora de rezar

Não serei capaz de dizer que foram 40 minutos de puro desperdício de tempo, porque alguma coisa sempre fica. Depois da “entrevista” concedida pelo enlouquecido de Brasília ao Jornal Nacional, decidi o meu voto. Voto em William Bonner para presidente e Renata Vasconcellos para vice.

O “coiso” chegou com colinha na palma da mão e grande comitiva, imaginou constranger, assim, a Rede Globo. Qual o que! Foi o mesmo de sempre: vazio, idiota, tropeçando na língua e nas palavras e – sobretudo – uma presença profundamente desagradável na telinha.

Eu achava que o indigitado não compareceria ao estúdio global. Compareceu, mas foi como se não tivesse comparecido. Não tem o que dizer, não tem obra para mostrar, só as bobagens e os crimes que cometeu, por ação ou omissão. Em alguns momentos, repetiu o Maluf – lembram-se dele?! Perguntava-se a ele por que fora tão corrupto em sua passagem pela administração pública. E ele com a tradicional cara-de-pau e o sorriso cínico de praxe nos lábios, respondia com convicção: “Quero dizer que ninguém fez mais do que eu no governo”. E desfilava quilômetros de asfalto, viadutos e coisas que tal.

O capitão é o Maluf dos tempos atuais, com algumas pitadas de Collor. Vejo-o na televisão, contenho a ânsia de vômito e indago-me: Como o eleitor brasileiro fui capaz de colocar na presidência do Brasil, para governar o Brasil, um desqualificado desse naipe?!

E o eleitor? Desgraçadamente, é quem dá poderes a essa gente. Em regra, vota em quem as pesquisas apontam na liderança, como se eleição fosse corrida de cavalos. O cardápio que lhe é oferecido também não ajuda.

Então, ao que tudo indica, o capitão vai recolocar no trono o “Sapo Barbudo”, assim nomeado pelo velho Brizola. Ele, em si, recasado recentemente, não será o grande problema. A desgraça será quem ele trará de volta – aquela malta, tão daninha quanto os milicos de hoje – que repetizarão o Brasil e saborearão o poder pelo poder. E a conta será paga por todos nós.

Por isso, se você é religioso, prezado leitor, reze; se não é, chore. De minha parte, lembro-me, com profunda tristeza, das cartas de Albino Forjaz de Sampaio, da Academia das Ciências de Lisboa, publicadas em “Palavras Cínicas”, editadas pela livraria carioca H. Antunes, nos idos de 1936 e mais atuais do que nunca, e das quais extraio trecho da Primeira Carta:

“Aqui, para triunfar, é preciso ser mau, muito mau. Sê mau, cínico, hipócrita e persistente que vencerás. Serás aclamado, respeitado, invejado. Ri do Bem e da Virtude, da Alma e do Sentir. Ri de tudo, que é preciso que rias. Abafa um protesto com um sorriso, uma agonia com uma gargalhada, um estertor com uma praga.”

“Não ames nem creias. Todo homem que ama é homem perdido e todo aquele que crê nunca será ninguém. (…)

“Lembra-te que o ódio dá mais prazeres que o Amor.

“Se és bom, serás ridículo; se és mau, serás temido.

“Ou serás vencido ou vencedor. Se vencido, esperam-te todas as humilhações, desde o desprezo até a compaixão. Se vencedor, todos os triunfos, desde o respeito ao Capitólio.”

Dito isso, hoje nada mais digo. Não sou religioso, mas vou rezar. Já cansei de chorar.

P.S. – Ao contrário do desequilibrado do Planalto, Ciro Gomes foi bem na sabatina da Globo. Dominando o costumeiro destempero, mostrou conhecer os problemas do Brasil e ter um programa de governo, ao contrário dos demais concorrentes. Aí está um candidato a ser considerado. Vou considerar.

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Sujeira

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Cocô bambu

FOI SÓ a PF cumprir a ordem do ministro Alexandre Moraes e dar incerta na casa dos empresários bolsonaro-golpistas para todos arrepiarem pelos e cabelos. Telefones apreendidos, mensagens divulgadas, o grupo minguou horrores. Das centenas restaram 14. E a urucubaca começa a bater, a começar pelo Véio da Havan, que teve embargada uma nova loja cafona em Santa Catarina. Infelizmente num dos shoppings de outro golpista (por sinal dono de nosso Shopping Barigui), o povo gritou que “melhor golpista que ladrão” para defender Bolsonaro (gente que acha que rachadinha é outra coisa, de comer). O Coco Bambu, de um dos mais desvairados entre os golpistas, ainda terá o apelido de Cocô Bambu.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
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Um golpe nos empresários golpistas

Alexandre de Moraes acertou na mosca ao mandar a PF investigar os empresários bolsonaristas. Mas ainda há gente que diz que as mensagens do grupo foram truncadas

Não chegam a surpreender os nomes dos oito donos de empresas atingidos pela operação de busca e apreensão da Polícia Federal, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. Lá estão figurinhas bolsonaristas carimbadas como Luciano Hang, das lojas Havan, Afrânio Barreira Filho, dos restaurantes Coco Bambu, e José Koury, dono do Barra World Shopping. Também integram a lista José Isaac Peres, da Multiplan, dona do Barra Shopping, Ivan Wrobel, da W3 Engenharia, Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii, e Luiz André Tissot, da Sierra Móveis.

