Ah, o tomate!…

Nenhuma boníssima alma foi capaz, até agora, de explicar para este pobre ignorante qual a razão de o tomate – sim, o tomate, aquela frutinha antioxidante, normalmente vermelha, rica em vitamina C e potássio, usada como legume em saladas e pratos quentes – sofrer o astronômico aumento de preço de 49,22%, quando a inflação mensal em março, já absurda, foi de 1,71%…

O velho e tradicional tomate não é importado, dá em qualquer quintal doméstico brasileiro; apesar do nome científico, Lycopersicum esculentum L, não faz parte dos malditos commodities, não sofre os efeitos da alta do dólar e menos ainda da invasão russa da Ucrânia. No entanto, teve uma alta de custo ao consumidor de quase 50% nos últimos dias!

Ah, o quadro chuvoso no Estado de Minas Gerais afetou a produção do tomate?! Balela, o tomate não é produzido só em Minas Gerais. São Paulo, Goiás, Bahia, Paraná, Santa Catarina e outros Estados também se destacam na produção da hortaliça. Além do que, essas desculpas climáticas, como a chuva ou geadas, já não enganam mais ninguém. Quando não é a chuva ou a geada, é a seca, são as pragas ou é a queda da área plantada. Há sempre uma desculpa pronta para justificar a ganância dos produtores e da cadeia comercializadora do produto, incluindo o imposto do governo.

Outros “especialistas”, do alto de suas sabedorias, fazem piruetas para explicar que o cenário de aumento do custo “decorre da combinação de vários fatores: a grande demanda do mercado externo (…), associada a uma alta crescente nos preços internacionais dos alimentos”. Quer dizer, mero blá-blá-blá que não explica nada.

Não entendo de economia, tampouco de agricultura. Mas sou um contribuinte de impostos e consumidor de alimentos, que raciocina. Gosto de tomate e não posso admitir que, de repente, ele tenha o seu custo elevado em 50%. A razão disso, parece-me ser, além da acima citada ganância, a falta de governo neste país, a falta de uma política nacional de abastecimento e o total descaso com a população brasileira.

Afinal, como alardeia aquele comercial dos produtores rurais, presente diariamente no vídeo, a infernizar a gente, o tomate não é agro, agro não é tech, agro não é pop, agro não é tudo; e não está na Rede Globo?

Pois apesar disso, ou por isso mesmo, lá em casa o tomate está proibido de entrar. Enquanto os produtores e comercializadores não tomarem juízo, vai apodrecer nas bancas das feiras e dos supermercados. Fica aqui a sugestão para os demais consumidores.

Publicado em Célio Heitor Guimarães | Deixar um comentário
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Vices e vícios

PARA QUE serve o vice-presidente da República? Data venia não serve para nada, a não ser para ele mesmo. O vice-presidente sequer exerce um cargo, exerce uma função, que assume de modo temporário quando o presidente viaja ou adoece, ou de modo definitivo quando o presidente renuncia, sofre impeachment ou morre. O vice é um morto vivo, que faz de seu mandato a constante alucinação do presidente, no risco de conspirar para derrubá-lo, a síndrome das republiquetas. A república brasileira começou com o vice conspirador, que se fez de morto para enterrar o titular; e conseguiu. Depois tivemos o longo período de vices ocultos, que hibernavam na sinecura. Os vices da ditadura militar sabiam seu lugar, pois assumiam com base no acordo definido pelo estado maior das forças armadas.

Na redemocratização, dois vices, o que primou pela correção; outro, exato o contrário: Itamar Franco cruzou os braços e deixou que o impeachment de Fernando Collor seguisse; foi mero espectador; Michel Temer, no segundo mandato de vice, aliou-se aos que derrubaram Dilma Rousseff, a ponto de buscar apoio entre os militares, deixando de afirmar o primado do civil no institucional. Jair Bolsonaro não aprendeu com Floriano Peixoto, mas como votou contra Dilma sem aprender com Michel Temer. Ficou nas lições da apostila da Escola Militar e acreditou quem um vice da caserna daria segurança a seu mandato. Mau aluno e pior brasileiro não sabia que Deodoro não resistiu à conspiração surda de Floriano. Aprendeu na carne que Lula/Dilma deram carona ao escorpião.

