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Sob o signo de Putin
A BOMBA do noticiário de hoje não é daquelas que a Rússia lança sobre a Ucrânia. Mas tem a ver com o conflito: Vladimir Putin estaria com câncer avançado, segundo os serviços de inteligência dos EUA e Ucrânia. A dúvida está no onde e no quanto do câncer – nos intestinos, no fígado ou em metástases. A outra bomba é que há um golpe em preparo contra Putin. É melhor os ucranianos não festejarem. Quando seu país era soviético, na época de Stalin, se este suspeitasse de golpe mandava matar o suspeito, a família, os vizinhos, os cachorros e os amigos do cachorro num raio de quinhentos quilômetros da casa do suposto conspirador.
O drama, melhor, o raio de abrangência das represálias só diminuiu com Kruschev, este sim derrubado num golpe sem sangue, porque era a Rússia pós Stalin. Para analisar a notícia devemos conferir se Putin leva jeito de Stalin ou de Kruschev. De nossa parte está mais para Stalin, a julgar pela formação de oficial da KGB e pelos métodos, haja vista a agressão na Ucrânia e a morte dos dissidentes com veneno escondido em pontas de guarda-chuvas por operadores agindo no Exterior. Portanto, os serviços de espionagem – a tal inteligência – precisam avançar nas investigações. Por exemplo, se na Rússia tem ocorrido mortes de cachorros e amigos de cachorros.
Inflação: brasileiro já substitui cenoura por vibrador
A inflação galopante está fazendo o brasileiro trocar seus produtos de preferências. Nas sex shop houve um aumento gigantesco da procura por vibradores. São consumidores que estão trocando a cenoura pelo produto. “Com a disparada dos hortifrutigranjeiros isso vai ser cada vez mais comum. Ontem mesmo eu vendi três. O problema é que o vibrador tem gosto de plástico”, disse um vendedor de sex shop.
Vibradores também tem substituído nabo, pepino e banana. Nutricionistas advertem para usar com moderação.
Publicado em Sensacionalista
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Força, Rubens Valente!
Jornalistas abriram uma campanha na internet para ajudá-lo
Sentença do STF contra o jornalista Rubens Valente, já em fase de execução, deve alarmar todos os que se preocupam com a qualidade da nossa democracia. Em 2014, Valente publicou o livro-reportagem “Operação Banqueiro” (Geração Editorial), sobre a prisão de Daniel Dantas, do banco Opportunity, em 2008, por supostos crimes financeiros.
Nos desdobramentos da Operação Satiagraha, Gilmar Mendes, então presidente do STF, concedeu dois habeas corpus a Dantas, em 72 horas, livrando-o da cadeia. O livro traz um capítulo sobre o magistrado e sua atuação no caso. Valente pediu entrevista ao ministro algumas vezes. Nunca foi atendido. Quando a obra foi publicada, Mendes entrou com uma ação na Justiça por danos morais.
O juiz da primeira instância Válter Bueno de Araújo deu vitória ao jornalista. Considerou que o livro não tem intuito “difamatório” e que o autor não faltou com a verdade. Gilmar Mendes recorreu às instâncias superiores até chegar ao STF, onde obteve vitória definitiva na Primeira Turma. Votaram a favor do colega: Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Rosa Weber e Marco Aurélio Mello (antes da aposentadoria).
A decisão surpreende pelo calibre intimidatório. Determina indenização de R$ 310 mil ao ministro e, em caso de reedição da obra, que seja incluída a petição inicial de Gilmar Mendes e a sentença condenatória, algo como 200 páginas a mais, em evidente violação do direito autoral.
É chocante que a corte, guardiã da Constituição, crie precedente de desprezo a princípios fundamentais da carta —a liberdade de expressão e de imprensa—, pilares das sociedades democráticas. Gritante é também o silêncio da maioria dos veículos de mídia sobre o assunto.
Mas Rubens Valente não está sozinho. Jornalistas abriram uma campanha na internet para ajudá-lo. Essa causa, leitor, também é sua. Participe do #ajudarubens. E a boa notícia é que a edição original do livro está vendendo como nunca. Força, Rubens!
Publicado em Cristina Serra - Folha de São Paulo
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Sempre Darcy
Darcy Ribeiro criou a Fundação que leva seu nome, para seguir com essas lutas, que sabia, continuariam atuais para muito além do seu tempo de vida. Essas lutas são os nossos objetivos.
Publicado em Sem categoria
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Quem é quem
Criou uma pequena empresa de comunicação, a Tiro de Letras, e iniciou uma nova esperiência como professor, nas faculdades Cidade e PUC/Rio. Militante da esquerda armada, foi preso, em fevereiro de 1970 e passou dois anos e meio no cárcere. Integrou a Comissão da Verdade do Estado do Rio. Autor dos livros Tirando o Capuz, (Editora Codecri, 1981), reeditado em 2004 pela Garamond; Balé da Utopia, estréia na ficção, (Editora Objetiva, 1993), e Cabeça de Peixe, contos (Garamond, 2002). Organizador de Deu no Jornal, o jornalismo impresso na era da internet, (Loyola/PUC, 2002). O Balé foi adaptado para o cinema com o titulo de Sonhos e Desejos. Pai de três filhos e avô de cinco netos, é vascaíno e sua geração foi formada no auge do timaço do Expresso várias vezes campeão na década de 40.
Publicado em Quem é quem
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Adeus às armas
O blog se desculpa com o presidente do TSE, a quem atribuiu a aceitação de consultoria militar sobre as urnas. Quem fez isso foi o antecessor, Luís Roberto Barroso. Fachin apenas manteve a situação e enfrentou pressões do ministro da Defesa. Até onde o presidente do TSE aguenta é o temor de todos que o apoiam e aplaudem.
Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário
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A abolição da miséria, no país dos banqueiros
A pobreza, o desemprego e a miséria são efeitos das políticas neoliberais que pregam o cada um por si e o “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Resultado da falta de políticas sociais de distribuição de renda, de bancos ganhando trilhões do governo e captando bilhões da população, cada vez mais endividada e negativada.
No Brasil de Bolsonaro e aliados, tornou-se um desafio professar uma religião diferente da do poder, como a Umbanda, o Candomblé, o Espiritismo, o Catolicismo, o Judaísmo ou o Islamismo.
Estamos num governo que possui “religião oficial”, que indica Ministros para o Supremo Tribunal Federal com determinado credo religioso, que lança tentáculos em todas as esferas do poder, em busca de apoio e votos.
O Centrão, esse monstro político, é o grande fiador de tudo isso, que afunda a economia e os indicadores sociais no Brasil.
Os grotões negacionistas dizem que não há preconceito no país, que é tudo “mimimi”, e que a vida é assim mesmo.
Cresceram, vertiginosamente, os índices de violência doméstica, violência contra os idosos, o preconceito contra os negros, a intolerância religiosa, e aumentou, sensivelmente, a população de miseráveis no país.
O Brasil reingressou no mapa da fome, com 70 milhões em estado de precariedade alimentar.
Erradicar a miséria é fundamento da Constituição, mas muito pouca gente dá bola para isso. A renda mínima pode resolver isso, mas não é discutida e nem está na agenda governamental.
A escravidão continua, com outra roupagem, atualizada, e presente de forma estrutural.
No Brasil, o lucro dos quatro grandes bancos cresceu 13,6%, não há crise para quem faturou 24,76 bilhões, apenas no primeiro trimestre de 2022 (Itaú-Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil).
Debater o 13 de maio significa ouvir a voz e perceber os invisíveis, que são a grande maioria no Brasil.
Publicado em Claudio Henrique de Castro
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Jogos nada inocentes
A direita se inspira nos games para suas campanhas de ódio e fake news
Não entendo de games, nunca me dei ao respeito de jogá-los e nunca me interessei por eles. Quando surgiram, nos anos 70, eu só conhecia o mundo letrado, racional e cartesiano em que nascera. Nesse mundo, duas premissas levavam a uma conclusão e, mesmo que às vezes se bagunçasse a velha ordem do começo, meio e fim, só quem pensasse existia. Os games pareciam dispensar a pessoa de pensar e, ainda assim, garantiam a sua existência. Era sedutor demais e não admira que muitos jovens se entregassem.
Como os jogos —perdão, games— existiam numa dimensão à parte, o mundo adulto não os via como ameaça. Afinal, que mal fazia um fliperama em que uma galinha atravessava a rua no meio do trânsito e o jogador tinha de fazê-la esgueirar-se entre os carros antes de ser achatada? Mas os games perderam a inocência e, mesmo quando se tornaram incrivelmente violentos, tratando de invasões, confrontos e táticas de guerra, o mundo real não se tocou. E já ali eles não eram uma brincadeira —seus criadores eram profissionais oriundos do establishment militar, peritos em propaganda, mísseis e bombardeios.
A Folha deu na segunda-feira (9) uma importante entrevista de Daniela Arcanjo com o sociólogo britânico Jamie Woodcock, 34, talvez o primeiro a atentar para os games na política. Segundo ele, a direita, mais afeita à cultura online, se apropriou deles para disseminar sua pregação, o que explica a súbita epidemia mundial de negacionismo, supremacismo e neonazismo.
Os games não são de direita, mas uma ativa facção de seus usuários, sim. E, nesse ponto, diz Woodcock, a direita está muito à frente da esquerda e dos liberais. A torrente de fake news, disparos em massa e discursos de ódio são suas “ferramentas”, como bem sabemos no Brasil. Some-se agora a campanha suja contra o voto eletrônico.
Enquanto cochilamos, a direita conhece bem os botões a apertar.
Publicado em Ruy Castro - Folha de São Paulo
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Mohammad Rasoulof
Adeus, de Mohammad Rasoulof (2010) é mais um filme iraniano que mostra o tipo de democracia que vive o país. Lançado em 2011 na mostra Um Certo Olhar, do Festival de Cannes, onde recebeu o prêmio de direção, o filme foi proibido de circular no Irã, apesar de ter tido aval do governo para ser realizado.
Também pudera: num país cheio de restrições às liberdades civis, ele conta a história da advogada Leyla, que conseguiu licença para exercer a profissão dela em Teerã, a capital do Irã, enquanto o marido está exilado — ele, um jornalista militante anti-governo. Então, ela fica grávida e tenta deixar o país, mas, obviamente, vai enfrentar uma série de dificuldades burocráticas para realizar o objetivo. Como se imagina, o tema é político, mas também esbarra nas questões comportamentais e religiosas, caso do papel da atuação da mulher em uma sociedade tão fechada quanto à iraniana.
O filme foi realizado logo após a prisão do cineasta em 2010, junto com outro diretor, Jafar Panahi, também opositor do governo.
Publicado em Sem categoria
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Padrelladas
Chega o inverno, aparece problema com ácaros. Comprei um aparelhinho que liga na tomada, se chama esterilér. Então, ligo no lado direito da cama o aparelho que atrai os bandidinhos e logo aquele povo todo se dirige na direção do objeto. Espero meia hora e mudo o aparelho para o lado esquerdo, e os ácaros sentem-se atraídos para esse lado e caminham para ali. Vou trocando o trubisco de lugar até que lá pelas tantas os exaustos ácaros põem-se a dormir e também posso eu entregar-me aos braços de Morfeu.
Publicado em Padrelladas
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