Todos participam de um grupo de WhatsApp batizado de “Empresários & Política”, que no fim do mês passado dedicou-se a uma conspiração aberta contra a cada vez mais provável eleição do ex-presidente Lula. As conversas virtuais de ostensivo teor golpista foram reveladas pelo jornalista Guilherme Amado, no site Metrópoles.  Segundo a reprodução, José Koury afirma que preferia “um golpe à volta do PT”. “Um milhão de vezes.” Raymundo, da marca de surfe Mormaii, entrou na onda e disse que “golpe” foi o Supremo ter agido fora da Constituição e mandar “soltar o presidiário”, referindo-se a Lula. Já André Tissot afirmou que o golpe deveria ter ocorrido no início do governo Bolsonaro, em 2109, que assim ganharia mais 10 anos de mandato.

Tudo isso foi dito às claras, com apoio e palmas dos demais envolvidos. O grupo de empresários vai muito além da simples oposição ao ex-presidente Lula e ao PT. Os conspiradores mandam às favas todos os escrúpulos e pregam o golpe e a virada de mesa. Eles investem contra a Constituição e a Democracia sem nenhum pudor. E, procurados pelo repórter do Metropóles, não desmentiram o teor das mensagens. No entanto, mostraram-se espantados com a ação da PF e a decisão do ministro Moraes de investigá-los. Em São Paulo, o ex-capitão Bolsonaro solidarizou-se com o grupo e perguntou se ação policial era “proporcional” e “razoável”.

No mesmo tom de Bolsonaro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, divulgou nota destacando que não foi consultado pessoalmente pelo STF e o procedimento adotado não foi usual. Disse também que Alexandre de Moraes estaria incorrendo em “ativismo político”. É estranho, para não não dizer espantoso. O STF manda investigar uma conspiração antidemocrática e a PGR se diz atropelada. Confirma-se que o Brasil, nestes dias sombrios de ameaça autoritária, tem uma Procuradoria-Geral da República contrária à preservação do Estado Democrático de Direito.

Mesmo com o apoio de Aras e Bolsonaro, os empresários não tiveram a ousadia de criticar a decisão do STF. Reagiram com bastante prudência. No máximo, argumentam que as mensagens no WhatsApp foram publicadas fora de contexto. Joseph Nigri, da Tecnisa, segundo o advogado, “rechaçou qualquer envolvimento com associação criminosa ou práticas que visam à abdicação do Estado Democrático ou preconizam golpe de Estado”. Luciano Hang negou que tenha defendido golpe ou atacado o STF agora. E Ivan Wrobel, da W3, chegou a dizer que tem “um histórico de vida completamente ligado à liberdade”. Conta que em 1968, quando aluno do IME, foi convidado a se retirar da instituição por ter se manifestado contra o AI-5.

Ligado aos empresários da Barra da Tijuca, o jornalista Carlos Magnavita,  em artigo sob o título “Um linchamento injusto” no site Diário do Rio, sustenta que “toda esta pirâmide invertida de indignação tem como base frases e rompantes pinçados aleatoriamente em conversas de um grupo de bate papo informal, sem estar atrelado a nenhuma instituição do rito golpista”. Segundo ele, “seria a mesma coisa que pinçar frase de uma roda de bar de jornalistas e levar a sério impropérios que são ditos”.

Tarefa difícil a do Magnavita (que é dono da versão virtual do Correio da Manhã): sair em defesa do grupo de empresários que prefere o golpe a ver Lula voltar ao Palácio do Planalto. “Um milhão de vezes.” Nem os próprios investigados pela PF tiveram tamanha desfaçatez. Sabem que não houve manipulação dos textos pelo site Metrópoles. As mensagens e reações de apoio estão publicadas na íntegra. Portanto, Moraes fez o que se espera dos ministros do Supremo. Instituição máxima do Poder Judiciário, o STF é o guardião da Constituição. Se há conspiração contra a Democracia, cabe investigá-la.

Os celulares apreendidos na operação da PF podem trazer informações relevantes. Comenta-se que esse mesmo grupo de empresários estaria por trás do financiamento de atos contra as urnas eletrônicas, o TSE e o STF. Ou seja, a PF pode desvendar algo bem mais robusto do que as mensagens no zap. Os golpistas que se cuidem. Não ficarão impunes. Golpes nunca mais.