Não tem um dia em que o vice Hamilton Mourão não jogue pedras na vidraça de Bolsonaro. Felizmente para Bolsonaro e para os brasileiros, o general Mourão não comandou sequer uma guerra de travesseiros. Bolsonaro e Mourão se parecem, pelo menos. São da mesma geração da escola militar e pensam o Brasil no quadro da Guerra Fria, extinta há quarenta anos: o Brasil à beira do golpe comunista, a ser deflagrado pela oposição – que por falta de imaginação tem um partido com bandeira vermelha. Mourão e Bolsonaro pensam primeiro apenas nos militares do e no Brasil. Mourão e Bolsonaro embarcaram na farsa patética do programa de alavancagem sexual dos militares, além do fisiologismo do leite condensado, do filé mignon e do uísque bancados pelo Tesouro.

Na semana passada Mourão brindou-nos com a mofa ofensiva, cruel e antidemocrática sobre os mortos na repressão da ditadura. Rindo, cinicamente sacou um falso brilho ao minimizar a tragédia da represssão da ditadura: “ora, os caras estão todos mortos”. Sem dúvida, mas ao contrário do pretende Hamilton Mourão, esses mortos falam. Fechando a premissa, nosso vice Mourão revela quando não é inútil, o vice é pernicioso. Aliás, sua utilidade só se efetiva na inutilidade.

A ditadura proibiu o vice eleito em chapa própria para obter a unidade de conduta com a eleição de titular e vice em chapa única. Era o castigo e o antídoto a João Goulart. Não contavam com o golpe de Michel Temer nem com as palhaçadas de Hamilton Mourão.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
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Aviso aos navegantes

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 © Helmut Newton

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Meninos, eu vi

Lina (Manal Issa) é uma garota libanesa de 18 anos, que é cheia de força de vontade e se muda para Paris para fazer faculdade. Lina havia planejado ficar com tio, mas ele acaba tendo um interesse doentio nela, fazendo-a fugir e ir morar com outros alunos. Começando sua vida parisiense, ela conhece o jovem garçom Julien (Damien Chapelle). Ele aparenta ser um bom partido, exceto pelo seu lado criminoso que Lina acha perigosamente atraente.

Peur de Rien – Direção de Danielle Arbid, França, 2015Manal Issa, atriz que faz a libanesa, no filme chama-se Lina Karam. O drama dos imigrantes, que em geral ocorre por motivos pessoais ou pela busca de melhores condições de vida e de trabalho, ou ainda para fugir de perseguições ou discriminações por motivos religiosos ou políticos, sempre atual neste “Destemida”, que no Brasil foi traduzido para “Marianne”.

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Madonna, Los Angeles, 1994. Harper’s Bazaar © Peter Lindbergh (Courtesy of Peter Lindbergh, Paris / Gagosian Gallery)

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Treinador estraga noite memorável no futebol feminino com comentário sexista

Kenny Shiels, da Irlanda do Norte, diz que mulheres levam gols porque são mais emotivas

Abril de 2022. Carros dirigem por conta própria, robôs fazem tarefas domésticas e escolhem a música que ouvimos. E ainda precisamos debater declarações sexistas.

O autor da mais recente aqui no Reino Unido se chama Kenny Shiels, treinador da seleção feminina de futebol da Irlanda do Norte. Ao perder para a Inglaterra por 5 a 0, Shiels disse na entrevista coletiva: “No futebol feminino, se você olhar padrões, quando um time leva um gol, toma um segundo em um espaço de tempo muito curto. Acontece no futebol feminino porque meninas e mulheres são mais emotivas que homens. Então, elas não lidam bem com tomar gols”. Diante de olhares incrédulos, completou: “Eu provavelmente não deveria ter dito isso”.

