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Vale a pena ver de novo – Greca assumiu
O prefeito taumaturgo
ONTEM, na procissão de Corpus Christi, o prefeito Rafael Greca não sabia se assumia a freira Juliana de Cornillon ou o papa Urbano IV – aliás, velhos camaradas na Bélgica, onde tramaram o dia santo, promulgado no século XIII. Greca sapateava sobre os tapetes, cantava e beijava crianças, ações que o direito canônico define como prerrogativa do bispo. Nosso prefeito incorporou o rei taumaturgo e o papa medieval depois que sancionou a cura gay e foi agraciado pelo governador Ratinho Júnior com o upgrade pelo qual Curitiba “põe Roma no chinelo”. Assim, um beijo do prefeito cura unha encravada, bicho-de-pé, chulé, bafo de jaracatiá, bicheira de vaca, berne de vira-lata e viadagem explícita.
Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário
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EUA pedem “justiça” pelo assassinato de Dom e Bruno
O governo dos Estados Unidos pediu “justiça” pelos assassinatos do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. Em publicação nas redes sociais, Ned Price, porta-voz da diplomacia americana, prestou condolências aos familiares da dupla e disse que os dois foram “assassinados por apoiar a conservação da floresta tropical e dos povos nativos”.
“Fazemos um apelo à prestação de contas e justiça: devemos fortalecer coletivamente os esforços para proteger os defensores ambientais e os jornalistas”, escreveu no Twitter.
Nesta sexta-feira (17), o Instituto Nacional de Criminalística de Brasília confirmou que parte dos restos mortais encontrados no interior do Amazonas pertence ao jornalista Dom Philips.
Publicado em Antagonista
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Morre Jean-Louis Trintignant, um dos maiores atores da França, aos 91 anos
Artista foi um dos nomes fundamentais da nouvelle vague e se destacou em ‘Amor’, filme de Michael Haneke
Morreu nesta sexta-feira, Jean-Louis Trintignant, um dos maiores atores da história da França, tendo atuado em importantes filmes da nouvelle vague durante os anos 1960. Ele tinha 91 anos e enfrentava havia anos um câncer, de acordo com a agência de notícias AFP.
Nascido em 1930, Trintignant participou dos primeiros anos do movimento de vanguarda que tinha à frente nomes como François Truffaut e Jean-Luc Godard. Naquela época, marcada pela efervescência do cinema francês, ele tinha como pares grandes estrelas do momento, como Alain Delon e Jean-Paul Belmondo, morto ano passado.
Contracenando com Brigitte Bardot, atuou em “E Deus Criou a Mulher”, de Roger Vadim. Mas foi em 1966 que estrelou um de seus grandes sucessos internacionais, o longa “Um Homem, Uma Mulher”, dirigido por Claude Lelouch, importante obra da nouvelle vague que ganhou uma palma de ouro no Festival de Cannes.
Outras produções nas quais Trintignant esteve envolvido foram os dramas “As Corças”, de Claude Chabrol, e “Z”, longa do diretor grego Costa-Gavras que ganhou o Oscar de melhor filme internacional em 1970. Trintignant também atuou no último filme de François Truffaut, “De Repente, num Domingo”, lançado em 1983.
Um dos filmes mais famosos de Jean-Louis Trintignant foi o longa “Amor”, dirigido Michael Haneke e lançado em 2012, no qual ele interpreta um homem idoso vivendo sozinho com a mulher, que sofre um derrame e fica com um lado do corpo paralisado. Ainda sob a direção de Haneke, o ator estrelou “Happy End”, de 2017, que lhe rendeu um prêmio César de melhor ator.
Vindo da cidade camponesa de Piolenc, no sudeste da França, Trintignant foi um jovem amante de poesia que encontrou no teatro uma forma de lidar com a timidez. “Faz-se cinema um pouco por vaidade, para deixar de ser tímido”, ele firmou uma vez à AFP.
O ator estreou nos palcos de Paris em 1951 com a peça “Maria Stuart”, escrita pelo dramaturgo Friedrich Schiller. Sua incursão ao cinema se deu com “Se Todos os Caras do Mundo”, de Christian-Jaque, em 1955. Mesmo depois de se tornar um ator famoso, porém, Trintignant frequentemente fazia leituras públicas de poemas em teatros parisienses —sua “terapia” e seu “verdadeiro comércio”, ele dizia.
Publicado em Sem categoria
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Indígenas farão ofensiva na ONU contra governo do Capitão Corona
Lideranças indígenas do Brasil vão incrementar a pressão contra o governo de Jair Bolsonaro, levando para a ONU (Organização das Nações Unidas) uma intensa agenda de cobranças e denúncias contra as autoridades nacionais. No Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, grupos atacarão a escalada de violência enfrentada pelos povos originários em seus territórios e o aumento das invasões e das ameaças contra defensores de direitos humanos no Brasil.
A ofensiva dos grupos indígenas ocorre dias depois da confirmação das mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Além das invasões, as lideranças vão acusar o estado brasileiro de negligência.
A esperança dos grupos indígenas é que, ao tornar praticamente permanente o debate na ONU, o tema se transforme em um foco de pressão sobre o governo brasileiro.