Octavio Costa

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A segurança dos imóveis contra incêndios

Em Curitiba, no mês de outubro de 1987, o então vereador Cezar Pelosi, levantou a questão da segurança nos prédios e escolas da cidade.

Reuniram-se as autoridades de urbanismo e o Corpo de Bombeiros para debater o grande número de imóveis sem a adequada segurança e os equipamentos contra incêndios.

Na conta das irregularidades foram 111 prédios intimados, dos quais 20% eram escolas, sem equipamentos e a proteção adequada.

Na época estavam na lista: a Biblioteca Pública do Paraná, a Copel, a Associação Comercial do Paraná, a Riachuelo, o Supermercado Real, dentre outros locais de grande circulação de pessoas.

O vereador Pelosi também pleiteava uma lei municipal para as cargas perigosas, inflamáveis e explosivas em trânsito na cidade.

O resultado foi a rápida adequação de centenas de prédios em Curitiba quanto a equipamentos de prevenção contra incêndios.

O Jornal do Estado do Paraná na edição de 27 de abril de 1988 noticiava arrombamentos em Gabinetes de vereadores e um tiro na janela no gabinete do autor das denúncias de prédios irregulares.

O balaço foi disparado do outro lado da rua no IML (Instituto Médico Legal), e segundo o representante legislativo, passou a um palmo de sua cabeça, perfurando a vidraça do seu recinto.

O noticiário dos jornais deu conta de que o tiro foi disparado de madrugada e foi em decorrência de arruaças e brigas nas casas noturnas do entorno da Câmara Legislativa.

Em resumo, a segurança predial em estabelecimento comercial é fundamental para os consumidores e cidadãos.

A tragédia na Boate Kiss, em janeiro de 2013, comprova que todas as medidas nesse sentido são fundamentais e até as brigadas contra incêndio treinadas com funcionários.

As medidas para se garantir a acessibilidade, a prevenção e a precaução contra sinistros são obrigatórias aos estabelecimentos comerciais ou aos órgãos públicos.

Anos mais tarde, Fábio Moacir Pelosi, filho desse ilustre vereador, foi meu aluno no curso de Direito da UTP, um rapaz dedicado e brilhante.

Fica o registro da luta em prol da segurança ocorrida na década de 1980 que interditou os principais prédios da capital, em benefício dos cidadãos, crianças e estudantes.

Publicado em Claudio Henrique de Castro | Com a tag | Deixar um comentário
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Primeira-ministra baladeira

Mulher, jovem e festeira destoa no cenário masculino e sisudo da política

Só em 1960 uma mulher veio a ser eleita democraticamente chefe de governo. Foi no Sri Lanka. Hoje, cerca de 20 países são governados por uma pessoa do sexo feminino. É pouco. A política ainda é feita por homens e o mundo parece longe de se acostumar com a presença de mulheres em posições de poder, muito menos com aquelas que não se enquadram no estereótipo terninho, cabelo comportado, vida discreta.

Se não tivesse lido que era a primeira-ministra da Finlândia a moça dançando muito animada, o vídeo que circulou na internet nem teria me chamado a atenção. Há dúzias de clipes iguais no Instagram: gente jovem, um tanto calibrada, rebolando até o chão, em geral em frente a uma câmera de celular. É isso o que a maioria faz aos finais de semana.

Sanna Marin virou notícia porque imagens suas numa balada vazaram para o mundo, que ficou em choque ao saber que a primeira-ministra faz o que milhões de mulheres da idade dela também fazem. Aos 36 anos, jovem, sexy, feliz, de regatinha e calça justa, se divertia com amigos. Apesar do apoio que recebeu, a repercussão negativa foi grande.

A imprensa sensacionalista trouxe riqueza de detalhes. O número de homens com quem dançou, quem abraçou, no colo de quem se sentou. Há críticas de que a companhia de artistas e de influencers não era adequada, que seu marido não estava presente, que não é postura de governante e que a Finlândia está num momento de tensão com a Rússia. Sanna, coitada, vestiu terninho e recorreu ao exame toxicológico para provar que não tem nada a ver com o coro que, dizem, gritava na festa, “gangue da farinha”.

Sabemos qual é o problema. Mulher, jovem e, caramba, baladeira destoa no cenário masculino e sisudo da política. Felizmente, estes ambientes passam por uma mudança que será drástica, no comportamento, no visual e nas prioridades. O mundo terá que se apressar . Temos pressa.

Publicado em Mariliz Pereira Jorge - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Moraes mantém sigilo sobre buscas contra empresários

O gabinete de Alexandre de Moraes informou a O Antagonista que o sigilo sobre a decisão de busca e apreensão contra 8 empresários bolsonaristas “somente será levantado quando não houver mais risco de prejuízo à investigação e ao cruzamento de dados”.