Seria uma noite memorável. Mais de 15 mil pessoas no Windsor Park, em Belfast, recorde de público no futebol feminino. Não sabe quem é Shiels? Eu também não sabia, até este se tornar um dos assuntos mais comentados da semana. Mas você provavelmente já conheceu alguém parecido.

Shiels é aquela pessoa “sem filtro”. Ao longo da carreira como treinador, a maioria em times na Irlanda do Norte e na Escócia e no futebol masculino, acumula suspensões por comentários polêmicos sobre arbitragem e rivais. Já falou que o futebol de seleções não era mais o mesmo e que, se um jogador toma Guinness, pode representar a Irlanda. O próprio médico recomendou que parasse de dar entrevistas pós-jogo porque tende a ficar desequilibrado emocionalmente. Ao assumir a seleção feminina em 2019, classificou a equipe para a Eurocopa, primeiro grande torneio de sua história. Chamou este de “o maior feito esportivo no Reino Unido de todos os tempos”.

A declaração de que mulheres levam mais gols porque são mais emotivas que homens é errada em muitos sentidos, mas caras como ele não acham necessário embasar o que falam. Não há dado científico que mostre uma falha emocional no cérebro feminino causadora do problema. É óbvio que pode acontecer com homens. Como exemplo recente, o PSG levou três gols do Real Madrid em 17 minutos na Liga dos Campeões.

Shiels usa uma tática conhecida. Em vez de reconhecer o próprio erro, que suas jogadoras são inexperientes (a Inglaterra é 8ª no ranking da Fifa, e a Irlanda do Norte, 46ª), elogiar a superioridade das rivais, apelou para um velho truque: desqualificar mulheres usando uma característica física ou as acusando de ser fracas emocionalmente, alimentando a narrativa de que são dramáticas e descontroladas (e imagino que ele tenha visto Cristiano Ronaldo quebrar o celular de um torcedor, Zverev dar uma raquetada na cadeira do árbitro e os últimos minutos do Manchester City contra Atlético de Madrid).

Diante de críticas, o que fez? Pediu desculpas. Típico. Na entrevista, ao criticar suas atletas, ele não muda o tom da voz. Fica a impressão de que o responsável pela seleção adulta de futebol de um país realmente acredita no que disse.

Por fim, comete um engano: achar que é errado ter emoções. Se elas existem, qual o problema? A beleza do esporte não está justamente nisso? Se não gosta, por que continua no futebol? Mas ainda não é hora de se aposentar. Pelo bom trabalho que fez, segue no cargo e com as mesmas jogadoras, ao menos até a Eurocopa, em julho, classificação da qual tanto se orgulha. Se alguém com histórico de declarações infelizes não se arrepende, pelo menos o esporte deveria aprender com isso.

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#ForaBozo!

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O coelhinho da Páscoa que assusta os consumidores

O Procon de São Paulo, que possui um Núcleo de Inteligência, indicou a variação de 144,5% nos preços dos ovos de Páscoa, informa a Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor IDEC.

Nas barras de chocolate a diferença é de 223,64%, o chocolate meio amargo de 92 gramas da Hershey’s varia de R$3,85 a R$12,44.

Entre os ovos de Páscoa, a maior diferença encontrada foi de 144,65% no Ferrero Rocher de 365 g., de R$ 178,35 a R$ 72,90.

Nas caixas de bombons a coisa fica ainda mais difícil, a diferença é de 96,54%: a caixa de Sortidos Garotices de 250g da Garoto custa entre R$ 16,49 e R$ 8,39, com a diferença de R$ 8,10, quase outra caixa a mais.

Os produtos típicos da Páscoa subiram até 21,50%, conforme a pesquisa da FGV.

O levantamento do Procon-SP foi realizado em nove sites, no período de 14 a 17 de março. A pesquisa abrangeu 81 itens entre caixa de bombons, ovos de Páscoa e barras de chocolate. Foram comparados os produtos encontrados em, no mínimo, três dos locais consultados.