Para o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), que organiza parte da ofensiva na ONU, “o que ocorre no Vale do Javari está intrinsecamente relacionado ao desmonte das políticas e órgãos públicos de proteção aos povos originários e aos seus territórios”.
Cadê a agência do banco que estava aqui?
A ideia é que as pessoas usem a internet e linhas telefônicas para serem atendidas.
Ao invés de agências físicas, contrata-se uma central de atendimento com pessoal terceirizado que possui parcos conhecimentos e não domina os assuntos do negócio. Há uma grande demora nesses atendimentos – e os custos são transferidos para os consumidores que gastam suas internets e desperdiçam tempo valioso.
Por outro lado, há uma sensível redução de custos dos bancos, que seguem impunes aos olhos desatentos do Banco Central e dos órgãos de defesa dos consumidores.
Resumindo: tudo passa a ser virtual – e os consumidores que se danem.
Há relatos de clientes que esperaram por três horas para serem atendidos numa agência do Bradesco em Amambai (MS), segundo informa o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – IDEC. Existe punição pelo tempo de espera em filas em favor dos consumidores. Na prática, ninguém reclama e a fiscalização é omissa.
Algumas empresas possuem centrais telefônicas, cujos clientes devem digitar interminavelmente números e senhas e opções. Quando o consumidor consegue ser atendido, o atendente é mais perdido que cachorro que caiu do caminhão de mudança.
O calvário de enfrentar páginas da internet ou centrais telefônicas tornou-se comum para milhões de clientes que não têm a quem recorrer para resolver questões simples e objetivas. Na verdade, o atendimento online não consegue resolver problemas mais complexos e graves e quem mais sofre são os vulneráveis que não têm como acessar a internet ou dispor de tempo para ficar em intermináveis ligações telefônicas.
E quem não tem e-mail ou aparelho celular, como é que faz?
O mundo digital causa exclusões invisíveis, como a dos idosos, dos especiais, dos sem computador e tantos segmentos que necessitam de atendimento presencial em agências físicas e não virtuais. Do outro lado, junto aos bancos e empresas, há o crescimento das demissões e a precarização dos postos de trabalho.
A defasagem do direito do consumidor no Brasil cobra seu preço. O tempo maior para as pessoas resolverem seus problemas e o sucateamento do atendimento, com custos que são pagos pelos próprios clientes. Cada minuto na fila, na espera do telefone ou na internet aumenta os lucros dos bancos e das empresas com a redução da folha de pessoal e dos custos da sede física.
Em muitos casos o sistema de atendimento dos consumidores incorpora essa lógica online, e quem paga a conta são os consumidores do final da fila.
Publicado em Claudio Henrique de Castro
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As sandálias do pescador e os chinelos do governador
Ratinho foi a Roma, viu o papa e não percebeu os 3 mil anos de construção de uma civilização. Não desceu ao Foro, ali perto do Coliseu, à esquerda das Termas, para perceber os sedimentos físicos das várias Romas históricas, a atual cinco metros acima da última. O temor ao torcicolo impediu o governador de visitar a Capela Sistina, com a pintura de Michelangelo. (O que não o desabona. Uma vez cruzei na capela com um brasileiro cotado à presidência, hoje cotado à vice. Ele contagiava a todos com seus bocejos, indiferente à arte diante dele. Sim, se Tasso Jereissati, um tucano, podia, um ratinho também pode.)
Visitar a Basílica, isso não, pois aquilo é templo de outra religião e um guarda suíço pode exigir o sinal da cruz. Nosso governador viu as árvores e ignorou a floresta. Roma é história, o berço da civilização ocidental, a cidade sagrada da cultura do Ocidente. E Curitiba, o que representa para o governador? Ele devia ser obrigado a responder, assim, no bate pronto, não no discurso decorado com que derrotou Cida Borghetti. Sejamos indulgentes com o governador. Ele não gosta de cultura, que o diga Mônica Rischbieter, expulsa do Teatro Guaíra, para citar apenas a referência maior.
O governador que vê Curitiba pondo “Roma no chinelo” é aquele que adora viajar a Miami, que está para a cultura como a bactéria para o respectivo caldo; se o pesquisador for inepto, nasce um covid. Nem sobre a política da Roma “pé-de-chinelo” o governador se informou como os papas da Renascença afastavam os adversários-não-adversários-não-inimigos-amigos-daqui-a-pouco. Dói na alma de quem conhece a fera dizer que até Roberto Requião, quando começou a viajar, apreciou a civilização sem compará-la a Curitiba. Dá para entender: Ratinho vê em Greca o Walt Disney da Luz dos Pinhais.
Requião não saía de Paris, questão de gosto. Lá a mulher, que fala francês, obrigava-o a visitar o Jeu de Paume e o Centre Pompidou. Em Paris, Requião curtia vinhos e queijos. De volta, nunca disse que o Vinho do Avô põe um Bordeaux no chinelo; jamais comparou o caciocavallo de São Luís do Purunã com um reblochon de Alta Saboia. O fim da pandemia e os riscos fazem o governador falar. Calado, era um poeta, como Bolsonaro – se não gostar da comparação, que escolha melhor companhia. Pé-de-chinelo é confundir alho com bugalho, Roma e Curitiba. Parece que Ratinho foi a Roma e confundiu o papa com Roberto Yanés.
Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário
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