Até o momento, com exceção das mensagens publicadas pelo Metrópoles, é desconhecida a fundamentação usada pelo ministro para deflagrar a operação de ontem. Os advogados dos investigados também não tiveram acesso aos autos.

Foram alvo da PF ontem os empresários Luciano Hang, da Havan; José Isaac Peres, da rede Multiplan; Ivan Wrobel, da Construtora W3; José Koury, do Barra World Shopping; Luiz André Tissot, do Grupo Sierra; Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa; Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii, e Afrânio Barreira Filho, do Grupo Coco Bambu.

Num grupo de WhatsApp, os empresários se manifestaram em defesa de um autogolpe, caso Lula seja eleito em outubro. À Polícia Federal, todos negaram participação em qualquer tipo de planejamento para um golpe e classificaram suas declarações como arroubos retóricos, ante a insatisfação com a possibilidade de que o petista retorne ao poder — após ser descondenado pelo Supremo.

Hoje, mais de 1,7 mil advogados se manifestaram, em petição online, contra o que chamaram de “escalada autoritária” de Moraes.

Claudio Dantas

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Mural da História

Década de 1970 – Grafipar|Gráfica e Editora

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Tempo

Derek Chauvin, com os joelhos no pescoço de George Floyd|Reuters

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Brasil passa vergonha ao tratar coração de Dom Pedro 1º como chefe de estado

O Brasil passa vergonha por tratar um pedaço do corpo de seu falecido imperador com honras de chefe de Estado, como se ele estivesse vivo. Essa é a avaliação de experientes embaixadores e ministros do Ministério das Relações Exteriores ouvidos pela coluna em condição de anonimato. O Itamaraty afirmou, em nota à imprensa, que fará um evento para o coração no formol de Pedro 1º com a presença de representantes de outros países.

“Amanhã, dia 23 de agosto, o coração será recebido no Palácio do Planalto e, em seguida, haverá cerimônia, no Palácio Itamaraty, com a presença do corpo diplomático estrangeiro”, diz a nota. Isso ecoa a desastrada palestra contra o sistema eleitoral brasileiro que o presidente Jair Bolsonaro proferiu a embaixadores, no Palácio do Planalto, no dia 18 de julho.

O governo federal pediu emprestado o coração de Pedro 1º a Portugal, onde está preservado em formol desde 1834, para as celebrações de 200 anos da Independência. O seu corpo está sepultado na cripta imperial, que fica no Monumento à Independência, próximo ao Museu do Ipiranga, em São Paulo, junto com os restos mortais de suas esposas, Leopoldina e Amélia.

Termos como “absurdo”, “vexame”, “perplexo” e “gasto inútil de dinheiro público” foram usados pelos diplomatas ouvidos pela coluna para comentar a declaração do ministro Alan Coelho de Séllos, chefe do cerimonial do Itamaraty.

“O coração será recebido no Brasil como chefe de Estado, e será tratado como se Dom Pedro I fosse vivo entre nós, não é? Portanto, ele será objeto de todas as medidas que se costumam atribuir a uma visita oficial, uma visita de Estado, de um soberano estrangeiro, no caso de um soberano brasileiro ao Brasil”, disse Séllos, em registro do G1.

Mesmo com o toque de Idade Média que a campanha eleitoral vem ganhando nas últimas semanas, tratada como guerra santa e cruzada pelo presidente e parte seus aliados e seguidores, ainda soa distópico o Brasil de 2022 tratar uma relíquia, um pedaço do corpo de um personagem histórico, como um chefe de Estado.

Isso sem contar os altos custos que o deslocamento disso impõe em um momento em que o país deveria ter outras prioridades.

O órgão chegou a Brasília, nesta segunda (22), sem um propósito educacional ou histórico, como uma tentativa do governo de usar politicamente a data em meio à campanha pela reeleição de Bolsonaro. Vai atrair curiosos, da mesma forma que sangue na TV também atrai. O coração ficará exposto para visitação pública de 25 de agosto a 5 de setembro.

Um dos diplomatas citou à coluna que no Decreto 70.274, de 9 de março de 1972, publicado na ditadura militar e assinado pelo general Médici, seguido pelo Itamaraty para cerimoniais, não há previsão de que um coração no formol seja tratado da mesma forma que o governante de outro país.

Destaca que o capítulo 7 trata das cerimônias e honras fúnebres em caso de óbito do presidente da República, o capítulo 8, de outras autoridades civis e militares brasileiras e o 9, de falecimento de chefe de Estado estrangeiro, e o 10, de falecimento de chefe de missão diplomática estrangeira.

Mas todos dizem respeito a mortes ocorridas no presente, e não há quase 188 anos.

Equipe Ultrajano

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