No estado do Rio de Janeiro, o Procon carioca constatou diferenças de até 50% quando comparado com produtos da mesma marca em diferentes estabelecimentos.

Na capital carioca, o ovo de Páscoa que teve a maior variação percentual de preço foi o Galak, o chocolate chegou até 44,37% de diferença, encontrado por valores de R$ 62,90 e R$ 34,99. Nesse caso o consumidor poderia economizar até R$33,00.

A caixa de bombom Garoto também teve variação de preço em 40,77%. Comparando os valores de 2021 e 2022, o Galak foi o ovo que teve o maior aumento de preço, cerca de 57,29% no município do Rio de Janeiro, em 2021 estava por R$39,99 e atualmente custa R$62,90.

O Kit Kat custa entre R$62,50 e R$37,99, o Serenata de Amor, por R$49,90 e R$34,99. E o Paraná?

Apesar do Código de Defesa do Consumidor prever que é proibido ao fornecedor de produtos ou serviços elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. Os aumentos arbitrários de preços na Páscoa ocorrem quase impunemente em todo país.

O coelhinho da Páscoa assustou muita gente, e quem se ferrou foram os consumidores.

Publicado em Claudio Henrique de Castro | Deixar um comentário
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Mas tem coisa boa também

Calma, coração. Essa é só uma crônica banal sobre chatices

Você não vai acreditar como está Ana Paula Arósio hoje! Você não vai acreditar como está a sósia mirim de Ana Paula Arósio hoje! Você não vai acreditar quem é o marido de Ana Paula Arósio hoje! Você não vai acreditar quem é a mãe de Ana Paula Arósio hoje! Quem escreve essas matérias? Quem clica nelas?

Influencers brancas de Pinheiros, com pouca flacidez e uma pequena cicatriz, ensinam tudo sobre autoaceitação e autoconhecimento. Sabe, não é todo dia que ela consegue. E ela precisa ser sincera nesse momento superdescontraído em que seu vídeo fica preto e branco e ela cochicha. Tem dias em que ela se sente um lixo. Caramba! Que força!

Existe uma quantidade indecente de tapeçarias nas paredes, águas saborizadas, begônias maculatas que recebem sagrados femininos uma vez por mês.

E a Covid, o fascismo, os grupos neonazistas, a guerra, o aumento de pessoas em situação de rua, as balas que ainda tiram as vidas de jovens pretas, o aumento da violência contra as mulheres? Calma, coração. Essa é só uma crônica banal sobre chatices e, por isso, você, que toda semana reclama que minha crônica não é tão séria quanto deveria, está devidamente representado aqui.

Existem vários grupos de WhatsApp com uma infinidade de homens solteiros e mulheres solteiras que passam o dia analisando cada frase do Lula e do Alckmin e do Mamãe Falei e de completos desconhecidos do Twitter. E ninguém no grupo jamais flerta ou transa.

Se eu tiver que ler mais um livro de psicanálise pra saber como lidar com a minha filha, eu vou rasgar, morder, atirar pela janela. Se eu tiver que ler mais um livro de psicanálise pra saber como lidar com a minha vontade de fazer isso com os livros de psicanálise para lidar com crianças, eu vou me rasgar, me morder e me atirar pela janela.

Ligo pra ginecologista e pergunto por que ela não me avisou que o DIU com hormônio podia me deixar assim. Ela diz que não é o DIU. O Google inteiro diz que é o DIU. Eu poderia rasgar, morder, atirar pela janela…

Fiz um plano médico empresarial e meti minha família inteira. Ele custava uma moto por mês. Passou a custar um Corsa usado. Esse mês veio a fatura de um apartamento de frente pro mar.

Não sei o que aconteceu com o número do meu celular, mas ele deve estar em alguma central publicitária do descaramento e da desgraça porque o dia inteiro me ligam “Oi, somos de uma churrascaria, queremos convidar você e um acompanhante pra comer aqui até morrer. Bebidas não inclusas. Pedimos um combo de stories e duas fotos no feed”. Eu odeio todos vocês.

Eu não suporto mais estar em redes sociais. Dane-se que participei de uma reunião boa, que ganhei uma camisa 100% sustentável, que sou amiga de algum progressista conhecido.

Um monte de apoiador do pior presidente da história se junta pra ficar andando de moto e qual o nome do evento? Acelera pra Cristo. Penso em escrever no Twitter que é exatamente o que eu desejo pra eles. Acelerem bastante, amigos, pra ver logo Cristo.

Tenho um vizinho que canta ópera o dia inteiro e outro vizinho que briga com o marido e berra pela janela: “Eu não aguento mais sofrer por amor, chamem a polícia” e eu quero declarar minha admiração a essas duas pessoas absolutamente estranhas e maravilhosas.

Eu tenho um namorado que anda pela cidade trepando em árvores, que quis melhorar meu guacamole colocando suco de laranja, que diz que tem uma conexão espiritual com aranhas, que come meus restos de maçã com a coluna mais ereta que eu já presenciei na vida e que um dia ficou obcecado pela música “É só o fim”, do Camisa de Vênus, e ficava desesperado “por favor, tira isso de mim”. E eu quero declarar meu amor infinito a você

Publicado em Tati Bernardi - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Bolsonaro diz que Viagra e próteses provam fraudes nas ereções

Governo quer esconder escândalos de corrupção criando uma cortina de piadas

A divulgação da compra de um lote de 35 mil comprimidos de Viagra pelas Forças Armadas e a investigação sobre a aquisição de próteses penianas fazem parte de uma estratégia para blindar o governo com uma cortina de piadas.

“Ninguém fala mais dos escândalos diários de corrupção, das rachadinhas, dos pastores ou das mansões. Só se comenta que não há forças nem armadas nos quartéis brasileiros”, observou o analista de guerras híbridas Bráulio Maciota. “Mas o Brochagate pode ir longe. ‘Follow the dildo’”, completou.

Para manter a cortina de piadas, o governo vazou nudes secretos que mostram que o Exército brasileiro está em guerra com o Peru. “Mas é bom deixar claro que, até agora, apesar de muito estímulo, o conflito não parou em pé. Não tem nada firme”, evidencia um memorando produzido em papel manteiga.

Para tirar o foco do enriquecimento ilícito distribuído pelo orçamento secreto, o gabinete do ócio entrou em ação.

O governo brasileiro solicitou uma inspeção no centro nuclear de Alexandre Frota em busca de evidências de enriquecimento de testosterona acima de 90%. “Por enquanto, a comunidade internacional pode dormir em paz. Ainda não temos tecnologia para produzir uma bomba platônica”, explicou o diretor Brian Idle Cock.

A notícia desabonadora caiu como uma meia-bomba nos círculos militares. Em paralelo, o general Eduardo Pazuello foi destacado para organizar a logística de distribuição de próteses para os cabos aposentados.

O projeto, batizado de “Operação Mandrião”, teve a seguinte justificativa: “O preço da gasolina sobeTudo no supermercado sobe. A rejeição ao presidente sobe. A fim de tirar o foco de tudo isso, precisamos agir para que pelo menos nossa libido acompanhe esse movimento ascendente”.

Analistas mais experientes garantem que, apesar de fazer muita força, a popularidade de Bolsonaro não sobe mais.

Obcecado com a ideia de empatar a foda eleitoral caso sua candidatura permaneça flácida, o presidente prometeu apresentar provas de que as ereções foram fraudadas. “O PT acabou com a liberdade de brochar nesse país”, argumentou, com o cenho em repouso.

No final da tarde, generais de cinco estrelas subiram o tom e fizeram ameaça quase contundente às ereções. “A compra de Viagra e de próteses penianas mostram que não vamos medir esforços em busca de uma dita dura.”

Publicado em Renato Terra - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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